FILIS 2024 – Integrando a cadeia de valor: Desafios e soluções para melhoria do cuidado em saúde

Tema será discutido na oitava edição do evento, que acontecerá em 29 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo

24 de maio de 2024 – Para atuar no complexo cenário da saúde, é preciso dedicar esforços em dois importantes pilares, já reconhecidos e debatidos. Um deles é a gestão dos serviços, que envolve as áreas de estratégia, pessoas, marketing, vendas e operações financeiras. O segundo é a inovação, que abre novos caminhos para resolver antigos problemas e está intrinsecamente ligada à gestão.

“A novidade é a incorporação de um terceiro pilar: a integração dos elementos da cadeia de valor. Se exercer a excelência em gestão e estar atualizado com as últimas inovações sempre foram obrigatórios para um sistema sustentável, agora precisamos reconhecer a importância de criar e implementar soluções inovadoras em conjunto, de forma eficaz”, explica Ademar Paes Junior, membro do Conselho de Administração da Abramed e moderador do debate “Integrando a cadeia de valor: Desafios e soluções para melhoria do cuidado em saúde”, programado para a 8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde.

Fazem parte da cadeia de valor: as empresas que contratam planos de saúde e oferecem esses benefícios aos seus funcionários; os intermediários financeiros, como seguradoras, operadoras de planos de saúde e cooperativas médicas; os prestadores de serviços de saúde, como hospitais, clínicas, consultórios médicos e profissionais de saúde autônomos; e demais fornecedores, como indústria farmacêutica, fabricantes de equipamentos médicos, serviços de manutenção e logística, startups, entre outros.

“Essas empresas frequentemente tentam resolver problemas sozinhos, o que resulta em barreiras e burocracias”, observa Paes Junior. A integração vem, justamente, para auxiliar em duas questões críticas quando se fala em sistema de saúde. A primeira é aprimorar a experiência do paciente, ou seja, reduzir o tempo de jornada e melhorar o desfecho, afinal, medicina não é só acesso. A segunda questão é otimizar os recursos financeiros, quer dizer, sempre fazer mais com menos.

Para fazer essa integração na prática, Paes Junior cita alguns exemplos. Uma startup pode unir forças com uma empresa e uma seguradora para reduzir a sinistralidade. Um plano de saúde e um prestador de serviços podem aprimorar a eficiência do atendimento e diminuir o deslocamento desnecessário dos pacientes, o que resultaria em uma maior eficiência e, consequentemente, em menores custos.

Além disso, um fornecedor pode melhorar a experiência do paciente em uma instalação médica, agregando valor em uma negociação com um plano de saúde. E, ainda, projetos colaborativos entre empresas, seguradoras e prestadores podem garantir a eficiência no atendimento de grupos específicos, como pacientes crônicos, de alto custo ou idosos com fragilidades.

“Isso já vem ocorrendo, mas de forma bastante limitada. Temos visto alguns modelos de planos de saúde estabelecendo parcerias diretas com hospitais e tanto hospitais quanto laboratórios fornecendo serviços diretamente para empresas. Há, portanto, diversas possibilidades”, acrescenta.

Segundo Paes Junior, a integração depende de criatividade e confiança entre os elementos da cadeia. Para ganhar essa confiança, são necessários três elementos-chave: comunicação assertiva, disponibilidade de dados e criação de uma agenda de trabalho. “Quando demonstramos uma abordagem ética, respeitosa e centrada no paciente, a confiança é construída de forma natural”, expõe.

Espaço para discussão

O FILIS, organizado pela Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, surgiu, justamente, como um ponto de encontro para iniciar a discussão sobre integração, já que seu objetivo é reunir lideranças de diversos setores da cadeia de saúde.

Especialmente agora, de acordo com Paes Junior, o setor vem encarando alguns desafios, como a dificuldade das empresas em lidar com os aumentos propostos pelos planos de saúde, os altos custos enfrentados pela cadeia de fornecedores e prestadores de serviços, bem como as dificuldades da rede prestadora em repassar esses custos aos intermediadores financeiros e planos de saúde.

“Nosso propósito é apresentar sugestões inovadoras que possam ser assumidas como compromissos após o FILIS, com o intuito de informar a comunidade da Abramed sobre os avanços que esse debate pode trazer para o setor”, acrescenta Paes Junior.

A Abramed também inova ao trazer para o evento representantes da indústria e das empresas que contratam planos de saúde. “Elas são o ponto inicial no financiamento do setor suplementar, e sua participação na discussão é considerada essencial pela entidade. Em algumas situações, as empresas enxergam o plano de saúde como uma ameaça devido aos custos crescentes, porém, o desenvolvimento econômico é crucial para que elas possam consumir serviços de saúde privados e contribuir financeiramente para o sistema de saúde público de qualidade”, ressalta.

Paes Junior destaca, ainda, que o FILIS tem se estabelecido como um evento de referência altamente conceituado entre os tomadores de decisão. “Durante sua realização, não temos apenas a oportunidade de compartilhar informações e dados relevantes do setor de medicina diagnóstica, mas também de utilizá-los como base para enriquecer nossas discussões. Além disso, a presença das lideranças oferece um momento propício para estabelecer uma agenda de trabalho, aproveitando as conexões estabelecidas ao longo do encontro”, finaliza.

Serviço

8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde

Macrotema: “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”

Quando: 29 de agosto de 2024

Horário: Das 9h00 às 18h00

Onde: Teatro B32, São Paulo

Inscrições em: www.abramed.org.br/filis

As vagas são limitadas!

Abramed participa da JPR 24, abordando o papel do radiologista na saúde do futuro

Além do estande institucional, a entidade promoveu um debate incluindo lideranças da indústria, academia e sociedade médica

16 de maio de 2024 – Com o objetivo de fomentar o diálogo e ressaltar sua contribuição para o desenvolvimento da medicina diagnóstica, a Abramed esteve na 54ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR), realizada em São Paulo, de 2 a 5 de maio. No primeiro dia do evento, promoveu o Painel que discutiu “O Papel do Radiologista na Saúde do Futuro”, além de receber associados e parceiros em seu estande institucional, durante os quatro dias de JPR.

Na abertura, Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed, iniciou ressaltando a parceria de longa data entre a associação, a SPR e o CBR – respectivamente, Sociedade Paulista e Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. “Trabalhamos em diversas frentes, não apenas em defesa profissional, mas também em advocacy, buscando a melhoria contínua do setor, em estreita relação com entidades governamentais, como ANVISA e ANS”, declarou.

Na sequência, Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, reafirmou que as conquistas do setor só são possíveis por meio de uma atuação conjunta, especialmente em um setor tão regulado e fragmentado como o da saúde. “Por isso, as entidades precisam dar exemplo dessa integração para que seja possível gerar os resultados necessários aos beneficiários, que somos todos nós”, disse.

Com moderação de Marcos Queiroz, diretor de Medicina Diagnóstica no Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed, o painel contou com a participação de Cibele Carvalho, presidente do CBR; Marina Viana, diretora-executiva Brasil da GE HealthCare; e Felipe Kitamura, diretor médico na Bunkerhill Health.

“Diante de todas as transformações que estão acontecendo no sistema de saúde como um todo e na radiologia, debater o papel do radiologista no futuro é fundamental, considerando que, nos últimos anos, a procura pela especialidade diminuiu, principalmente devido ao desenvolvimento da Inteligência Artificial”, começou Queiroz.

Nesse ponto, Cibele mencionou um tema preocupante: o medo dos jovens colegas em relação à radiologia, que muitas vezes começa dentro das próprias faculdades de medicina. Ela relatou um episódio em que três acadêmicos a procuraram após uma palestra em um grande hospital, questionando sobre a profissão após ouvirem de professores que a IA ocuparia o lugar dos radiologistas.

“É triste ver jovens sendo desencorajados a seguir um caminho que pode ser gratificante e é essencial para a medicina. A IA é uma aliada, não uma ameaça, capaz de melhorar os processos e esclarecer dúvidas diagnósticas. Apesar dos avanços na tecnologia, ainda não houve estudos que demonstrem sua superioridade em relação à capacidade humana”, disse.

Segundo Marina, da GE HealthCare, a redução da disponibilidade de profissionais qualificados no mercado de trabalho gerou uma pressão nos radiologistas que já estão em atuação. “Antes, a cobrança era por precisão, agora, além disso, exige-se volumetria, ou seja, fazer muito mais. A IA veio para ajudar, tirando do profissional as atividades que não agregam valor ao diagnóstico”, disse.

Por exemplo, a GE desenvolveu uma ferramenta que melhora significativamente a produtividade e a qualidade das imagens, sendo o radiologista o responsável pela interpretação. “Essa é uma área em que a IA não pode substituir a expertise humana.”

Marina explicou que a indústria médica nunca desenvolve nada isoladamente, sempre conta com o feedback e a expertise dos profissionais da área médica. “Todas as soluções são concebidas com o objetivo de auxiliar na melhoria do diagnóstico e na tomada de decisões clínicas. O desafio crítico para os radiologistas é adaptar-se à IA e utilizá-la como uma ferramenta para aprimorar o cuidado ao paciente”, adicionou.

Para Kitamura, o conhecimento técnico sempre fez a diferença na prática médica. Agora, a máquina só está ampliando o acesso às informações. “Nosso papel como profissionais de saúde não é aprender a programar e desenvolver o algoritmo, mas precisamos entender muito bem como essas ferramentas funcionam. Aos poucos vamos nos atualizando e logo a IA estará no nosso dia a dia, ajudando a exercer uma atividade cada vez melhor”, expôs.

Sobre o alto investimento demandado para implantar soluções com tecnologia de ponta, Marina disse que essa barreira está sendo superada. Embora o custo inicial possa não ser baixo, os benefícios ao longo do tempo são substanciais, como redução de energia elétrica e de outros recursos, colaborando também para um ecossistema sustentável. No caso da falta de capital para o investimento inicial, é importante buscar novos modelos de negócios, com financiamento diferenciado e opção de locação.

Além disso, manter a tecnologia atualizada também é essencial para a sustentabilidade. “Hoje, os equipamentos são passíveis de atualização, o que representa economia para todo o sistema. A tecnologia precisa gerar redução de custos e aumentar a produtividade. De que adianta se ela não for acessível ao longo do tempo?”, expôs.

Voltando para a questão do mercado de trabalho e as chances de empregabilidade, Kitamura disse ser essencial desenvolver outras habilidades importantes. “Precisamos nos manter atualizados através de cursos e eventos em que são abordados temas emergentes, incluindo tecnologia e aspectos profissionais. Isso deve ser parte integrante do compromisso contínuo que sempre caracterizou a profissão médica”, disse.

Segundo ele, é crucial estudar áreas como marketing, finanças e gestão, mesmo que o profissional não esteja diretamente envolvido com elas. “Não é suficiente fazer o diagnóstico mais preciso a qualquer custo. Devemos considerar o valor e o tempo demandados, compreender os problemas e saber como resolvê-los. Não podemos simplesmente buscar onde encaixar a tecnologia, mas entender seu papel”, declarou.

Outro tópico debatido foi em relação ao Ato Médico. Queiroz comentou que outras profissões tentam invadi-lo e que a tendência é essa situação aumentar. Ele prevê que um dia vai chegar uma pressão para que um relatório feito por IA possa ser liberado sem a intervenção de um médico.

Para Cibele, o que mais incomoda não é tanto o fato de a IA eventualmente superar o diagnóstico humano, mas sim a questão mercadológica envolvida. “Quando falamos de telerradiologia, por exemplo, a definição remete à prática exercida à distância. No entanto, temos observado situações em que isso não se aplica, como hospitais que dispensam seu corpo clínico para aderir a serviços terceirizados de transmissão. A medicina está se tornando um negócio, e precisamos ter cautela com isso”, salientou.

De acordo com Cibele, nunca se discutiu tanto sobre qualidade na medicina e, paradoxalmente, nunca os radiologistas foram tão cobrados para entregar essa qualidade por um valor tão baixo. “O Ato Médico precisa ser cada vez mais defendido, a máquina não pode substituir o profissional, pois isso vai impactar a sustentabilidade do sistema”, declarou.

Para ela, o momento é desafiador. “Estamos testemunhando um aumento alarmante de faculdades que oferecem uma formação questionável. Recebemos denúncias de médicos sem a devida especialização, e é um desafio lidar com a evasão desses profissionais. Somos ameaçados o tempo todo no exercício de nossa profissão.”

Ao final do painel, Queiroz concluiu enfatizando novamente a relevância da parceria entre sociedades médicas, indústria e academia. “Somente dessa forma é possível praticar uma medicina de excelência. O futuro da medicina global depende da habilidade de trabalhar em conjunto com a Inteligência Artificial”, expôs.

Os impactos da RDC 786/2023 na assinatura eletrônica: como proceder?

A exigência da assinatura traz desafios operacionais e técnicos para o setor medicina diagnóstica e demanda atenção

10 de maio de 2024 – A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 786, promulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), representa um marco regulatório significativo no setor da saúde. Ao estabelecer diretrizes específicas para laboratórios clínicos, de anatomia patológica e outros serviços relacionados a exames de análises clínicas, essa norma visa aprimorar a qualidade e a segurança dos serviços prestados à população.

Um dos pontos abordados é a exigência de assinatura eletrônica avançada ou qualificada nos laudos de exames, que visa garantir a autenticidade, a integridade e a confiabilidade dos documentos emitidos. No entanto, a implementação eficaz dessa exigência apresenta desafios operacionais e técnicos para os profissionais e organizações do setor.

A fiscalização da assinatura eletrônica será realizada principalmente pelos órgãos de vigilância sanitária, podendo ser estaduais ou municipais. A ANVISA publica roteiros de inspeção para orientar essa atividade, incluindo um específico para serviços de laboratório clínico. Durante a fiscalização, será verificado se os laudos são assinados de forma legalmente válida, conforme definido na própria RDC 786, e se o estabelecimento possui instruções escritas para liberação de resultados, incluindo situações de rotina, plantões, urgências e emergências.

É esperado que, durante a fiscalização, seja exigida a comprovação de que a assinatura eletrônica atende aos requisitos legais para ser considerada avançada ou qualificada, embora seja pouco provável que os fiscais tenham conhecimento técnico em tecnologia da informação. Enquanto a assinatura eletrônica qualificada segue procedimentos específicos, como a obtenção de certificados digitais por meio de autoridades certificadoras, a assinatura eletrônica avançada oferece uma alternativa mais flexível, embora ainda deva atender a padrões de segurança estabelecidos.

A questão sobre quem pode assinar os laudos não está completamente esclarecida. O artigo 138 da norma exige a inclusão do nome e número de registro do Responsável Técnico (RT) no documento, mas não especifica se o profissional legalmente habilitado que assina o laudo do exame deve ser o mesmo RT ou outro profissional.

Inicialmente, pode-se interpretar que a assinatura do laudo deve ser feita pelo profissional que realizou o exame, uma vez que o RT é mencionado separadamente no artigo 138, sem indicação explícita de sua necessidade de assinatura. No entanto, devido à falta de clareza nesta questão, foi enviado um questionamento à ANVISA para esclarecer se o RT pode ou deve assinar todos os laudos ou se outros profissionais legalmente habilitados podem realizar essa tarefa.

Para evitar custos adicionais, as empresas podem desenvolver internamente ou em parceria com empresas de tecnologia soluções de assinatura eletrônica que atendam aos requisitos legais, em vez de recorrer a plataformas comerciais, como DocuSign e outras. 

Desafios e considerações operacionais 

A exigência da assinatura eletrônica avançada e qualificada, conforme estipulado na RDC ANVISA n° 786/2023, pode acarretar diversos impactos operacionais, especialmente devido às características dos laudos digitais, que são geralmente compostos por dados dispersos e compilados ao final.

Para implementar a assinatura qualificada, é necessário, inicialmente, definir a tecnologia e a plataforma a serem utilizadas, além de manter os dados atualizados de todos os profissionais de saúde envolvidos na emissão dos documentos. Além disso, a tecnologia empregada precisa ser revisada periodicamente para garantir a conformidade com os requisitos de autenticidade, integridade e disponibilidade.

No caso da assinatura qualificada, o impacto operacional é ainda maior, pois os profissionais devem manter ativos seus certificados digitais, geralmente médicos, e a instituição deve encontrar maneiras para que os demais, que não possuem esses certificados, possam assinar os documentos. Isso é crucial para a operacionalização, pois nem todos os conselhos de classe oferecem os certificados gratuitamente, e eles precisam ser renovados a cada dois anos em média.

Para os serviços de laboratórios clínicos, anatomia patológica e outros relacionados aos exames de análises clínicas, a RDC n° 786/2023 exige assinatura eletrônica avançada ou qualificada. No entanto, para os serviços que realizam exames de imagem, regulamentados pela RDC ANVISA n° 611/2022, não há especificações sobre as modalidades de assinatura eletrônica aceitas em laudos.

Embora haja essa lacuna na regulamentação específica para os exames de imagem, entende-se que prevalece o disposto na Lei nº 14.063/2020, que permite a utilização de assinatura eletrônica avançada ou qualificada em documentos assinados por profissionais de saúde. A exceção ocorre nos casos de receituário de medicamentos sujeitos a controle especial e atestados médicos, nos quais a assinatura deve ser qualificada.

Como a implementação da assinatura eletrônica requer um entendimento claro dos requisitos legais e dos desafios operacionais envolvidos, a Abramed desenvolveu a “Cartilha de Boas Práticas: Os impactos da RDC 786 na assinatura eletrônica”, focando nas equipes de Tecnologia de Informação dos associados. O material atua como um guia no desenvolvimento de soluções de assinaturas digitais com as equipes internas ou fornecedores externos e pode ser baixado gratuitamente no site da entidade.

A Abramed tem como missão promover a excelência e a segurança na prestação de serviços diagnósticos, visando sempre o bem-estar dos pacientes e a qualidade dos resultados oferecidos pelos laboratórios. “Nesse contexto, a definição de diretrizes claras e atualizadas sobre as modalidades de assinatura eletrônica é essencial para garantir a segurança jurídica, a integridade dos documentos médicos e a interoperabilidade dos sistemas de informação em saúde”, ressalta Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Segundo ela, a entidade está comprometida em colaborar ativamente com as autoridades competentes e demais stakeholders do setor para contribuir com a construção de um marco regulatório adequado e eficaz, alinhado às necessidades e às melhores práticas do segmento de medicina diagnóstica no Brasil.

Abramed lança pesquisa sobre o uso de Inteligência Artificial na medicina diagnóstica

O propósito é fornecer insights para a tomada de decisão estratégica e ações de advocacy em defesa do setor

9 de maio de 2024 – A Inteligência Artificial (IA) tem se destacado como uma poderosa aliada na área da saúde, otimizando tanto procedimentos clínicos quanto administrativos e operacionais. Diversas empresas da área de medicina diagnóstica têm implementado soluções baseadas em IA para aprimorar seus serviços e oferecer um atendimento mais eficiente e personalizado aos pacientes.

Comprometida com o desenvolvimento e a regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) desenvolveu a pesquisa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”. Seu propósito é fornecer insights para a tomada de decisão estratégica e ações de advocacy em defesa do setor, especialmente com relação ao Projeto de Lei 2.338/2023, que regula o uso da IA no país e está em discussão no Congresso Nacional. A tramitação deste PL é de extrema importância à Abramed e seus associados.

A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa com um questionário estruturado, aplicado em 30 laboratórios privados, que representam 65% de todos os exames realizados na Saúde Suplementar no Brasil. Segundo o documento, o uso da IA impacta mensalmente um número significativo de pacientes, variando de 10 mil a 140 mil, dependendo do porte e capacidade dos laboratórios. 

Nos procedimentos clínicos, de acordo com percepção dos entrevistados, a IA permite a melhora da experiência do paciente, com a priorização de laudo por médicos radiologistas na suspeita de casos urgentes. Para os algoritmos de IA que atuam como triagem de casos de urgência, o que faz mais sentido é o algoritmo analisar o exame assim que ele é realizado, para ganhar tempo.

Entre os principais procedimentos clínicos beneficiados pelo uso de IA estão a Tomografia Computadorizada (TC) de Crânio para diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC); a Ressonância Magnética para análise de volumetria cerebral, identificação de escore de cálcio em TC de tórax de rotina, quantificação de gordura abdominal e idade óssea; e o Raio-X de Tórax. Nestes casos, algoritmos de IA são empregados para analisar imagens médicas com precisão e rapidez, auxiliando os profissionais de saúde no diagnóstico precoce e na tomada de decisões mais assertivas.

Além disso, a aplicação de Processamento de Linguagem Natural (NLP) tem sido fundamental na interpretação de laudos médicos e prontuários, automatizando tarefas de leitura e identificação de informações relevantes. Essa tecnologia também é utilizada na gestão de agendamentos, filas e liberação de resultados de exames, proporcionando uma experiência mais fluida e eficiente tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.

No âmbito administrativo e operacional, a IA tem se mostrado igualmente imprescindível. A leitura automatizada de carteirinhas de planos de saúde facilita o processo de agendamento de exames, eliminando burocracias e reduzindo o tempo de espera dos pacientes. Além disso, a aplicação de NLP na leitura de prontuários médicos contribui para a melhoria da jornada do paciente, garantindo uma comunicação mais clara e eficaz entre os diversos profissionais envolvidos no seu tratamento.

A pesquisa revelou que a maioria das tecnologias de IA utilizadas é desenvolvida por terceiros (80%), enquanto apenas 20% são desenvolvidas internamente, geralmente por grandes laboratórios. Os fornecedores de IA são tanto nacionais quanto internacionais, com uma ligeira predominância de empresas multinacionais.

Apontamentos e contribuições

Segundo o documento, é necessária uma abordagem regulatória principiológica para o uso da IA na saúde, respeitando princípios como transparência, justiça, equidade e responsabilidade. É crucial o diálogo entre o setor da saúde e as agências regulatórias para estabelecer normativas que garantam a segurança e eficácia da IA.

Também é destacada a necessidade de regulamentação específica para garantir a qualidade e a segurança dos procedimentos assistenciais que utilizam IA, enquanto se defende a autonomia do profissional de saúde na tomada de decisão.

“As evidências apresentadas na pesquisa servem como contribuição, por exemplo, para que o PL 2338/2023 seja alterado profundamente, especialmente no que diz respeito ao enquadramento das aplicações de IA no setor da saúde como sendo de alto risco, independente dos dados que são utilizados e a sua área de atuação, já que existe uma vasta possibilidade de utilização no campo administrativo e operacional”, destaca Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Por fim, existem as questões técnicas específicas do desenvolvimento do algoritmo relacionadas à qualidade da distribuição, composição e representatividade dos dados, assim como análise de bias, também chamado de viés, que se refere a uma tendência sistemática do modelo de IA para produzir resultados imprecisos, injustos ou incorretos devido a certos preconceitos ou desequilíbrios nos dados de treinamento. Nesse sentido, é preciso conectar as referências e trazer o olhar da ciência aplicada e da segurança do paciente na formatação final do uso dessas aplicações na medicina.

Acesse aqui a pesquisa completa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”.

6ª edição do Painel Abramed terá capítulo exclusivo com análise do mercado da medicina diagnóstica no país

Incluindo dados regionalizados dos exames, a publicação ampliará sua relevância para todos os stakeholders da saúde

A 6ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, anuário produzido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), está em produção e trará algumas novidades. A publicação, que já é uma referência, traz um panorama único do setor de medicina diagnóstica nacional, consolidando indicadores que contribuem para a visibilidade do setor e a tomada de decisões.

Uma das novidades desta edição é a inclusão de um capítulo exclusivo dedicado à análise de mercado da medicina diagnóstica no país, englobando saúde suplementar e pública, com dados regionalizados dos exames, tornando o documento ainda mais relevante, inclusive para balizar pautas de imprensa. Ele substitui o capítulo “Sistemas de Saúde”, publicado na 5ª edição.

A estrutura do 6º painel Abramed é delineada para proporcionar uma perspectiva ampla e detalhada da área. São cinco capítulos: Demografia e Conjuntura Econômica; Panorama do Setor de Saúde; Medicina Diagnóstica no Brasil; o próprio Painel Abramed; e, por fim, ESG e Medicina Diagnóstica, explorando as conexões entre práticas sustentáveis e a entrega de serviços de saúde de alta qualidade. Esses dois últimos trazem dados específicos das associadas.

“O Painel Abramed é uma publicação de destaque, reconhecido por sua alta relevância, sendo uma fonte de informações para os diversos atores envolvidos na cadeia, desde investidores interessados em entender o mercado, até empresas e prestadores de serviços que desejam se manter atualizados sobre o desenvolvimento do setor. Sua reputação como referência é indiscutível”, declara Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Outro diferencial desta edição é a implantação de uma nova metodologia de coleta de dados por meio de uma plataforma, desenvolvida em parceria com a Controllab, que promete aperfeiçoar o processo em todos os aspectos: segurança, agilidade e eficiência. “Inicialmente, teremos uma versão intermediária do sistema, funcionando de maneira semelhante a uma enquete. No próximo ano, se tudo ocorrer conforme o planejado, a plataforma será aprimorada, apresentando maior sofisticação, rastreabilidade e capacidade de gerenciamento. Este é apenas o primeiro passo rumo a um processo mais refinado e eficaz”, explica Bruno Santos, coordenador de inteligência de mercado da Abramed e líder do projeto. 

Vale destacar o compromisso da Abramed com a segurança dos dados, sua legitimidade é assegurada por meio da rastreabilidade e garantia da origem lícita das informações. Medidas robustas de cibersegurança são implementadas, incluindo planos de prevenção e contingência para proteger os dados contra ameaças digitais. “A propriedade dos dados anonimizados coletados pela Abramed é preservada, garantindo a privacidade e a confidencialidade. Além disso, seu processamento e divulgação são conduzidos de acordo com princípios da ética médica e empresarial”, acrescenta Santos.

Para supervisionar todo esse processo, está sendo estabelecido um Comitê Gestor, coordenado pela Abramed. Sua responsabilidade é garantir que todos os passos da produção do Painel sejam implementados de forma eficaz e que os objetivos propostos sejam alcançados. Os líderes de tecnologia das associadas estão convidados a fazer parte. 

“A medicina diagnóstica desempenha um papel fundamental no setor de saúde do Brasil, que por sua vez é de grande importância para a economia nacional. Por isso, ao fornecer dados concretos, que permitam a tomada de decisões fundamentadas, o Painel Abramed torna-se um impulsionador da melhoria em toda a cadeia da saúde”, ressalta Ademar Paes Junior, membro do Conselho de Administração da Abramed e coordenador do Painel.

A entidade representa empresas de análises clínicas, anatomia patológica, genética e radiologia e diagnóstico por imagem, responsáveis por aproximadamente 65% dos exames realizados na saúde suplementar e 33% dos exames realizados em todo o Brasil. As empresas associadas geram mais de R$ 25 bilhões em faturamento e empregam mais de 107 mil colaboradores.

O lançamento da 6ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico ocorrerá em agosto.

Casos de dengue têm alta de 11% e casos de covid-19 caem 33% na rede privada

Os dados são dos laboratórios associados à Abramed, cujos associados representam 65% do volume de exames realizados na saúde suplementar no Brasil

19 de abril de 2024 – Tanto o número de exames de dengue quanto os resultados positivos aumentaram 11% na rede privada, na comparação entre a semana de 31 de março a 6 de abril e a semana de 7 a 13 de abril. A quantidade de exames realizados passou de 72.507 para 80.554, enquanto os positivos foram de 24.053 para 26.730.

Esses números foram os maiores registrados nas últimas seis semanas, de 3 de março a 13 de abril, segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Nas últimas seis semanas, foram realizados 436.785 exames de dengue, com taxa de positividade média ponderada de 31,3%, indicando que aproximadamente um terço dos exames resultaram positivos para a doença. 

Já os casos de covid-19 registrados na rede privada caíram 33% na comparação entre a semana de 31 de março a 6 de abril e a semana de 7 a 13 de abril, passando de 808 resultados positivos para 542. A quantidade de exames também reduziu: foi de 18.357 para 16.562, representando uma queda de 10% na comparação entre as semanas.

No mesmo período, foram realizados 132.714 exames de covid-19, com taxa de positividade média de 10,9%, totalizando 14.493 positivos. Desde o começo de março, o número de positivos em testes de covid-19 vem diminuindo gradativamente.

Prezando pela precisão e qualidade dos resultados, a Abramed defende que os exames sejam feitos em laboratórios clínicos. Vale lembrar que os associados enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública.

Business Intelligence aprimora jornada do paciente através da análise de dados

O BI gera insights, permite customização das informações para as equipes operacionais e acelera análises críticas

18 de abril de 2024 – Já parou para pensar que a análise inteligente de dados tem o poder de salvar vidas? Esse é um dos papéis do Business Intelligence (BI) na área de saúde, que vem transformando a forma de lidar com as informações dos pacientes. Mais que uma ferramenta, o BI faz parte de um conjunto de estratégias de gestão capazes de transformar grande quantidade de dados em informações valiosas.

Na medicina diagnóstica, isso significa: compreensão mais profunda das operações e das condições de saúde dos pacientes, além de uma prestação de cuidados mais eficaz. “O diagnóstico precoce e o entendimento dos riscos associados a cada situação clínica permitem sugestões assertivas que melhoram a jornada do paciente”, explica Flávia Helena, gerente sênior da área de inteligência da qualidade – Torre Médica Técnica Negócios em Hospitais e Novos Elos do Grupo Fleury, associada Abramed.

Funciona assim: a partir de repositório de dados geridos pela TI, as informações são organizadas e apresentadas às equipes através de painéis interativos customizados com alta granularidade de informações, o que favorece correlações, benchmarking e análise de causa raiz. Esses insights acionáveis são importantes para uma cultura data driven, o que gera conhecimento e aprendizado organizacional através de melhorias, oportunidades e identificação de criticidades de forma mais ágil. 

“A acessibilidade aos dados e a geração de ideias que viram ações concretas nas operações são importantes aspectos na melhoria da qualidade. Cada vez mais, recursos de BI serão conectados com sistemas operacionais e analíticos para acelerar a disponibilização de informações ‘já tratadas’ para as equipes. No caso da rotina médico-técnica, isso contribui para aprimoramento de fluxos, processos e sinalização de criticidades para suporte à decisão”, destaca Flavia.

Por exemplo, na Torre Médica e Técnica do Grupo Fleury, a equipe de Quality Intelligence foca em indicadores de qualidade e conformidade com normas técnicas. “Através de design empático e guidelines oriundos de certificações/acreditações como CAP ISO 15.189, implementamos um modelo de gestão denominado ‘razão e sensibilidade’, em que indicadores hard e soft se encontram para engajar os times de diagnóstico na identificação de causas raiz e oportunidades de melhoria na experiência dos pacientes. Indicadores de orgulho, criados em colaboração com as equipes, reforçam a cultura de qualidade e segurança”, salienta.

A área da saúde é rica em dados e guidelines, portanto, as normas técnicas devem permear toda a construção de portfólio de indicadores e soluções data driven. O BI amplia o potencial de visualização de dados, de geração de insights e de aceleração de análises críticas na jornada do paciente. Ciclos contínuos de melhoria são essenciais, e o registro dessas melhorias é fundamental para gerar conhecimento e aprimorar as práticas das equipes.

A interpretação precisa dos dados requer expertise técnica, enquanto a integração de diversos conhecimentos é valorizada para alinhar processos às necessidades dos pacientes. Promover a comunicação e o compartilhamento de propósito entre as equipes é essencial para fortalecer a interdisciplinaridade e melhorar o trabalho em equipe.

“O uso de BI, junto com outras ferramentas de gestão e uma comunicação efetiva sobre nossa essência como organização, reforçam o engajamento dos times. BI sozinho não faz plano de ação: o engajamento emocional através de métricas afetivas e efetivas é essencial para converter estudos em ação e gerar impacto positivo no paciente, promovendo um ciclo virtuoso do dado à ação”, afirma Flavia.

Potencialidades de uso na rotina da medicina diagnóstica

O uso de tecnologias de BI e análise de dados na medicina diagnóstica oferece uma série de potencialidades para aprimorar a rotina médica. Primeiramente, essas ferramentas possibilitam uma governança mais eficiente dos dados, garantindo sua qualidade, integridade e segurança, aspectos cruciais para a confiabilidade dos resultados diagnósticos. Além disso, permitem análises detalhadas dos dados, proporcionando uma compreensão mais profunda dos padrões e tendências nos resultados dos exames.

Outro benefício é a capacidade de identificar anomalias operacionais, como falhas nos processos de coleta ou interpretação de dados, permitindo uma intervenção rápida para correção. A integração dos recursos de BI às plataformas e sistemas operacionais agiliza a disponibilização de informações de qualidade para apoio à decisão clínica. 

Além disso, a análise de dados históricos permite a simulação de cenários e condições, tanto descritivas quanto preditivas, gerando alertas de criticidade e relevância na gestão das operações e na coordenação do cuidado. Essa capacidade de prever possíveis desfechos clínicos e antecipar problemas permite uma intervenção proativa, influenciando desde o pré até o pós-analítico.

Desafios e como vencê-los

Alguns dos desafios ao implementar sistemas de BI em laboratórios de medicina diagnóstica incluem: garantia da qualidade dos dados, escolha da ferramenta adequada, validação e integração do sistema, segurança da informação, equilíbrio entre investimento e retorno, além de garantir conformidade com guidelines/normas pertinentes, entre outros.

“A experiência mostrou que o planejamento da jornada da implantação de sistema em BI se fortaleceu a partir dos direcionadores de cultura de excelência, qualidade e foco no paciente – o que por sua vez exigiu muito aprendizado a partir de guidelines, normas e referências CAP e CAP ISO 15.189, entre outros”, acrescenta. 

Segundo Flavia, promover uma cultura de qualidade, excelência e foco no paciente é essencial para uma jornada data driven na saúde. Isso pode ser alcançado por meio de projetos estruturantes que organizem os dados e incentivem uma abordagem colaborativa e orientada para resultados ‘fim’ (impactos na experiência do paciente). Além disso, o desenvolvimento do letramento em saúde e em dados colabora para que todos os envolvidos no processo compreendam a importância que os times desempenham na experiência dos pacientes.

As parcerias entre empresas de tecnologia e instituições são cruciais para o desenvolvimento de novas soluções e sua devida validação. Interoperabilidade, jornada do paciente e coordenação de cuidados são exemplos de temas que trazem necessidades de inovação tecnológica. De acordo com Flavia, elas precisam ser devidamente validadas e alinhadas às necessidades clínicas e de excelência do cuidado.

“A Abramed desempenha um papel fundamental nesse cenário, fortalecendo a comunidade de associados, orientando discussões sobre questões regulatórias e conectando parceiros ao longo da jornada do paciente. Além disso, a entidade promove a disseminação de conhecimento, oportunidades de cocriação e codesenvolvimento, reforçando a excelência na prática médica e garantindo que o conhecimento médico e técnico seja colocado a serviço dos pacientes e da sociedade”, salienta Flavia.

O avanço do Business Intelligence na saúde significa mais do que apenas uma mudança tecnológica. Ele está transformando a maneira como lidamos com os dados dos pacientes, habilitando cuidados de saúde mais precisos e eficazes. Enfrentar os desafios dessa implementação requer uma cultura organizacional focada na qualidade e no bem-estar do paciente.

Abramed promove summit sobre transformação digital durante a Hospitalar 2024

Programação traz debates e palestras sobre desafios regulatórios e oportunidades para o uso da Inteligência Artificial na saúde

18 de abril de 2024 – No primeiro dia da Feira Hospitalar, que ocorre entre os dias 21 e 24 de maio de 2024, no São Paulo Expo, será realizado o Summit Abramed, da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, com o tema “Transformação Digital na Saúde: Como a Inteligência Artificial está moldando o futuro do cuidado”. O encontro acontecerá na Sala 209 do mezanino, das 14h30 às 18h00, e reunirá profissionais e especialistas do setor para discutir os avanços e desafios dessa revolução tecnológica no setor. 

O primeiro debate, com o tema “Desafios e Oportunidades para o uso de Inteligência Artificial na saúde”, discutirá como o uso da IA na saúde pode levar a avanços significativos na prestação de cuidados, como aumento da eficiência operacional, diagnósticos precoces e mais precisos, além de personalização do tratamento. Participarão Adriana Costa, managing director da Siemens Healthineers Brazil, e Rodrigo Demarch, chefe de Inovação no Hospital Albert Einstein, sob moderação do sócio da Clínica Imagem e membro do Conselho de Administração da Abramed, Ademar Paes Jr.

O segundo debate, “Desafios regulatórios da Inteligência Artificial na saúde”, abordará as políticas e regulamentações que promovem a inovação responsável, ao mesmo tempo em que protegem os interesses e direitos dos pacientes e garantem que a IA na saúde seja utilizada de forma ética e equitativa. Participarão Guilherme Forma Klafke, líder de Projetos no Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação na FGV; Fábio Cunha, membro do Grupo de Trabalho em Inteligência Artificial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); Marcelo Abreu, radiologista do Grupo Sir; e Rogéria Leoni Cruz, diretora jurídica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Proteção de Dados da Abramed, que irá moderar a discussão.

A abertura e o encerramento ficarão por conta de Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, reforçando o compromisso da entidade com a promoção do conhecimento. “Neste momento de avanços tecnológicos rápidos e constantes, é fundamental que estejamos na vanguarda das discussões sobre como essas inovações podem ser aplicadas de forma eficaz em nosso setor. A IA oferece oportunidades sem precedentes para melhorar a eficiência operacional, realizar diagnósticos mais precisos e personalizar o tratamento de cada paciente”, ressalta Milva.

A Abramed estará com estande institucional, na rua B-137, durante os quatro dias de evento. 

Serviço:

Summit Abramed na Hospitalar 2024

Data: 21 de maio

Horário: das 14h30 às 18h00

Local: São Paulo Expo, sala 209, mezanino

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Abramed contribui para consultas públicas sobre ambiente regulatório e proteção de dados na saúde

A atuação da entidade reflete seu compromisso com a segurança dos pacientes e o avanço da medicina diagnóstica no Brasil

18 de abril de 2024 – Comprometida com a regulamentação da cadeia de saúde e os princípios éticos, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) tem participação ativa em consultas públicas do governo, colaborando para a construção de um ambiente propício ao desenvolvimento tecnológico, à qualidade dos serviços e à garantia do acesso universal aos exames diagnósticos, sempre com foco no bem-estar e na saúde dos brasileiros.

Entre as consultas mais recentes está a “Estratégia Nacional de Boas Práticas Regulatórias”, iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) que busca estabelecer prioridades, coordenar esforços, alocar recursos de forma eficiente e responder proativamente a desafios e oportunidades. O objetivo é criar uma política de Estado de longo prazo, um dos motivos do total apoio da Abramed. 

“Defendemos firmemente uma contínua melhoria das práticas regulatórias no país, visando promover um ambiente de negócios mais competitivo e proporcionar maior segurança jurídica. No entanto, essa busca pela melhoria não deve comprometer o que já está funcionando eficientemente para o setor de saúde, afinal, o setor já é regulado pela ANS e pela Anvisa”, declara Rafael Fonseca, coordenador de Relações Governamentais da Abramed. 

A entidade contribuiu em todos os pontos relevantes, desde a definição do objetivo geral até os objetivos estratégicos da Estratégia Nacional. Especificamente, focou em áreas-chave, como sensibilização, comunicação e engajamento, desenvolvimento de capacidades institucionais, gestão de conhecimento, simplificação regulatória, fomento à inovação, transparência e participação social, cooperação, entre outros. O resultado esperado é um ambiente regulatório mais saudável, junto com a implementação de mecanismos técnicos de avaliação regulatória.

No campo da regulação, foi amplamente discutida a análise de impacto regulatório (AIR), que consiste em estudar os impactos de uma nova regulação antes e depois de sua implementação, permitindo uma abordagem baseada em evidências e ciência. Segundo Fonseca, isso é fundamental para embasar políticas públicas e compreender os efeitos das regulamentações após sua implementação. 

“A Abramed está bem-posicionada para colaborar com o desenvolvimento dessa estratégia, dada sua ampla experiência regulatória no Brasil e presença nacional. As diferentes realidades dentro do território nacional implicam em abordagens regulatórias distintas para os associados da entidade em diferentes partes do país, tornando sua participação ainda mais relevante e necessária”, salienta o coordenador.

Fonseca diz, ainda, que a contribuição da Abramed é ainda mais significativa, pois a medicina diagnóstica está no ponto final da cadeia, conectando-se com outros atores do sistema e sendo responsável por uma parte crucial da jornada do paciente. “Portanto, temos uma visão abrangente e transversal do setor, abarcando todos os elos”, defende.

Proteção de dados

Outra consulta pública que teve participação ativa da Abramed foi sobre o estudo preliminar para a minuta do Guia de Anonimização e Pseudonimização para a proteção de dados pessoais (LGPD). Este guia aborda os aspectos jurídicos, técnicos e operacionais da anonimização de dados pautados no risco de reidentificação, além de trazer em seu apêndice o caderno de técnicas e estudo de casos. 

Segundo Luiza Teotônio, advogada da equipe de Direito e Inovação do Machado Nunes, assessoria jurídica parceira da Abramed, embora haja ressalvas sobre a profundidade em certas questões, o destaque é a gestão contínua do risco de reidentificação dos dados pelos agentes envolvidos. No contexto da medicina diagnóstica, a perspectiva é que, ao gerenciar adequadamente esse risco, os pacientes possam se sentir mais confiantes de que suas informações serão protegidas, mesmo diante de avanços tecnológicos e estudos colaborativos.

O guia pode contribuir para avanços na medicina uma vez que dados anonimizados não são considerados dados pessoais. Isso permite seu uso em estudos e iniciativas de prevenção de doenças e promoção da saúde. No entanto, há uma preocupação com a falta de clareza da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) sobre a compatibilidade do uso posterior desses dados anonimizados com o propósito original da coleta. 

Esta incerteza pode gerar insegurança jurídica, dificultando avanços em pesquisas para o bem-estar dos pacientes. Portanto, é necessário que o texto do guia esclareça melhor esse ponto, explicam Caroline Rocabado, coordenadora jurídica, Fernanda Tudor, advogada de proteção de dados, e Caroline Ranzani, gerente executiva de relações governamentais e líder do Comitê Jurídico da Abramed, todas da Dasa, associada à entidade.

A relação entre os requisitos legais de anonimização de dados e as práticas clínicas na medicina diagnóstica é complexa. Atualmente, a legislação nacional não detalha esses requisitos, então as práticas clínicas devem seguir diretrizes internacionais e considerar estudos preliminares. Segundo a LGPD, dados anonimizados não são considerados pessoais, a menos que a reversão da anonimização seja possível com meios próprios ou mediante esforços razoáveis.

No entanto, o estudo preliminar não aborda adequadamente o risco de reidentificação de dados com novas tecnologias, como inteligência artificial. Isso gera incerteza sobre se o uso dessas tecnologias e o risco de reversão podem ser considerados dentro dos parâmetros legais. “É um desafio normativo que exige equilíbrio entre os benefícios desses sistemas e a necessidade de proteger a inovação, especialmente na área da saúde. É importante resolver essa tensão para aproveitar os benefícios das tecnologias enquanto se protege a privacidade e os interesses dos pacientes”, explica Luiza.

Não há uma técnica universalmente eficaz de anonimização de dados. A LGPD não especifica métodos, deixando a criação de processos adequados a cada contexto para garantir a compatibilidade e a segurança jurídica. “Para fornecer orientações mais condizentes com o mercado de saúde, é fundamental que a autoridade considere os diferentes tipos de dados e as tecnologias mais avançadas, como AI, para mitigar o risco de reidentificação”, explicam as representantes da Dasa.

De acordo com Luiza, para garantir a conformidade com o guia de anonimização da ANPD e a LGPD, as instituições de medicina diagnóstica devem adotar práticas como manter a rastreabilidade das informações anonimizadas e pseudonimizadas, gerenciando periodicamente o risco de reidentificação. É crucial selecionar técnicas de gestão de risco adequadas ao processo de anonimização utilizado, priorizando aquelas que oferecem maior precisão nos resultados de probabilidade de reversão do processo de anonimização.

“Equipes multidisciplinares são essenciais para traduzir normas jurídicas em métodos estatísticos e implementar soluções técnicas que garantam o cumprimento dos requisitos normativos. Recomenda-se manter registros detalhados das análises e processos de anonimização e pseudonimização, além dos resultados de risco apurados, para garantir que o risco de reidentificação permaneça abaixo do nível aceitável”, acrescenta Luiza.

A Abramed espera que a ANPD forneça parâmetros mais claros para o setor de medicina diagnóstica sobre o uso legítimo das informações no contexto clínico, em harmonia com a inovação e os direitos dos titulares. “A expectativa é de que o lançamento do guia definitivo traga resultados mais tangíveis e elementos elucidativos essenciais para o setor”, expõe a advogada da equipe de Direito e Inovação do Machado Nunes.

A terceira consulta pública também está ligada a esse tema e refere-se à “Tomada de Subsídios sobre os direitos dos titulares”, uma importante iniciativa da ANPD para permitir a contribuição dos entes da sociedade na construção de mecanismos para o exercício de direitos relacionados à proteção de dados pessoais.

Assuntos importantes incluem anonimização ou exclusão de dados, portabilidade e consentimento. No setor de medicina diagnóstica, esses temas são relevantes devido ao tratamento de dados sensíveis e à regulamentação rigorosa. Alguns direitos dos titulares, como anonimização/exclusão, podem conflitar com normativas de tempo de guarda da Anvisa e leis de digitalização de prontuários médicos. 

“Conscientizar os titulares sobre essas limitações é fundamental para cumprir obrigações legais/regulatórias”, expõe Leila dos Santos Paulino, gerente jurídica do Grupo Fleury, associada da Abramed.

Na portabilidade de dados, é importante definir padrões a serem seguidos por todos os atores da cadeia, sejam eles públicos ou privados. A Abramed defende a difusão de uma padronização universal de interoperabilidade, como o LOINC, modelo internacional de terminologia para procedimentos de diagnóstico laboratorial, de imagem médica e outros, contribuindo de forma efetiva com o controle epidemiológico da população.

Já o consentimento é essencial para controle sobre os dados pessoais, trazendo segurança jurídica, mas sua revogação pode ter impactos importantes. É necessário estabelecer que a revogação só cessa o tratamento de dados consentidos após manifestação expressa do titular, não automaticamente. “A eliminação de dados após revogação deve requerer solicitação formal do titular, especialmente em casos de pesquisa, onde a eliminação pode afetar resultados e gerar insegurança jurídica”, expõe Leila.

Para colaborar com o tema, a Abramed reuniu todas as contribuições de seus associados, observando os principais aspectos que afetam as atividades de medicina diagnóstica. Os próximos passos serão conduzidos pela ANPD, na avaliação das contribuições a fim de que se possa elaborar uma norma que regule os direitos dos titulares de dados pessoais. A elaboração de tal norma está prevista na agenda regulatória do órgão, para o biênio 2023/2024. 

Com um olhar atento às necessidades dos pacientes e à evolução tecnológica, a Abramed reitera seu compromisso em colaborar para práticas regulatórias sólidas e éticas, mantendo-se ativa em iniciativas que envolvam a sustentabilidade da cadeia de saúde.

Envelhecimento saudável: como a gestão eficiente dos serviços em saúde ajuda a promover qualidade de vida

Por Milva Pagano*

O mundo está passando por uma mudança demográfica significativa, com o envelhecimento da população emergindo como uma realidade inegável do século XXI. Esta transformação traz uma série de desafios e oportunidades para a sociedade em diversas esferas. Nesse contexto, a gestão eficiente dos serviços em saúde é indispensável na promoção do envelhecimento saudável e digno para todos os indivíduos.

De acordo com dados apresentados na 5ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, é previsto que a proporção de idosos (+60) no Brasil atinja até 33% da população antes do esperado (2060), impactando significativamente diversos setores. Além disso, o país está testemunhando uma transição epidemiológica, com o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em detrimento das doenças infecciosas.

Esse aumento coloca uma pressão crescente sobre os sistemas de saúde em todo o mundo. Estima-se que a demanda por serviços de diagnóstico cresça 96% até 2050, o que requer infraestrutura adequada, tecnologia avançada e profissionais capacitados para realizar o atendimento com qualidade. Também importante reavaliar o modelo praticado, para que seja mais direcionado a medidas preventivas.

Portanto, a gestão em saúde, como um conjunto de práticas, estratégias e políticas utilizadas para administrar eficazmente os recursos e serviços do setor, visa melhorar a qualidade do atendimento, a eficiência dos sistemas e, consequentemente, os resultados para a população.

Em primeiro lugar, o planejamento estratégico deve considerar as demandas específicas, como o aumento das doenças crônicas, a necessidade de cuidados de longo prazo e a promoção da saúde preventiva. Ele também deve contemplar a alocação de recursos adequados para atender a essas demandas de forma eficiente.

A gestão de recursos humanos torna-se ainda mais importante nesse cenário, uma vez que são necessários profissionais capacitados e sensíveis às necessidades dos idosos. Isso inclui não apenas médicos e enfermeiros, mas também profissionais especializados em geriatria, cuidadores de idosos e outros que possam oferecer cuidados personalizados.

Também é essencial garantir uma gestão eficaz dos recursos financeiros disponíveis, buscando maximizar a eficiência dos serviços prestados. Na questão de qualidade, convém implantar protocolos de atendimento específicos para idosos, prevenir eventos adversos e promover qualidade de vida.

Além disso, é importante compartilhar informações entre diferentes prestadores de serviços de saúde, usar tecnologias de informação e de comunicação e sistemas de registro eletrônico de saúde, integrando toda a cadeia. Por fim, a abordagem deve levar em consideração não apenas as necessidades de saúde física, mas também bem-estar emocional, social e psicológico. 

Isso quer dizer que a gestão adequada em serviços e instituições de saúde no contexto do envelhecimento populacional exige uma abordagem multifacetada e adaptativa, que leve em consideração as necessidades específicas dos idosos e busque garantir uma prestação de cuidados de qualidade e centrada no paciente.

A medicina diagnóstica emerge como um pilar fundamental na resposta a esses desafios. Ao investir em tecnologia e melhoria de processos, priorizando a excelência operacional, a ética em suas atividades e a conformidade regulatória, as empresas do setor estão contribuindo para a construção de uma saúde mais sustentável e responsável em relação às necessidades da população.

Dessa forma, é fundamental que governos, instituições de saúde e empresas do setor, bem como outros stakeholders, continuem a colaborar e investir em pesquisa, infraestrutura e conscientização para garantir que o envelhecimento seja vivenciado de forma saudável e digna. O futuro da saúde depende da capacidade de antecipar, diagnosticar e tratar doenças de forma eficaz, tendo a gestão eficiente como aspecto central nesse processo, contribuindo para um futuro mais longevo e sadio para todas as gerações.

*Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed)

17/04/2024