Líderes dos comitês da Abramed se reúnem para debater temas transversais focando a atuação conjunta

A partir desse encontro, haverá um canal de comunicação entre os comitês para facilitar a condução dos projetos.

A Abramed promoveu, no dia 13 de abril, um encontro com as lideranças de seus comitês para discutir ética, compliance, sustentabilidade do setor da saúde, regulação e outros temas transversais. 

“A partir desse encontro, poderemos criar grupos de trabalho com membros de mais de um comitê, para que possam contribuir entre si e facilitar a condução dos projetos”, disse Milva Pagano, diretora-executiva da associação, que moderou o debate. 

Os líderes se apresentaram e debateram sobre os principais temas e projetos de seus comitês, buscando alinhamento com outros. Sobre o Comitê de Comunicação, Milva salientou a importância de apoiar a campanha Saúde Sem Fraude, da FenaSaúde, e a atuação deste comitê no trabalho de conscientização e educação a respeito de boas práticas para orientar o paciente no uso adequado do sistema de saúde. 

A Abramed não estimula a solicitação de exames desnecessários, e sim a utilização correta e consciente do sistema de saúde. Esse tema tem alinhamento com outros comitês, como o de Governança, Ética e Compliance (GEC) e o de Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa (ESG).

Andrea Pinheiro (Sabin), uma das líderes do Comitê de Comunicação, disse ser importante englobar os associados de grande e pequeno porte nessas discussões, mostrando que a Abramed tem um trabalho sério de racionalizar o serviço de saúde. “Grandes empresas estão demitindo colaboradores por participarem de atividades fraudulentas relacionadas aos planos de saúde. O assunto tem ocupado as páginas policiais, o que é muito ruim para o setor”, apontou.

William Malfatti (Fleury), também líder do Comitê de Comunicação, disse que boa parte da sinistralidade do segmento acabou se formando no mercado de reembolsos assistidos e devido ao uso inadequado do plano. “Precisamos fazer essa mobilização por questão de sobrevivência, não apenas dos planos, mas nossa também”, observou.

Nessa questão, ele acredita ser importante envolver a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e a Associação Médica Brasileira (AMB), além de fazer parceria com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), para que apliquem punições aos infratores. 

“Essas entidades podem negar o reembolso, descredenciar o médico que aderiu à prática, verificar qual é o laboratório e tomar as medidas adequadas. Assim, seremos mais efetivos e mostraremos a todos os agentes de saúde que há um olhar atento para a questão”, explicou Malfatti.

Tecnologias

O Comitê de GEC está atento, em se tratando da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), à questão da segurança e padronização no envio obrigatório de dados referentes a endemias e pandemias para secretarias municipais e estaduais. “Se não fornecemos, somos penalizados; se fornecemos, ficamos vulnerabilizados, devido à exposição de dados”, apontou o líder do grupo, Jair Rezini (Grupo Pardini).

A falta de integração entre os sistemas leva a outros temas sensíveis, como interoperabilidade e compartilhamento de dados. Na reunião, foi salientada a importância de a Abramed levar essa preocupação ao conhecimento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), para se engajarem pela melhoria.

A questão das notificações das doenças também é um assunto que envolve o Comitê de Análises Clínicas. “Se conseguirmos informatizar e padronizar, poderemos ajudar outros comitês que venham a ter a mesma dificuldade”, disse Alex Galoro (Grupo Sabin), um dos líderes desse comitê.

Outro ponto são as atualizações da tabela da Classificação Brasileira Hierarquizada de procedimentos médicos (CBHPM) quanto à codificação do TUSS e TISS. “Poderemos interagir com as sociedades científicas para fazer propostas de testes a serem retirados ou adicionados”, acrescentou Galoro.

Prioridade também é trabalhar a interoperabilidade e usar o padrão LOINC, mas isso envolve vários níveis, inclusive o governo, passando pelas empresas de sistemas. Nesse sentido, Milva adiantou que a Abramed vai criar mais um comitê, o de interoperabilidade.

A novidade do Comitê de Padrão TISS é a entrada em vigor da nova versão. Ele também está acompanhando, com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), uma sugestão de padronização para biometria facial que seja incorporada nas próximas  versões TISS.

Há ainda a criação de um possível grupo de trabalho sobre questões que envolvam faturamento. “Algumas operadoras de saúde querem mudar a forma de agrupar o lote de faturamento, tentando estabelecer o padrão de envio em formato único”, acrescentou Cláudio Laudiauzer (Sabin), líder desse comitê.

Já no Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, há dois assuntos que merecem atenção. Um deles é a eliminação do uso de filmes, em busca de soluções mais ecológicas, o que se relaciona ao Comitê de ESG. 

“Há um caminho longo a ser percorrido, porque as operadoras enxergam como uma forma de reduzir a remuneração, sendo que o investimento feito no sistema de imagens é muito maior do que o feito no processo de revelação dos filmes”, apontou Marcos Queiroz (Albert Einstein), um dos líderes do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. 

O segundo tema é a exigência legal sobre o prazo de armazenagem de exames de diagnóstico por imagem. A Abramed pode ajudar a partir de um posicionamento oficial, mas, para isso, entra o segundo ponto: por quanto tempo guardar o exame radiológico, já que é preciso investir em armazenamento em nuvem? É importante considerar que a discussão não tem a ver com os laudos, mas com as imagens, que ocupam um espaço consideravelmente maior. 

“Queremos trazer esse debate englobando os Comitês Jurídico, de Proteção de Dados e de ESG. Precisamos do respaldo deles ainda que lutemos por uma mudança na legislação”, disse Queiroz.

Uma sugestão consiste em elaborar um dossiê completo que contenha tanto uma avaliação dos prazos adequados para a guarda das imagens quanto uma análise técnica minuciosa. Esse dossiê poderia ser apresentado a um regulador legalmente habilitado para dispor sobre essa questão. No entanto, é importante destacar que esse trabalho exige uma abordagem multidisciplinar, com a participação de diferentes áreas, para que seja devidamente fundamentado.

Gestão de risco e pessoas

Por sua vez, o Comitê de ESG está focado nas maneiras de estimular as boas práticas e de ajudar o setor de saúde a ser mais transparente. Não fazer isso gera desperdícios e mau uso de recursos, tema que se conecta com sustentabilidade e questão social.

“Outro assunto é a gestão de riscos. As empresas precisam olhar não apenas para os riscos assistenciais, mas também para direitos humanos e mudanças climáticas. Como ampliar essa visão nas instituições de saúde?”, expôs Daniel Périgo (Grupo Fleury), líder do comitê de ESG.

Ele também citou a relevância dos temas da diversidade e da inclusão, que precisam ganhar mais força no setor da saúde, não incluindo somente a gestão interna de colaboradores, mas também o atendimento de pacientes, o preparo das equipes e as instalações. 

Sobre a atualização da RDC 302, Périgo disse que é necessário considerar o quanto isso pode trazer novas obrigações e pontos a serem considerados. “Precisamos ter um conhecimento mais homogêneo entre todos os comitês sobre esse tema.”

O Comitê de RH está trabalhando justamente a questão da diversidade e da inclusão, como comentou a líder Lucilene Costa (Grupo Fleury). “Estamos desdobrando esses temas falando também de PcD, grupos de afinidade, pessoas LGBTs, violência e etarismo, bem como debatendo o papel da empresa e seu olhar para a sociedade”, explicou.

Ela lembrou que os assuntos sobre reembolso assistido, judicialização e liminares trazem custo para a folha de pagamento, o que reafirma a importância de trabalhar a conscientização da população e de ter o apoio da FenaSaúde e da ANS.

Sustentabilidade e regulação

No Comitê Jurídico, há dois grandes temas em discussão: a sustentabilidade do setor, no qual se encaixa a campanha da conscientização de boas práticas para pacientes, e a regulamentação da saúde digital.

Além da RDC 302, ainda em andamento, outro assunto é o piso de enfermagem, que, segundo Caroline Ranzani (Dasa), uma das líderes do comitê, não terá uma solução muito rápida, pois o governo não vai regulamentar isso por medida provisória. No entanto, em paralelo, a Abramed já está trabalhando na criação de um novo código de Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Há, ainda, a questão da reforma tributária. “Se houver uma supertributação do setor, os usuários migrarão para o sistema público, que não tem capacidade de absorver a demanda”, disse Caroline.

“A Abramed tem atuado fortemente sobre esses temas juntamente a outras entidades do setor de saúde, envolvendo os seus comitês nos debates e nas ações necessárias”, complementou Milva.

Já o Comitê de Proteção de Dados tem importante interação com outros comitês, como RH, ESG e GEC, no que se refere a ética digital. Entre os pontos de discussão estão a proteção dos dados pessoais dos pacientes, o compartilhamento desses dados e a transparência na comunicação online. É importante que sejam desenvolvidas regras para prescrição eletrônica, prontuário único eletrônico e inteligência artificial. 

“E ainda estamos lidando com o novo Regulamento de Dosimetria e Aplicação de Sanções Administrativas, publicado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, em fevereiro, que aplica penalidades elevadíssimas dentro de um setor extremamente sensível. Afinal, dependemos de pessoas, e a maioria das falhas são humanas”, expôs Rogéria Cruz (Einstein), líder desse comitê.

Os focos do Comitê de Anatomia Patológica são a patologia digital, que exige um Termo de Consentimento do paciente para compartilhar informações; a responsabilidade técnica dos laboratórios em ter um médico responsável para receber amostras; e o transporte de material biológico, conforme explicou Cristovam Scapulatempo (Dasa), líder desse comitê.

Evolução dos comitês

Os Comitês da Abramed são grupos de trabalho compostos exclusivamente por associados. Cada Comitê tem uma liderança e um planejamento anual bem definido, atuando sob três eixos principais: benchmark/boas práticas, desenvolvimento de conteúdos e desenvolvimento de projetos aplicados.

“No ano passado, esses comitês foram reestruturados com base nesses eixos, seguindo um caminho de evolução constante. Agora, o objetivo é ir além e implantar ainda no primeiro semestre deste ano indicadores de desempenho para cada eixo. Isso permitirá uma melhor avaliação do trabalho realizado e também contribuirá para o aprimoramento contínuo das atividades desenvolvidas por eles”, finalizou Milva.

Abramed reforça parceria com IES para trabalhar autorregulação e ética

A associação é parte importante de um grupo de trabalho que tem a finalidade de identificar os principais riscos para a manutenção da integridade no setor de saúde.

A Abramed está reforçando sua parceria com o Instituto Ética Saúde (IES), da qual é conselheira consultiva, para contribuir no desenvolvimento do projeto de mapeamento de riscos e autorregulação.

O Instituto Ética Saúde é uma instituição independente cujo objetivo principal é promover um ambiente de negócios mais ético no setor, por meio de iniciativas e medidas que visam garantir a integridade e a transparência das atividades realizadas na área.

Seu Conselho de Administração é eleito entre quase 200 associados, que representam fabricantes, distribuidores, hospitais, laboratórios e outros setores. Além disso, o IES conta com um Conselho Consultivo, formado por entidades representativas de diversos elos da cadeia de valor, e com um Conselho de Ética, composto por indivíduos notáveis no terceiro setor, sem conflito de interesse.

Mapeamento de riscos e autorregulação

Um dos principais benefícios do Instituto Ética Saúde é unir, em um grupo de trabalho, as diversas entidades do setor, as quais, com experiência e conhecimento de mercado, conseguem identificar os principais riscos para a manutenção da integridade na área de saúde.

A partir dessa avaliação de riscos, o instituto propõe Instruções Normativas (INs), que servem como um importante instrumento de autorregulação do mercado, ajudando a mitigar tais riscos e promovendo os ajustes necessários. Além disso, como conselheiros, essas entidades ajudam a orientar as ações do Instituto Ética Saúde.

A autorregulação oferece uma vantagem significativa na rapidez de resposta aos riscos identificados. O IES, por exemplo, compila informações provenientes dos levantamentos de riscos no setor e do seu canal de denúncias, a fim de priorizar temas críticos. Em seguida, o Conselho de Ética é encarregado de elaborar uma instrução normativa para tratar desses pontos de atenção e mitigar os problemas encontrados.

“O grande instrumento acaba sendo a IN, que a Abramed e as outras entidades mais do que nunca são convidadas a nos ajudar a escrever, de forma dinâmica e sempre atual, a fim de mostrar o caminho que o mercado está percorrendo para mitigar ou prevenir os riscos”, diz Carlos Eduardo Gouvea, executivo de Relações Institucionais do IES.

Graças ao levantamento de riscos, foi possível publicar, em 23/09/2022, a Instrução Normativa nº 16 (5), que “adota e fomenta procedimentos para a adequada gestão dos riscos à transparência tributária e ética concorrencial relativos à aquisição e controle de produtos médicos e à prestação de serviços, de modo a desencorajar a retenção desleal de faturamento, e dá outras providências”.

O IES monitora e acompanha de perto propostas de projetos de lei relacionados à corrupção e à integridade no setor de saúde, contando com uma equipe jurídica dedicada a esse monitoramento constante.

“Estamos buscando fortalecer ainda mais essa atuação e envolver todo o nosso Conselho Consultivo, que inclui a Abramed. Reconhecemos a autoridade da entidade e entendemos que sua contribuição pode enriquecer ainda mais nossa atuação em prol da ética e da transparência no setor de saúde. Acreditamos na importância dessa interface e dessa permeabilidade para alcançarmos resultados efetivos na promoção da integridade e no combate à corrupção no mercado de saúde”, declara Filipe Venturini Signorelli, diretor-executivo do IES.

Gouvea acrescenta que é preciso empregar consideráveis esforços para alterar a direção do mercado e que existem duas maneiras de alcançar esse objetivo. A primeira é trabalhar em conjunto no levantamento de riscos. “A Abramed já fez boa parte do trabalho, e vamos continuar com outros laboratórios e até mesmo trazer outras entidades, como a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), para a discussão”, conta ele. Juntos, será possível construir um modelo de instrução normativa que seria uma referência para todo o mercado.

A segunda forma é agir em situações que indicam ilegalidade ou irregularidade, inclusive do ponto de vista concorrencial. Nessas ocasiões, pode-se contatar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Associação Nacional da Saúde (ANS) ou outras entidades competentes. “Esse trabalho não é fácil e nem rápido, mas precisa ser feito. O IES está disposto a trabalhar com a Abramed e outros parceiros do mercado laboratorial para alcançar esse objetivo”, reforça Gouvea.

Para Signorelli, a via produtiva de uma autorregulação se dá em médio e longo prazo. Quando o setor está bem trabalhado e autorregulado, com concorrência leal, a corrupção é muito menor.

De acordo com um estudo do IES, se houvesse menos corrupção e fraudes no Brasil, incluindo no setor privado, a saúde seria de 30% a 40% mais acessível e barata. “Embora esse benefício possa parecer intangível, ele é uma consequência direta da eliminação de más práticas e oportunismos no mercado. É por isso que os departamentos de compliance são tão importantes, pois as regras devem ser cumpridas para garantir que o setor esteja livre de más práticas e de estímulos à corrupção. O valor disso deve ser reconhecido pelos associados e pela sociedade em geral”, salienta Signorelli.

O instituto também conta com o Canal de Denúncias Ética Saúde (0800 741 0015 ou pelo site www.eticasaude.org.br), administrado pela International Consultants on Targeted Security (ICTS), especializada em gerenciamento de risco e compliance.

Uma denúncia pode envolver múltiplos denunciados, se um deles for associado do IES, terá um processo iniciado junto ao Conselho de Ética e será convidado a se defender. A decisão pode resultar em uma punição ou repressão em diferentes graus. Já com relação aos não associados, a situação é mais difícil, pois o instituto não tem poder de polícia para obrigá-los a se defender.

Abramed e Bracco realizam simpósio na JPR 2023

“Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?” é o tema da mesa-redonda que acontece dentro da programação do maior evento de radiologia da América Latina

Durante a 53ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR), a Abramed e a Bracco, parceira institucional da Associação, realizam o simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”. A JPR é o maior evento do setor da América Latina e o quarto maior do mundo. Estarão presentes 16 mil participantes, 3 mil expositores e 100 empresas do setor durante os dias de 27 a 30 de abril em São Paulo (SP).

O debate acontece no segundo dia de evento, dia 28, e reunirá Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco do Brasil; Gustavo Meirelles; vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Alliança Excelência em Saúde e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Márcio Sawamura, vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP. O simpósio acontece às 12h45, no hall E, sala R. 

O evento acontece às 12h45 no Hall E, sala R, do Transamérica Expo Center, onde acontece o evento. As inscrições podem ser feitas em https://jpr2023.org.br/.

Abramed na JPR

Ainda dentro da programação da JPR, acontece o painel “O futuro da medicina diagnóstica”. Moderado por Cesar Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade. Participam também Fábia Tetteroo-Bueno, CEO da Phillips Latin America; Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, e Romeu Domingues, presidente do Conselho de Administração da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões. O evento acontece, às 14h, no hall E, sala R. 

Um estande da Abramed também estará aberto para visitação durante todo o evento promovendo networking qualificado e mostrando aos participantes inovações na medicina diagnóstica. Vale lembrar que, 60% dos diagnósticos particulares realizados no Brasil são feitos por associados da entidade, mostrando a pertinência da sua presença no evento. 

Serviço

53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR)
Data: de 27 a 30 de abril
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo (SP)
Inscrições: https://jpr2023.org.br/
*Durante o evento, também acontece o 25º Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica (SLARP).

Programação Abramed na JPR

Simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”
Data: 28 de abril
Horário: 12h45
Local: hall E, sala R

Painel “O futuro da medicina”
Data: 28 de abril
Horário: 14h
Local: hall E, sala F

Abramed estará na JPR com estande institucional e painel sobre rumos para medicina diagnóstica

O futuro do setor será o tema do painel na tarde do segundo dia de evento; debates abrem a programação Abramed no evento

A Abramed estará, mais um ano, na Jornada Paulista de Radiologia (JPR), maior congresso do setor na América Latina e quarto maior do mundo. Na tarde do segundo dia de evento, que acontece de 27 a 30 de abril, a instituição promove o painel “Futuro da medicina”. Esta é a 53ª edição da JPR, que, este ano, deve abordar temas desafiadores, como regulação e acesso à Saúde. Nessas discussões, a Associação é um importante pilar, já que 60% dos diagnósticos particulares realizados no Brasil são feitos por associados da Abramed.

Moderado por Cesar Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, participam do painel Fábia Tetteroo-Bueno, CEO Phillips Latin America; Eliezer Silva, diretor-executivo do Sistema de Saúde Einstein, e Leonardo Vedolin, Vice-Presidente Médico da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões. 

O evento acontece às 14h, no hall E, sala F, no Transamérica Expo Center, onde acontece o evento, em São Paulo (SP). As inscrições podem ser feitas em https://jpr2023.org.br/.

Simpósio em parceria com a Bracco integra participação da Abramed na JPR 2023

O simpósio da Abramed, em parceria com a Bracco, parceira institucional da entidade,  também faz parte da programação da JPR no dia 28 de abril. “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?” terá a participação de Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco do Brasil; Gustavo Meirelles; vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Alliança Excelência em Saúde e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Márcio Sawamura, vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP. O simpósio acontece às 12h45, no hall E, sala R. 

Um estande da Abramed também estará aberto para visitação durante todo o evento promovendo networking qualificado e mostrando aos participantes inovações na medicina diagnóstica. 

Serviço

53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR)
Data: de 27 a 30 de abril
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo (SP)
Inscrições: https://jpr2023.org.br/
*Durante o evento, também acontece o 25º Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica (SLARP).

Programação Abramed na JPR

Painel “O futuro da medicina diagnóstica”
Data: 28 de abril
Horário: 14h
Local: hall E, sala F

Simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”
Data: 28 de abril
Horário: 12h45
Local: hall E, sala R

Presidente do Conselho de Administração da Abramed participa da Academia Shift Summit e destaca desafios setoriais

Wilson Shcolnik fez uma discussão abrangente abordando os principais problemas que os associados da entidade devem enfrentar e como agir visando os desafios e as boas perspectivas para o próximo quadriênio

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, participou  da Academia Shift Summit, realizada no dia 6 de abril. Sob o tema “O Brasil é o melhor país da América Latina para parcerias público-privadas”,  ele demonstrou, por meio de dados, a situação da medicina diagnóstica atual e os pontos de atenção para os próximos quatro anos, como as questões éticas e financeiras, a sustentabilidade e a integração diagnóstica da Saúde baseada em valor centrado no paciente. A Shift é parceria institucional da Abramed e promoveu a Academia Shift Summit até o dia 14, com programação voltada  somente para especialistas. 

Shcolnik estimulou os laboratórios a cumprirem sua missão de oferecer resultados rápidos, na hora oportuna e com menor custo, não se tratando de uma questão de quantidade, mas de qualidade. Ele comentou, ainda, que é imprescindível que a medicina diagnóstica consiga demonstrar seu valor para que as operadoras de Saúde não se mantenham resistentes à incorporação de novos procedimentos por entenderem representar apenas mais custos. 

“Temos, hoje, um modelo que remunera quem produz mais exames e isso tem um incentivo muito perverso, ou seja, não se trata do valor que o exame traz. Estamos sendo cobrados em relação a isso”, comenta. Segundo ele, essa realidade não considera a oferta de novos serviços como, além da telessaúde, a biópsia líquida, a inteligência artificial para reconhecimento de imagem, os drones para transporte de amostras, bem como novos materiais, como saliva para detecção de câncer.

“É perverso não tratar do valor que o exame traz e remunerar em quantidade sem qualidade”, pondera o presidente, lembrando que os laboratórios têm investido para que o paciente e o médico sejam apoiados por seus resultados. “Não podemos mais ser onerados com impostos”, complementa. Neste âmbito, Shcolnik citou a reforma tributária, que deve ser votada ainda neste semestre.

O monitoramento da qualidade foi estimulado pelo presidente. “Temos formas de monitoramento desde 2000, e existem produções de indicadores que podem ajudar os laboratórios a avaliar desempenho de colaboradores, descarte de insumos etc.” A implementação de novas tecnologias deve ajudar num ecossistema mais sustentável e menos oneroso. Shcolnik lembrou do sistema Loinc para a transmissão de dados. “Não adianta compilar não tendo padronização.” Ainda no contexto de um ecossistema eficaz, ele destacou a parceria público-privada para a formação de redes de cuidado por meio de aquisições como acontece atualmente, formando grandes empresas que oferecem centros de diagnóstico, oncológicos, oftalmológicos, entre outras especialidades. 

“As pessoas precisam fazer menos exames? Para diagnosticar as principais doenças que causam morte, precisamos nos relacionar com exames laboratoriais”, indaga. De acordo com ele, é necessário ter uma ideia do que acontece no país, das questões epidemiológicas, por exemplo, para demonstrar o valor de exames laboratoriais na prevenção de doenças e promoção da saúde.

Por meio de estudos britânicos apresentados, Shcolnik contradisse a perspectiva do público em geral de que se faz exames de forma exagerada e desnecessária. Sobre isso, ele explicou que os exames subsidiam 70% das resoluções médicas e devem ser feitos, porém, com monitoramento e assertividade. 

Ele citou, ainda, as principais causas de morte no país; entre elas estão, principalmente, doenças crônicas não transmissíveis, como doenças arteriais coronarianas, derrame cerebral, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer de traqueia, brônquios e pulmões, infecção de baixo trato respiratório, diabetes mellitus, cardiopatia hipertensiva, mal de Alzheimer e outras demências e câncer de estômago. 

“O ritmo do desenvolvimento tecnológico está trazendo inovações sempre mais disruptivas, que vão mudar a nossa forma de trabalhar na medicina diagnóstica”, fala Tommaso Montemurno

No “Por que Abramed?” deste mês, o Country Manager da Bracco, parceira institucional da Associação, ressalta a importância da implantação de novas tecnologias e a sustentabilidade do sistema de Saúde

Algumas pautas estão em plena discussão no setor da medicina diagnóstica. Novas tecnologias, a possibilidade da desburocratização do fazer médico e da jornada do paciente e a preocupação com o usuário por meio de uma medicina que seja preventiva são temas correlatos e estão na pauta de palestras, congressos e, claro, da Bracco Imaging do Brasil, líder em diagnóstico por imagem.

A Abramed, como provedora de conteúdos relevantes para seus associados, entrevistou, este mês, o Country Manager da empresa, Tommaso Montemurno, conhecedor profundo dos temas que envolvem o setor. “O diagnóstico por imagem tem uma responsabilidade e um papel absolutamente relevante em um modelo que vai privilegiar os cuidados preventivos, disponibilizando tecnologia, competências e recursos para uma ampla parcela da população”, comentou.

A entrevista completa pode ser lida abaixo. “Por que Abramed” é publicado mensalmente em nosso site e em nossa newsletter “Abramed em Foco”.

Abramed em Foco: Como enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para o aprimoramento do setor?

Tommaso Montemurno: A Abramed tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento e aprimoramento do setor de medicina diagnóstica no país, dialogando com todos os atores da nossa cadeia de valor, promovendo a qualidade e a segurança dos serviços prestados, a integração e a colaboração entre as partes envolvidas, garantindo a implantação de políticas de regulamentação e tutela do setor e divulgando conhecimento e dados relevantes (e.g. Painel Abramed).

A atuação da Abramed vai ser fundamental para coordenar os esforços do setor no sentido de um desenvolvimento sustentável, que garanta o acesso de parcelas sempre maiores da nossa população a serviços de diagnóstico de qualidade e a uma medicina sempre mais personalizada, preventiva e eficaz.

Abramed em Foco: Num contexto em que a inteligência artificial está sendo usada de maneira mais ostensiva na Saúde, como na leitura de diagnósticos por imagem, de que modo a Bracco atua com tecnologias como inteligência artificial? Quais são as novidades?

Tommaso Montemurno: A inteligência artificial é uma ferramenta já amplamente usada no diagnóstico por imagem, mas ainda existem áreas não exploradas e um grande potencial para outras aplicações. Na Bracco, acreditamos nesse potencial e estamos investindo em três principais áreas de aplicação ligadas à eficácia diagnóstica e à eficiência no fluxo de processamento e na administração de contraste.

Primeiramente, estamos trabalhando, no core da nossa operação, em soluções que permitam aumentar a eficácia do processo diagnóstico, elaborando os dados extraídos nos procedimentos de imagem para aprimorar o resultado. Dados que, propriamente captados e analisados, podem guiar um diagnóstico mais eficaz e assertivo e a um desfecho mais rápido para o paciente.

Sob o ponto de vista da eficiência, acreditamos em soluções que otimizem o fluxo de processamento das imagens, reduzindo o tempo de aquisição e acelerando o processo de produção de laudos e relatórios. Isso, de um lado, melhora o tempo de resposta às necessidades dos nossos pacientes e, de outro, libera capacidade para atender outros pacientes e ampliar o acesso a um diagnóstico de qualidade.

Ainda na área da eficiência, buscamos soluções que otimizem o processo de administração dos meios de contraste, reduzindo o desperdício e potencializando o resultado diagnóstico. Numa época de escassez de recursos como a que temos vivido, a otimização do uso dos insumos traz benefícios para os prestadores de serviço e, mais uma vez, melhora o acesso aos pacientes.

Abramed em Foco: A pandemia de covid-19 acelerou o processo de transformação digital na saúde, como acabamos de falar da inteligência artificial. Anteriormente, os pacientes, colaboradores diversos e médicos não observavam o uso tão grande de ferramentas como telemedicina, chatbots, genômica. Qual é a importância de se implementar cada vez mais esses métodos na medicina diagnóstica?

Tommaso Montemurno: O uso das ferramentas digitais ao longo de toda a cadeia de valor de saúde é uma realidade que foi impulsionada pela pandemia, demonstrando que a tecnologia estava pronta para nos dar suporte e que uma mudança cultural era necessária para aproveitar ao máximo o potencial que poderia nos oferecer. O ritmo do desenvolvimento tecnológico está trazendo inovações sempre mais disruptivas, que vão mudar a nossa forma de trabalhar na medicina diagnóstica. Eu acredito que a mudança cultural acelerada pela pandemia já nos permite uma adoção consciente dessas ferramentas, melhorando a qualidade do processo diagnóstico e otimizando o uso dos recursos. As ferramentas digitais não irão substituir as modalidades tradicionais de atendimento, mas representarão um válido complemento para nos aproximar do paciente, suportando uma medicina mais humanizada e personalizada para as exigências específicas de cada indivíduo.

Abramed em Foco: Os avanços tecnológicos, o aumento do envelhecimento populacional e a crescente preocupação com a saúde e o bem-estar tendem a impulsionar o setor de medicina diagnóstica no Brasil e no mundo. Entre os desafios a serem superados, podemos considerar a existência de infraestrutura, recursos tecnológicos e humanos capacitados para lidar com o contínuo aumento da demanda. Também deverá ser solucionado o acesso a exames laboratoriais e de imagem, que têm trazido avanços, proporcionando o cuidado personalizado, gerando economia para o sistema de saúde e benefícios diretos aos pacientes. Como o senhor avalia essa afirmação?

Tommaso Montemurno: Acredito que o setor de medicina diagnóstica vai ter um papel ainda mais fundamental na gestão da Saúde dos próximos anos. O envelhecimento da população e uma maior sensibilidade e preocupação com saúde, que a experiência pandêmica acentuou, estão colocando sob pressão os sistemas de saúde e desafiando o uso eficiente dos recursos disponíveis. O foco está mudando de uma medicina curativa para uma medicina preventiva, capaz de melhorar a saúde de uma população cada vez mais idosa, minimizando os custos e melhorando os recursos a tratamentos mais invasivos e caros.

A mudança de foco chama a atenção sobre problemas ainda não resolvidos no nosso setor e traz novas preocupações quanto à capacidade desse sistema para atender de forma eficaz a uma demanda maior e mais exigente.

De um lado, temos uma oportunidade única para inovar, aumentando a relevância da nossa atuação no sistema de Saúde e aprimorando a qualidade do serviço e dos resultados diagnósticos para os nossos pacientes. Por outro lado, as inovações na medicina diagnóstica absorvem recursos financeiros e enfrentam desafios estruturais em termos de infraestrutura e capacitação dos profissionais do setor.

O principal desafio da nossa indústria nos próximos anos vai ser quebrar essas barreiras para adoção de soluções diagnósticas inovadoras, disponibilizando o acesso de toda a população a uma medicina preventiva mais personalizada. Todos os players do mercado têm uma responsabilidade fundamental nesse processo de desenvolvimento e é necessário atuarmos em conjunto para alavancarmos as competências disponíveis para efetivar essa transformação. Nesse cenário, instituições como a Abramed têm um papel fundamental no estímulo à transformação e na criação de um ambiente favorável para a cooperação produtiva de todos os atores do mercado.

Abramed em Foco: Qual é a situação da medicina diagnóstica no país em comparação ao mundo? O Brasil está no caminho certo? O que um país como o nosso, com problemas continentais, ainda deve fazer para promover Saúde? Como a Bracco enxerga a medicina diagnóstica no Brasil daqui 10 anos? O acesso a tecnologias ultramodernas deve estar acessíveis a mais brasileiros?

Tommaso Montemurno: O Brasil é um país complexo, onde convivem modelos de atendimentos diversos e diferentes níveis de desenvolvimento dos sistemas de Saúde. Temos um dos maiores sistemas de Saúde pública do mundo, com ilhas de absoluta excelência quanto a serviços e desenvolvimento tecnológico, que convivem com situações de atraso e carência de atendimento mínimo. Em paralelo, temos um sistema de Saúde suplementar com invejável nível de desenvolvimento tecnológico e qualitativo, mas acessível a uma parcela muito restrita da população.

Ambos os sistemas enfrentam os desafios típicos da medicina diagnóstica de alta complexidade, incluindo investimentos, custos, disponibilidade de profissionais qualificados e adequação das normas legais e regulatórias.

Para desenvolver a medicina diagnóstica, o Brasil vai ter que enfrentar desafios similares aos demais países desenvolvidos, com as complicações específicas de um país de dimensões continentais e com diferentes velocidades de desenvolvimento e de acesso.

O setor da indústria farmacêutica, em específico o de diagnóstico por imagem, tem uma responsabilidade e um papel absolutamente relevante em um modelo que vai privilegiar os cuidados preventivos, disponibilizando tecnologia, competências e recursos para uma ampla parcela da população.

A sustentabilidade desses modelos de desenvolvimento vai determinar o sucesso do nosso setor nos próximos anos. Já os atores da nossa cadeia de valor deverão buscar garantir que os sistemas de saúde sejam capazes de atender às necessidades das populações, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às próprias necessidades, com práticas que minimizem o desperdício, otimizem a eficiência e reduzam os impactos negativos sobre o meio ambiente e a sociedade.

Abramed em Foco: Qual é o trabalho de sustentabilidade da Bracco? Qual é a importância dele? 

Tommaso Montemurno: Sustentabilidade não é uma novidade na Bracco: faz mais de 28 anos que publicamos anualmente o nosso relatório de sustentabilidade, detalhando os esforços para maximizar o impacto no triple bottom line da nossa atividade: econômico, social e ambiental.

Na Bracco, entendemos que um mundo saudável tem que ser sustentável e que os nossos pacientes são importantes demais para tomar decisões com base em um quadro parcial. Por esse motivo, tentamos, desde sempre, ter uma visão holística do impacto da nossa atuação não só no nosso mercado, mas também nas comunidades e nas estruturas sociais nas quais atuamos.

Pessoas, inovação e planeta são os três pilares e as áreas de impacto definidas em nosso Relatório de Sustentabilidade 2022, enquadrado de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030.

O pilar “Pessoas” expressa nosso compromisso com pacientes, profissionais de saúde, colaboradores e comunidades em que atuamos. Sempre comprometidos em valorizar as pessoas e proteger sua individualidade dentro e fora da empresa, estabelecemos objetivos desafiadores para salvaguardar e promover a diversidade, com inclusão de gênero e idade.

O pilar “Inovação” tem a ver com o nosso compromisso de desenvolver produtos e serviços de alta qualidade que melhorem a vida das pessoas e a segurança do paciente, assim como iniciativas educacionais inovadoras para promover temas STEM (science, technology, engineering and mathematics) entre os jovens.

Nosso pilar “Planeta” incorpora o respeito e a proteção aos recursos naturais, com ênfase específica na economia circular e na minimização do impacto ambiental. Estamos investindo nas melhores tecnologias disponíveis, tornando o uso de energia mais eficiente, reduzindo emissões e geração de resíduos, promovendo e consolidando práticas sustentáveis ​​e responsáveis ​​em toda a cadeia de valor. Além disso, estamos comprometidos com o objetivo de nos tornarmos carbon neutral até 2030.

Combate à Meningite: o exame do Líquor e os exames moleculares merecem destaque para diagnósticos precisos

Endêmica no país, atualmente a doença pode ser diagnosticada e tratada com precisão; vacinas também estão disponíveis nos laboratórios privados para público ampliado

A data de 24 de abril é marcada como o Dia Mundial de Combate à Meningite. Ela faz alusão à prevenção e ao diagnóstico dessa doença endêmica no Brasil, que pode ser fatal. Pela característica altamente transmissível, as vacinas são recomendadas e, no primeiro sinal de sintomas, é imprescindível realizar exames diagnósticos para evitar sequelas ou morte. São eles: exame Quimiocitológico do Líquor; Bacterioscopia Direta; Cultura de Bactérias; e Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (PCR).

Segundo o Dr. Carlos Senne, presidente do Senne Liquor Diagnóstico, laboratório associado da Abramed, o exame de líquor (LCR) é o mais recomendado para identificar a presença de meningite e também para definir o agente etiológico. “O diagnóstico diferencial entre as meningites virais e bacterianas inicia-se a partir da análise citológica e bioquímica do LCR. Como complemento, o diagnóstico microbiológico convencional, que inclui métodos de coloração (GRAM) e as culturas em placas de ágar, ainda são de grande importância nas meningites bacterianas”, declara.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, foram registrados quase 7 mil casos, que ocasionaram 793 óbitos. Um ano antes, um grande surto atingiu a cidade de São Paulo. No mundo, a meningite afeta mais de 2,8 milhões de pessoas a cada ano. A doença existe nas formas viral e bacteriana, as quais podem provocar inflamação no cérebro e na medula espinhal. Para as crianças menores de um ano de idade, a orientação é observar a presença de inchaço na moleira e choro persistente.

Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, náuseas e vômitos e febre. Em casos mais graves, podem levar a perda da consciência e convulsões. As meningites virais costumam ser mais leves – atingem crianças na maioria dos casos e têm grande potencial de causar surtos. Já as meningites bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente, para evitar sequelas ou morte.

Por ter características distintas, o exame laboratorial da doença deve ser preciso para recomendação do melhor tratamento. Outro exame de destaque, segundo o médico, são os exames moleculares, por serem capazes de identificar o agente etiológico. Algumas metodologias moleculares envolvem técnica rápida e inovadora, podendo ser liberadas em poucas horas. “Foi um grande avanço”, afirma. Ainda segundo ele, a inteligência artificial (IA) pode permitir a integração de várias plataformas e abordagens para apoiar a tomada de decisões clínicas, uma vez que possibilita explorar vários fluxos de dados, incluindo, entre outros, informações laboratoriais, clínicas e radiológicas para fornecer aos médicos resultados preditivos e acionáveis. “Assim, temos grande potencial de contribuir no diagnóstico e na condução dos casos de meningite.”

Ainda segundo o Dr. Senne, durante datas alusivas, as pessoas tendem a se informar mais, e o número de exames solicitados pelos médicos aumenta. Embasando 70% das decisões médicas, os exames diagnósticos são indispensáveis para a garantia da saúde global. Tendo a doença diagnosticada, 20% podem ficar com sequelas, como amputação de um membro, surdez, cegueira ou outras complicações neurológicas. Mas 80% se curam.

As vacinas são consideradas a melhor forma de prevenção contra a doença e, na rede privada, elas atendem a todos os sorotipos por meio da administração da conjugada quadrivalente ACWY. São três doses até 1 ano de idade, dependendo da marca da fabricante. Também é recomendado um reforço entre os 5 e 6 anos e outra dose aos 11 anos. Pode ainda ser aplicada em adultos, em idosos e pessoas imunocomprometidas, ampliando o reforço do sistema público.

Uma vez que as coberturas vacinais estão em queda, a rede suplementar, por meio de distribuição particular, para empresas e subgrupos mais abrangentes, consegue auxiliar no atingimento da meta de 95% de cobertura e nas campanhas sazonais.

Abramed discute sustentabilidade da saúde suplementar em evento da Amcham

Presidente do Conselho de Administração mostrou a pertinência da medicina diagnóstica no contexto da Saúde suplementar e do acesso à Saúde

No último dia 30 de março, a Abramed esteve na Reunião Especial Amcham & Mattos Filho para discutir questões das indústrias Life Science e Saúde com foco nas atualizações regulatórias mais recentes. Em uma discussão multisetorial dentro da indústria da Saúde, problematizaram-se os rumos do setor nos próximos quatro anos e as questões que envolvem o acesso por meio da união entre público e privado e regulação. Representando a instituição no debate, estava o presidente do Conselho de Administração, Wilson Shcolnik. Os associados da Abramed são responsáveis por 60% de todos os exames diagnósticos da Saúde suplementar do país, despontando, assim, como um importante pilar do setor, que oferece mais de 4 mil tipos de exames atualmente.

Shcolnik comentou que a chegada de uma nova gestão governamental especializada anima o setor da Saúde, uma vez que os temas anunciados atendem aos interesses corporativos e da população. “Foi anunciado, por exemplo, o interesse em acelerar a atenção primária e empoderar a telessaúde, que é esperada como uma forma de levar eficiência a todo sistema, tanto público quanto privado.” Segundo ele, a pandemia deu a oportunidade de utilizar de forma mais ostensiva esses mecanismos tecnológicos e remotos e espera que as decisões regulatórias sirvam para a manutenção desse avanço.

Gustavo Swenson Caetano, sócio do escritório Mattos Filho, que patrocinou o evento, concorda que a pandemia acelerou assuntos até então parados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com relação à regulação. As atualizações das normas da agência rumo ao avanço tecnológico também foram destacadas. “Vemos uma tentativa de alinhamento de padrões internacionais para otimizar o trabalho regulatório”. Ainda de acordo com o advogado, a telemedicina foi um importante marco de implementação e regulação. “Precisamos buscar modelos de parceria saudáveis em termos financeiros que tenham segurança jurídica.”

Exaltando a parceria entre público e privado, Shcolnik ainda revelou que na pandemia foi preciso observar essa intersecção. Citando mais um anúncio do atual governo, ele fala que o complexo econômico-industrial da saúde é um destaque. “Sofremos muito na pandemia, pois não tínhamos reagentes para diagnosticar covid-19.” De acordo com ele, é muito importante o diagnóstico precoce, além da promoção e prevenção. “Isso alivia qualquer sistema de saúde de custos de agravamento de doenças.” O presidente do Conselho de Administração da Abramed relembrou que os associados da instituição são responsáveis por 60% dos diagnósticos privados no Brasil e complementou: “30% dos 2 bilhões de exames realizados no país são feitos por nossos associados – exames de laboratório e imagem”.

Nesse contexto, ele comentou que a Anvisa realiza diálogos abertos para a regulação, elogiando a Agência: “A norma de realização de exames fora de laboratório, que está em discussão, pode impactar a saúde do paciente”. Realizar exame dentro de clínicas adequando-a como posto de coleta laboratorial apresenta menos risco para o paciente, uma vez que cuidados pre-analiticos são essenciais para obtenção de um resultado de exameconfiável. “Se a agência não atuar para mudar essa perspectiva, haverá insegurança para a população.” 

Integrar setor público e privado é fundamental para promover acesso à saúde

Sobre as perspectivas para os próximos quatro anos e as pautas que devem ser destacadas nesse período, Fernando Iazzetta, head of Legal, Compliance & Government Affairs da Chiesi, também contribuiu dizendo que a Saúde deve ser prioridade em qualquer política de Estado. “Essa questão, em um país continental, é um dever de todos nós, inclusive da indústria.” O head destacou a criação de uma agenda para o uso das tecnologias e de digitalização e o aprimoramento de dados para criar recursos, inclusive chamando a esfera pública para esse desafio. “Como conseguimos reunir toda essa inteligência e esses dados incluindo todos os stakeholders e propor uma estratégia de alocação mais efetiva?”, indagou no contexto de valor agregado de cada produto, como os farmacêuticos.

Ainda segundo ele, é necessário integrar o setor público e o privado para promover acesso às regiões mais distantes e carentes de recursos. “Temos responsabilidade de, além de vender o medicamento, construir a Saúde da forma que ela merece.” Ponderou-se ainda, durante o debate, as questões orçamentárias que influenciam as propostas, uma vez que existem empresas com nível de endividamento grande, inclusive para promover crescimento, o que atrasaria as discussões econômicas, as discussões do setor da Saúde.

Leandro Fonseca, head of Public Affairs and Healthcare System Sustainability da Novartis, complementa a problematização dizendo que há uma grande busca por saúde suplementar e isso precisa ser observado pelo novo governo, além das questões econômicas. Mas tem uma visão otimista: “Há uma perspectiva de discussões para essa demanda no Planalto.”

Shcolnik aproveitou a chance e chamou a atenção para os obstáculos que podem interferir no acesso. Um deles é a proposta de aumento do piso salarial da enfermagem:“Esse assunto da enfermagem está em linha com o acesso. Quem está inserido na Saúde suplementar pode inviabilizar operações levando a aumento de custos e migração da população para o SUS e esse contingente não é esperado”. No mesmo contexto econômico, a reforma tributária deve ser neutra para o presidente: a exemplo do que ocorre em outros países, a Saúde e a educação devem ser tratadas de forma diferenciada.

Ele ainda se pronunciou sobre a Lei 14.454/22, que “dispõe sobre os planos privados de assistência à saúde, para estabelecer critérios que permitam a cobertura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar”. “Temos uma posição não corporativista e nos posicionamos de forma contrária.” Segundo ele, a lei coloca em risco a sustentabilidade do setor. E destaca que a Lei 1.303/22, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde para tornar obrigatória a existência de contratos escritos entre as operadoras e seus prestadores de serviços, regulamentada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não apresentou efetividade. “Isso afeta a qualidade dos serviços oferecidos ao usuário final.”

Ana Cândida Sammarco, sócia da Mattos Filho, destacou a importância da saúde suplementar dentro do ecossistema, mas ponderou o processo de judicialização. “Tivemos aumento no número de beneficiários, mas temos número muito alto de processos”, declara. Segundo ela, a cobertura extra no rol impactou significativamente o setor. Marcos Paulo Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), receia que perderemos um ano discutindo economia “e teremos dificuldade de colocar nossas pautas prioritárias nesse momento”.

A Amcham é uma Câmara Americana que integra todo o país disponibilizando conteúdos e networking qualificado para diversos segmentos com foco no setor privado. As datas de todos os eventos podem ser consultadas no site www.amcham.com.br.

*Créditos da imagem: Mario Miranda, Fotógrafo Amcham.

Inteligência artificial: o futuro da saúde passa pela medicina diagnóstica

A tecnologia tem potencial de revolucionar o tratamento de doenças crônicas, permitindo um monitoramento contínuo e personalizado; o papel do médico e a regulamentação são pontos de atenção

A medicina tem utilizado cada vez mais recursos tecnológicos para atingir seus objetivos: promoção de bem-estar, prevenção e aumentar as chances de cura de doenças. O setor diagnóstico desponta como uma das áreas que mais têm se beneficiado com a nova realidade. Ferramentas como inteligência artificial (IA) são capazes de, por meio de algoritmos programados, fazer uma varredura rápida e assertiva sobre os melhores exames a serem ofertados em determinadas situações e ler com precisão os resultados. As ferramentas de comunicação remotas também são utilizadas para promover acesso à saúde.

Embasando 70% das decisões médicas, os exames diagnósticos são indispensáveis para a garantia da saúde global e cumprem papel fundamental nas ações de prevenção e detecção precoce de doenças. Para Ademar Paes Junior, médico radiologista, membro do Conselho de Administração da Abramed, presidente da Associação Catarinense de Medicina e sócio da Clínica Imagem e CEO LifesHub Inteligência em Saúde, o destaque vai para o uso da IA na patologia. “Sistemas como o Paige.AI identificam padrões em amostras de tecido que podem ser indicativos de câncer ou outras doenças”, declara.

Segundo o médico, sensores, wearables e implantes podem monitorar a saúde do paciente em tempo real e fornecer dados valiosos para médicos e pesquisadores e têm o potencial de revolucionar o tratamento de doenças crônicas como diabetes e doenças cardíacas, permitindo um monitoramento personalizado. Predisposição a doenças hereditárias também podem ser identificadas e prevenidas por meio de IA.

Paes Junior ainda traz outra inovação para o debate. “O projeto do Google DeepMind desenvolveu uma IA capaz de diagnosticar doenças oculares com precisão similar a especialistas humanos”, comenta.

No caso de exames por imagem, como ressonância magnética, tomografia computadorizada e radiografias, os benefícios das novas tecnologias também são múltiplos. “O resultado dessa digitalização vai do auxílio para diagnóstico aos médicos radiologistas e patologistas até a seleção da melhor conduta clínica”, explica Gustavo Meirelles, médico radiologista e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed. Atualmente, uma imagem já pode ser lida por um software que consegue detectar padrões e ajuda o médico em diagnósticos.

 “Esses avanços estão em implantação principalmente nos grandes centros, com uma tendência de acontecer em seguida em clínicas menores”, avalia Meirelles. A aplicação de tecnologia nos serviços garante, ainda, o acompanhamento da jornada do paciente, por meio de interoperabilidade de dados que, inclusive, mostra situações de saúde para tomada de decisão e aplicação de novas políticas.

Entendendo que alguns recursos ainda são pouco acessíveis financeiramente, Paes Junior avalia que “à medida que a adoção dessas tecnologias aumenta e os custos associados caem, elas se tornam mais acessíveis para hospitais, clínicas e outros estabelecimentos públicos”. Segundo ele, os governos se beneficiam do uso da IA na medicina diagnóstica, pois tende a diminuir a demanda por tratamentos caros e prolongados, o que pode aliviar a pressão sobre os sistemas.

Meirelles também acredita que o SUS deverá ter mais acesso a tecnologias de última geração: “Novos auxílios levarão a IA para o setor público; não há inovação realmente transformadora e disruptiva que não passe pelo auxílio à esfera pública de saúde”. Ele comenta, ainda, que os chatbots poderão ser provedores de grandes mudanças no atendimento. Esses dispositivos simulam conversas e podem melhorar o acesso à saúde, além de promover agilidade na interação com o paciente.

Ele ainda exalta, no mesmo contexto, a telessaúde, que tem se tornado cada vez mais popular. “Essa combinação de IA e telemedicina tem o potencial de levar o atendimento médico a áreas remotas e melhorar o acesso aos cuidados de saúde para pessoas em todo o mundo”, comenta. A telessaúde foi muito usada durante a pandemia e ganhou espaço na oferta de saúde, assim como o uso de tecnologias modernas, que aceleram a tomada de decisão, como em momentos de crise sanitária. Porém, o acesso universal depende da oferta de internet de qualidade, inclusive para acessar prontuários remotamente.

O líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed defende que a IA trabalhe como aliada do médico, permitindo maior precisão diagnóstica “e evitando que o profissional perca tempo com tarefas repetitivas que podem ser automatizadas, oferecendo mais espaço para a interação com os pacientes”. Nesse sentido, diferentemente do que se pode imaginar, a IA proporciona mais possibilidades de humanização e menos burocracia para o profissional.

Segundo informações da AllScripts divulgadas pela Health IT & CIO Report, disponibilizadas pelo radiologista, os profissionais de saúde passam metade de seus dias inserindo dados em prontuários eletrônicos e conduzindo trabalhos administrativos, reduzindo o contato com os pacientes a apenas 27% de sua rotina diária. “Além disso, as atividades exaustivas provocadas pela fusão de trabalho administrativo e médico influenciam no absenteísmo por burnout”, afirma.

Ele ainda destaca outro ponto de atenção: a apreensão dos profissionais quanto aos seus empregos. “Os médicos não precisam se preocupar quanto à manutenção de suas funções nas clínicas e nos hospitais, uma vez que as tecnologias devem passar pelo crivo de um profissional, sendo elas uma forma de leitura ou revisão para aprimorar o trabalho humano e não extingui-lo.” Mas ele pondera que serão necessários investimentos para capacitar a prestação de serviços de saúde pública e privada. “Houve um medo muito grande no início, mas a IA está sendo bem aceita, inclusive pela população.”

IA sob ameaça

Em março deste ano, diversas autoridades internacionais no setor de tecnologia, entre outras personalidades, emitiram carta aberta ao mundo alertando sobre o uso da IA. Segundo o documento, é preciso regular e democratizar a tecnologia para evitar danos como a disseminação de informações equivocadas e o mau uso dos dados coletados. “Estamos em momento de regulamentação, discutindo isso neste momento”, afirma Meirelles.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já falava sobre a temática em 2021. Segundo o relatório Ethics and governance of artificial intelligence for health (Ética e governança da inteligência artificial para a saúde, em tradução livre) da entidade vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), é preciso garantir alguns princípios para a regulamentação e governança da IA: proteger a autonomia humana; promover o bem-estar, a segurança e o interesse público; garantir transparência, explicabilidade e inteligibilidade; promover responsabilidade e prestação de contas; garantir inclusão e equidade e promover inteligência artificial que seja responsiva e sustentável.

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados é usada para garantir a proteção de dados do paciente e a tranquilidade para a exposição de seus diagnósticos. O Projeto de Lei 21/20 cria o marco legal do desenvolvimento e uso da IA pelo poder público, por empresas, entidades diversas e pessoas físicas. O texto, em tramitação na Câmara dos Deputados, estabelece princípios, direitos, deveres e instrumentos de governança para a IA a fim de que se garantam os direitos humanos e os valores democráticos.

Na Abramed, os comitês discutem todas as questões que envolvem a proteção do paciente e as difundem entre seus associados. Resguardados esses princípios, as tecnologias tendem a se consolidar, como está acontecendo na saúde, uma vez que proporcionam benefícios múltiplos.

Em reunião mensal de associados, lideranças debatem os desafios do setor de saúde para 2023

Encontro teve palestra com Henrique Neves, CEO do Hospital Israelita Albert Einstein, seguido por debate com a participação de Jeane Tsutsui e Lídia Abdala, respectivamente CEOs do Grupo Fleury e Grupo Sabin

A Reunião Mensal de Associados (RMA) da Abramed aconteceu presencialmente no Hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo, no dia 3 de março, e representou um momento especial para a área de medicina diagnóstica, integrando lideranças do setor em torno de um debate sobre os desafios que serão enfrentados em 2023. 

Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, revelou que as algumas reuniões mensais de associados serão agora realizadas em um modelo diferenciado. “Este evento inaugurou um ciclo de reuniões exclusivamente presenciais, com a presença de palestrantes e líderes da área, discutindo temáticas importantes para o desenvolvimento do setor.”, explicou.

Neste encontro, o convidado para palestrar foi Henrique Neves, CEO do Hospital Israelita Albert Einstein, liderança de grande destaque no setor. Ele iniciou sua fala afirmando que, após a pandemia, o mercado privado passou por uma mudança estrutural, desencadeando um desequilíbrio entre o financiamento e a demanda. “Precisamos olhar para o cenário que se avizinha, mas é complexo prever. Nosso problema de curto prazo é capacidade para atender à demanda”, disse.

O comentário de Neves destacou o desafio importante enfrentado pelo sistema de saúde no Brasil, que é a ênfase na produção de volume em detrimento da qualidade e da sustentabilidade da cadeia de cuidados. De fato, essa abordagem pode resultar em custos elevados e, em última análise, pode não garantir melhores resultados de saúde para a população.

Para enfrentar esse desafio, é necessário adotar uma abordagem mais ampla e estratégica. Isso envolve a adoção de uma visão de longo prazo, que priorize a sustentabilidade e a eficácia do sistema de saúde, em vez de apenas a produção de volume.

“Precisamos entender como as operadoras de saúde funcionam. Sua saúde financeira deve ser objeto de nossa preocupação. O setor necessita lançar iniciativas para mitigar os altos custos, e o compartilhamento de informação pode ser relevante nesse ponto”, frisou.

O CEO do Hospital Israelita Albert Einstein falou, ainda, sobre os benefícios da telemedicina como forma de expandir o acesso do paciente ao atendimento de saúde e reduzir custos para todo o sistema. Ele comentou que a medicina de precisão e a terapia celular são duas áreas com potencial de revolucionar o setor. Ambas avançam rapidamente e já estão sendo utilizadas em alguns tratamentos. Por exemplo, a terapia celular foi aprovada para o tratamento de certos tipos de câncer, e a medicina de precisão está sendo utilizada para ajudar no diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer de mama e a fibrose cística.

À medida que essas tecnologias continuam a se desenvolver, é provável que tenham um impacto crescente no setor de saúde, oferecendo novas opções de tratamento e melhorando os resultados para os pacientes. “De um lado, olhamos para o que já praticamos, tentando fazer diferente e, ao mesmo tempo, olhamos para as novas tecnologias, pensando em como incorporá-las, focando em custo-benefício.”

Segundo Neves, 2023 não será um ano fácil, talvez o mais desafiador dos últimos três anos, pois será necessário lidar com o aumento da demanda, que se mantém elevada. “Percebemos que nossa capacidade está prestes a se esgotar em alguns locais. Precisamos pensar em expansões, sem saber como será a demanda ou o financiamento de saúde no futuro.”

Neves disse que é extremamente importante discutir o setor de saúde com todos os stakeholders envolvidos, incluindo pacientes, médicos, enfermeiros, administradores hospitalares, governos, organizações não governamentais e empresas de tecnologia médica, entre outros. Cada um desses grupos possui uma perspectiva única e valiosa sobre o setor, e é necessário considerar todas elas para garantir que as decisões tomadas sejam justas e eficazes. Ele também ressaltou a importância da integração entre os setores público e privado: “Há muito a ser feito”, finaliza.

Eliézer Silva, diretor do Sistema de Saúde Einstein, deu sequência ao evento moderando um debate, com participação de Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury, e Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin, além de Neves.

Para Jeane, a busca pela sustentabilidade do sistema de saúde é fundamental para garantir que ele continue funcionando de forma eficaz e acessível para toda a população. Isso significa que todos os stakeholders, incluindo governos, prestadores de serviços de saúde, pacientes e empresas de tecnologia médica, devem trabalhar juntos para encontrar soluções que garantam que o sistema seja financeiramente viável a longo prazo. “Temos ainda um desafio grande pela frente como sociedade, que é a formação de qualidade dos profissionais de saúde. Grande parte das pessoas que estão aqui também trabalha com educação médica, e é importante que levemos aos profissionais informações corretas, indicando exames que devem e não devem ser pedidos, com base em algoritmos”, disse.

Jeane reforçou ainda que assim como há o overuse, também há o problema do underuse, ou seja, de um lado está o indivíduo que faz demais sem precisar, e de outro aquele que deveria fazer e não está fazendo. “A adequação dos recursos é fundamental, e nós que atuamos no setor temos um trabalho importante de educação com o paciente e, principalmente, com o médico”, expôs.

A CEO do Grupo Fleury também levantou a questão da inovação, não apenas em termos de tecnologia avançada, mas também na criação de novos modelos de negócio que aumentem a produtividade e tragam benefícios significativos para o paciente – que deve ser o foco principal. “É por meio da inovação que conseguiremos desenvolver outras soluções. Precisamos priorizar o que realmente traz benefício real para o paciente, o médico e o sistema”, salientou Jeane.

Por sua vez, Lídia comentou que passamos várias vezes por momentos difíceis, mas sempre encontramos um caminho. “Não podemos perder a capacidade de sermos resilientes e continuar olhando para frente. O ponto principal é sempre seguir as boas práticas. Se há um pilar que a Abramed conseguiu conquistar em seus mais de 10 anos de atividade é a credibilidade no setor de saúde. Credibilidade às custas do trabalho contínuo, de discussões sempre proativas, transparentes, muitas vezes difíceis, mas sempre movidas pela vontade de fazer um setor melhor e mais saudável”, salientou a CEO do Grupo Sabin.

Lídia também destacou que, em qualquer setor, se o foco se mantiver na entrega do melhor serviço e em oferecer a melhor experiência para o cliente, sem dúvida será possível vencer parte dos desafios.

Saúde mental

O tema da saúde mental também foi foco no debate. Eliézer enfatizou os desafios enfrentados na área de recursos humanos, observando que muitos profissionais estão exaustos ou precisam de treinamento adicional. Ele citou estatísticas do Reino Unido e da Alemanha, mostrando que entre 20% e 25% dos médicos gostariam de deixar suas carreiras devido à falta de perspectivas a longo prazo, deficiências na educação médica e baixos salários. “Essa questão não é nova e a pandemia só agravou o problema, deixando as pessoas ainda mais cansadas e frustradas com seu trabalho, o que gera uma grande carga emocional, aumentado a necessidade de cuidados com a saúde mental”, disse.

Questionários de saúde desenvolvidos pelo Grupo Fleury mostraram o aumento do percentual de pessoas que relatam depressão e ansiedade. Jeane lembrou que as mulheres apresentam uma prevalência maior de problemas relacionados à saúde mental. Para enfrentar essa questão, a empresa implementou ações que oferecem apoio psicológico e psiquiátrico no próprio grupo. Além do diagnóstico, é fundamental implementar medidas que trabalhem o tema.

É importante lembrar que existem três aspectos da saúde: física, mental e os determinantes sociais de doença. Além do diagnóstico e suporte, é essencial abordar a questão do propósito nas organizações. “Nesse ponto, a vantagem da área de saúde é já ter um propósito claro: cuidar das pessoas. Essa conexão com o cuidado ajuda a manter as pessoas motivadas e engajadas em sua missão. Embora não seja uma solução simples, esse é um campo de atuação para empresas que prestam serviços na área de saúde. É fundamental levar a mensagem de que é preciso equilibrar os cuidados com o corpo e com a mente para uma vida saudável”, frisou Jeane.

Lídia comentou que a nova geração tem uma perspectiva diferente em relação à vida e ao trabalho em comparação às gerações passadas. Eles valorizam mais as experiências do que os bens materiais e o salário. “É importante entender que essas pessoas buscam um propósito em seu trabalho, algo que os motive e faça com que queiram continuar em suas posições. Oportunidades de crescimento profissional e um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional são fatores cruciais para mantê-las engajadas. A remuneração e o salário ficam mais abaixo na lista de prioridades”, disse.

Lançamento Abramed

Durante o encontro, foi entregue o Relatório Anual de Atividades 2022, que traz as principais realizações e conquistas da entidade no ano, com os temas que ganharam destaque, o desempenho dos comitês em prol de melhorias para o setor, o que foi pauta na imprensa, a participação em eventos, além das parcerias firmadas com o governo e outras entidades.

“Entendo que o Relatório Anual de Atividades 2022 apresentado durante o encontro é uma importante ferramenta para avaliar o desempenho da entidade ao longo do ano e traçar estratégias para o futuro, atuando também como uma forma de demonstrar transparência e prestar contas aos nossos associados, bem como ressaltar as conquistas obtidas pela entidade”, comemora Milva. O documento está disponível para download neste link.

Para a diretora da Abramed, a Reunião Mensal dos Associados foi um evento inspirador, congregando o setor em torno de um debate extremamente valioso para a cadeia da saúde. “A palestra principal, ao trazer uma visão substanciosa sobre os desafios enfrentados pelo setor de saúde, deve ter proporcionado uma reflexão profunda sobre os problemas que precisam ser enfrentados e as soluções que podem ser adotadas. Além disso, o debate com líderes do setor permitiu a troca de experiências e o compartilhamento de ideias e soluções, enriquecendo ainda mais o encontro”, comentou.

“O fato de a Abramed promover eventos como esse demonstra seu compromisso em contribuir para a integração do setor e para a busca por soluções sustentáveis”, finalizou Milva.