Exames diagnósticos em oncologia: presente e futuro

Abril de 2019

O câncer, segunda principal causa de morte – atrás apenas da doença cardiovascular –, matou 10 milhões de pessoas no mundo em 2018. As transições demográficas e epidemiológicas globais sinalizam um impacto cada vez maior na carga de câncer nas próximas décadas. No Brasil, dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) estimam a ocorrência de 600 mil novos casos de câncer neste ano de 2019. Estimativas que refletem o cenário de um país que possui, simultaneamente, perfil oncológico associado à urbanização e ao desenvolvimento (como nos casos de câncer de pulmão e cólon) e, também, a infecções (como o câncer de colo de útero e de fígado).

Não há dúvidas de que a estratégia mais eficaz para a redução do impacto do câncer é a prevenção. Na prevenção primária, o objetivo é impedir que o câncer se desenvolva evitando exposição a fatores de risco como tabagismo e bebidas alcóolicas e adotando um estilo de vida saudável que inclua uma alimentação adequada e o combate ao sedentarismo. Já na prevenção secundária, a meta é tratar doenças pré-malignas como, por exemplo, lesões causadas pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino e até mesmo cânceres assintomáticos iniciais. Nesse contexto, utiliza-se com frequência métodos complementares ao diagnóstico clínico como a citologia para análise precoce de câncer de colo do útero e a mamografia para detecção precoce do câncer de mama, exame este que inclusive evidencia o método diagnóstico como ferramenta decisiva no combate à doença.

O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres e sua incidência tem aumentado na maioria das regiões do mundo. Por outro lado, as taxas de mortalidade apresentam tendência de declínio desde o final da década de 1980, refletindo melhorias na detecção precoce por meio de rastreamento populacional com mamografia e mais eficiência nas intervenções terapêuticas.

No nosso país, o Ministério da Saúde recomenda, por meio da publicação “Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil”, a identificação da doença em estágios iniciais estrategicamente pela mamografia periódica em mulheres acima de 50 anos de idade.

Além do diagnóstico oncológico precoce possibilitado por esse rastreamento populacional, exames diagnósticos são ferramentas indispensáveis para o mapeamento genético de populações de risco; para determinação da extensão do comprometimento tumoral no tecido afetado; para planejamento terapêutico; para avaliação objetiva da resposta terapêutica; e para análise de complicações dos tratamentos realizados. Para exemplificar com base no que estamos trabalhando hoje em dia, temos o uso da ressonância magnética cerebral e do perfil molecular tumoral para diagnóstico, classificação, planejamento e resposta aos tratamentos cirúrgicos, de radio e quimioterapia, para pacientes com câncer cerebral.

Com o desenvolvimento tecnológico dos equipamentos somado aos avanços no conhecimento da genética molecular do câncer e à resposta imunológica das células tumorais, o uso de modernos métodos de imagem, sequenciamento do DNA genético e novos biomarcadores de patologia no diagnóstico do câncer vem aumentando significativamente em todo o mundo.

Assim, em 2005, surgiu o termo “medicina de precisão” que designa um novo modelo de abordagem das doenças – incluindo a oncologia – para considerar as diferenças moleculares, epigenéticas e ambientais como base para o desenvolvimento de medidas terapêuticas mais efetivas.

No caso do câncer de pulmão, sabe-se que mutações específicas têm maior prevalência em algumas subpopulações, o que é determinante na escolha de medicamentos imunoterápicos para um tratamento com boa resposta e alta especificidade. Dessa forma, o uso concomitante de propriedades diagnósticas e terapêuticas de moléculas radiomarcadas com radionucleotideos (teranósticos) tem potencial para aprimorar o tratamento de neoplasias, especialmente no câncer de próstata.

Em tempos de debate sobre o aumento de custo na saúde mundial, é esperado que existam críticas ao uso excessivo – e as vezes desnecessário – de exames diagnósticos, fato comum em diversos países do mundo. O contraponto é a falha no uso de intervenções médicas gerada pelo baixo acesso ao sistema de saúde e pela pouca aderência às melhores práticas diagnósticas e terapêuticas.

No caso de exames diagnósticos, um exemplo marcante no Brasil está no elevado percentual – que chega a 70% – de pacientes com câncer de pulmão diagnosticados em estágio avançado pelo uso inadequado dos exames e pela falha no acesso ao sistema de saúde, o que leva a um baixo número de pacientes submetidos a tratamentos com fins curativos.

Apostar no diagnóstico precoce e reforçar a importância do desenvolvimento tecnológico em métodos diagnósticos são premissas para um tratamento oncológico mais eficiente e para melhoria na qualidade de vida dos pacientes. A batalha continua.

* Leonardo Vedolin é diretor de imagem da Dasa e diretor da Câmara de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed

Abramed promove seminário sobre Lei Geral de Proteção de Dados na Saúde

Evento será realizado dia 17 de abril, em São Paulo, para apresentar os impactos da nova legislação no setor

Abril de 2019

A nova Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor em agosto de 2020, gera muitas dúvidas e questionamentos em todos os setores da economia. Na saúde, onde os dados são considerados sensíveis – carregam informações que podem levar à discriminação de seu titular – a preocupação em adequar todos os processos a fim de seguir o que rege a legislação é ainda maior.  Para tratar desse assunto, explicando todos os impactos da lei nº 13.709/2018, as melhores práticas para a adequação empresarial e para apresentar experiências nacionais e internacionais de quem recentemente passou por esse mesmo processo, a Abramed realizará no dia 17 de abril o seminário “Impactos da Lei Geral de Proteção de Dados na Saúde”, uma realização da Associação em parceria com a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o Instituto Coalizão Saúde (ICOS), a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e o Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia da Fiesp (ComSaude).

“A área da saúde está em constante questionamento sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Brasileira, por ser uma das áreas que mais se vale de dados pessoais para oferecer melhores serviços, e a assertividade no tratamento depende basicamente desse fator”, diz a presidente da Abramed, Claudia Cohn. “Falta comunicação sobre a lei, falta debate e falta o entendimento de todos os que serão impactados, por isso, resolvemos juntar as principais entidades do setor da saúde e dos órgãos reguladores para promover uma discussão única e integrada sobre os rumos que o assunto deve tomar”, explica.

Para o diretor-titular do ComSaude, Ruy Baumer, a nova lei traz um importante avanço, mas é necessário um bom diálogo com a sociedade antes de sua implementação. “A área da saúde, por lidar com dados tão sensíveis, será uma das mais impactadas”, diz. “Precisamos encontrar um equilíbrio entre garantir privacidade ao paciente sem prejudicar a necessária troca de informações entre alguns elos da cadeia produtiva do setor. “

O tema do evento é de extrema importância para a Anahp. “É uma das principais pautas da entidade nesse momento, decorrente de seu impacto no trabalho desenvolvido pelos hospitais, que dependem de informações dos pacientes. Hoje, da forma como está, inviabiliza a inovação no setor e no desenvolvimento de novas terapias ou melhoria da prestação de serviços na cadeia da saúde. Reunir os players do segmento para debater esse desafio é fundamental”, explica Eduardo Amaro, Presidente do Conselho de Administração da entidade.

“Apesar de já ser constitucional, a LGPD dará maior consciência às pessoas de que efetivamente são proprietárias de todas suas informações de saúde, que são geradas e processadas nas inúmeras passagens que realizamos nas instituições de saúde, sejam pelo sistema público, pela saúde suplementar ou particular, diz o presidente da SBIS, Luis Gustavo Kiatake. “Dada a complexidade do sistema de saúde, o volume de entidades envolvidas, e a baixa maturidade digital do setor, é urgente as iniciativas de informação, debate e auxílio para a implementação das melhores práticas em busca da conformidade.”

“Nos últimos anos, temos acompanhado o grande volume de dados produzidos no sistema de saúde e a velocidade cada vez maior com que são processados. Sabemos que a boa utilização desses dados poderá trazer enormes benefícios para os cidadãos, tanto no setor público como no privado”, comenta Denise Eloi, CEO do ICOS. “As entidades realizam esse fórum com o propósito de contribuir para a sua adequada aplicação, garantindo a segurança, transparência e proteção das informações pessoais dos cidadãos por parte dos serviços de saúde. Trata-se de um avanço importante para  todos que integram a cadeia produtiva de saúde e, principalmente, para a sociedade brasileira “, finaliza.

PROGRAMAÇÃO

A programação, que terá início às 13h30 e se prolonga até o final do dia, conta com especialistas que apresentarão as visões de hospitais, laboratórios, planos de saúde, da indústria e também da ANS, que regula o segmento. Cláudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, participará da abertura ao lado de Ruy Baumer, diretor titular do ComSaude; Claudio Lottenberg, presidente do ICOS; Eduardo Amaro, presidente da Anahp; e Luis Gustavo Kiatake, presidente da SBIS.

Cláudia ainda moderará o painel “O que muda após a publicação da LGPD? Qual o papel da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)?”, que será iniciado às 14h10 e receberá Rony Vainzof, diretor do Departamento de Segurança da Fiesp, e Teresa Gutierrez, sócia do Machado Nunes Advogados. A intenção, nesse debate, é falar sobre as principais alterações propostas pela legislação e como será o controle por meio da ANPD, órgão responsável por regulamentar, interpretar e fiscalizar o cumprimento da lei geral, punindo quem a descumprir.

Na sequência, o seminário tratará dos impactos da LGPD no ambiente de saúde, entrando em detalhes sobre a importância das instituições estarem preparadas. Na ocasião, a discussão contará com Rogéria Cruz, coordenadora do GT de Proteção de Dados da Abramed; Lilian Hofmann, coordenadora do GT de Tecnologia da Informação da Anahp; Tatiane Schofield, diretora jurídica da Interfarma; Benny Spiewak, da Abimed; Donizetti Louro, da ABIMO e um representante da Fenasaúde. Giovanni Cerri, vice-presidente do ICOS, será o moderador desse painel.

Rodrigo Aguiar, diretor de desenvolvimento setorial da ANS, apresentrá ainda como a agência enxerga os impactos da legislação. Posteriormente, Kiataki, da SBIS, falará sobre o Manual de Melhores Práticas e os participantes terão a oportunidade de conhecer cases nacionais e internacionais vinculados a essa temática. Sandro Süffert, da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, e Steve Wood, deputy commissioner do Information Commissioner’s Office (ICO) do Reino Unido serão os apresentadores. Antes do encerramento, o seminário abrirá espaço para uma sessão de perguntas e respostas.

O DNA do Diagnóstico – Abramed apresenta estudo em seminário em Campinas

Executivos da Associação participam do 15º Seminário Shift, evento que será realizado dias 11 e 12 de abril no interior de São Paulo

Abril de 2019

A Abramed apresentará seus últimos estudos relativos ao setor de medicina diagnóstica ao público participante da 15º edição do Seminário Shift, evento que será realizado dias 11 e 12 de abril em Campinas, no interior de São Paulo. Representada por Cláudia Cohn, presidente do Conselho; Leandro Figueira, do Conselho Deliberativo; e por Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva, a Associação mostrará o DNA do Diagnóstico e também estará presente em um talk-show sobre o futuro dos negócios na medicina diagnóstica.

A apresentação da Abramed, que integra a área de gestão e negócios da programação do seminário, está marcada para as 14h do dia 11 de abril e o talk-show terá início às 15h10 da mesma data. Ao longo dos dois dias também serão debatidos temas como investimentos em saúde pública; conversão de dados em ganhos de produtividade; e os impactos da Lei Geral de Proteção de Dados na medicina diagnóstica.

O encontro, que já é tradicional dentro do segmento, é uma realização da Shift, empresa especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor de diagnóstico, para promover a troca de experiências e conhecimentos. Reunindo membros e profissionais de laboratórios clientes da marca em todo o país, o seminário também se consolida como uma excelente plataforma para relacionamento e oferece a oportunidade de atualização sobre as novidades que envolvem o segmento de medicina diagnóstica. Na última edição, realizada em novembro de 2017, mais de 200 pessoas participaram da robusta programação.

Anvisa debate revisão de regulamentos técnicos para funcionamento de laboratórios

Em reunião realizada dia 21 de março em Brasília (DF), executivos do setor abordaram questões relativas à realização de exames em farmácias

No dia 21 de março, em Brasília (DF), Wilson Shcolnik, diretor da Câmara Técnica da Abramed, participou de reunião da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que abordou a regulação de exames em farmácias e deu início ao processo de revisão da RDC nº 302/2005, que dispõe sobre regulamentos técnicos para funcionamento de laboratórios clínicos.

“Foi uma conversa bastante cordial durante a qual nos foi informado que o processo de revisão da RDC nº 302/2005 será iniciado com uma avaliação de impactos”, comentou Shcolnik reforçando que todos os presentes se ofereceram para enviar subsídios sobre o impactos negativos que já podem ser notados pela falta de atualização da norma que foi criada há quase 15 anos. “Temos impactos de fiscalização, de mal entendimento da RDC, e de muitos outros pontos relativos a uma norma demasiadamente antiga”, pontuou.

Recebidos por servidores técnicos da Agência, o time composto por representantes de diversas entidades solicitou o encontro para tratar da aceleração da revisão e Shcolnik reforçou que o tema já integra a agenda regulatória da Anvisa e que está vinculado à RDC nº 44/2009 que trata da realização de exames em farmácias.

“O encaminhamento foi feito e nós enviaremos contribuições sobre os impactos para justificar o início e a aceleração dessa revisão. Assim, a Anvisa procederá com o trâmite regulatório necessário para dar continuidade à essa iniciativa”, finalizou o executivo.

Estiveram presentes o presidente da Anvisa, William Dib; e os executivos Guilherme Antônio Marques Buss, da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES), e Graziela Costa Araújo, da Gerência de Regulamentação e Controle Sanitário em Serviços de Saúde (GRECS). Representantes de outras entidades também se apresentaram, como Luiz Fernando Ferrari, vice-presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp); Luiz Fernando Barcelos, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e Humberto Tiburcio, do Sindicato dos Laboratórios de Minas Gerais (SINDLAB-MG).

Abramed presente em nova reunião da CATEC

Câmara técnica debate, desde novembro de 2018, questões relativas ao relacionamento entre operadoras de saúde e prestadores de serviços

26 de março de 2019

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, dia 21 de março no Rio de Janeiro (RJ), nova reunião da Câmara Técnica de Contratualização e Relacionamento com Prestadores (CATEC) para debater as propostas de encaminhamento aos problemas regulatórios apontados pela Agência. Inicialmente esta seria a última reunião, porém após o encerramento foi apresentada a necessidade de ao menos mais um encontro para finalizar os debates acerca dos temas apresentados.

O evento, que recebeu Rodrigo Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, contou com a presença de Marília Bortolotto, membro da Câmara Jurídica Abramed, que acompanhou a reunião e fez seus apontamentos representando o setor de medicina diagnóstica. “A discussão ainda está bastante lenta e estamos a anos de um consenso. Todos os pontos foram debatidos preliminarmente e hoje foi a primeira vez que a ANS fez propostas concretas para endereçar cada um deles”, declarou Marília.

Com o objetivo principal de colocar em discussão a atual relação entre operadoras e prestadores de serviço, melhorando a comunicação entre as partes que hoje é repleta de ruídos, a reunião tratou de oito pontos principais: remuneração de materiais e medicamentos de uso hospitalar; remuneração por pacotes de consultas em oftalmologia; dificuldades na negociação contratual; glosa sobre o faturamento e não-pagamento da remuneração devida; aplicação irregular de reajuste; rescisão contratual; subnotificação das irregularidades pelos prestadores de serviços; e questões envolvendo órteses, próteses e materiais especiais (OPME).

A CATEC foi criada para colher subsídios para avaliação da necessidade de revisão ou aprimoramento da regulação setorial acerca da contratualização entre as operadoras de planos de assistência à saúde e os prestadores de serviço.

“Quando se debate a remuneração de materiais e medicamentos de uso hospitalar, vejo que a orientação prevalente será a transferência da margem desses materiais e medicamentos para as diárias e taxas sem prejuízos aos prestadores”, pontua Marília que enfatiza que é necessário estabelecer um prazo para que seja tomada essa atitude. Hoje, a RN nº 363/2014 – que revogou a RN nº 241/2010 – prevê a possibilidade de utilização de tabelas de referência para a remuneração dos serviços e procedimentos contratualizados.

No dia seguinte à ultima reunião foi realizada uma audiência pública para apresentação dos problemas regulatórios já identificados e para dar mais visibilidade à questão, garantindo espaço para participação direta da sociedade e de outras entidades representativas. 

BP aposta em parcerias colaborativas para ampliar a qualidade do sistema

Confira a entrevista com Patrícia Holland, diretora-executiva da BP Medicina Diagnóstica

Março de 2019

Apostando em parcerias com grandes players do setor de saúde, a BP Medicina Diagnóstica tem a colaboração como um de seus principais lemas. Para a diretora-executiva Patrícia Holland, essas parcerias são uma tendência. “Acreditamos que agregar conhecimento próprio com a expertise de um parceiro é uma boa oportunidade para alavancar os negócios e consolidar o setor”, diz.

Esperando que a Abramed mantenha o olhar atento no que é convergente e divergente dentro do setor de Medicina Diagnóstica, a executiva acredita que a união do setor amplia a visão dos desafios e ajuda a buscar soluções cada vez mais sustentáveis. Confira a entrevista completa!

Abramed em foco: Considerando sua experiência no setor de Healthcare, quais são os grandes desafios da Medicina Diagnóstica no Brasil?

Patrícia Holland: Em um país de dimensões continentais como o Brasil, acredito que um dos maiores desafios do setor seja integrar e otimizar toda a cadeia, reduzindo os desperdícios e ampliando o acesso da população aos diferentes tipos de diagnóstico por meio de novos modelos de negócios.

A BP tem o diferencial de oferecer uma linha completa de cuidado, independentemente do tipo de serviço que o paciente necessita, ou do momento em que ele se encontra em relação à própria saúde (prevenção, diagnóstico ou tratamento, por exemplo). Com isso, além de diagnóstico, oferecemos soluções de tratamento e toda a assistência necessária, proporcionando um atendimento mais assertivo.

Isso nos permite entregar mais que um resultado de exame, oferecendo uma experiência melhor e mais integrada, que se torna atrativa tanto para as pessoas que nos procuram espontaneamente quanto para os médicos que referenciam os pacientes.

Abramed em foco: A BP vem investindo fortemente em tecnologia, visto que foi premiada pela utilização do Watson e apostou, recentemente, em uma parceria com a Universidade de Pittsburgh para segunda opinião médica via videoconferência. O fortalecimento do setor está, ao seu ver, diretamente atrelado à inovação tecnológica?

Patrícia Holland: Há bastante inovação tecnológica no setor de Medicina Diagnóstica e ela deve estar, cada vez mais, atrelada a uma maior assertividade no diagnóstico, impactando positivamente na vida do paciente.

A inovação, porém, não está relacionada apenas a equipamentos, mas também em formas de otimização dos serviços como o agendamento sem burocracia, por exemplo. O gerenciamento de filas e de ociosidade dos equipamentos, além do balanceamento da oferta e da demanda de horários e médicos, juntamente com outras iniciativas, contribuem para que o paciente tenha uma melhor experiência. Na BP Medicina Diagnóstica, estamos implementando melhorias importantes no nosso processo de agendamento para garantir um atendimento ainda mais desburocratizado e rápido para quem procura pelos nossos serviços.

Vale ressaltar também que, no âmbito da saúde básica, a tendência das teleconsultas desponta como uma opção para amparar o atendimento à população de regiões com pouco acesso a instituições de saúde, proporcionando mais segurança, menos burocracia e custo mais baixo.

Abramed em foco: Em 2017 a BP já havia firmado parceria com outro nome de peso do setor a fim de ampliar o atendimento à população (Grupo Fleury). Acredita que essas parcerias são uma tendência do mercado?

Patrícia Holland: Essas parcerias são uma tendência e há bastante espaço no mercado brasileiro, que está num momento de consolidação. Um dos valores da BP é “Colaboração Nos Leva Mais Longe” e, por isso, acreditamos que agregar conhecimento próprio com a expertise de um parceiro é uma boa oportunidade para alavancar os negócios e consolidar o setor. Além da parceria com o Grupo Fleury para exames de análises clínicas, a BP mantém acordo com o laboratório Bacchi para análises de anatomia patológica e com a Medtronic para consultoria visando aumentar a eficiência operacional da nossa área de Hemodinâmica. Essas parcerias contribuem para que os pacientes da BP tenham acesso a serviços especializados de alta qualidade.

Abramed em foco: Acredita ser importante que uma associação como a Abramed reúna serviços diversos dentro da área de medicina diagnóstica incorporando desde atuações hospitalares, grandes grupos de laboratório e até mesmo as pequenas empresas atuantes?

Patrícia Holland: A dinâmica e as particularidades da Medicina Diagnóstica são distintas do segmento hospitalar. A Abramed leva em consideração todas as particularidades do setor que, muitas vezes, podem não convergir com as especificidades de um hospital. Por isso é muito importante que as instituições do segmento de Medicina Diagnóstica estejam unidas para discutirem normativas específicas como, por exemplo, a carga horária dos profissionais e impostos que afetam diretamente o negócio. Quanto maior for o engajamento dos associados, maior será o leque de soluções e boas práticas para o setor.

Além disso, é importante lembrar que a Medicina Diagnóstica é responsável por grande parte das decisões médicas e, portanto, a Abramed exerce um papel fundamental de reunir as instituições do setor para que, juntas e de forma multidisciplinar, pensem na aplicação de novas tecnologias como forma de otimizar os serviços e busquem novos modelos de colaboração que possam potencializar as atividades do setor.

Abramed em foco: O que a BP espera da Abramed?

Patrícia Holland: A BP espera que a Abramed amplie o corpo de associados para ter mais representatividade em todo o Brasil e que mantenha o olhar atento no que é convergente e divergente dentro do setor de Medicina Diagnóstica. Unir os associados amplia a visão dos desafios e ajuda a buscar soluções cada vez mais sustentáveis e oferecer serviços de excelência. Além disso, continuar promovendo fóruns de atualização e discussão geram incentivo para a melhoria da saúde no País.

Artigo: Inteligência artificial e inteligência médica juntas por um cenário de saúde melhor

Março de 2019

É natural que novidades despertem tanto curiosidade quanto receio. Quando pensamos na inteligência artificial sendo utilizada no setor de saúde, essa verdade torna-se ainda mais perceptível. Afinal, os profissionais de saúde devem sentir-se ameaçados ou auxiliados pela inteligência artificial?

Segundo dados do CB Insights, as centenas de startups de inteligência artificial que atuam no setor de saúde movimentaram US$ 4,3 bilhões desde 2013, tornando-se as mais ativas dentre todas as indústrias focadas nessa tecnologia. E saúde é um campo tentador para quem pretende desenvolver algoritmos inteligentes, capazes de prover ganhos de tempo, produtividade e qualidade.

Mas o primeiro ponto que deve ser salientado é que a inteligência artificial carece da inteligência médica para ser assertiva e, de fato, inteligente. A indústria precisa atuar em conjunto com médicos e profissionais de saúde capazes de avaliar, validar e ensinar os algoritmos, pois esses mecanismos podem gerar excelentes resultados desde que tenham sido treinados a seguir algumas regras que só podem ser traçadas por quem tem conhecimento da área de saúde.

Na medicina diagnóstica – que vivencia uma grande revolução por conta da inserção tecnológica –, a inteligência artificial precisa de médicos para apontar aos algoritmos o que deve ser identificado como anomalia em um exame de imagem. Atualmente, o Brasil já atua em pesquisas com inteligência artificial em diversas situações na área de saúde, como na detecção de pneumonias de forma automática, na avaliação da idade óssea e no reconhecimento de achados urgentes em exames de imagem. No setor de diagnósticos, a inteligência artificial já vem se consolidando como uma excelente parceira para as subdivisões de genômica, proteômica e radiologia.

Essa novidade só pode ser transformada em resultado de qualidade ao unir as principais características do ser humano, profissional de saúde, às da máquina, em um trabalho em conjunto e coordenado. Enquanto o homem é criativo, adaptativo e intuitivo, a inteligência artificial é consistente, objetiva e precisa. Características complementares, não excludentes.

Tanto que o Jobs at Risk, gráfico publicado recentemente pelo instituto My Foresight com base em dados de consultorias e auditorias globais, lista as profissões que estão mais ameaçadas pela inserção tecnológica e da inteligência artificial. Nela profissionais como enfermeiros, cientistas, dentistas e veterinários correm muito menos risco do que, por exemplo, policiais e secretárias. Isso ocorre pois no setor de saúde a inteligência artificial chega prioritariamente para somar, ao automatizar processos, promover ganhos de eficiência, reduzir as chances de erros e aumentar a qualidade.

Quando pensamos na inteligência artificial sendo utilizada para substituir a atividade do profissional de saúde, mais uma vez nos deparamos com uma vantagem. Hoje o mundo vive uma pandemia de burn out na classe médica. Ao assumir a presidência da WMA (Associação Médica Mundial), o doutor Leonid Eidelman abordou essa questão enfatizando sua relevância. Em seu discurso realizado em outubro de 2018, afirmou que metade dos médicos no mundo já apresentam sintomas de exaustão.

Entre diversos fatores que levam a esse esgotamento, estão especificamente as tarefas extremamente burocráticas que devem ser executadas pelo corpo clínico e a informatização que, a cada dia, exige que esses profissionais passem mais e mais horas em frente aos computadores. Informações da AllScripts divulgadas pela Health IT & CIO Report afirmam que os profissionais de medicina passam metade de seus dias inserindo dados em prontuários eletrônicos e conduzindo trabalhos administrativos, reduzindo o contato com os pacientes a apenas 27% de sua rotina diária.

Essa retirada do profissional de sua atividade-fim causa falta de motivação, com consequências diversas. É nesse momento que vemos mais uma vantagem do investimento em inteligência artificial, pois profissionais esgotados e imersos em uma pandemia de burn out podem ser auxiliados por essa tecnologia para reduzir a carga administrativa, permitindo que se dediquem com mais ênfase às suas atividades relacionadas a medicina, diagnóstico e interação com colegas médicos e pacientes.

Ainda pensando na inteligência artificial em parceria com a inteligência médica, mais uma vantagem pode ser apontada, principalmente no longo prazo. A OMS (Organização Mundial de Saúde) alerta que haverá escassez de cerca de 18 milhões de profissionais de saúde até 2030. Aliado a isso, o envelhecimento populacional, a inversão da pirâmide etária, a mudança epidemiológica que aumenta a prevalência de doenças crônicas e o aumento da expectativa de vida nos levarão à necessidade a cada dia maior de profissionais para cuidar dessa população. A inteligência artificial tem papel relevante, novamente, para otimização desse atendimento, ao fornecer algoritmos inteligentes que auxiliam na obtenção de diagnósticos mais precisos, na tomada de decisões, na análise de big data e na elaboração de planos de tratamento mais efetivos.

Enquanto muitos profissionais estão ansiosos e receosos, vários outros estão trabalhando para adaptar-se a essa realidade, pois a inteligência artificial na saúde deixou de ser o futuro e passou a ser o presente. Aliada à inteligência médica e às atividades humanas que não serão passíveis de substituição por máquinas, como relacionamento interpessoal, empatia e acolhimento, a união do homem com a máquina tem todo o potencial para tornar o cenário de saúde cada vez melhor.

*Gustavo Meirelles é gestor médico de radiologia, estratégia e inovação no Grupo Fleury e membro da Câmara de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed

Abramed realiza 1º Bootcamp de Jornalismo em Saúde

Direcionado a jornalistas do setor, evento será nesta sexta-feira de forma gratuita; objetivo é promover a troca de experiências e conhecimento em medicina diagnóstica e saúde

Março de 2019

Jornalistas do setor de saúde terão a oportunidade de participar gratuitamente do 1º Bootcamp Abramed de Jornalismo. O evento, que será realizado na sede da Abramed nesta sexta-feira, 15 de março, promoverá a troca de experiências e conhecimentos em medicina diagnóstica e saúde.

Durante toda a manhã especialistas do setor dividirão com os participantes seus conhecimentos em comunicação abordando, por exemplo, a responsabilidade da medicina diagnóstica para equilíbrio econômico do sistema de saúde; desperdício e subutilização; inovação e tendências do mercado.

Cláudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, e Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Associação farão a abertura e as boas-vindas. Na sequência, William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação Abramed, fará a introdução do curso que se estende por toda a manhã. Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho da Associação fará a apresentação final falando sobre as tendências do setor.

Confira, abaixo, a programação completa:

8h30: Welcome coffee – Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Abramed

9h: Abertura – Claudia Cohn, presidente do Conselho Abramed | Dasa

9h10: Introdução – William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação Abramed | Grupo Fleury

9h20: A importância do bom relacionamento dos formadores de opinião com stakeholders de saúde – Patrícia Holland, superintendente executiva | SADT – Beneficência Portuguesa

9h30: O impacto e interação do diagnóstico no apoio à conduta médica – Lídia Abdalla, Conselho Deliberativo Abramed | Sabin Medicina Diagnóstica

9h50: A responsabilidade da Medicina Diagnóstica para o equilíbrio econômico do sistema de saúde – Leandro Figueira, Conselho Deliberativo Abramed | Alliar Médicos à Frente; Eliezer Silva, Conselho Deliberativo Abramed | Hospital Israelita Albert Einstein

10h10: Medicina Diagnóstica: desperdício e subutilização, mitos & verdades – Wilson Shcolnik, diretor da Câmara Técnica Abramed | Presidente SBPC/ML | Grupo Fleury

10h50: Inovação em diagnósticos e benefícios aos pacientes – Emerson Gasparetto, vice-presidente médico Dasa; Gustavo Meirelles, gestor médico em Radiologia com ênfase em Estratégia e Inovação | Grupo Fleury

11h30: Tendências do setor – Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho Abramed | Hospital Sírio Libanês

12h: Encerramento e almoço de relacionamento

Mulheres com mais de 64 anos são maioria em exames diagnósticos

Painel Abramed mostra que em um universo de 29 milhões de atendimentos, mulheres representaram 67% do total de pacientes que realizaram exames diagnósticos em 2017

Março de 2019

O envelhecimento da população combinado com o empoderamento do paciente fez com que a demanda por exames diagnósticos aumentasse no Brasil. Estima-se que, em 2017, tenham sido realizados 2 bilhões de exames no País, sendo o SUS (Sistema Único de Saúde) responsável por 1,2 bilhão, e a Saúde Suplementar, por 816,9 milhões.

As mulheres compõem a maioria dos pacientes atendidos em todas as faixas etárias. Em um universo de 29 milhões de atendimentos, elas representaram 67% do total de pacientes que realizaram exames diagnósticos em 2017. Além de maior cuidado com a saúde, o resultado revela uma rotina de acompanhamento e prevenção da saúde feminina. Dos exames periódicos, a mamografia teve crescimento de 5% e a ressonância magnética 10,8%.

A principal faixa etária atendida foi de mulheres entre 40 a 64 anos, cuja participação foi de 37%. No entanto, as pacientes com idade superior a 64 anos foram as que se destacaram no levantamento (78%).

Os dados fazem parte de levantamento na base de empresas filiadas a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica). Em 2017, os exames laboratoriais realizados pelas empresas da Abramed representavam 50,2% do total realizado no período e nos exames de imagem, que é de 17%.

Impacto da internet

Os exames são responsáveis por mais de 70% das decisões médicas. Realizar exames, portanto, é primordial para um diagnóstico certo. O levantamento da Abramed aponta um crescimento acelerado do número de acessos pela internet, com taxa média anual de 23% no período entre 2015 e 2017. Do total, 14,3 milhões de laudos não foram retirados em 2017, ou seja, 3,5% dos exames realizados.

De acordo com a Abramed, é importante desmistificar uma falsa verdade amplamente disseminada, inclusive por órgãos do Governo Federal. “O desperdício alardeado por lideranças da saúde, que apontam que cerca de 30% dos exames não são retirados pelos pacientes, é incabível”.

O mercado de Medicina Diagnóstica no Brasil gerou uma receita bruta de aproximadamente R$ 35,4 bilhões em 2017. Com mais de 23 mil estabelecimentos que realizam procedimentos de diagnose, laboratorial, imagem e outros; o setor é responsável por 241.931 empregos formais. As empresas da Abramed representam 50,2% dos exames na Saúde Suplementar e 21% no total do País.

Além da importância econômica da Medicina Diagnóstica tanto como geradora de renda e emprego como impulsionadora da inovação tecnológica, os dados provenientes deste setor são responsáveis por mais de 70% das decisões médicas.

Valorização do setor é grande desafio da medicina diagnóstica brasileira

Confira a entrevista com o doutor Marcelo Rodrigues de Abreu, da Radiologia SIR, nova associada Abramed

Fevereiro de 2019

Com vasta experiência no setor de diagnóstico, doutor Marcelo Rodrigues de Abreu, diretor da Radiologia SIR, soma atuações como coordenador médico do Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital Mãe de Deus, revisor da revista Skeletal Radiology e membro do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) em seu currículo. Acredita que o ano será de muitos desafios para o setor, entre eles a necessidade constante de valorizar o segmento agregando tecnologia de ponta e investindo em educação continuada.

Para Marcelo, aplicar toda a tecnologia que já temos disponível na rotina das empresas de medicina diagnóstica é uma atitude estratégica que deve ser direcionada com atenção e cuidado pelo seu alto potencial de revolução. Confira a entrevista completa.

Abramed em foco: Quais os desafios da medicina diagnóstica brasileira em 2019?  

Marcelo Abreu: São muitos os nossos desafios e um deles está na busca pela maior valorização do nosso trabalho e dos nossos produtos. Em um país com tanta informalidade, falta de regulamentação do setor e falta de fiscalização, essa não é uma tarefa fácil. Na área de exames, qualidade deveria ser a condição mínima para a prestação do serviço, deixando o diferencial competitivo para quem fosse capaz de manter a qualidade com maior volume graças à otimização de processos e custos. Essa equação ficaria ainda mais interessante e possível por meio da tecnologia de ponta que é, inclusive, outro grande desafio: inserir a tecnologia já disponível, como machine learning e big data, no dia a dia das empresas de medicina diagnóstica. Uma fusão da high tech com o mundo real, o que está demorando para acontecer no nosso segmento. Fazer essa mescla com sabedoria pode gerar grandes lucros a curto e médio prazos, mas é preciso pensar bem nas estratégias para implantá-las, visto que são tecnologias com características disruptivas que podem mudar todo o negócio.

Abramed em foco: O que pode dizer sobre atuar fora do eixo Rio-São Paulo?

Marcelo Abreu: Enxergo muitas oportunidades por estar fora do eixo Rio-São Paulo. Ficar dentro dele significaria estar nas grandes corporações ou nos grandes hospitais, onde fica ainda mais difícil inovar. Para exemplificar, estamos trabalhando com protocolos otimizados (exames de ressonância ultrarrápidos) há mais de dez anos. Protocolos que hoje estão validados por grandes universidades como a de Nova Iorque. Será que conseguiríamos fazer isso dentro das grandes corporações? Tenho colegas brilhantes atuando dentro do eixo Rio-São Paulo que enfrentam grandes dificuldades para colocar suas ideias em prática.

Abramed em foco: Acredita que o fortalecimento do setor de diagnósticos está diretamente atrelado à inovação tecnológica?

Marcelo Abreu: A inovação tecnológica sem dúvida fortalece o setor aumentando a qualidade e a produtividade ao mesmo tempo que reduz custos. Dentro da área de medicina diagnóstica, ainda temos dois grupos distintos: os exames laboratoriais e os exames de imagem. Porém, em um futuro próximo esses dois departamentos serão fundidos.

É muito tentador utilizar novas tecnologias para automatizar os exames. Entretanto, do meu ponto de vista, a figura do radiologista deve ser vista como uma vantagem enorme para as empresas de medicina diagnóstica. As organizações exponenciais, por estarem fortemente atreladas a softwares e plataformas, são frágeis e podem quebrar com mais facilidade. Comercializar o trabalho do radiologista muda o negócio de uma empresa de tecnologia para uma empresa de serviços, e isso pode agregar mais valor aos nossos exames, produtos e marcas. Grandes empresas de medicina diagnóstica e hospitais já perceberam essa possibilidade, por isso estão promovendo mudanças e vendo os resultados positivos chegarem.

Abramed em foco: Sua empresa oferece também cursos de residência médica e de aperfeiçoamento. Acredita que o investimento na educação continuada é um dos pontos mais importantes para garantir o desenvolvimento do setor?

Marcelo Abreu: Sim, com certeza. Por isso oferecemos cursos de formação em radiologia, ultrassom, R4 e fellows há mais de 20 anos. É preciso manter uma equipe estimulada e, para isso, temos que conviver com os jovens permanentemente renovando o time.

Abramed em foco: O que espera da Abramed como associação para vencer todos os desafios do setor?

Marcelo Abreu: Ao conhecer a Abramed por meio do Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho, fiquei impressionado com o potencial da entidade para fortalecimento e valorização do setor de medicina diagnóstica no Brasil, até mesmo pela sua composição repleta de expoentes do setor. Fiquei muito contente em saber da existência de uma entidade com foco no nosso negócio, que é vital para todos nós.