Abramed apresenta novos conselheiros fiscais

Dois novos nomes acabam de ser eleitos para o Conselho Fiscal da Abramed: Cícero de Lima e Costa Neto e Guilherme Collares.

Novembro de 2018

Cícero de Lima e Costa Neto é gerente executivo administrativo do HCor Diagnóstico, primeira unidade avançada de diagnóstico do Hospital do Coração. Teve sua carreira construída ao longo de 26 anos em gestão comercial e administrativa no setor de Saúde

em indústrias multinacionais e hospitais, com sólido histórico de sucesso comprovado.

É responsável pela condução da implantação do departamento de Oncologia do HCor, que inclui departamentos de Radioterapia, Quimioterapia e Radiocirurgia. Para ele, assumir esse cargo na Abramed é uma grande honra e lhe traz muita responsabilidade. “Com isso, meu objetivo é contribuir para a manutenção da nossa transparência financeira e proporcionar condições para que a entidade continue crescendo ainda mais em defesa dos interesses dos associados, do mercado de diagnóstico e da nossa sociedade”, comenta.

Com mestrado em Microbiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e MBA Executivo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-BH), Guilherme Collares é diretor executivo de operações no Grupo Hermes Pardini. Atuou como professor da cadeira de Patologia Clínica nas Faculdades de Medicina da UFMG e Unifenas (campus BH) e também como gestor de laboratório no Hospital das Clínicas da UFMG e Lab Rede. Foi ainda presidente do Departamento de Patologia Clínica da Associação Médica de Minas Gerais por oito anos.

Segundo Collares, é de grande satisfação poder dar sua contribuição para a Abramed na sua missão de auxiliar o desenvolvimento do mercado brasileiro de medicina diagnóstica. “Com certeza será um grande aprendizado e daremos continuidade ao já bem-sucedido trabalho realizado.”

Em novo grupo de trabalho, Abramed debate questões relativas aos Recursos Humanos

Membros se encontram mensalmente para troca de conhecimentos

Novembro de 2018

A Abramed conta em sua estrutura com grupos de trabalho (GTs) específicos, que tem por objetivo dissecar assuntos relativos aos mais diversos assuntos que impactam o setor da saúde e as empresas atuantes no setor de medicina diagnóstica. Montado em outubro, o GT de Recursos Humanos reúne associados para a troca de informações, práticas e dificuldades, além da busca conjunta por melhores soluções.

Para a diretora executiva da Associação, Priscilla Franklim Martins, os grupos de trabalho promovem a integração do setor. “A criação do GT de RH é mais um avanço da Abramed, já que este é um departamento que envolve questões estratégicas para o negócio, além de zelar pelos colaboradores”, declara.

O grupo, que se reúne mensalmente, deve investir também em pautas conjuntas com outros grupos de trabalho da entidade como, por exemplo, a Câmara Jurídica. “A formação de um grupo de trabalho para a área de recursos humanos dentro da Abramed é de extrema relevância por promover a discussão de temas e situações comuns às empresas participantes e possibilitar que, em conjunto, tenhamos força para buscar soluções junto aos órgãos públicos e sindicatos”, comenta Angélica Dente, gerente de remuneração, benefícios e RT do Grupo Fleury e responsável pela coordenação do GT de RH.

Os primeiros temas que estão sendo debatidos dizem respeito às principais dificuldades referentes às negociações sindicais de 2018; as propostas e perspectivas para as negociações em 2019; questões relacionadas à escala de trabalho aos domingos e feriados em laboratórios de análises clínicas, tratada pelo decreto nº 27.048/49; e o dimensionamento do SESMET e os impactos no eSocial.

Confira a composição do GT de Recursos Humanos:

Coordenadora
Angélica Dente (Grupo Fleury)

Membros
Alex Galloro (Sabin)
Ernesto Hideki (Dasa)
Fabiana Carbonari (Cetac)
Gabriela Dias (Alliar)
Gabriellla Senne (Senne Liquor)
Gloria Maria (Boris)
Gustavo Amorim (Hermes Pardini)
Izaura Picolo (Albert Einstein)
José Carlos Zampier (Cedi)
Leidimar Ribeiro (Clínica Imagem Tocantins)
Mariana Bittar (Sabin)
Roberto Carlos Furtado (BP)
Rúbia Spíndola (Hermes Pardini)
Sérgio Pestana da Silva (Sírio-Libanês)
Tatiana Carbonari (Sírio-Libanês)

Abramed participa de debate sobre prestadores na ANS

Encontro, que reuniu as principais lideranças do setor para abrir a discussão sobre assuntos do setor

Contribuir para melhorar a proximidade de todos os entes do ecossistema da cadeia de saúde. Esse é o objetivo da reunião realizada no dia 29 de outubro, na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Rio de Janeiro. A Abramed, na presença de sua presidente, Claudia Cohn, participou do encontro, que reuniu as principais lideranças do setor para abrir a discussão sobre assuntos do setor. A principal decisão tomada pelo grupo inclui a criação de um Grupo Técnico de prestadores de serviços.

Este comitê, segundo pontuou Claudia, tem como objetivo discutir pautas prioritárias de cada setor que compõe o ecossistema de saúde, como a contratualização, por exemplo. Entre os destaques, a presidente da Abramed pontua a necessidade dessa discussão e proximidade entre os agentes envolvidos. “Na cadeia de saúde tudo o que eles fazem ligados às operadoras, acabam impactando positiva ou negativamente a cadeia inteira de saúde, porque a operadora de saúde é uma administradora do recurso da empresa”, explicou.

Claudia ainda chamou a atenção para o papel da ANS nesse comitê. “Ficou claro pelo Rodrigo Aguiar, que ele reitera que a ANS não pode e não vai regular prestadores. Ele já tinha se posicionado anteriormente sobre isso e ele reiterou”. A próxima reunião para definição da agenda de discussões no âmbito da ANS foi marcada para o dia 12 de dezembro.

Participaram do encontro Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); Federação Brasileira de Hospitais (FBH); Confederação Nacional de Saúde (CNSaude); Associação de Médica Brasileira (AMB); Associação Paulista de Medicina (APM); Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (AHERJ); Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) e Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Abramed participa de primeira reunião da CATEC

Câmara Técnica de Contratualização e Relacionamento com Prestadores organizada pela ANS debate relacionamento entre players do setor

Representada por Fábio Ferreira Cunha, coordenador da Câmara Jurídica, a Abramed participou da primeira reunião da Câmara Técnica de Contratualização e Relacionamento com Prestadores (CATEC) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O encontro, promovido dia 30 de outubro no Rio de Janeiro (RJ) teve como intuito colher subsídios sobre a necessidade de revisão e aprimoramento da regulação setorial que rege as relações entre operadoras e planos de assistência à saúde e prestadores de serviços.

Apoiando a iniciativa da agência em busca da sustentabilidade dos sistemas de saúde, a Abramed esteve ativa no debate sobre diversos temas abordados durante o encontro e que impactam diretamente os serviços de suas associadas. Dentre os assuntos levantados estavam a forma como devem ser cobrados os medicamentos adquiridos pelos estabelecimentos de saúde; e possíveis melhorias em normas como a RN nº 363/2014, que dispõe sobre contratos firmados entre operadoras e planos e prestadores de serviços; a RN nº 364/2014, sobre o índice de reajuste a que estão sujeitos esses prestadores; e a RN nº 365/2014, que trata da substituição de prestadores de serviços de atenção à saúde não hospitalares.

A reunião contou com cerca de 50 participantes. Além da Abramed, também estavam representados outros prestadores do setor de saúde, bem como membros de operadoras e planos e de órgãos de defesa do consumidor. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Consumidor (MPCON) também participaram.

Apesar de restrita, a reunião foi transmitida ao vivo pelo portal da ANS. A gravação pode ser visualizada AQUI, bem como outras informações a respeito das entidades presentes, da portaria nº 8/2018 – que institui a CATEC – e do regimento interno da câmara. O próximo encontro deverá ser realizado em dezembro.

Rio de Janeiro recebe edição 2018 do CBR

Congresso Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem aborda todas as subespecialidades do setor e realiza mais de dez cursos simultaneamente.

A 47ª edição do Congresso Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, evento realizado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Sociedade Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica e Terapêutica (SBNR), tem início nessa quinta-feira, 11 de outubro, e se prolonga até sábado no Rio de Janeiro. O encontro aborda todas as subespecialidades do setor e realiza mais de dez cursos simultaneamente.

Para Ademar José de Oliveira Paes Junior, diretor da Associação Brasileira das Clínicas de Diagnóstico por Imagem (ABCDI) e membro do conselho deliberativo da Abramed, o encontro tem fundamental importância por colocar em pauta os temas mais atuais que envolvem o setor de medicina diagnóstica. “Estarão reunidos, ao longo dos três dias de evento, renomados profissionais do Brasil e do exterior. O congresso, que é um dos principais encontros de atualização científica da área, é o momento oportuno para que esses atores possam debater o futuro da especialidade”, declara.

A programação do CBR18 é bastante ampla e envolve mais de 180 palestrantes, 12 deles internacionais vindos de países com ampla expertise no setor como Estados Unidos, Reino Unido e Itália. “Dentre as várias parcerias que o CBR tem desenvolvido em sociedades da Europa e América do Norte, temos um curso pré-congresso de correlação radiologia-patologia na área do aparelho musculoesquelético com professores da Grã-Bretanha”, comenta o doutor Dante Escuissato, diretor da Comissão Científica do congresso, referindo-se ao Outreach Course, evento realizado nesta quarta-feira, 10 de outubro.

Promovido em parceria com a International Skeletal Society (ISS), o curso aborda aspectos básicos de patologia osteoarticular que contribuem para o correto diagnóstico diferencial radiológico dos tumores ósseos e de partes moles. Em inglês, as aulas são ministradas por médicos radiologistas e patologistas da ISS junto ao doutor Marcelo Bordalo, radiologista musculoesquelético da Universidade de São Paulo. Realizado em diversos países da América Latina, Europa, Ásia e África, o curso também oferece uma discussão de casos que auxilia na consolidação do conhecimento e promove a interação entre os participantes.

A edição 2018 do CBR também oferece, em sua programação, o Curso de Tomossíntese para que os participantes analisem, de forma prática, casos de patologias benignas e malignas de mama; o curso Hands-On de Ultrassonografia Geral; o curso BI-RADS®, sistema de laudos e registro de dados de imagem da mama do American College of Radiology (ACR); dentre outros tantos eventos paralelos.

Maratona Brasileira de Residentes – O congresso também realiza a Maratona Brasileira de Residentes, evento que visa promover maior proximidade entre médicos residentes e aperfeiçoandos, estimulando o conhecimento, promovendo o intercâmbio de experiências e impulsionando a atividade acadêmica e o espírito de cooperação. Será realizada no encerramento do CBR18, dia 13 de outubro, e cada equipe – composta por três participantes – terá 40 segundos para decifrar cada uma das questões que envolvem imagens radiológicas. Em 2017, mais de 30 times vindos de diferentes partes do país participaram da maratona. Os vencedores receberão um pacote com passagem e hospedagem para o encontro anual da American Roentgen Ray Society (ARRS), evento que será realizado em maio de 2019 no Havaí (EUA).

A 47ª edição do Congresso Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem será realizada entre 11 e 13 de outubro no Windsor Convention & Expo Center, espaço localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A programação completa dos três dias de evento está disponível no portal www.congressocbr.com.br.

Carlos Senne acredita no poder da união e da diversidade do setor

Confira a entrevista com o executivo que está há mais de quatro décadas atuando na área de medicina diagnóstica e hoje preside o Senne Liquor Diagnóstico

Outubro de 2018

Médico especialista em patologia clínica, doutor Carlos Senne é presidente do conselho do Senne Liquor Diagnóstico e participa dos movimentos associativos e políticos do setor desde 1973. Enfatiza, nessa entrevista exclusiva para a Abramed em foco, que no início não havia essa união das empresas.

Em 1980 tornou-se presidente do departamento de Patologia Clínica da Associação Paulista de Medicina (APM), atuando por cinco anos em várias áreas desse departamento. Em meados da década de 1980 foi convidado pela doutora Marilene Melo, hoje membro efetivo do Conselho Fiscal da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC/ML), para participar da parte política da sociedade que veio a presidir na década de 1990. Senne, após mais de quatro décadas de envolvimento, continua atuando fortemente junto ao setor de medicina diagnóstica, lutando pelas melhorias da área, e comanda, com vigor, a empresa que fundou.

Abramed em Foco: O senhor atua na área de diagnóstico desde a década de 1970. Qual foi o grande progresso do setor desde então?
Carlos Senne: Desde 1970 vivenciamos mudanças em todas as áreas, em toda a filosofia da patologia clínica. Não temos como comparar essa década com o que vivemos hoje em 2018 pois tudo mudou e, felizmente, para melhor. Se pensarmos nas áreas técnicas, há grande relevância no surgimento de equipamentos com automação. Realmente foi uma época de uma evolução muito grande tanto na qualidade quanto na quantidade dos exames. Os laboratórios começaram a se juntar e se tornaram – como vemos hoje – grandes multinacionais em análises clínicas. Então, esse período também foi muito agitado por conta dos equipamentos que chegavam, das reuniões ocorriam, das tecnologias e das fusões e aquisições. Estamos em uma fase de movimentos significativos.

Havia, na área de patologia clínica, uma restrição muito grande aos laboratórios de biólogos, biomédicos e bioquímicos, fase na qual participei intensamente para que os médicos patologistas entendessem a importância de trabalharmos todos em conjunto. Daí para frente, não houve mais essa ranhura entre os profissionais, o que foi muito importante para o engrandecimento da especialidade. Até hoje mantemos uma relação muito fraterna com todas as áreas, ampliando, também, a competência da patologia clínica.

Durante esse tempo nossa grande dificuldade foi colocar a especialidade de patologia clínica na grade curricular das universidades e faculdades. Visitei várias instituições na tentativa de conseguir esse ingresso da especialidade, mas realmente foi muito difícil, pois não conseguíamos espaço. Hoje estamos conseguindo alguns avanços, abrimos portas e mostramos nossa importância técnica, social e cultural. E, principalmente, a importância da patologia clínica na correlação entre as áreas clínica e laboratorial.

Abramed em Foco: Por que é tão importante que o setor esteja unido?
Carlos Senne: Além da importância técnica, politicamente a união também é muito importante. Sempre comentei com os times de patologia clínica que quando tivéssemos de acessar algum senador, ministro ou mesmo os presidentes das empresas que nos norteavam, teríamos mais força junto ao pessoal de bioquímica, biomédica e biologia, pois essas pessoas muitas vezes eram vizinhas, parentes e colegas.

Abramed em foco: Acredita que a diversidade é um dos grandes pontos fortes dessa união que envolve desde médicos e gestores até advogados e profissionais que atuam em diferentes instituições públicas e privadas?
Carlos Senne: A Abramed deu início a um projeto maravilhoso que nos permite, hoje, ver nosso grande alcance e como temos influência inclusive em órgãos reguladores da saúde. A Associação teve boa visão e montou um corpo fortalecido que a aproximou de diversos profissionais interessados no nosso segmento. Ficamos, por exemplo, muito bem assistidos por advogados que nos trazem informações e elucidações. E essa massa conseguiu unir todos os grandes laboratórios, dos hospitais aos privados, para que trabalhássemos juntos sem ciúme ou inveja, todos buscando o mesmo norte.

Conseguimos muitas vitórias que qualquer um sozinho seria incapaz de conseguir. A Abramed até mesmo se propôs a auxiliar colegas que não eram sócios, mas que sofriam processos judiciais que poderiam atingir toda a classe. Assim, a Associação mergulhou de cabeça para reverter esses processos que ocorriam no nordeste, no sudeste e no sul do país. Tudo isso foi altamente importante para que nos desenvolvêssemos.

Abramed em foco: Como enxerga, hoje, a importância da Abramed dentro do segmento de medicina diagnóstica?
Carlos Senne: A Abramed é, hoje, um nome muito respeitado e conhecido. Desejado por todos. E é isso que buscamos. Auxiliamos as marcas com mais dificuldades econômicas e chegamos a um pouco que poderemos abraçar todas elas.

Abramed em foco: Quais foram as grandes conquistas da Abramed nesta quase uma década de atuação?
Carlos Senne: Sem entrar em detalhes, a grande conquista da Abramed foi essa união entre os diferentes parceiros que, hoje, falam a mesma língua e estão em busca das mesmas vitórias. Os congressos de sucesso que estão sendo promovidos pela Associação, que trazem nomes importantes de todas as áreas, têm sido fundamentais para o engrandecimento da medicina diagnóstica.

Abramed em foco: Qual é, ao seu ver, o grande desafio da medicina diagnóstica no Brasil nesses tempos modernos?
Carlos Senne: Estamos em um momento de verticalização das grandes empresas e internacionalização de todos os processos, principalmente das companhias estrangeiras que entram no nosso mercado trazendo, consigo, tecnologia e gestão. E isso tem sido bastante importante para que as empresas sejam grandes. Houve, durante muito tempo, medo por parte dos pequenos laboratórios no que diz respeito à sua sobrevivência. E hoje eles estão passando por processos de fusões que os tornam passíveis de serem adquiridos por esses grandes grupos que se formaram no Brasil.

Abramed em foco: O que o Senne Liquor espera da Abramed?
Carlos Senne: Esperamos poder continuar compartilhando da filosofia da Abramed, levando aquilo que diz respeito à nossa área para que possamos transmitir nosso conhecimento com outros colegas que, muitas vezes, não pertencem ao grupo da Associação. A cultura que a Abramed vem trazendo é a de que somos multiplicadores e devemos seguir nesse caminho.

Abramed em foco: Por que, ao seu ver, as empresas do setor devem se associar à Abramed independentemente de seu tamanho ou sua região de atuação?
Carlos Senne: Várias empresas têm nos procurado e indicamos, a outros tantos laboratórios, que se associem à Abramed independentemente de sua região e sua área de atuação. Acredito que já abrangemos toda a parte de análises clínicas, radiologia e anatomia patológica. Hoje, novas especialidades – como a genética que vemos com alto poder no mercado sendo assistida pelas grandes empresas que vendem e introduzem novas tecnologias – estão surgindo. Temos, então, de abrir esse leque para que a Abramed tenha chances de se tornar ainda maior e mais representativa. E não podemos deixar de agradecer à Cláudia Cohn [presidente do conselho da Abramed] que faz um trabalho fantástico e tem uma disposição enorme, doando muito do seu tempo e de sua energia, para que chegássemos onde chegamos.

Conselhos profissionais e corporativismo na área da saúde

Outubro de 2018

O aumento de custos com a saúde é recorrente objeto de discussão no setor privado e no setor público. Em ambos os casos, administradores vêm aplicando as melhores técnicas de gestão visando à constante redução de custos, seja por meio da adoção de tecnologias com melhor aproveitamento, seja pela alocação adequada de pessoas e aumento da produtividade.

A despeito desse grande esforço, o sistema regulatório nacional inibe várias dessas iniciativas, trazendo custos adicionais sem razões técnicas ou legais que os justifiquem. A legislação antiquada e a visão dos órgãos reguladores, incluídos os conselhos profissionais, geram a maioria desses problemas.

Os Conselhos Profissionais, integrantes da Administração Pública Indireta, foram, a princípio, criados para fiscalizar a conduta ética e técnica dos profissionais autônomos que não respondiam a qualquer organização. Afinal, grande parte desses profissionais atuavam (e continuam atuando) de forma totalmente independente, não estando, portanto, sujeitos a qualquer subordinação organizacional.

Os primeiros Conselhos Profissionais instituídos foram o dos advogados, seguido dos Conselhos de Engenharia e Medicina. Nos últimos 50 anos, foram criados inúmeros Conselhos Profissionais cujo escopo de atuação da profissão não é autônomo. A bem da verdade, esses profissionais atuam, na maioria das vezes, vinculados a instituições com estrutura hierárquica e não têm, necessariamente, a independência inerente ao espírito de criação dos primeiros Conselhos Profissionais. A título exemplificativo, citamos os casos dos Conselhos de Enfermagem, com raros profissionais autônomos, e de Técnico de Radiologia, quase todos funcionários de empresas.

A despeito de, como dito, terem sido criados para fiscalizar os profissionais a eles vinculados no que se refere aos aspectos éticos, a visão corporativista dessas autarquias tem extrapolado seu objetivo legal e a competência que lhe fora conferida pelo legislador, tomando para si o papel de Sindicatos focados na defesa corporativa.

Na área da saúde, o abuso dessas autarquias profissionais acaba ganhando ainda mais força pela ausência de normas que possam embasar a atuação das instituições. Diante da omissão do Ministério, Secretarias de Saúde e da ANVISA, aos quais o legislador efetivamente conferiu competência para regulamentar a prestação de serviços de saúde, os estabelecimentos do setor, desconhecedores desse abuso legal, acabam seguindo as resoluções ilegais expedidas pelos Conselhos dos Profissionais que atuam na área, as quais, aliás, acabam influenciando os órgãos públicos reguladores da atividade de saúde.

O Conselho de Medicina, por exemplo, pode regulamentar as questões relacionadas à ética médica e editar normas que definam o caráter experimental de certos procedimentos. A despeito da clara limitação de competência regulamentadora conferida pelo legislador ordinário, a autarquia, com muita frequência, edita resoluções que tratam do fluxo de retaguarda em instituições de saúde; do quadro de Médicos em determinados setores dos Hospitais; dos requisitos para atendimento domiciliar de pacientes; da forma de escolha de Diretor Clínico, entre outros temas próprios da prestação dos serviços de saúde. A maioria das resoluções expedidas pelo Conselho de Medicina, contudo, acaba incluindo dispositivo que garante a proteção da demanda do mercado por médicos, ainda que, tecnicamente, não seja necessário, interferindo, inclusive, na gestão das organizações da área da saúde.

Exemplo dos esforços envidados pelo Conselho de Medicina é o da telemedicina. Ao identificar a centralização do processamento desses exames, o Conselho de Medicina, mais do que rapidamente, editou resolução instituindo uma série de exigências que acabam por praticamente inviabilizar tal prática, em prejuízo dos pacientes. O mesmo aconteceu com a telepatologia, cuja regulamentação editada pelo Conselho de Medicina traz argumentos meramente burocráticos como, por exemplo, a exigência de registros estaduais dos médicos, a despeito de a licença médica ser válida em todo território nacional.

O mesmo ocorre com outros Conselhos Profissionais do setor da saúde. O Conselho de Enfermagem, recentemente, editou resolução impondo às instituições públicas e privadas o dimensionamento mínimo do quadro de profissionais de enfermagem. A norma utilizou como referência estudos realizados em hospitais classificados pelo Ministério da Saúde como “hospitais de excelência”, e impôs quantitativos específicos, elevados e, em alguns casos, sem razão técnica, como no caso da Radiologia. Vale dizer que os esforços do Conselho de Enfermagem voltam-se, basicamente, para essa questão ilegal: dimensionamento do quadro de profissionais. São raros os casos em que essa autarquia atua para verificar a ética de seus membros ou, até mesmo, a correta técnica utilizada. Novamente, o que vislumbramos são esforços voltados, quase que exclusivamente, à reserva de mercado àqueles que compõem o Conselho, sendo verificado, mais uma vez, o triunfo do corporativismo em detrimento à necessária e urgente redução de custos no setor da saúde. Prevalece o sindicalismo.

Com o Conselho de Farmácia, a questão não é diferente. Em interpretação extremamente equivocada da Lei nº 13.021/2014 e da própria atribuição do farmacêutico, a referida autarquia concluiu que pode exigir a presença de farmacêuticos em todos os locais que mantiverem medicamentos e correlatos. Rapidamente, essa autarquia passou a notificar enfermarias de escolas, pequenos consultórios médicos, serviços de radiologia que utilizam contrastes radiológicos, enfim, todo e qualquer local em que haja a guarda de medicamento ou correlatos (todos os materiais e equipamentos utilizados na saúde), demandando a presença de profissional farmacêutico em tempo integral.

Ao que tudo indica, o Conselho de Farmácia, mesmo que reduza a atuação de seus membros a um mero almoxarife, prefere manter uma atuação corporativista, posicionamento que prejudica o acesso à saúde da população, especialmente os mais carentes e as urgências médicas.

Se mantido o equivocado entendimento do Conselho de Farmácia, as companhias aéreas estarão impedidas de manter as singelas maletas de medicamentos para situações de emergência. Em caso de parada cardíaca de um passageiro, mesmo que o voo conte com a presença de um médico, a atuação deste profissional estará, igualmente, restrita ao uso de suas mãos e, o passageiro, coitado, estará praticamente condenado à morte.

Espera-se que este singelo artigo sirva de alento aos Conselheiros dessas Autarquias Profissionais para que deixem o corporativismo de lado e passem a fomentar discussões que envolvam a redução de custos, a ampliação e a melhoria da assistência à saúde no país.

Luiz Gastão Rosenfeld e Teresa Gutierrez são, respectivamente, médico e advogada.

Resolução da CMED causa dano econômico às instituições médicas

Publicada em agosto, determinação define como infrações algumas práticas do setor de saúde, dentre elas a cobrança por medicamentos com valor superior ao da aquisição

Outubro de 2018

resolução nº 2/2018, publicada em agosto pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), vem repercutindo de forma bastante acalorada no setor médico-hospitalar e de laboratórios. Criada a fim de disciplinar o processo administrativo e definir como infrações algumas condutas do setor de saúde, a legislação – que inclusive tem sua legalidade e constitucionalidade questionadas – causa danos econômicos diretos às instituições médicas.

O texto da resolução traz, no artigo 5º – que classifica as infrações à regulação do mercado de medicamentos em dois grupos –, a definição de que estará descumprindo a lei a instituição que “ofertar medicamento com valor superior àquele pelo qual foi adquirido”. Desta forma, a norma parece desconsiderar todos os custos inerentes à gestão desses importantes produtos utilizados cotidianamente nos cuidados com os pacientes, que vão desde a seleção e o armazenamento dos medicamentos em áreas dedicadas, até a unitarização e dispensação desses insumos realizadas por modelos automatizados e por profissionais altamente especializados.

Para as instituições de saúde, o impacto de apenas reembolsar os valores injetados na aquisição de medicamentos acarretará em grande desequilíbrio financeiro, visto que há necessidade de uma remuneração capaz de suprir todos os custos que envolvem o processo medicamentoso dentro de entidades como hospitais, clínicas e laboratórios.

Para a Abramed, que publicou um comunicado oficial, a sustentabilidade do setor é de interesse de todos os elos da cadeia de saúde e a garantia do bom funcionamento depende do diálogo para que a regulamentação seja adequada à realidade do sistema, evitando danos diretos à população.

GT de Comunicação da Abramed divulga Position Paper

Outubro de 2018

Documento visa a dar unicidade de discurso aos porta-vozes das empresas associadas para exercerem advocacy setorial com o objetivo de evidenciar a contribuição do segmento de medicina diagnóstica para a sociedade e para a sustentabilidade do sistema de saúde

Objetivos
O Position Paper da Abramed é um documento que tem como finalidade trazer as seguintes contribuições:

1. construir posicionamento que evidencie a contribuição do segmento de medicina diagnóstica para a sociedade e para o equilíbrio e sustentabilidade do sistema de saúde; e

2. dar unicidade de discurso aos porta-vozes das empresas associadas para advocacy setorial e dos seus negócios.

Contexto
A medicina diagnóstica tem um papel fundamental na cadeia produtiva da saúde. A alta tecnologia, os estudos científicos, a precisão e a modernização trouxeram benefícios incalculáveis no apoio à atividade médica, prevenção de doenças e detecção precoce de patologias.

Um outro fator importante é a produção de conhecimento em medicina diagnóstica realizado pelas empresas do setor para auxiliar a atualização do profissional médico, permitindo aprimoramento continuo para a melhor conduta
clínica. Contudo, há uma distância significativa do valor gerado pelo setor e a percepção de alguns stakeholders.

A Abramed, nesse contexto, tem exercido um papel importante na liderança de discussões com seus associados e com todos os elos da cadeia na busca de soluções para o desenvolvimento sustentável do setor, atuando com princípios aderentes às normas legais, técnicas e éticas.

Mensagens-Chave
Para fazer frente à percepção distorcida que questiona o valor gerado pelo segmento de medicina diagnóstica, recomenda-se a adoção do posicionamento abaixo por meio da utilização dessas mensagens-chave pelos porta-vozes da entidade e de empresas associadas em todas as interações e oportunidades que tenham com a imprensa, formadores de opinião, influenciadores, comunidade médica, órgãos reguladores, legisladores, governos e a sociedade em geral.

1. O segmento de medicina diagnóstica representa um elo de alta relevância na cadeia de saúde por fornecer à atividade médica apoio no processo diagnóstico para a adequada conduta clínica em cada caso;

2. A etapa diagnóstica, além de solucionar as questões críticas de saúde dos pacientes, traz informações por meio de exames que permitem a prevenção em benefício de uma vida saudável. Além disso, contribuem para evitar intercorrências que podem colocar o paciente em risco e gerar, consequentemente, custos ao sistema de forma precoce ou recorrente;

3. A Abramed preconiza práticas de qualidade em medicina diagnóstica como premissa mandatória porque tem a convicção de que essa postura resguarda a saúde das pessoas, a conduta clínica e inibe desperdícios no sistema;

4. O setor entende ser sua responsabilidade disseminar conhecimento em medicina diagnóstica para auxiliar a atualização do profissional médico, permitindo aprimoramento continuo para a melhor conduta clínica. Por isso, as
empresas do setor dedicam significativos investimentos na produção de publicações e eventos científicos de forma contínua;

5. A atividade de medicina diagnóstica atende à solicitação médica para a realização de exames, respeitando a autonomia e a perspectiva de conduta clínica a partir do acompanhamento que realiza sobre cada caso. Realizamos
exames em apoio a esse relevante trabalho do profissional médico sem exercer qualquer tipo de ação que gere demanda;

6. O setor é regido por um Código de Conduta e Compliance em defesa de práticas éticas das instituições e qualidade no apoio diagnóstico. Para tanto, está estruturada com um Comitê de Ética, composto por membros da Abramed e conselheiros independentes, que investigam e avaliam quaisquer questionamentos ou denúncias.

7. Sobre as argumentações de que há desperdício e incentivos para a demanda de exames sem necessidade, a Abramed não compactua com esse tipo de prática. A entidade adota critérios e políticas com seus associados e mantém debates importantes sobre o tema. Muitas das informações publicadas sobre esse assunto partem de bases superficiais, que não levam em consideração:

a. As epidemias sazonais (como febre amarela, vírus zika, etc);

b. As atualizações de equipamentos que permitem diagnóstico com menos exames, de forma menos invasivas e que, em muitos casos, substituem intervenções cirúrgicas com melhor qualidade de desfecho e qualidade de vida para os pacientes;

c. O número de exames não retirados fisicamente nas unidades de atendimento é de 5,4%, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, o que corresponde a cerca de 0,6% se considerarmos um número médio de 8 exames por solicitação médica. Esses exames não retirados podem ter sido decorrentes de vários fatores como interlocução imediata entre o médico prescritor e o centro diagnóstico ou retirada do resultado de forma online; e

d. Estudo britânico, que se repete há 15 anos, indica que o fenômeno da subutilização é mais prevalente que a superutilização de exames (44,8% ante 20,6%). Entende-se por subutilização falha na disponibilidade do serviço que beneficiaria pacientes que deveriam estar sendo submetidos   exames em benefício de um melhor cuidado médico, sobretudo, na perspectiva preventiva.

8. O combate ao desperdício é uma bandeira também defendida pela Abramed, assim como a subutilização de recursos que permitiria diagnósticos mais precisos e mais vidas salvas. A prevenção e detecção precoce de doenças são formas de desoneração do custo da cadeia de valor da saúde, pois possibilitam que o paciente seja tratado antes de chegar ao estágio mais custoso dos tratamentos. O investimento na investigação primária, com apoio diagnóstico de qualidade, desonera o sistema como um todo.

Claudia Cohn debaterá ética em fórum promovido pela SBPC

Discussão faz parte da programação do 52º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, que ocorrerá em Florianópolis a partir de 25 de setembro

17 de setembro de 2018

A Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica participará, entre os dias 25 e 28 de setembro, do 52º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, promovido pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML). A presidente da entidade, Claudia Cohn, compõe a lista de debatedores do Fórum “Ética em Medicina Diagnóstica”, que encerra o evento e será mediado pelo presidente da SBPC/ML, Wilson Shcolnik.

Os palestrantes do Fórum serão o procurador da República e coordenador da Operação Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol; e o promotor de Justiça em São Paulo e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu. Além de Claudia, estarão debatendo Roberto Luiz D’Avilla, ex-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM); Ademar José de Oliveira Paes Jr, presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM) e Conselheiro da Abramed; Luiz Fernando Barcelos, presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC); e Carlos Eduardo Gouvêa, diretor Executivo do Instituto Ética Saúde (IES).

“A crise pela qual passa o nosso país não é só econômica, política e administrativa, mas também de valores éticos e morais”, afirma Claudia. “Na Abramed, temos um Comitê de Ética e um Código de Conduta, que norteiam as melhores práticas no nosso setor. Disseminamos ideias, valores e padrões e somos comprometidos com questões éticas de todos os relacionamentos envolvidos na cadeia da saúde”, diz a presidente da Abramed.

Para Shcolnik, ética é um tema que deve sempre orientar as ações das pessoas, tanto profissional, quanto cidadão. “Nos dias atuais, ela ganha uma importância ainda maior devido à realidade que vemos em nosso país, que afeta a todos. Como sociedade médica e científica em medicina diagnóstica, a SBPC/ML entende a importância de debatê-la neste setor da Saúde tão importante para a população e para o Brasil. É o momento de discutirmos e encararmos de frente algumas práticas existentes em nossa área”, ressalta, acrescentando que os convidados são nomes de destaque em sua área de atuação. “Tenho certeza que esse fórum vai ficar na história dos congressos da SBPC/ML”, conclui.

Ele ressalta ainda que a presença da Abramed no evento é de grande contribuição para o debate consciente sobre a medicina diagnóstica. “A Associação não poderia ficar de fora desse fórum, pois tem muita experiência sólida de compliance em medicina diagnóstica. Esperamos aprender muito juntos”, finaliza.

A Abramed também terá um estande no evento, que servirá como ponto de encontro e apoio para associados e convidados.