Reforma Tributária — Abramed tem atuado na sensibilização dos tomadores de decisão para minimizar impactos ao setor

Votação deve ficar para 2022; pleito da saúde é manter a neutralidade fiscal

Desde as primeiras movimentações pela Reforma Tributária no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), segue atenta avaliando os impactos das mudanças no setor de saúde e contribuindo para um debate mais claro e transparente tanto com os tomadores de decisão quanto com a sociedade.

Para tanto, a entidade vem trabalhando assiduamente, a fim de sensibilizar os tomadores de decisão quanto aos prejuízos que uma reforma míope pode gerar ao país. Ano passado, publicou o paper “Impactos da Reforma Tributária no Setor de Medicina Diagnóstica”, visando analisar a proposta de reforma tributária do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS-IVA) e CBS, estimando, de forma preliminar, os eventuais impactos sobre o mercado de medicina diagnóstica. Clique aqui para acessar o conteúdo na íntegra.

A entidade dialogou com todos os principais stakeholders da Reforma Tributária. Foram mais de 100 reuniões com autoridades do governo federal, inclusive com o secretário da Receita Federal do Brasil à época, José Barroso Tostes Neto, exonerado no último dia 7 de dezembro; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e parlamentares dos mais diversos partidos, sempre defendendo alíquota diferenciada para a saúde e a manutenção das isenções para os insumos médicos.

Atualmente, os três projetos que tratam do assunto estão parados no Congresso Nacional. A proposta de emenda constitucional PEC 110/2019, que altera o Sistema Tributário Nacional, extinguindo tributos e criando o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal e será analisada em 2022.

O Projeto de Lei (PL) nº 3.887/2020, que altera a legislação tributária federal e institui a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), unificando PIS/Pasep e Cofins num único tributo com uma alíquota geral de 12%, está na Câmara de Deputados e já recebeu vários requerimentos, mas segue em análise.

Ainda sem considerar que alguns setores da economia — como saúde e educação — são essenciais, o PL 3.887/20 ameaça a funcionalidade e a sustentabilidade da medicina diagnóstica nacional, mantendo os problemas apontados previamente pelas instituições de saúde: a aprovação dessa reforma desencadeará o fechamento de muitas unidades atuantes na medicina diagnóstica, que não conseguirão arcar com o aumento expressivo de custos, e, como consequência, teremos uma nova leva de desempregados (já que o segmento é responsável pela manutenção de 264 mil postos de trabalho); ampliaremos a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), já sobrecarregado e tentando se recuperar de uma pandemia; e teremos uma dificuldade ainda maior de garantir acesso a exames de qualidade a todos os cidadãos brasileiros.

“Seguimos dedicados à discussão da CBS. Semanalmente tivemos audiências com deputados e senadores, por meio da Aliança Saúde e Educação, e essa é uma frente que tem surtido bastante efeito. Tanto que estamos agora  considerando uma perspectiva positiva de uma alíquota diferenciada para os setores da saúde, educação e também de transportes. A neutralidade fiscal é justamente o nosso pleito”, explica Fábio Cunha, diretor do Comitê Jurídico da Abramed.

Porém, paralelamente ao debate sobre o PL 3.887/2020, no início deste ano a Reforma Tributária entrou em uma segunda fase com a apresentação, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, do PL 2.337/2021, que altera a legislação do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas e das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

“Essa é uma fase totalmente voltada ao imposto de renda e temos que nos atentar a duas modificações principais: a reinstituição da tributação da distribuição de lucros e dividendos, que desde 1995 é isenta; e a redução da alíquota do imposto de renda da pessoa jurídica”, explica Renato Nunes, sócio da área Tributária da Machado Nunes.

É preciso entender que essas mudanças propostas pelo PL 2.337/2021 afetam as empresas de forma diferente a depender do seu modelo de tributação.

Para as optantes pelo Simples Nacional (ou seja, pessoas jurídicas com faturamento máximo anual de R$ 4,8 milhões), se o projeto for aprovado não deve haver muito impacto. Isso porque na versão mais recente do texto essas empresas estarão dispensadas de reter imposto de renda sobre as distribuições de lucros, independentemente de valor. Considerando que inicialmente a isenção seria apenas para a distribuição de até R$ 20 mil por sócio, podemos entender que houve um avanço.

A mesma previsão acima voltada ao Simples se aplicaria às empresas optantes pelo Lucro Presumido que faturam até R$ 4,8 milhões ao ano. Para estas, os impactos devem ser indiretos, ou seja, podem surgir pelo aumento de preços de fornecedores e prestadores de serviço que sofrerão com uma possível ampliação da carga tributária.

Já para empresas que faturam mais de R$ 4,8 milhões ao ano e atuam sobre Lucro Real ou Lucro Presumido, os impactos precisam ser compreendidos e analisados, pois são bem significativos. As companhias mais penalizadas, em tese, serão aquelas que optam pelo Lucro Presumido.

“Isso acontece porque essas empresas trabalham com percentuais de presunção, e não com lucro efetivo. Assim, acabam sentindo menos o impacto positivo da redução do IRPJ, uma das principais contrapartidas ao retorno da tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos”, explica Nunes reforçando que, enquanto se beneficiam pouco dessa redução, do outro lado estão sentindo totalmente o peso do aumento da carga tributária.

Outro ponto apresentado por Nunes é que, no setor de serviços da saúde, o lucro presumido conta com um regime especial apelidado de “lucro presumido saúde”. Enquanto no modelo tradicional o percentual de presunção para se chegar à margem de cálculo é de 32%, nesse formato especial os percentuais de presunção do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro caem para, respectivamente, 8% e 12%. “Isso faz com que o aproveitamento da redução da alíquota do IRPJ seja bastante limitado, e, por consequência, haja menor neutralização do imposto sobre a distribuição de lucros”, declara Nunes.

“Tínhamos uma grande preocupação com o impacto dessas mudanças nos prestadores de serviço e no efeito em cascata que poderia ocorrer. Quando o texto foi alterado, mantendo a isenção para todas as empresas do Simples Nacional e para uma parcela das optantes pelo lucro presumido, a situação melhorou”, relata Cunha.

Monitorando a Reforma Tributária desde o início, o executivo acredita que desde setembro ela tem sido dificultada. “Enquanto na primeira fase, de aprovação do CBS, tínhamos metade da sociedade contra e outra metade a favor, nessa segunda fase focada no imposto de renda temos 100% dos setores se posicionando contrários ao projeto de lei. Na nossa visão, isso faz com que a reforma enfrente muito mais dificuldades para ser tramitada e o fato de a aprovação ter sido postergada deixa claro o enfraquecimento do governo com relação a esse movimento”, aponta o diretor do Comitê Jurídico.Para Fábio Cunha, apesar de a reforma não ter sido votada este ano, é preciso que o setor continue vigilante para manter sua neutralidade tributária.

Último episódio de 2021 da série #DiálogosDigitais Abramed abordou tendências e desafios da medicina diagnóstica

Palestrantes destacaram a importância da colaboração entre todas as áreas da saúde para alavancar a aplicação de inovações que agilizem a transferência de informações e contribuam para a velocidade e a segurança no setor de diagnósticos

As tendências e os desafios da medicina diagnóstica foram debatidos no quinto e último episódio de 2021 da série #DiálogosDigitais Abramed. Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, foi o moderador do bate-papo, que contou com a participação de Cristovão Mangueira, diretor médico de Medicina Laboratorial do Hospital Israelita Albert Einstein; Flávio Chaves de Souza, general manager da Stark-4PL; Gustavo Meirelles, VP Médico da Alliar Médicos à Frente e diretor do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Lincoln Moura, diretor da Accenture.

Cristovão começou destacando que o Einstein tem investido muito em inovação, formalizando uma diretoria exclusiva para a área e uma estrutura de incubadora de startups, o que deu à instituição o protagonismo no setor. “Muito do que investimos está relacionado a laboratórios clínicos. O setor de diagnóstico foi a grande estrela dos investimentos em inovação feitos pelo hospital”, disse.

O Einstein tem focado, também, na área de genômica, criando uma massa crítica nessa área, e em ciências “ômicas” – campos de estudo que fazem parte das ciências biológicas e compreendem os estudos que terminam com -omics, como Genômica, Proteômica, Metabolômica e Transcriptômica –, principalmente com tecnologia de espectrometria de massas, ICP e outras metodologias químicas ou bioquímicas que possibilitam o desenvolvimento das áreas de proteômica e metabolômica. “Se eu fosse citar uma inovação relevante para a área de saúde, citaria a gestão de dados e como usá-los de forma a produzir novas ferramentas de gestão do cuidado da saúde”, acrescentou Cristovão.

Especificamente sobre a área de logística, Souza, da Stark-4PL – empresa do ramo de Supply Chain em saúde, explicou como as tecnologias colaboram para mitigar o problema final de não atendimento ao cliente. “O foco da empresa na área de saúde é unir os elos da cadeia e disponibilizar ferramentas e tecnologias para facilitar o acesso do paciente final ao produto ou ao material necessário para fazer o diagnóstico ou o acompanhamento de sua saúde. Logística não é só transporte, ela envolve tudo entre planejar, executar e entregar”, disse.

Segundo Souza, a logística é uma parte sensível do processo, pois pode tanto facilitar quanto aumentar os custos, se não gerida corretamente. “A ideia da Stark-4PL é gerar sinergia entre os fornecedores, os operadores logísticos e os transportadores para que os recursos cheguem ao laboratório ou ao hospital, garantindo os ganhos em custo e em produtividade”, salientou.

A respeito das inovações em diagnóstico por imagem, Meirelles, da Alliar, lembrou dos avanços que por muito tempo ficaram restritos a hardwares. Ele citou um novo tomógrafo por contagem de fótons e ressonâncias magnéticas de baixo campo, com imagens excelentes. “O tema da vez é a inteligência artificial e ela tem muito a agregar não só no diagnóstico por imagem, mas no setor de saúde como um todo.”

A grande questão agora, segundo Meirelles, é como as inovações se encaixam no modelo de remuneração, tanto das fontes pagadoras quanto dos clientes particulares. “Ainda não conseguimos atingir o equilíbrio. A inteligência artificial é vista apenas como custo adicional, mas ela permite tirar o médico de atividades repetitivas, agilizar a realização de alguns exames e melhorar a avaliação global, reduzindo custos e fazendo o paciente viver mais.”

A estratégia de saúde digital foi um dos focos da participação de Moura, da Accenture – multinacional de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing. De acordo com ele, a visão dessa estratégia é clara: fazer com que a Rede Nacional de Dados em Saúde seja a plataforma nacional de plataformas de saúde, ou seja, que várias plataformas se conectem a ela. “A grande questão é que precisa existir um espaço de colaboração. O Ministério da Saúde está focado em resolver muitos problemas da saúde pública e nós, empresas, hospitais, centros de diagnósticos, podemos trabalhar juntos para desenvolver soluções que interessem a todos e que sejam disponibilizadas na plataforma nacional.”

Mas aí, Moura chamou a atenção para o problema sério de governança. Quem é que pode se beneficiar da inovação feita, como se remunera o esforço e o investimento feito na inovação? “É um universo muito novo para nós, mas não é impossível. Sou muito otimista sobre isso. Há um potencial enorme para desenvolver esse mercado, mas precisa de ação coordenada”, ressaltou, citando que os laboratórios privados já começaram a depositar o resultado de exames na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) usando padrões internacionais.

Shcolnik, por sua vez, lembrou que durante a pandemia o governo brasileiro conseguiu obter dados sobre exames de Covid-19 por meio da colaboração direta da Abramed. “Conversei com o pessoal do DataSUS no sentido de esclarecer que metodologias poderiam ser usadas para gerar os resultados dos exames e não tenho dúvida que esta foi uma grande contribuição que demos para o Ministério da Saúde, para o DataSUS e para a Rede Nacional de Dados em Saúde.”

Os participantes do encontro também comentaram como a saúde digital acabou sendo impulsionada pela pandemia. E então veio a provocação: se já foi possível fazer a interoperabilidade com os exames de Covid-19, por que não tentar fazer o mesmo sobre as doenças de notificação compulsória e depois ampliar para outras doenças? A resposta está ligada, mais uma vez, à importância fundamental da colaboração entre todos os atuantes na cadeia da saúde.

O quinto e último episódio da série #DiálogosDigitais Abramed 2021 está disponível na íntegra no canal do YouTube da entidade. Clique aqui para assistir.

Abramed lança quarta edição de painel dedicado ao setor de medicina diagnóstica

Publicação traz conteúdo inédito e indicadores setoriais que destacam a relevância do diagnóstico na saúde

A Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) lança o Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico, com dados e as análises de temas essenciais que permearam o mercado da saúde no último ano e traça um panorama exclusivo do setor de medicina diagnóstica no Brasil. 

“A cada edição apresentamos conteúdo único e indicadores setoriais que cooperam para destacar ainda mais a relevância do setor de medicina diagnóstica no ciclo de cuidados ao paciente”, comemora Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Este ano, a entidade preparou uma bate-papo virtual exclusivo, moderado pela jornalista especializada em saúde, Natalia Cuminale, que recebeu Shcolnik  e o vice-presidente da entidade, Leandro Figueira, para discutir os principais temas trazidos pela edição 2021 do painel e seus impactos em todo o setor. A gravação do encontro está disponível na íntegra no canal do Youtube da Abramed.

Como nos anos anteriores, a publicação é dividida em capítulos específicos, sendo os dois primeiros mais amplos, dedicados a dados de população e demografia, que abordam desde o envelhecimento populacional até informações de mercado de trabalho e conjuntura econômica. Todo o mercado de saúde suplementar no Brasil também é esmiuçado, e o Painel aborda tanto os desempenhos econômicos das operadoras de saúde, quanto a despesa assistencial com exames complementares, distribuição por região e porte populacional, taxa de cobertura, incorporação de procedimentos diagnósticos, etc.

As tendências e desafios do mercado de medicina diagnóstica também têm espaço e, assim como em 2020, há um capítulo especial para uma radiografia da pandemia da Covid-19, bem como seus impactos no setor de medicina diagnóstica.

“Superando todos os desafios trazidos pela pandemia, com essa publicação a Abramed reforça importância da medicina diagnóstica, que a cada dia se profissionaliza, se moderniza e cumpre seu papel oferecendo serviços que contribuem para o cuidado qualificado da saúde dos brasileiros”, finaliza Shcolnik.

O Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico também pode ser acessado no site da Abramed

Abramed manteve papel de destaque na mídia em 2021

Entidade atuou como principal fonte de dados do setor para veículos de grande imprensa no Brasil

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), como entidade que representa instituições líderes no mercado de medicina diagnóstica, manteve seu papel de destaque na mídia em 2021, sendo fonte de informação falando sobre os testes para covid-19; os exames que deixaram de ser feitos durante a pandemia; as preocupações pela realização de testes para covid em farmácias; e a importância da medicina diagnóstica, com destaque em caderno especial na Folha de S. Paulo.

Além disso, atuou com parceria frequente junto a veículos como Globo, Record, TV Cultura, Estadão, G1 e Valor Econômico, que estabeleceram a entidade como fonte segura quando o assunto é diagnóstico.

Outros importantes destaques são a matéria do UOL Viva Bem para explicar a diferença entre testes de covid após caso de reinfecção pela doença. Também a participação como fonte principal para falar sobre o aumento na demanda por testes RT-PCR no primeiro semestre e o amplo destaque no jornal Valor Econômico, em caderno especial dedicado ao tema Medicina Diagnóstica. O veículo ressaltou que investimentos em pesquisa e tecnologia, além de aquisições, alteram o perfil do setor de medicina diagnóstica no Brasil.

Outra matéria ressaltou a busca do segmento para governança de dados e mencionou que, no início de outubro, a Associação lançou o Guia de Boas Práticas em Proteção de Dados para o Setor de Medicina Diagnóstica.

Essas e outras matérias podem ser acessadas em detalhes na seção Abramed na Mídia em nosso site. Clique aqui e confira.

Grupo Sabin: investimentos para entregar serviços de saúde com excelência em todo o Brasil

Empresa de medicina diagnóstica com sede na capital federal expande negócios nas cinco regiões do País e na integração da cadeia de saúde

Há 37 anos no mercado, o Grupo Sabin segue trajetória de sucesso e expansão na medicina diagnóstica brasileira. A empresa de Brasília (DF), fundada pelas sócias Janete Vaz e Sandra Costa, em 1984, é presidida pela bioquímica Lídia Abdalla e segue com uma atuação pautada em valores, propósito e missão claramente estabelecidos. 

Atualmente, o Grupo Sabin possui 318 unidades, distribuídas em 64 cidades brasileiras, e oferece serviços de análises clínicas, diagnóstico por imagem, imunização, check up executivo e atenção primária à saúde. São mais de 5,7 milhões de clientes com acesso a serviços de excelência e atendimento personalizado e humanizado. 

A dedicação ao cuidado coordenado da saúde, motivou o Grupo Sabin a adquirir a Amparo Saúde, em novembro. O anúncio foi feito menos de um mês após a aquisição do Hemos Laboratório Médico, em Blumenau (SC). Ainda este ano, a vertical de análises clínicas do Grupo Doyon, em Tangará da Serra e região, no Mato Grosso, fora incorporada à rede do Sabin e, em julho, a empresa também integrou a suas operações o Laboratório Bioclin, em Gurupi (TO). Essas aquisições fazem parte do plano estratégico de crescimento do grupo que iniciou em 2012 e já superou a marca de R$ 420 milhões de investimentos nos últimos anos. 

“Nossa expansão e investimentos têm nos permitido crescer cada vez mais de forma consistente e com alta capilaridade, contribuindo com o desenvolvimento da cadeia de saúde nas capitais e principalmente no interior do País. É uma jornada que nos inspira a seguir investindo em qualidade e inovação para que nossos serviços de saúde estejam presentes na vida dos brasileiros, oferecendo uma experiência integrada, de excelência e humanização”, detalhou Lídia.

Investimentos na integração da assistência à saúde sempre figuraram entre as prioridades do Grupo e inspiraram a criação do centro de saúde digital Rita Saúde, em março de 2021. Desenvolvido dentro dos conceitos de saúde 5.0, com as pessoas no centro do cuidado, o Rita oferece uma rede virtual, com atendimento em telemedicina, integração dos registros de saúde e da equipe médica durante toda a jornada do paciente. 

O Grupo Sabin também foi referência para a comunidade médica, hospitais e população em diversas regiões do país para a testagem de Sars-CoV-2. Outro avanço foi o apoio a mais de 1.200 empresas com protocolos de triagem, testagem e monitoramento para a retomada das atividades de diferentes setores da economia. 

Evento Abramed e Asap traz a relevância da medicina diagnóstica na gestão da saúde

Wilson Shcolnik participou do webinar e destacou que a manutenção sustentável do sistema de saúde é importante para enfrentar o problema do desperdício e dos custos no setor

A Aliança para a Saúde Populacional (Asap) em parceria com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) realizou o evento virtual com o tema “O papel da medicina diagnóstica na gestão de saúde populacional – O que podemos e devemos incentivar sem gerar desperdícios?”.

O encontro, realizado em 18 de novembro, foi coordenado pelo presidente da Asap, Cláudio Tafla e participação do presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik que ressaltou logo no início que a gestão de saúde populacional passa pelos  pilares que compõe o triple aim, amplamente defendido pelo Institute for Healthcare Improvement), que é baseado em três objetivos: melhorar a experiência do paciente/indivíduo em relação à assistência, aumentar a qualidade da saúde e reduzir custos per capita da assistência de saúde.

Questionado por Tafla sobre a medicina diagnóstica representar o segundo item que impacta no orçamento do setor, ficando atrás apenas das internações, que representam de 40% a 60% dos custos na saúde, Shcolnik explicou que o segmento estimula o uso racional de qualquer recurso dentro do sistema de saúde público e privado, pois os recursos são limitados e precisam ser empregados de modo que tragam valor  para o cuidado geral em benefício dos usuários/pacientes.

“Os exames são essenciais para os cuidados em saúde, tanto para a confirmação do diagnóstico, como para a promoção e prevenção”, ressaltou o presidente do Conselho de Administração da Abramed, lembrando que atenção primária sem exames complementares não é plena e que a medicina personalizada, que é praticamente baseada em exames laboratoriais, pode trazer mais eficiência ao sistema de saúde.

Mas, Shcolnik reconhece que existe um desperdício que precisa ser combatido no setor e que as operadoras de planos de saúde têm os melhores dados sobre utilização de exames e que poderiam fazer estudos de uso regionais para gerar indicadores. Tema, aliás, considerado muito relevante para a medicina diagnóstica, que possui alguns indicadores de qualidade laboratorial e que estão, de alguma forma, vinculados ao desfecho e ao resultado da assistência à saúde.

Para Tafla, este é um assunto muito relevante para a gestão da saúde populacional,  pois no desfecho está inserida a questão do que cada ação acrescenta em valor ao sistema.

“Tudo tem custo, mas se agregar valor à jornada do paciente, ao melhor diagnóstico  no momento correto e ao melhor desfecho, teoricamente estamos fazendo a coisa certa”, comentou o presidente da Asap.

Shcolnik esclareceu que em medicina diagnóstica é muito difícil conseguir vincular cada procedimento realizado ao desfecho final da assistência. Ele explicou que esse resultado depende de muitas variáveis, como os recursos disponíveis, o ambiente onde o cuidado é oferecido, do nível de capacitação que cada profissional possui e do nível do cuidado em enfermagem.

“Os exames são mais um elo na cadeia da assistência. Eles têm o seu papel e a sua importância, sobretudo nos desfechos intermediários. Isso quer dizer que se um laboratório ou uma clínica de diagnóstico por imagem atrasa a liberação de um laudo, do resultado de um exame, ele pode estar atrasando a definição de um diagnóstico, com repercussão direta na decisão que será tomada pelo médico e que, certamente, trará impacto direto ao paciente e ao desfecho da assistência”, afirmou o presidente da Abramed.

Para ele, cabe aos gestores do sistema de saúde como um todo aperfeiçoar os processos e o modo da solicitação de mais recursos, para que quando ofertados não tenham o destino de desperdício.

Também salientou que os prestadores de serviços de saúde devem ter o entendimento de que é necessário interagir cada vez mais com quem utiliza esses serviços, colocando sempre o paciente no centro do cuidado, entendo suas necessidades e de cada médico, pois manter esse canal de comunicação aberto é uma obrigação do setor.

Shcolnik ainda mencionou a relevância da medicina personalizada que é uma ferramenta que traz economia ao indicar a direção exata de tratamentos efetivos.

“É uma inovação que tem trazido benefícios a muitos pacientes e às fontes  pagadoras, pois mesmo sendo mais custosa, terá o recurso empregado com segurança e resultará em cuidado efetivo ao paciente”, frisou.

Fusões e aquisições

O presidente do Conselho de Administração da Abramed ainda foi questionado sobre a grande movimentação no setor privado de saúde, onde muitas fusões e aquisições vêm se concretizando, tanto na área de operadoras dos planos de saúde quanto nos vários segmentos de prestação de serviços. Nesse sentido, ele ressaltou que o segmento de medicina diagnóstica também está se movimentando.

“São movimentações atrativas para ganho de escala. Além disso, há um aumento no número de empresas, já que a realização de exames tende a crescer devido ao envelhecimento populacional,  ao predomínio de doenças crônicas e degenerativas, e isso atrai o interesse de investidores, inclusive estrangeiros, para o setor e estimula o crescimento”, declarou Shcolnik.

Ele concluiu comentando sobre o interesse das empresas de medicina diagnóstica na aquisição de outras organizações dentro do ecossistema da saúde.

“Há redes de laboratório adquirindo hospitais, clínicas oftalmológicas, por exemplo. Com isso, o objetivo dessas instituições é integrar e facilitar, cada vez mais, a jornada do paciente, de maneira disciplinada, e obter dados que serão transformados em informações que, integradas por meio de inteligência artificial, devem resultar na melhoria do atendimento para todos”, concluiu.

Abramed é citada em reportagem do Valor Econômico

Dados da Abramed integraram reportagem do #ValorEconômico publicado ontem (06/12), que destacou que menos da metade das mulheres com planos de saúde realizam mamografia e papanicolau, exames preventivos que contribuem para o diagnóstico precoce do câncer de mama e colo do útero. E esse comportamento já era observado em 2019, ou seja, antes da pandemia que derrubou o volume de exames de rotina. 

Segundo levantamento da consultoria americana Lockton, de abril de 2019 a março de 2020, com 59,2 mil mulheres com idade entre 25 e 64 anos, só 37% realizaram o papanicolau. Durante a pandemia (abril de 2020 a março de 2021) o percentual foi o mesmo.

Segundo a Abramed, entre março e agosto de 2020, o volume de exames de mamografia caiu 46,4% em relação ao mesmo período de 2019. Na comparação do acumulado do ano, a queda é de 28%. Confira a publicação na íntegra aqui.

Abramed conquista a revisão da RDC 25/2001

Norma da Anvisa sempre gerou incertezas para seu cumprimento, em especial quanto aos requisitos mínimos e necessários para caracterizar o recondicionamento de um equipamento

Vitória para o setor de medicina diagnóstica. A Abramed conquistou a revisão da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 25/2001, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que trata especificamente da importação, comercialização e doação de produtos para saúde usados e recondicionados. Desde 2018, a Associação vinha enfatizando seu posicionamento de ter como premissa a segurança do paciente e elencando razões pelas quais as restrições da RDC impactavam negativamente o setor.

Com a revisão da RDC 25/2001 e as propostas da Abramed acatadas, definiu-se que equipamentos usados devem ter a etiqueta indelével para viabilizar a rastreabilidade; para Classes I e II – produtos considerados mais simples e menos perigosos, passa a ser autorizada a transferência de equipamentos usados mediante avaliação de profissional dentro do mesmo grupo econômico; para as Classes III e IV, passa a ser cobrado laudo técnico, emitido por empresa detentora de registro, pelo fabricante ou terceiro por ela indicado, atestando atendimento às especificações do fabricante. Serão isentos de laudo os equipamentos da RDC 330/2019, bem como transferências dentro do mesmo grupo econômico.

“A Anvisa já tem uma regulamentação específica para transferência de equipamento usado, a RDC 25/2001, que basicamente falava que nenhum equipamento usado poderia ser transferido sem atuação do detentor do registro do produto; portanto, se você fosse transferir um equipamento de raio-x ou ultrassom ou qualquer outro, a empresa ou o proprietário teria que pedir autorização para o detentor do registro do produto e ele próprio autorizar esse recondicionamento ou um terceiro autorizado por ele, de modo que a limitação regulatória acabava inviabilizando a transferência de equipamento usado no país”, explica Teresa Gutierrez, sócia da Machado Nunes Advogados.

Segundo ela, ao se pedir um equipamento para o detentor do produto, que via de regra é o fabricante, a autorização da transferência era cobrada num valor muito alto, fazendo ser mais viável comprar um novo – situação que há anos acontecia no mercado. “[Com a revisão] a medicina diagnóstica foi amplamente contemplada”, comemora Teresa.

A Abramed alegou – e defendeu – que a antiga legislação onerava a transferência segura e adequada dos equipamentos para saúde, fomentando transferências irregulares; e que a emissão de laudo por profissional habilitado e a notificação ao detentor do registro eram mecanismos hábeis para garantir a segurança do equipamento e sua rastreabilidade.

“Agora, serão criadas empresas de manutenção locais, o que facilitará também a manutenção dos nossos equipamentos. Existe uma série de vantagens com essa revisão, de curto, médio e longo prazo, excepcionais para o setor da saúde. Parabéns, Abramed”, sentenciou Fábio Cunha, diretor do Comitê Jurídico da entidade.

Apesar de antiga, a RDC 25/2001 sempre gerou incertezas para seu cumprimento, em especial quanto aos requisitos mínimos e necessários para caracterizar o recondicionamento, e o setor regulado também sempre esteve preocupado com isso, sobretudo empresas que atuam com aluguel e comodato de produtos para saúde usados e recondicionados.

“Entre os benefícios dessa revisão teremos a possibilidade de doação de equipamentos, assim como a criação de um mercado secundário, que barateará o custo dos equipamentos no Brasil e acelerará a atualização do parque industrial, sem contar os benefícios ao meio ambiente, pois equipamentos que antes eram descartados agora poderão ser vendidos ou doados, apresentando maior tempo de uso e chegando às mãos das entidades mais necessitadas, que não têm condições de adquirir produtos novos”, detalha Cunha.

A falta de objetividade da norma gerava insegurança jurídica àqueles que deveriam cumpri-la e, tal insegurança não beneficiava nenhum dos elos da cadeia de saúde – importadores, clínicas, hospitais, laboratórios, pacientes e o sistema de saúde na totalidade.

“Queria parabenizar muitas pessoas que trabalharam para que chegássemos a esse ponto com a RDC 25/2001, que estava esquecida na Anvisa, mas trouxe uma ameaça enorme, tanto para o setor de imagem, como para laboratórios clínicos e de anatomia patológica, que também utilizam equipamentos. Essa RDC falava de equipamentos na totalidade. Teresa Gutierrez, em conjunto ao Grupo de Trabalho de Engenharia Clínica da Abramed, atuou fortemente para podermos convencer a Anvisa dos impactos que essa norma já vinha trazendo no momento em que também era desnecessária. Estendo minhas felicitações à importante atuação do Colégio Brasileiro de Radiologia para que pudéssemos comemorar esse feito”, disse Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

“Demitir trabalhador que se recusa a tomar vacina tem amparo legal?”

Artigo assinado por Francisco Balestrin* e João Pedro Figueira**

A publicação da Portaria 620 pelo Ministério do Trabalho, no início de novembro, trouxe ainda mais dificuldade no já tão difícil combate à pandemia de Covid-19 no Brasil, ao proibir a demissão de trabalhadores que se recusam a tomar a vacina e as empresas de exigirem comprovante de vacinação. Também iguala a exigência da vacinação a práticas discriminatórias de sexo, raça, cor, etc e impõe punições para os empregadores que descumprirem a norma. Recente liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu temporariamente trechos da Portaria, permitindo aos empregadores a exigência do certificado de vacinação e a demissão, caso a recusa do funcionário represente risco ao ambiente de trabalho. O governo federal promete recorrer da decisão.

Afinal, uma pessoa pode, através de uma escolha individual, prejudicar não apenas um terceiro, mas toda uma coletividade? Por se aplicarem a todos os indivíduos indistintamente, a Constituição Federal trata a saúde como um direito social (artigo 6º) e não individual ou coletivo (artigo 5º) e determina que o seu cuidado é de competência comum a todos os entes federativos (União Estados e municípios). Indo além, determina que a saúde é direito de todos e dever do Estado (artigo 196), do que se depreende a obrigação do Estado de impedir que não vacinados coloquem em risco a saúde de terceiros.

Essa portaria traz enorme insegurança jurídica e coloca a segurança assistencial, pilar importantíssimo na prestação de serviços de saúde, em xeque. Uma das razões do êxito de um programa de vacinação é justamente a imunização coletiva. No caso da Covid-19, impedir novos contágios pelo vírus. Por esse motivo, a vacinação é organizada dentro de um programa público e nacional de imunização, pois deve atingir a todos. Cabe ressaltar que a vacinação até o momento é a única alternativa que, comprovadamente, está fazendo com que a normalidade do trabalho e o fluxo entre os países sejam retomados e, com isso, a atividade econômica.

No Brasil, os trabalhadores têm direito a um meio ambiente de trabalho seguro e saudável, e os empregadores o dever de garantir esse direito. É o que diz a Constituição Federal e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A Covid-19 matou mais de 5,1 milhões em todo planeta e registrou 253 milhões de casos. Em nosso país são 611 mil mortes e 22 milhões de casos confirmados da doença. Cerca de 40% da população mundial já está imunizada com duas doses contra a doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e isso se reflete na queda drástica de internações e mortes, ou seja, as vacinas funcionam e estão cumprindo seus objetivos. 

Frente a uma doença que ainda não tem tratamento eficaz e os únicos “remédios” existentes são as vacinas e as medidas sanitárias, os trabalhadores que lidam diretamente com os pacientes ou com o público precisam estar vacinados. Já as empresas não podem ser impedidas de excluir de seus quadros trabalhadores que recusam a vacina e colocam em risco o ambiente de trabalho e a integridade dos demais profissionais e das pessoas em geral. 

Não conseguimos conviver bem em sociedade sem nos colocar minimamente no lugar do outro. Quando alguém se vacina não está apenas se prevenindo de uma doença, mas garantindo que outras pessoas – talvez mais vulneráveis – não sejam infectadas. Por isso que se vacinar extrapola a individualidade e é um ato coletivo. 

*Francisco Balestrin é médico e presidente do SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo

**João Pedro Figueira é advogado da Andrade Figueira Advogados Associados e membro da Comissão de Saúde Suplementar do Conselho Federal da OAB

ABRAMED promove discussões no Global Summit 2021 sobre transformação digital na medicina diagnóstica

A convite da entidade, especialistas em tecnologia e em telessaúde falaram sobre o 5G e as inúmeras possibilidades de aplicações, bem como os desafios e as oportunidades que ajudarão a aprimorar a qualidade do diagnóstico e a experiência do paciente 

A Abramed participou da edição 2021 do Global Summit Telemedicine & Digital Health visando discutir a saúde digital e os seus impactos na medicina diagnóstica. O evento é promovido anualmente pela Associação Paulista de Medicina (APM) em parceria com o Transamerica Expo Center e aconteceu de 9 a 13 de novembro. 

No segundo dia de evento, Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, moderou o painel “Empresas de Diagnóstico”, com participação de Daniella Maria M. Bahia, diretora Médica do Grupo Fleury; Victor Gadelha, head de Inovação Médica de Operações Hospitalares e Cuidados Integrados da DASA; Gustavo Meireles, vice-presidente médico do Grupo Alliar Médicos à Frente; e Istvan Camargo, head do Skyhub do Grupo Sabin.

Eles abordaram temas como a saúde digital no diagnóstico a serviço da melhor experiência na Saúde, a inovação como caminho para saúde baseada em valor, as estratégias para geração de valor, eficiência e qualidade em diagnóstico por imagem e a transformação da user experience de análises clínicas. 

Shcolnik acentuou que a saúde digital tem papel importante na eficiência do diagnóstico, na melhoria da experiência do paciente, na qualidade do atendimento e também na redução de custos. “Este é um processo irreversível e vem acontecendo aceleradamente no setor”, ressalta. 

Daniela trouxe diversos aspectos sobre como a experiência do usuário, médico ou paciente, deve ser agradável e reforçou como isso conquistou relevância nos últimos dez anos. No entanto, segundo a médica, ainda existe um questionamento a respeito de ainda ser possível conciliar a humanização e o digital mantendo uma boa experiência e respondeu à pergunta afirmativamente. “Fazemos telemedicina desde os primórdios da medicina diagnóstica se pensarmos nos 95 anos do Fleury, por exemplo, e nas inteirações entre os profissionais discutindo casos clínicos. No contexto do diagnóstico, na radiologia especificamente, isso é uma realidade, e sabemos quanto a digitalização nos auxiliou no contexto da covid-19 e também na hematologia, o quão é possível uma centralização de laudos. São recursos que agilizam o diagnóstico, que permitem acurácia e qualidade no nosso dia a dia. A mesma coisa na patologia digital, trazendo flexibilidade no local de trabalho”, enfatiza.

E é exatamente a experiência do paciente que embasa esse processo de transformação digital tão importante para a saúde que foi contextualizado por Victor Gadelha. Nesse cenário, os pacientes têm conquistado cada vez mais força e estão engajando-se cada vez mais em seu tratamento, demandando do profissional de saúde outro comportamento. Segundo ele, a medicina baseada em evidência mudou a saúde e a colocou um patamar muito avançado, mas a medicina de precisão e os algoritmos permitem um passo a diante. 

Com esse aprendizado profundo e inteligência artificial, é possível descer ao nível do indivíduo, o que está muito forte, por exemplo, na genética. “O algoritmo é importantíssimo para diagnosticar precocemente as doenças e fazer uma terapia que entregue muito valor em saúde, melhorando muito o desfecho clínico e fazendo as pessoas viverem por mais tempo. Esse é um atributo fundamental. E já estamos vendo isso. Criamos esse mundo real baseado em dados”, complementa. 

Ainda sobre agregar valor, Gustavo Meireles trouxe um exemplo real sobre algumas estratégias de geração de valor, eficiência e qualidade em diagnóstico por imagem. O executivo detalhou um modelo que já vem sendo operado no Grupo Alliar há alguns anos, que é a IDR (Inteligência Diagnóstica Remota), uma plataforma de soluções em saúde que congrega um command center, treinamentos, protocolos padronizados, algoritmos de inteligência artificial, serviços de telemedicina – incluindo telerradiologia e telecardiologia – e reconstruções avançadas. Na radiologia e no diagnóstico por imagem, por exemplo, ela surge como apoio para a realização de exames à distância, comandados remotamente por médicos especialistas e feitos por braços robóticos. 

“Isso permite não só ampliar o acesso, levando os exames para regiões mais distantes, como também diminui o tempo de realização e aumenta a assertividade dos diagnósticos, inclusive com apoio da inteligência artificial para fazer as primeiras triagens e reconstruir as imagens em 3D. O objetivo é aumento das receitas, disponibilidade maior de ativos, redução de custos, a qualidade médica e de gestão, gerando, claro, valor para o cliente final”, ressalta Meireles. 

Voltando um pouco para experiência do paciente e entrando especialmente na esfera das transformações nas análises clínicas, Istvan Camargo contextualizou que esse conceito de inovação mudou, assim como no mercado como um todo. Ela está deixando de ser direcionada somente a novos produtos, medicamentos, testes, vacinas, e volta-se, especialmente, à geração do valor, com foco mais do que nunca na experiência do usuário. “É aqui que a inovação deve acontecer daqui para diante. Nesse ponto, o setor de saúde sempre foi muito criticado e apontado como conservador, mas é preciso quebrar esse dogma. De fato, sempre investimos muito em produto e temos uma prestação de serviços de excelência. Mas, o consumidor quer mais e busca uma experiência mais similar com a que está acostumado em outros setores de sua vida. A boa notícia é que não estamos parados: a pandemia acelerou isso e mexeu profundamente com a UX.” 

No caso do usuário de análises clínicas, Camargo ressalta que a aplicação da tecnologia já avançou e está desde a consulta e o pedido médico, agendamento do exame, preparação e orientação, até a realização dos exames e o envio dos resultados, ajudando a trazer mais fluidez e otimização dos processos. 

Painel Nacional – Abramed e Anahp

No dia 11, representando a Abramed, Carlos Figueiredo, superintendente de Negócios e Operações do HCor, abordou os desafios da telessaúde na medicina diagnóstica. Figueiredo contou como o telediagnóstico já vem sendo usado na prática, por meio do TeleCG, um programa no HCor com o PROADI-SUS, que atende os pacientes nas ambulâncias do SAMU. Os exames à distância ampliam o acesso ao diagnóstico em regiões com escassez de recursos, equilibrando a oferta e a demanda, bem como aumentam a qualidade da avaliação diagnóstica, em especial se combinados a ferramentas de suporte à decisão clínica e algoritmos de inteligência artificial que ajudam na priorização dos diagnósticos, evidenciando o que, talvez, não seria percebido pelo olho humano. Além, claro, de proporcionar redução de custos. 

“Às vezes não temos disponibilidade de profissionais para fazer uma avaliação de um eletro em tempo real. Com o telediagnóstico, atingimos uma população que, se não fosse através de uma ferramenta digital, não teria acesso no tempo necessário e no local necessário”, enfatiza. 

Sobre os desafios, Figueiredo ressaltou que nesses dois anos a adoção de métodos digitais acelerou de uma forma que, em períodos normais, aconteceria em décadas. No entanto, enfatizou que ainda existem muitos problemas relacionados a infraestrutura no país. Muitas cidades no Brasil ainda não têm acesso a conexão de qualidade para a integração e para que o diagnóstico aconteça no tempo e na forma adequada, com discrepâncias entre regiões. A segurança da informação também foi apontada como desafio recente e deve ser olhada com atenção, assim como as barreiras culturais, que, dependendo do tipo da aplicação, principalmente na área diagnóstica, ainda existem. Além disso, outro ponto é a dificuldade de dar seguimento ao cuidado, seja no tratamento, seja na orientação do profissional que está recebendo o laudo a respeito da conduta a ser seguida. “É preciso oferecer não só o diagnóstico e orientação, mas também mecanismos e ferramentas que gerem disponibilidade no sistema para continuidade no tratamento”, reforça.

Participaram ainda do debate Eduardo Cordioli, gerente médico de telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein e presidente da Saúde Digital Brasil e Felipe Cabral, Coordenador Médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento.

Cordioli complementou um ponto importante colocado por Figueiredo, que é a falta de estrutura. Para o especialista, a chegada do 5G será uma importante alavanca para levar ao cenário ideal da saúde: médicos e pacientes conectados ao longo de toda a jornada do cuidado. Cabral também colocou a interoperabilidade e a colaboração entre todos os stakeholders da saúde também foi apontada como uma condição essencial. Assim como, a educação e o treinamento dos profissionais para estarem aptos a exercerem com excelência a telemedicina, que nada mais é do que medicina.