Nota | Casos de covid aumentam 200% em um mês, de acordo com Abramed

Número de testes passou de 47 mil na primeira semana de maio para 143 mil na primeira semana de junho

Segundo dados levantados pela Abramed, os exames de Covid-19 na rede privada aumentaram 200% em um mês, passando de 47 mil na primeira semana de maio para 143 mil na primeira semana de junho. O aumento em relação à semana anterior foi de 40%.

Os casos positivos aumentaram 501% na primeira semana de junho, em comparação à primeira semana de maio.

Veja tabela corrigida e dados abaixo:

  Acompanhamento semanal Covid-19 ABRAMED 
 24 a 30/04  1 a 07/058 a 14/0515 a 21/0522 a 28/0529/05 a 04/06Total 6 semanas* 
Nº de exames realizados                  44.095                  47.803                 65.156                  62.500                 102.463                 143.297                                                                                  465.314 
Taxa de positividade12,9%17,6%24,0%28,8%34,4%35,3%28,7% 
Número de positivos                     5.678                     8.420                 15.665                  17.996                    35.247                    50.568  
* a taxa de positividade total é a média ponderada do período     
 Aumento de número de testes em relação à semana anterior:   40%  
   Aumento de casos numero de testes em relação à primeira semana de maio:  200%    
  Aumento  da taxa de positividade em relação à primeira semana de maio:    100,3%   
  Aumento de taxa de positividada em relação à semana anterior:   2,6%   
  Aumento de positivos em relação à semana anterior:   43%   
Aumento de positivos em relação à primeira semana de maio:    501%  


O acompanhamento semanal voltou a ser feito pela Abramed após os casos começarem a aumentar, depois de terem apresentado queda em feveriro. Fazem parte da Abramed os laboratórios de medicina diagnóstica que atendem a cerca de 65% do volume de exames do país. Os dados são nacionais.

SOBRE A ABRAMED

Fundada em 2010, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – ABRAMED, surgiu num momento de transformações no sistema de saúde brasileiro, entre elas a consolidação de um novo perfil empresarial e o estabelecimento de regulamentações determinantes para o futuro da medicina diagnóstica no país. Esse cenário foi propício para que as empresas com atuação de ponta no país vislumbrassem os benefícios de uma ação integrada em torno da defesa de causas comuns.

A ABRAMED expressa também a visão de um setor de grande relevância socioeconômica, cujo desempenho tem impacto significativo sobre a saúde de parcela expressiva da população.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), nada menos do que 50 milhões de brasileiros são beneficiários potenciais dos serviços disponibilizados pelo setor.

Como instrumento aglutinador de um segmento que mobiliza uma vasta cadeia de valor, a ABRAMED verbaliza os anseios de seus associados, atuando no diálogo com instituições públicas, governamentais e regulatórias, buscando contribuir para o debate nacional sobre saúde e influenciar na adoção de políticas e medidas que levem em conta a relevância da medicina diagnóstica para a população do país. A representatividade da ABRAMED se traduz ainda na parceria com a comunidade científica e no diálogo com as demais entidades do setor e com a sociedade civil.

A ABRAMED conta com associados, que, juntos, respondem por mais de 60% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país. Essas empresas também são reconhecidas por sua qualidade na prestação de serviços, pela excelência tecnológica e pelas práticas avançadas de gestão, inovação, governança e responsabilidade corporativa.

Abramed defende o setor de medicina diagnóstica como prioridade para próximo governo

Vice-presidente do Conselho de Administração representou o setor em evento com lideranças políticas e da saúde

Evidenciar as prioridades da saúde para o próximo Governo Federal foi o objetivo do evento promovido pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) durante a Hospitalar 2022. A entidade reuniu líderes das principais entidades do setor; lideranças políticas na saúde de diferentes partidos; e a voz da população, através da apresentação da pesquisa inédita “O que pensam os brasileiros sobre a saúde no Brasil?”. A Abramed foi representada pelo vice-presidente do Conselho de Administração, Leandro Figueira. 

Figueira salientou a importância de o país sair dessa discussão temporal que houve nos governos até agora e mudar o foco do custo para a construção. Também destacou a necessidade de olhar para a medicina diagnóstica como um setor relevante que pode ajudar na criação de uma política de estado. 

“Os exames preventivos podem colaborar para uma melhor saúde da população brasileira. Quando falamos de diagnóstico, 70% das decisões clínicas são baseadas em exames e eles foram cruciais, por exemplo, na solução da pandemia. Além disso, somente no campo da oncologia, 60% dos custos excedentes estão relacionados aos diagnósticos tardios. Se tivéssemos uma política de detecção precoce dos diagnósticos oncológicos, por exemplo, já teriam sido economizados bilhões de reais que poderiam ser revertidos para outras áreas”, enfatizou o executivo.

“Os exames, o que, aliás, é um ponto bem importante, devem ser vistos como controle e acompanhamento de doenças e não como desperdício. A Abramed inclusive defende o uso racional dos exames e está à disposição para participar em qualquer governo”, complementou.

A saúde que os brasileiros querem 

A pesquisa realizada pelo PoderData avaliou a percepção da população em relação aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela saúde suplementar no Brasil. Ao todo, foram entrevistados mais de 3 mil brasileiros em 388 municípios. Segundo o estudo, 4 entre 10 pessoas reprovam a saúde no Brasil; e 5 em cada 10 usuários dos serviços de saúde suplementar estão satisfeitos com o sistema. 

No caso do SUS, 45% aprovam a assistência, mas apontam carências. A dificuldade de fazer exames foi apontada como um dos principais gargalos quando se precisa de um serviço. Outro dado interessante é que, embora a saúde seja a prioridade dos brasileiros, 71% não fazem atividades de prevenção. O cenário repete-se na saúde suplementar, em que apenas 15% dos usuários participam das iniciativas preventivas. 

Quanto à preocupação com o futuro da saúde, metade dos respondentes da pesquisa espera que o próximo governo priorize os investimentos em inovação e tecnologia e essa demanda predomina mais no Sul, mencionada por 43% das pessoas.  

“A pandemia de covid-19 fez crescer a preocupação das pessoas com a qualidade dos serviços de saúde. O brasileiro agora tem mais propriedade e conhecimento sobre os sistemas, as partes boas e ruins. Ele se sente mais participante das discussões sobre o tema”, afirmou o diretor-executivo da Anahp, Antônio Britto.

Para debater esse cenário apresentado pela pesquisa e ouvir as colocações das entidades do setor, foram convidados o senador e atual presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa; o deputado federal pelo MDB-RS, Osmar Terra; o professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna; e o professor e coordenador do Programa Partido Novo, Leandro Piquet. 

Telemedicina e o uso da tecnologia, uso consciente de exames diagnósticos, aumento da cobertura vacinal, prevenção e promoção à saúde, especialização dos profissionais da saúde, parcerias-público privadas (PPPs), entre outros aspectos que compõem o cenário da saúde foram mencionados como prioridades para 2023. 

Humberto Costa, senador e atual presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, salientou que apesar dos investimentos em tecnologia aparecerem como prioritários na pesquisa, pensar em como capacitar e desenvolver o capital humano são aspectos que não podem ficar de fora da pauta. “É preciso ter médicos que atendam no SUS com qualidade. Essa questão é fundamental”. 

Já Osmar Terra, deputado federal pelo PMDB-RS, apontou a implantação do conceito de meritocracia como uma saída interessante para a saúde. “Quanto melhores forem os indicadores na área geográfica que o médico atua, mais ele deve ganhar. Isso faz com que o profissional esteja mais presente. Afinal, médico sem dedicação exclusiva não tem tempo para atender com qualidade”, considerou Terra, que ainda salientou a necessidade de harmonizar a prevenção, a promoção e o atendimento médico hospitalar.

Prevenção também foi um ponto salientado por Denizar Vianna, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Para ele, a falta de cuidado é preocupante e envolve mudança de hábito de vida das pessoas, o que não é uma tarefa fácil. E, salientou que a telemedicina é um instrumental muito importante para dar acesso a mais de cinco mil municípios, mas que é preciso também investir no cuidado presencial. “Assim como telemedicina sem regulação pode gerar mais gasto, do que entrega resultados. Temos, ainda, que olhar para P&D com uma visão interministerial. Esses são os pontos principais para articular numa proposta.”

Para Leandro Piquet, professor e coordenador do Programa Partido Novo, na área da saúde é fundamental pensar a ideia de parcerias público- privadas (PPPs) e a reforma do sistema previdenciário. “O sistema não pode ter esse papel apenas assistencialista. Passar para papel de prestador de serviço é importante para que não se gere esse tipo de relação quase parasitária que existe. E, ainda, precisamos pensar de uma forma inovadora a importância fundamental de pensar a efetividade dos gastos com saúde e olhar o resultado final dos atendimentos”, explica. 

Levaram suas ideias e seus anseios para o representantes políticos, além da Abramed, representantes da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), do Conselho Nacional de Saúde (CNSaúde), da Interfarma, da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed), do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (SindHosp), da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).

Summit Abramed debate Medicina Diagnóstica na Gestão da Saúde

Durante a Hospitalar 2022, entidade reuniu especialistas para contextualizar o papel do diagnóstico na gestão da saúde corporativa

Buscando firmar cada vez mais seu papel de protagonista não só na medicina diagnóstica, mas também na transformação do setor de saúde, a Abramed promoveu durante a Hospitalar 2022, no último dia 17 de maio, uma discussão sobre Gestão em Saúde. O segundo painel do Summit Abramed reuniu especialistas no tema, entre eles Ademar Paes Junior, sócio da Clínica Imagem e membro do Conselho de Administração da Abramed; Carlos Eduardo Santos Moreira, managing director na Quest Diagnostics do Brasil, Caribbean e South America; Leonardo Piovesan, diretor de Saúde Corporativa da Associação Brasileira de Profissionais de Recursos Humanos (ABPRH) e gestor de Saúde Corporativa do Hospital Oswaldo Cruz; e moderando o bate-papo a diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano.

O objetivo da discussão foi contextualizar o papel que o diagnóstico e o uso consciente de exames desempenham na gestão de saúde corporativa, passando por outras questões, como a importância da criação de programas baseados em evidências, conhecimento a respeito da sua população, análise de dados e os impactos da pandemia. 

Segundo Milva Pagano, quando se fala sobre gestão da saúde, especialmente saúde corporativa, o ônus fica para as empresas responsáveis por subsidiar os planos de saúde para seus colaboradores. Atualmente, cerca de 67% das vidas cobertas pela saúde suplementar no Brasil estão inseridas em planos coletivos. 

“A conta acaba não fechando ao final do dia, seja pela elevação de sinistralidade, seja pelo desconhecimento do perfil de saúde da população. Desta forma, acaba ocorrendo um descontrole na utilização e não necessariamente esse uso é benéfico para a saúde das pessoas. Por isso, a importância da gestão de saúde”, enfatizou a diretora-executiva.

Carlos Eduardo, ressaltou que os programas que permitem comparar resultados ano a ano trazem consigo um entendimento não só sobre o que acontece com os colaboradores que fazem parte deles, como também dos contextos de saúde populacional.

Segundo o executivo, existem muitas situações nas quais os dados que as empresas possuem, como os relacionados à sinistralidade e ao volume de gastos, trazem informações bastante relevantes que podem mudar completamente a vida dos participantes e proporcionar economias expressas para todos os envolvidos – empresas, funcionários e operadoras de saúde. 

“No momento em que diversos aspectos são identificados com antecedência, o cenário muda de figura e isso se reflete em redução de custos com internações, inclusive em unidades de tratamento intensivo, e também com absenteísmo”, destaca. 

Os impactos positivos dos programas de gestão de saúde corporativa também foram ressaltados por Leonardo Piovesan. O executivo contou como a migração de um modelo mais tradicional para outro bastante inovador, colocando a prevenção e a promoção à saúde como protagonistas, com foco em atenção primária e voltado ao diagnóstico precoce, em especial de doenças crônicas, com envolvimento de um time multidisciplinar, que permite tratar de diferentes formas, pode fazer a diferença.

“Em nosso caso, começamos conhecendo a população através de dados, do diagnóstico da população e atuando na redução dos fatores de risco, como tabagismo e hipertensão, para contribuir para a melhora da saúde. A resolutividade nos ambulatórios é superior a 90%, trazendo retorno financeiro, reduzindo em 45% a taxa de absenteísmo, além de economizar com reajustes.”

A impossibilidade de atuar na gestão de saúde se não houver acesso aos dados e às informações, em estratificação e separação dos colaboradores em grupos de riscos, também foi um ponto apontado como importante pelos participantes do debate. Ademar Paes Junior, salientou que essa cultura de dados veio para ficar. No entanto, eles precisam ser usados de maneira inteligente para trazer benefícios aos pacientes. A interoperabilidade entre o sistema público e privado foi citada ainda pelo executivo como crucial nesse cenário. 

Além disso, os impactos da pandemia, que não só demandou maior inteligência de dados e de planejamento, como também impactou o acesso e a realização de exames diagnósticos foram enfatizados por Paes Junior. “É preciso tornar dados visualmente apresentáveis para poder, a partir disso, compreender um pouco melhor todo o cenário, tomar decisões e agir positivamente. Não há na história recente uma oportunidade maior de transformar o setor. Essa janela de oportunidade não pode ser desperdiçada. E já vemos as pessoas e os gestores mais conscientes e preocupados em conhecer como isso pode interferir na previsibilidade e no planejamento da empresa, das cidades e da sociedade”, complementa. 

A despeito de não poder ainda mensurar efetivamente o impacto do apagão do diagnóstico na gestão da saúde corporativa, a diretora-executiva da Abramed, acredita que ele certamente virá. E isso pode acontecer não só no que tange aos maiores problemas de saúde e ao agravamento de doenças crônicas que deixaram de ser acompanhadas, como também em custos. Isso, segundo ela, segue na contramão do paradigma de que o diagnóstico ofende o sistema de saúde na totalidade. Pelo contrário, se usado de maneira consciente e adequada e inserido nos programas de gestão de saúde corporativa, consegue mudar cenários.  

Paes Junior complementa que, economicamente, quem trabalha com gestão de saúde tem conhecimento de que os reajustes dos planos corporativos no Brasil estão acima da inflação. Esse cenário é de certa forma reflexo da recuperação do ritmo da realização de procedimentos diagnósticos, não só em volume como em complexidade, pois o atraso no acompanhamento e o descuido com a saúde durante a pandemia fizeram alguns pacientes chegarem em estado mais grave ao sistema de saúde. “Esse já é um sinal e uma consequência do período sem assistência e acesso aos exames diagnósticos”, explica. 

Já o executivo da Quest Diagnosis acredita que esse apagão do setor de diagnóstico levou as empresas a olharem mais para a saúde do colaborador e a entender a importância de ter mapeamento, enfatizando que as organizações que não tinham conhecimento dos dados ou nenhum programa estabelecido apresentaram dificuldades em monitorar seu quadro de colaboradores, trazendo um impacto negativo também. 

Sobre o uso especificamente de exames laboratoriais preditivos em saúde populacional, como exames genéticos, Piovesan trouxe sua percepção. “Ainda não estão sendo usados assertivamente os exames preditivos. Alguns grupos de pacientes com doenças raras na família ou que apresentam fatores de risco muito grandes são direcionados à testagem genética, mas ainda há oportunidades de expansão dessa utilização, pois, na prática, não acontece.”

No final da discussão, Milva concluiu que o cenário só deixa evidente que não se faz gestão populacional sem o respaldo do diagnóstico. “Sempre fui uma defensora da saúde corporativa e hoje enxergo a importância da medicina diagnóstica na gestão da saúde, desde que com a utilização consciente e adequada desse recurso. É isso que a Abramed defende e promove e é o que está sempre protagonizando a gestão da saúde”, finaliza a diretora-executiva. 


Além desse painel, o Summit Abramed colocou em pauta outros temas de grande relevância para o ecossistema de saúde que envolvem diretamente o setor de medicina diagnóstica. A abertura do evento foi feita pela diretora-executiva da entidade, Milva Pagano, e o primeiro painel discutiu “Inteligência Artificial e Proteção de Dados”.

Leia a cobertura do painel 1, Inteligência Artificial e Proteção de Dados

Relação entre inteligência artificial e proteção de dados é discutida durante o Summit Abramed na Hospitalar 2022

Paciente no centro do cuidado e a autorregulação regulada foram apontados como fatores cruciais para inovação e conformidade 

A inteligência artificial, bem como os desafios jurídicos e melhores caminhos para garantir a inovação e a proteção de dados no setor de saúde foram temas discutidos no primeiro painel do Summit Abramed, durante a Hospitalar 2022, no último dia 17 de maio. O evento contou com a participação de especialistas, entre eles Rony Vainzof, Sócio no Opice Blum, Bruno e Vainzof Advogados e Coordenador da Pós-Graduação em Direito Digital da Escola Paulista de Direito (EPD); Ricardo Campos, Professor na Goethe Universität (Alemanha) e Diretor do Instituto Legal Grounds; Marcos Ottoni, coordenador jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e membro do conselho da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD); e moderando o bate-papo Rogéria Cruz, Diretora Jurídica do Hospital Israelita Albert Einstein e Diretora do Comitê de Proteção de Dados da Abramed.

A preocupação de conciliar a segurança jurídica com o desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações que permitam aprimorar não só o diagnóstico, como a saúde em sua totalidade, foi o tópico central das contextualizações e da discussão “Inteligência Artificial e Proteção de Dados”. 

A importância de focar no paciente, trazendo-o para o centro do cuidado, a participação conjunta do setor no processo de regulação – autorregulação regulada, também esteve presente na fala de todos os participantes. Esse aspecto, inclusive, foi colocado como a melhor saída no cenário atual em que o Congresso Nacional discute um marco regulatório para a IA e a instituição de uma autoridade para conduzir o tema no Brasil. 

Na opinião de Rony Vainzof, a instituição de uma autoridade é uma alternativa inviável. Isso porque demandaria por parte do estado um acompanhamento muito próximo tanto da dinamicidade dos avanços, como das especificidades de alguns setores, no que tange o uso da IA, com práticas de governança e ética. Isso inclui, por exemplo, a saúde e a medicina diagnóstica. 

“Imagine o risco que causaria uma interpretação errada por parte de uma autoridade nova, que precisaria entrar nos detalhes de cada segmento, enquanto o setor tem casos práticos em andamento. Por isso, este é momento de atuar na autorregulação, pegando a chancela das autoridades e agências setoriais existentes.” 

Vainzof ressaltou ser importante se ter ciência de que IA é uma tecnologia e uma área de conhecimento relacionada a diversos segmentos e enraizada no dia a dia da sociedade, das mais variadas formas.  E que, ao contrário da privacidade e proteção de dados pessoais, não pode ser tratada como uma garantia e um direito fundamental. Essa confusão de conceitos faz uma parcela significativa de pessoas defenderem a criação de uma legislação detalhada e extensiva com relação aos seus requisitos de governança.

“É importante, desde a concepção de um novo produto e de um novo serviço, ter a avaliação de ética e de princípios. Desta forma, fica mais fácil, diminuem-se os riscos e estabelece-se uma confiança muito maior no ambiente digital, além de mitigar responsabilizações inadequadas.”

A aplicação da IA é muito relevante em relação a todo o futuro do setor e existem inúmeras possibilidades para auxiliar o profissional de saúde a tomar sua decisão. Ela precisa ser vista como uma ferramenta de inteligência aumentada para atuar em diagnósticos, cuidados clínicos, telemedicina, alocação e priorização de recursos da área, pesquisas clínicas e desenvolvimento de drogas, gestão e planejamento e no próprio monitoramento da saúde pública.  

É o caso, por exemplo, de câncer, variação de risco de morte súbita cardíaca, outras doenças cardíacas, derrames com base em tomografias, e encontrar indicadores com base em imagens, entre outras.

Marcos Ottoni reforçou a necessidade de o setor de saúde atuar de maneira conjunta na construção de um código de conduta para uso adequado e condizente com a sua realidade. “É um momento intenso para debatermos esse tema. Inclusive com a transferência internacional de dados, que na medicina diagnóstica é bastante importante”, ressaltou. 

Sobre como conciliar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a IA sem ferir a privacidade, Ottoni colocou a necessidade de trazer a transparência, equilibrando a inovação e protegendo, em simultâneo, o cidadão. 

“Embora seja um desafio muito grande, sabemos que a gestão de risco e autorregulação regulada são instrumentos importantes para alcançarmos o estado da arte, que seria o intenso uso da tecnologia, mas sempre trazendo o paciente para o centro de tudo. Ele precisa ter clareza do que está sendo feito com seus dados no dia a dia”, acrescentou.  

A dataficação – tendência tecnológica moderna de transformar diversos aspectos de nossa vida em dados que são posteriormente transformados em informação percebida como uma nova forma de valor –  e a vasta quantidade de dados de saúde que podem ser coletados também foram trazidos como vantagens, especialmente no Brasil, que por ser um país continental, com diversas etnias e vasta gama de estados, o qual, consequentemente,  dispõe de uma rica base de dados que poderiam ser utilizadas em inovações. Daí a importância da conformidade legal, respeitando princípios éticos para a melhor proteção da vida.  

Nesse sentido, Ricardo Campos enfatizou ser impossível desvincular a IA do tratamento de dados.  

Segundo ele, muitos conjuntos de dados podem ser usados para treinar o machine learning para construir os modelos de algoritmo. E, na medicina, um dos grandes objetivos é usar isso para individualizar diagnósticos. Mas ressaltou que, apesar dessa relação direta, existe uma distinção muito evidente entre elas, tanto na definição como na complexidade da regulação. “A proteção de dados não é um produto. E a IA tem caráter sui generis, ou seja, é única em seu gênero.”

Sobre a regulação de exemplos ao redor do mundo, o especialista explicou que o modelo Europeu é bastante rígido e influencia, de certa forma, negativamente a inovação. “A falta de profissionais com conhecimento devido, antes, acabava atrasando o diagnóstico. Esses algoritmos treinados proporcionam um enorme avanço no diagnóstico automatizado de doenças, tornando o processo mais rápido, mais barato e mais acessível. Graças à IA foi possível atingir um desenvolvimento sobre-humano no diagnóstico de doenças. Nenhum grupo de pesquisadores no mundo conseguiria ter a acurácia proporcionada pelo machine learning”. 

A desumanização por causa da IA também foi trazida como ponto de preocupação, o que pode ser evitado com a participação do setor na construção da autorregulação. “Isso trará uma simetria muito grande entre o conhecimento estatal e o conhecimento gerado na iniciativa privada”, explicou Campos. Além desse painel, o Summit Abramed colocou em pauta temas relevantes para o ecossistema de saúde que envolvem diretamente o setor de medicina diagnóstica. A abertura foi feita pela diretora-executiva da entidade, Milva Pagano. Confira também a cobertura do painel sobre “O papel da medicina diagnóstica na gestão da saúde”.

Leia a cobertura do painel 2, Medicina Diagnóstica na Gestão da Saúde

Abramed participa da criação de área dedicada à medicina diagnóstica na Hospitalar

No dia 19 de maio foi realizada a cerimônia que tornou o setor de Diagnósticos e Laboratórios parte oficial da feira

A Abramed é parceira do novo setor exclusivo para a medicina diagnóstica lançado durante a 27ª edição da Hospitalar, juntamente com a Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia e Ciências da Vida (Anbiotec Brasil).

No dia 19 de maio, foi realizada a cerimônia que marcou a concretização do projeto, tornando o setor de Diagnósticos e Laboratórios parte oficial da feira. O espaço, que concentra as soluções e as inovações para laboratórios, diagnóstico e análises clínicas, surgiu para atender à crescente demanda dos visitantes por produtos relacionados à área. Nesta primeira edição, já foi um sucesso absoluto, reunindo 30 empresas.

Em seu discurso, a presidente da Hospitalar, Waleska Santos, destacou a importância da medicina diagnóstica e parabenizou as associações parceiras pela atuação e representatividade. “Trata-se de um momento muito especial, pois ter um lugar de destaque para este setor tão importante é um prestígio e um orgulho para o evento. A Hospitalar nasceu para oferecer novas soluções, estamos aqui para ouvi-los, sempre pensando no progresso comum e no bem-estar do paciente. Desejo vida longa ao setor de medicina diagnóstica dentro da Hospitalar”, disse.

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, esteve na cerimônia e agradeceu a oportunidade de participar da programação oficial do evento. Ele lembrou que a Abramed é composta por laboratórios clínicos, clínicas de radiologia e diagnóstico por imagem e laboratórios de anatomia patológica, que são responsáveis por 60% dos exames realizados na saúde suplementar.

“Precisamos de fornecedores à altura para que os resultados sejam precisos e possam atender os pacientes, que merecem todo o nosso carinho e respeito, e também os médicos, que tomam decisões com base nesses resultados. Acreditamos que o setor oferece muitas oportunidades de crescimento à Hospitalar, é uma honra fazermos parte disso. Fica aqui o reconhecimento da Abramed, o agradecimento e os votos de ainda mais sucesso nas próximas edições”, declarou Shcolnik.

Por sua vez, a presidente da Anbiotec Brasil, Vanessa Silva, expôs o orgulho de estar junto com os empresários que defenderam a criação de uma área de diagnóstico, diagnóstico in vitro e biotecnologia para ajudar a cadeia da saúde. “Nossa rede conta com 65 empresas associadas e representa 30% do mercado, ou seja, é bastante relevante. Que alegria e honra estar aqui com a Abramed. Tenho a certeza que esta será a primeira de muitas edições, contem conosco. Obrigada e parabéns”, concluiu.

Número de testes realizados para Covid-19 e taxa de positividade tiveram aumento acentuado em maio

Grandes veículos de comunicação divulgaram, essa semana, dados apresentados pela Abramed sobre o aumento acentuado na quantidade de testes de Covid-19 feitos nos laboratórios de medicina diagnóstica e a crescente taxa de resultados positivos.

Entre os dias 2 e 8 de maio, o aumento no número de exames foi de 8,4%, sendo 47.803 testes de diagnóstico da Covid e cerca de 17,1% dos resultados foram positivos. Na segunda semana do mês, o aumento foi de 40% no número de testes e uma taxa de positividade de 24,1%.

Confira todas as matérias acessando os links abaixo.

Telejornal Bom Dia Brasil, Rede Globo

https://globoplay.globo.com/v/10589520/

CNN Brasil

https://www.cnnbrasil.com.br/saude/indice-de-testes-positivos-para-covid-19-tem-sexta-alta-seguida-aponta-abrafarma/

Metrópoles:

https://www.metropoles.com/brasil/saude-br/covid-testes-aumentam-40-no-brasil-e-positividade-241

Folha de São Paulo

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2022/05/casos-positivos-de-covid-na-rede-privada-chegam-a-241-na-segunda-quinzena-de-maio.shtml

Band

https://www.band.uol.com.br/bandnews-fm/noticias/procura-por-testes-de-covid-19-e-taxa-de-positividade-sobem-nos-laboratorios-16512007

Jovem Pan News

Continuar as discussões sobre saúde mental nas empresas é a chave para uma sociedade mais saudável

Participação do trabalhador nesse processo é essencial, destacaram as executivas Milva Pagano e Cláudia Morgental, no 3º episódio do podcast Medtronic Cast

“Saúde vem de dentro” foi o mote do podcast da Medtronic, o Medtronic Cast, que reuniu, em seu terceiro episódio, Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, e Cláudia Morgental, diretora de Recursos Humanos da Medtronic Brasil – líder mundial em tecnologias, serviços e soluções médicas, para tratar de temas como equidade de gênero, bem-estar e saúde mental, os quais se tornaram cada vez mais importantes para os funcionários de uma empresa e fundamentais para garantir um ambiente saudável. Elas compartilharam experiências positivas, bem como discorreram sobre desafios que envolvem o cotidiano de uma gestão preocupada em manter esses valores.

A primeira abordagem neste novo episódio do Medtronic Cast ressaltou o fato da pandemia ter afetado a saúde mental das pessoas de muitas formas e aumentando várias doenças relacionadas a isso, como ansiedade (TheBlueDoveFoundation), depressão e Síndrome de Burnout, exigindo um novo olhar por parte das organizações, dado que as pessoas tiveram que se adequar a trabalhar em casa sem o convívio com os colegas, entre outras situações atípicas no mundo do trabalho tradicional.

Essa dinâmica suscitou a importância de entender a situação dos funcionários e oferecer alternativas para eles. Nesse contexto, Claudia contou sobre a experiência da Medtronic, e lembrou que a discussão sobre saúde mental vem evoluindo há um bom tempo, pois o tema já vinha ocupando espaço nos ambientes de trabalho antes da pandemia e, agora, em janeiro de 2022, em decorrência das discussões que aconteceram neste âmbito e devido ao agravamento que a crise da Covid-19 causou no quadro de saúde mental dos trabalhadores, o Burnout, por exemplo, como uma das consequências, passou a ser considerada uma doença ocupacional. “É mais uma das demonstrações do quanto esse tema foi significativo, é, e continuará sendo para todos nós daqui em diante”, salienta.

Claudia conta que na Medtronic, mesmo acompanhando seus profissionais no modelo virtual, foi dada uma grande atenção a todas as diferentes adaptações que os funcionários necessitaram passar. “É importante lembrar que as soluções não são iguais para todos e precisamos entender que as pessoas foram impactadas por diferentes realidades”, atentou, entre outras considerações, por exemplo, no que tange ao papel dos gestores e das empresas em tratar a saúde e segurança dos funcionários em primeiro lugar e vencer vários desafios gerados com a crise sanitária global. “Isso sempre foi muito importante para a Medtronic e conseguimos, desde o início da pandemia, nos posicionar muito bem em relação às questões de bem-estar e saúde”.

Para Milva, a questão da saúde mental dos funcionários está sendo discutida com mais ênfase nas empresas, pois a pandemia abriu espaço para se conversar mais sobre o assunto e, como observado por Cláudia, mostrou os diferentes níveis e momentos vividos pelas pessoas, além de que o nível de maturidade nas empresas também tem suas diferenças e exige um tipo diferenciado de interação com os líderes, muitas vezes sendo necessário um movimento maior de apoio e espaço para diálogo.

“Nesse período de dois anos de pandemia vivemos situações totalmente atípicas. E somado ao fato de que antes dela já tínhamos um quadro de adoecimento mental da sociedade na totalidade, isso foi agravado diante do sentimento de medo, do luto por entes queridos, pelas perdas de emprego, das inconstâncias socioeconômicas e de saúde em geral e da luta pela sobrevivência e subsistência das famílias, além de outros fatores cruciais”, pondera a diretora-executiva da Abramed.

De certa forma, conforme expôs Milva, a pandemia humanizou um pouco mais as pessoas, colocando todas no mesmo nível de fragilidade, tendo que conciliar diversos aspectos pessoais e profissionais nesta nova dinâmica de trabalho, mas com o viés emocional mais latente, demonstrando a necessidade de verbalizar seus medos e angústias. “Todo esse cenário já existia antes da pandemia, mas podemos considerar que seu advento trouxe a permissão para falar sobre essas aflições”, assinala.

Falar sobre saúde mental nesse momento de transição pós-pandemia é essencial, devido ao seu caráter extenso e complexo, mas que já mostra avanços. Segundo Milva, deixar esse assunto vir à tona nos ambientes de trabalho e ver que as pessoas estão mais atentas para essa questão é um divisor de águas, pois só assim será possível olhar e transformar esse processo para termos um ser humano mais equilibrado e uma sociedade mais saudável.

“Temos que colocar atenção, e não tensão e nem preocupação, para continuar a tratar desse assunto, possibilitando espaços de conversas nas empresas, abrindo portas entre as empresas, verificando cases que já têm resultados, com um benchmarking efetivo”, orienta a diretora-executiva da Abramed.

Claudia e Milva concordaram sobre a importância do olhar humanizado neste novo cenário, com uma postura mais madura por parte das empresas, construindo ambientes seguros para estimular a interação entre as pessoas e visando o bem-estar dos funcionários, alinhado com a visão de negócios e a sustentabilidade a longo e médio prazo.

Milva completou que estamos no momento de volta ao trabalho presencial, lembrando a expectativa que vinha sendo alimentada com o novo normal, esperando que voltemos para a mesma vida, mas, é importante frisar que a vida de todos foi transformada nesse processo. “Essa readaptação requer certos cuidados e um olhar para as pessoas de uma maneira diferente, tratando-as conforme as suas peculiaridades. Isso é exercer a justiça de fato porque ninguém é igual, essa é a realidade”, pontuou a diretora-executiva da Abramed.

Entre os temas pautados no podcast, o bate-papo tratou também sobre os desafios das empresas do setor de saúde em serem catalisadoras de boas práticas nesse novo contexto do trabalho. Para ouvir o terceiro episódio do Medtronic Cast na íntegra, clique aqui.

Abramed se posiciona sobre Projeto de Lei que define piso da enfermagem

A entidade é favorável à valorização do profissional, mas entende que o caminho deve ser percorrido com sustentabilidade

O Projeto de Lei (PL 2564/2020), que fixa o piso salarial dos profissionais de enfermagem, foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 4 de maio e agora depende de sanção presidencial.

Foi fixado o piso do enfermeiro em R$ 4.750; 70% do piso dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem (R$ 3.325); e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras (R$ 2.375). A decisão é válida para os contratos regidos pelos setores público e privado nas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

É prevista também a atualização monetária anual do piso da categoria com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e assegurada a manutenção de salários eventualmente superiores ao valor inicial sugerido, independentemente da jornada de trabalho para a qual o profissional tenha sido contratado.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) é favorável à valorização do profissional de enfermagem, mas entende que esse caminho deve ser percorrido com sustentabilidade. “É complexo estabelecer um piso nacional de salários, pois implica em nivelar realidades muito distintas. Os fortes impactos ocorrem, primeiramente, na região Sudeste, pela grande quantidade de profissionais concentrados. Nas regiões Norte e Nordeste, o maior problema é o gap na diferença de salários”, comenta Milva Pagano, diretora executiva da instituição.

Com a aprovação do PL, a estimativa de aumento dos custos com medicina é de 9,5%. Segundo Armando Monteiro, assessor parlamentar da Abramed, os impactos são enormes, tanto para o setor público quanto para o privado. “A grande dificuldade que o setor público enfrenta hoje é encontrar orçamento para custear esse aumento. Já o privado vive um momento de custos sem precedentes. Ou seja, a população será afetada. O ideal seria que o governo desonerasse a folha de pagamento da área de saúde, mas, por enquanto, essa medida não está sendo discutida de forma concreta”, expõe.

Entenda

A aprovação do PL ainda depende de acordo sobre fontes de financiamento. Há diversas propostas que ampliam receitas ou desoneram encargos; além da ampliação de recursos a serem repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para reforçar as transferências aos entes federados.

Segundo o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), o governo está empenhado em buscar fontes de financiamento para o piso salarial. Uma opção pode ser a legalização dos jogos de azar no país.

Tendo em vista a Câmara não ter alterado o texto aprovado no Senado, o projeto deveria seguir para sanção presidencial. A praxe no Congresso é enviar propostas para sanção depois de aprovadas, mas não há prazo para isso ser feito. Enquanto isso, a situação atual dos enfermeiros e hospitais não se altera.

Portanto, o envio para sanção será retardado, pois dependerá do resultado da votação da PEC 122/15 no Senado, que proíbe a União de criar despesas aos demais entes federativos sem prever a transferência de recursos para o custeio.

Segundo o Grupo de Trabalho da Câmara dos Deputados sobre Piso de Enfermagem, R$ 16,3 bilhões é o impacto anual do piso salarial da enfermagem (PL 2564/20), com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2020. No setor privado, são R$ 10,5 bilhões e, no público, R$ 5,8 bilhões. Há 1,07 milhão de enfermeiros, técnicos e auxiliares no Brasil, de acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) baseada na Rais 2019.

Empresas devem ser protagonistas na promoção do cuidado integral dos seus colaboradores

Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, moderou o debate sobre promoção da saúde e Gestão de Pessoas no evento digital #ComMeet, na FISWeek

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) promoveu, no dia 3 de maio, durante o #ComMeets, um dos eventos digitais da FISWeek — encontro virtual que reúne lideranças, empresas e entidades para compartilhar conteúdos e experiências para transformar o ecossistema da saúde —, o painel Promoção da Saúde na Gestão de Pessoas.

Com a participação de Lucilene Costa, gerente de Saúde e Segurança Corporativa no Grupo Fleury e diretora do Comitê de RH da Abramed; Cesar Izique, gerente-executivo da Dasa e também membro do Comitê de RH da Abramed, e moderação da diretora-executiva da entidade, Milva Pagano, o debate destacou que as empresas vêm passando por um processo de transformação nos últimos anos no que se refere à gestão e promoção da saúde de seus colaboradores e beneficiários, acelerado ainda mais nos últimos dois anos pela pandemia de Covid-19.

Os especialistas ressaltaram que, por isso, cada vez mais é importante que as organizações sejam protagonistas do cuidado integral desses profissionais, inclusive de seus familiares, pensando no ecossistema da saúde como um bem maior.

“É importante que a empresa cuide dos seus colaboradores indo além da oferta de planos de saúde, completando esse ciclo com a gestão e a promoção da saúde, inclusive para haver o autocuidado”, afirmou Lucilene.

Para tanto, é fundamental um processo de mudança das instituições em que o ponto de partida deixe de ser a doença para dar lugar à saúde. Segundo Milva, trata-se de uma nova perspectiva em que as organizações passam a acompanhar de perto o histórico clínico dos seus colaboradores e fazer a coordenação do cuidado para que esses profissionais tenham mais qualidade de vida, ao mesmo tempo, em que sejam evitados desperdícios de recursos financeiros.

A resposta para esse desafio passa pela formação de ecossistemas. Na prática, é o desenvolvimento de soluções integradas que viabilizam enxergar todos os aspectos relacionados à saúde de cada indivíduo para fazer a efetiva coordenação de cuidados.

“É uma nova forma de observar a saúde, de maneira mais ampla, com atenção aos cuidados preventivos e preditivos, trabalhando com dados para evitar desperdícios, visto que o custo  hoje relacionado às doenças é altíssimo”, ponderou Izique, que salientou ser importante que se avalie também porque as pessoas estão precisando cuidar da saúde física e mental e como está a cultura de saúde dentro dessas organizações.

Na visão de Milva, a ideia da linha de cuidado no ecossistema, com a atuação primária, secundária e terciária efetivamente mostra essa transformação da saúde ocupacional e da medicina do trabalho, saindo da esfera meramente burocrática, muitas vezes de somente cumprir legislação, fazer exames admissionais e demissionais, para muito além.

“As empresas com a área da saúde ocupacional envolvida estão implantando os programas mais bem-sucedidos em gestão da saúde ou até mesmo liderando essas ações. Isso representa um forte indicador de sucesso nos programas de gestão de saúde corporativa”, afirmou a executiva.

O empoderamento das pessoas, enquanto pacientes, também foi destacado pela  diretora da Abramed.

“Hoje ele dialoga com o médico, discute os diagnósticos, ou seja, atua sob uma nova postura. Para nós, esse empoderamento representa vantagens e diversas oportunidades, pois estamos falando de pessoas e a pandemia revisitou a importância das pessoas, suas forças e fraquezas. Essa transformação pela qual o setor passa e que na saúde ocupacional também foi intensificada, trouxe mudanças positivas e vejo isso com bons olhos, como a telemedicina e a telessaúde, que com a eficácia dos atendimentos a distância, conseguiram promover a jornada do ciclo do cuidado com muito mais efetividade”, pontuou.

Saúde mental

Se hoje a saúde ocupacional tem uma atuação muito mais protagonista e relevante na gestão de saúde corporativa, liderando ou co-liderando a jornada do cuidado, também é necessário, segundo Milva, que as organizações estejam atentas às questões da saúde mental dos profissionais, pois antes mesmo do novo coronavírus já se vivia uma epidemia, com muitos afastamentos do trabalho em decorrência desse tipo de doença.

Saber como as pessoas estão sendo cuidadas nas corporações, com atenção ao tipo de ambiente, clima e cultura organizacionais ofertados, para identificar o que está adoecendo as pessoas, ou mantendo a saúde delas é papel da Gestão de Pessoas.

Para Lucilene, é muito importante a diretoria entender que os departamentos da empresa não são ilhas, que todas as informações recebidas a partir da operadora de plano de saúde, das gerências de RH, incluindo dados sobre turnover (taxa de rotatividade de funcionários), absenteísmo, presenteísmo e afastamento de trabalho, são necessárias para se entender como área de apoio.

“No Fleury, assim como em outras organizações, temos setores e negócios com as suas peculiaridades e entender que as necessidades de quem atua no laboratório, no administrativo, no home office, e no hospital diferem é fundamental. Essa delicadeza e pesquisa são importantes, assim como avaliar os dados com continuidade, pois darão insumos para analisar as necessidades de cada população. É entender no perfil epidemiológico qual é a sua população e criar programas específicos para ela, conforme o que precisa, inclusive com o olhar para a saúde mental”, explicou Lucilene.

É um trabalho dinâmico, segundo Izique, para entender se a linha do cuidado da sua população de colaboradores está no caminho certo. Ele ressaltou ser muito importante a integração entre a medicina assistencial, ocupacional e a segurança do trabalho, estruturas que não podem atuar em áreas e conceitos diferentes.

“A atuação do médico do Trabalho é relevante para direcionar as atuações nas companhias. Eles são os captadores das informações nos exames periódicos  para direcionar os cuidados que os colaboradores precisam”, justificou o gerente-executivo da Dasa.

Já para a segurança psicológica inclusive de líderes e gestores, ele informou ser preciso realizar treinamento e prepará-los para identificar quem está doente e necessita de acolhimento, por questionários, e contribuir para haver uma relação de confiança, algo tão importante em qualquer relação.

“Quando se  traz isso diminui-se turnover, absenteísmo, presenteísmo e de fato se consegue enxergar o cuidado que a empresa tem com o colaborador e com sua família”, finalizou Izique. 

Fórum Internacional de Lideranças da Saúde acontece em agosto e aborda a medicina diagnóstica na disrupção da saúde

Em sua sexta edição e pela primeira vez no formato híbrido, evento tornou-se o principal ponto de encontro entre líderes da saúde

Os preparativos para a 6ª edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), promovido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) já estão a todo vapor. O evento, programado para o dia 24 de agosto, no Teatro Santander, em São Paulo, tem como macrotema “A Medicina Diagnóstica na Disrupção da Saúde” e reunirá palestrantes nacionais e internacionais para discutir os assuntos relevantes da atualidade e do futuro do setor.

“Esta será a primeira edição em formato híbrido. Dessa forma, compartilhamos de forma mais abrangente, importantes temas que impactam o atual e o futuro cenário da saúde no Brasil, contribuindo significativamente para o aprimoramento e desenvolvimento do nosso setor”, ressalta Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

O fórum, que já faz parte da agenda de gestores, especialistas e demais profissionais da saúde, será dividido nos módulos Regulatório, Econômico, Inovação e Futuro, e discutirá temas como “Ecossistema: A reinauguração da Saúde e seus impactos regulatórios”; “Obstáculos econômicos frente aos desafios atuais”; e “Inovação Digital na humanização do cuidado”.

Durante o 6º FILIS também será realizada a 4ª edição do Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, que reconhece profissionais da saúde que estimulam o desenvolvimento e a melhoria da saúde brasileira. O prêmio é uma homenagem ao doutor Rosenfeld, renomado profissional de medicina diagnóstica que faleceu em março de 2018 após décadas de empenho para maior união do setor.

Em breve, as inscrições para participar da sexta edição do FILIS estarão abertas. Acompanhe a Abramed nas redes sociais e fique por dentro das novidades.