Época Negócios noticia projeto inédito que une laboratórios privados para avaliar qualidade de testes do coronavírus

16 de Abril de 2020

O jornalismo da Época Negócios conversou com Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva da Abramed, sobre projeto inédito que une laboratórios brasileiros privados para validar testes de Covid-19 a fim de garantir a segurança da população e confiabilidade de exames que chegam ao mercado nacional.

“Hoje, existe uma necessidade do mercado em comprar os testes. No entanto, embora eles sejam aprovados pela Anvisa, não são validados sobre a confiabilidade e sensibilidade. A iniciativa é importante para garantir segurança aos pacientes. Evitando, por exemplo, um resultado falso-negativo”, disse a executiva ao veículo.

O projeto é fruto de uma união entre a Abramed, a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

Confira matéria na íntegra no link:

https://glo.bo/2Vxgtj2

Diretora-executiva da Abramed fala ao Fantástico sobre projeto que une laboratórios privados para validar testes de Covid-19

13 de Abril de 2020

Ao longo das últimas semanas, o Fantástico tem exibido uma série de matérias sobre o impacto do novo coronavírus no Brasil e no mundo. Nesse último domingo (12), o programa trouxe ao ar uma reportagem sobre a validação dos testes rápidos que estão sendo utilizados no país. A equipe de jornalismo do Fantástico conversou com a diretora-executiva da Abramed, Priscilla Franklim Martins, que falou sobre o projeto inédito que une laboratórios brasileiros privados para validar testes de Covid-19 a fim de garantir a segurança da população e confiabilidade de exames que chegam ao mercado nacional.

Com a preocupação de evitar a utilização de metodologias pouco confiáveis, a Abramed, Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) se uniram em prol desse projeto. Esta é a primeira vez que um projeto deste porte está sendo realizado no mundo e, com ele, o Brasil buscar evitar problemas já enfrentados por outros países.

A matéria foi veiculada também pela GloboNews.

Confirma a reportagem em:  https://bit.ly/3b7BW7E

Testes de COVID-19 são tema de webinar com presença de Wilson Shcolnik

13 de Abril de 2020

Convidado pela Aliança para a Saúde Populacional, Wilson Shcolnik esclareceu principais questionamentos sobre os diferentes modelos de testes

A pandemia do novo coronavírus trouxe muitos desafios para os sistemas de saúde e, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o melhor caminho para vencer a COVID-19 era testar o maior número possível de pessoas, diversas dúvidas surgiram com relação aos diferentes tipos de exames disponíveis no mercado. Para esclarecer todos esses aspectos, a Aliança para a Saúde Populacional (ASAP) realizou, dia 9 de abril, uma entrevista virtual com Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Interagindo com Fábio Gonçalves e Letícia Azeredo Diniz, respectivamente diretor técnico e assessora da ASAP, Shcolnik enfatizou que neste momento o setor de diagnósticos preza pelo registro e pela validação dos testes disponibilizados no país. “Precisamos que a utilização desses testes seja feita com segurança. Caso contrário teremos resultados que não serão confiáveis”, pontuou.

Explicando que no momento o Brasil tem cerca de 25 testes registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre eles o teste molecular RT-PCR que é tido pela OMS como o padrão-ouro para diagnóstico de COVID-19, o presidente declarou que a preocupação com os diferentes testes que surgem e não têm sua eficácia devidamente avaliada visa evitar a repetição de um passado recente não tão vantajoso. “Quando vivenciamos a epidemia de dengue vimos que os testes rápidos têm desempenho variável. Por isso registro e validação são etapas tão importantes”, declarou.

Shcolnik aproveitou a oportunidade para reafirmar a força-tarefa que está sendo realizada por laboratórios privados e entidades do segmento para validar os exames de diagnóstico de COVID-19 no Brasil, uma iniciativa inédita que trará segurança para o país e para o cidadão brasileiro, já que os resultados serão divulgados apontando quais as metodologias mais confiáveis. Além disso, o projeto contribuirá com o cenário global ao compartilhar as informações obtidas durante a validação para formulação de estudos promovidos pela London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM) e pela Aliança Latinoamericana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (ALADDIV).

RT-PCR ou teste sorológico?

A OMS apontou o RT-PCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real), exame molecular capaz de identificar o RNA do novo coronavírus em amostras dos pacientes, como o exame mais apropriado para o diagnóstico da COVID-19 na fase aguda da doença, ou seja, quando a pessoa já apresenta sintomas ou confirma ter tido contato com alguma pessoa infectada. Esse exame, que é de alta complexidade, é oferecido em hospitais e laboratórios, porém devido à alta demanda os insumos para sua realização estão escassos, o que enfatiza a necessidade do uso racional deste procedimento.

Porém, segundo o presidente da Abramed, o país conseguiu se desenvolver rapidamente logo que os primeiros casos foram diagnosticados em território nacional. “Nas semanas iniciais conseguíamos realizar centenas de exames ao dia. Hoje, tanto as redes privadas quanto as públicas já são capazes de executar de 4 a 5 mil exames diariamente para diagnosticar a COVID-19 na fase aguda da doença”, explicou.

Já o teste rápido – que conta com um método realizado em laboratório e outro método conhecido como auto-teste e que se assemelha ao exame de gravidez disponível nas farmácias – não atua na identificação do RNA do vírus, mas sim na checagem de anticorpos. E é nesse momento que o falso negativo pode ocorrer, gerando uma perigosa falsa sensação de segurança.

O sistema imunológico se comporta de forma diferente em cada pessoa, produzindo anticorpos em ritmos diferenciados. “Sabemos que o anticorpo IgM demora até 10 dias para constar nas amostras sanguíneas. Isso mostra que se o exame for realizado logo que os sintomas surgirem, o resultado será negativo mesmo que a pessoa esteja infectada pelo novo coronavírus”, explicou Shcolnik complementando que o IgG, outro anticorpo identificado, somente aparece após o 14º dia do início dos sintomas. “Para a fase aguda contamos com o RT-PCR e, para a fase tardia, os exames de anticorpos serão de grande valia”, complementa o executivo.

Quando trata da utilização dos exames sorológicos na fase tardia, o presidente explica que esses testes terão um papel fundamental na retomada das atividades, já que poderão apontar as pessoas que têm anticorpos e, dessa forma, poderiam retornar ao trabalho. Além disso, esses exames também serão de grande valia para avaliação do perfil de imunidade da comunidade como um todo. Concomitantemente, Shcolnik reforça que a ciência ainda não pode afirmar que a pessoa que foi uma vez infectada não está mais suscetível à novas infecções. Aos interessados, o webinar segue disponível no canal da ASAP no YouTube.

Combate à Covid-19 é destaque em conferência

Em webinar promovido pelo CBEXs, Wilson Shcolnik reforçou ações da medicina diagnóstica

08 de Abril de 2020

Convidado pelo Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) para tratar das estratégias da medicina diagnóstica brasileira no combate ao novo coronavírus em um webinar que reuniu líderes da saúde nacional, Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), reforçou o protagonismo do setor e o envolvimento de todos os players durante a pandemia.

Realizado na noite de 7 de abril, o encontro coordenado por Francisco Balestrin, presidente do Conselho de Administração do CBEXs também recebeu Mauro Guimarães Junqueira, secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), e Cláudio Lottenberg, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Em sua apresentação inicial, Shcolnik fez uma avaliação do atual cenário: “Podemos afirmar que é um grande desafio para o setor, pois ninguém no mundo estava realmente preparado para enfrentar essa crise. Tivemos que organizar nossas infraestruturas e nossos fluxos de atendimento, buscar insumos em território nacional e no mercado internacional, e trabalhar a comunicação tanto com as comunidades médicas quanto com a sociedade”.

O presidente aproveitou a oportunidade para enfatizar o reconhecimento da relevância dos exames diagnósticos em momentos de crises de saúde. “Os laboratórios clínicos ganharam destaque e os testes estão sendo muito valorizados”, disse.

Entre os fatores que alavancam o protagonismo do setor de diagnóstico estão o fato de que o exame molecular RT-PCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real) é o padrão ouro para detecção do novo coronavírus e de que os recursos laboratoriais são indispensáveis para checar a imunidade de profissionais de saúde que tiveram contato com o vírus, considerando seu retorno ao trabalho. “Em outros países 20% dos profissionais de saúde foram infectados. Esperamos um percentual semelhante no Brasil e precisaremos desses exames para avaliar nosso impacto”, esclareceu Shcolnik.

Na sequência, em uma fase posterior da pandemia, a medicina diagnóstica se fará mais uma vez indispensável para checar a imunidade de rebanho, quando mais de 65% da sociedade já se contaminou tornando-se, assim, resistente por conta de sua memória imunológica e acarretando no encerramento do ciclo de disseminação do patógeno.

Reafirmando a observação de Shcolnik de que os exames surgiram, nesta pandemia, como peça fundamental do quebra-cabeça, Balestrin trouxe à tona um posicionamento relevante sobre importância dos exames mesmo com resultados negativos, algo que vem sendo questionado no âmbito da saúde preventiva. “Muitas vezes as pessoas acreditam que o resultado negativo é desperdício. Mas, na situação que estamos vivendo, vemos que esse resultado, quando negativo, nos diz muito”, declarou.

Parceria com o setor público

O presidente da Abramed também mencionou a atuação da entidade junto ao setor público contribuindo para o maior controle da COVID-19 no país. Citou a construção de um canal de comunicação direto entre os laboratórios privados e a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde para notificação rápida dos resultados dos exames para diagnóstico da infecção pelo novo coronavírus; e um projeto elaborado junto a outras entidades do setor que auxiliará na validação dos exames de diagnóstico disponíveis no mercado nacional focado em checar a confiabilidade dos métodos e garantir a segurança da população.

Isolamento Social

O webinar também trouxe as perspectivas dos hospitais, na visão de Cláudio Lottenberg, e um parecer das Secretarias Municipais de Saúde pela apresentação de Mauro Junqueira. Reconhecendo que a união de esforços é importante para que o país enfrente a crise da maneira menos nociva possível, a importância do isolamento social foi pauta constante do debate.

Junqueira mencionou que desde os primeiros casos de COVID-19 identificados no país o Ministério da Saúde provocou discussões com governadores e prefeitos sobre a relevância do isolamento social pra achatar a curva de disseminação da doença no país, permitindo, assim, que todas as regiões pudessem se preparar disponibilizando novos leitos tanto clínicos quanto de UTI. “É nisso que estamos trabalhando no momento”, comentou.

O executivo também respondeu à pergunta mais comum na sociedade: quando vamos sair do isolamento? Para ele, somente sairemos quando tivermos todos os insumos disponíveis, entre eles os equipamentos de proteção individual e os de diagnóstico, e leitos preparados e suficientes para atender toda a demanda.

Para Wilson Shcolnik, as evidências mostram que as decisões tomadas pelo Brasil surtiram efeitos positivos para retardar a transmissão garantindo tempo para a montagem e preparo das estruturas hospitalares. “Tenho bastante confiança no que está sendo feito pelo Ministério da Saúde”, disse.

Lottenberg reforçou que apesar da taxa de letalidade do novo coronavírus ser baixa, a alta capacidade de transmissão o transforma em um grande inimigo de todo e qualquer sistema de saúde no mundo. “É um vírus que acomete, simultaneamente, uma parcela significativa da população, sobrecarregando o sistema”, declarou. Segundo ele, não se trata de uma dificuldade exclusivamente brasileira ou dos países em desenvolvimento. “Temos, no Brasil, 25 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes. Os EUA têm 38 leitos para cada 100 mil habitantes e, por lá, a situação também não é sustentável”, explicou.

Todos também concordaram que a telemedicina, que foi autorizada como forma de facilitar o atendimento populacional durante a pandemia, ganhará reconhecimento após o surto.

Lideranças da saúde debatem estratégias de enfrentamento ao novo coronavírus em webinar promovido pelo FIS

Presidente do Conselho de Administração da Abramed participou de conferência junto a outros gestores do setor

08 de Abril de 2020

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, participou do webinar realizado pelo Fórum Inovação Saúde (FIS), que ocorreu no último dia 3 de abril, para debater o impacto sanitário, econômico e social de uma pandemia, sob a perspectiva da Covid-19. Shcolnik abordou, entre outros assuntos, o papel de destaque dos exames laboratoriais neste cenário atual de crise.

“O protagonismo dos exames laboratoriais nessa epidemia veio desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou o método denominado de “padrão ouro” para confirmação dos quadros agudos, que é o RT-PCR, e a mídia tem amplamente divulgado características desse exame, um teste molecular de alta complexidade. Ele não está disponível em qualquer laboratório, apenas naqueles que possuem equipamentos e recursos humanos capacitados para executá-lo”, disse o presidente da Abramed.

Segundo ele, graças à descoberta do genoma viral foi possível estabelecer dentro dos laboratórios os métodos chamados in house, que são processos artesanais baseados em agentes importados. Com o afluxo imenso das primeiras semanas, talvez pelo susto que os dados vindos da China trouxeram, muitos pacientes recorreram aos laboratórios, e rapidamente os estoques de reagentes se esgotaram.

“Os laboratórios hoje conseguiram automatizar esse processo de modo que, se o compararmos à semana inicial, quando conseguíamos realizar centenas de exames por dia, hoje é possível afirmar que os laboratórios bem equipados conseguem executar cerca de milhares por dia, o que vai trazer certo conforto, tanto para nós, quanto para o Ministério da Saúde”, atentou Shcolnik.

Existe uma preocupação em se identificarem os pacientes que já se tornaram imunes de alguma maneira e que depois de infectados podem de forma segura retornar ao convívio e, em se tratando de profissionais de saúde, podem aos poucos retornar a seus postos de trabalho.

Sobre os testes sorológicos que estão chegando para o tratamento da doença, Shcolnik disse que eles detectam praticamente três tipos de anticorpos: o IGA, muito presente nas mucosas do organismo humano; o IGN, que é o primeiro anticorpo a ser produzido já na fase aguda da infecção, demorando cerca de sete a dez dias para alcançar o pico mais elevado e se tornar perfeitamente detectável; e por fim o IGG, que pode trazer imunidade, embora não se saiba ainda se a possibilidade de reinfecção existe.

“Queria deixar claro que a qualidade e o desempenho dos testes rápidos são muito variáveis. Eu sei que está havendo um esforço muito grande do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fiocruz para validar esses testes. Na área privada há também um esforço da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), a qual congrega as indústrias que produzem kits, com este mesmo objetivo: validar e tornar público quais são os kits de testes rápidos que podem ser utilizados com confiança nos resultados”, ratificou o presidente.

O debate foi mediado pelo médico e presidente da Iniciativa FIS, Josier Vilar, e contou também com as participações do CEO da Fundación Privada Hospital Asil de Granollers e secretário-geral da Associação Patronal Sanitária da Catalunha (Espanha), Rafael Lledó Rodríguez; do vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/EUA), Jarbas Barbosa; do CEO do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap; e do chief medical officer do United Health Group (UHG) Brasil, Charles Souleyman.

Alta transmissão

Para Barbosa, o mundo enfrenta uma emergência de saúde pública sem precedentes neste século posterior à gripe espanhola. A pandemia da Covid-19 está acontecendo com uma velocidade tal que as evidências são geradas ao mesmo tempo que o número de doentes vai evoluindo. Segundo o representante da OPAS, o que demonstra como a velocidade de transmissão está acelerando nas Américas é que na última semana, entre quarta e sexta-feira, três países tiveram mais de 10% de acréscimo no número de infectados de um dia para o outro – Canadá, Brasil, Chile e Equador.

“O conhecimento epidemiológico tem crescido. Já se sabe a capacidade que o vírus tem de ser transmitido rapidamente, que a Covid-19 produz casos assintomáticos, ainda que haja certa variação – qual é exatamente o percentual de assintomáticos. Sabemos que há vários casos leves e que por isso essas pessoas não vão procurar serviços de saúde. Sabemos que os números que temos hoje são subdimensionados, porque, como qualquer doença que tem esse gradiente clínico amplo, existem casos assintomáticos, leves e moderados, mas geralmente conseguimos captar com muito melhor qualidade os casos mais graves, os casos que procuram hospitais, que procuram serviços de saúde”, ressaltou Barbosa.

O vice-presidente chamou a atenção ainda para o isolamento social, enfatizando que o que faz diferença é o momento quando se inicia o isolamento, que deve ser feito durante a “subida da curva” de contágios.

Isolamento social

De acordo com Rodríguez, a Espanha, por exemplo, não tomou as medidas de isolamento com antecedência, o que se refletiu nos índices acelerados de casos da Covid-19, maiores que naqueles que adotaram a medida de imediato. O secretário-geral disse que países como Alemanha e Coreia do Sul, que iniciaram o isolamento social antes, tiveram melhor resultado na batalha contra o coronavírus.

“Temos visto que não há diferença entre homem e mulher. A infecção acomete sobretudo adultos, e as formas mais graves se desenvolvem em pessoas a partir dos 60 anos, especialmente naqueles com mais de 80 anos. Sintomas comuns são variados, mas o principal é a pneumonia”, revelou Rodríguez.

O CEO do Hospital Sírio-Libanês falou que os reflexos do isolamento social, que se diz hoje refletirem num prazo de aproximadamente duas semanas, podem não ser os mais adequados. Sua tese é de que isso deve se dar em um tempo maior – ou que não a falta de testes é demasiadamente grande. Para Chapchap, a Covid-19 está se mostrando uma doença desafiadora, seja pelo número de internações, seja pelo tratamento de casos graves, que exigem muitos dias de atendimento intensivo.

“Os pacientes que vão para a UTI têm um quadro de recuperação extremamente lenta, com 17% a 20% deles precisando de terapia de suporte renal. A grande maioria dos pacientes vai se recuperar se for adequadamente tratada”, reiterou Chapchap.

União

Souleyman foi convidado a falar sobre como se está organizando a questão dos suprimentos nos hospitais do grupo UHG no Brasil. Segundo ele, essa epidemia está trazendo e revelando o melhor e o pior da natureza humana, colocando o mundo diante de um cenário desafiador nunca vivido.

“Hoje temos uma situação em que estamos tratando os doentes, muito graves, com ventilação difícil, que exigem o máximo de competência, o máximo de medicação, com cuidados e medidas de isolamento. De fato, se não conseguirmos com todo o distanciamento social mitigar a evolução da epidemia, vamos perder muita eficácia nesse tratamento. Não só se torna exponencial o número de casos, mas também, com ele, o número de óbitos”, ressaltou Souleyman.

A necessidade de integração entre os sistemas público e privado no atual contexto também foi salientada pelo executivo. Segundo ele, não se pode concorrer por compras de equipamentos de proteção individual (EPI) e respiradores. Todos devem estar unidos para, de forma colaborativa, contornar de maneira eficiente os problemas da pandemia.

Abramed é destaque na mídia em março

A pauta foi o cenário atual de realização de exames para o novo coronavírus

07 de Abril de 2020

No cenário de pandemia pelo novo coronavírus e seus desdobramentos, em que o papel da imprensa é fazer a cobertura responsável dos fatos, com comprometimento com a verdade, levando notícias de qualidade à população, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que tem canal aberto de comunicação com a imprensa brasileira, esteve sob destaque da grande mídia nacional, colaborando como fonte segura para que os veículos levem informação devidamente apurada e de interesse público à sociedade.

O pontapé foi dado pelo jornal Valor Econômico, que falou sobre a alta demanda pela realização de testes para o coronavírus. O assunto foi retomado pelo mesmo veículo, dessa vez abordando a questão do limite de produção de exames para detecção da covid-19. A Abramed votou à pauta no Valor Econômico para falar sobre o pedido de liberação de insumos importados para produção desses exames; também sobre o racionamento de reagentes e falta de testes e mais uma vez para abordar as consequências da alta demanda pelos exames da covid-19.

O jornal O Globo abordou o aumento na procura pelos testes para o novo coronavírus nos hospitais. Em mais duas oportunidades o mesmo jornal teve a Abramed como fonte falando sobre a falta desses exames que poderia acontecer devido a alta procura e sobre a escassez de insumos.

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, concedeu entrevista à GloboNews sobre o pedido de liberação de insumos importados mais rápida a Anvisa para atender à demanda crescente por testes do coronavírus.

Na sequência, o racionamento e a falta desses exames foi pauta na revista Exame.

A coluna da Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, apontou a escassez de máscaras e luvas para os profissionais de saúde no atendimento aos pacientes durante a pandemia e o veículo ouviu a Abramed mais uma vez sobre testes rápidos.

A Record News falou sobre a alta demanda e disponibilidade por exames para o coronavírus com entrevista da diretoria-executiva da Abramed, Priscilla Franklim Martins, que ainda foi ouvida pela CBN sobre a liberação de insumos para esses testes, tema também abordado pelo Jornal da Record.

Para BandNews, Priscilla falou  sobre o gerenciamento de estoque de exames para detecção da covid-19 e falta de reagentes e outros insumos.

Gestão da qualidade é importante para assistência segura em saúde

Excelência nos processos oferece menor risco a pacientes e melhoria nos serviços prestados

07 de Abril de 2020

A gestão da qualidade na saúde depende da melhoria contínua dos processos para garantir os padrões de excelência definidos pelos órgãos reguladores, além de ofertar condições qualificadas de assistência ao paciente para maior aceitabilidade dos serviços prestados.

O caminho não é simples. É preciso mudança de cultura da instituição, com investimento constante em educação, tecnologia e inovação, além de maior interligação entre as áreas de clínicas e laboratórios para que o processo de gestão, governança e qualidade seja entendido com mais clareza e os objetivos sejam compreendidos por todos os profissionais.

Para Natália Bruna Sena, gerente de Qualidade do Sabin Medicina Diagnóstica e membro do Comitê de Governança, Ética e Compliance da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), desse modo, é possível identificar erros e onde os processos funcionam de maneira mais eficiente. “Análise e melhoria dos produtos e métodos são realizadas para assegurar o atendimento aos requisitos e às metas estabelecidas no planejamento estratégico. A evolução está diretamente ligada à melhoria dos resultados e indicadores de desempenho, que devem ser verificados mensalmente com o objetivo de manter ou corrigir rotas para promover a evolução contínua de processos, produtos e a qualidade do serviço prestado”, explica.

Cabe ao setor da qualidade a responsabilidade pelas auditorias internas e externas das normas vigentes, sendo esta área responsável por implantar, planejar, controlar e garantir o sistema de gestão da empresa cumprindo os requisitos dessas normas. Essa mesma equipe também deve cumprir as políticas internas, além de prover a gestão de documentos e o controle dos procedimentos e registros do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).

Natália sugere que os processos sejam documentados por meio dos procedimentos do SGQ, estabelecendo os critérios a serem seguidos, de forma clara, objetiva e que reproduza fielmente um processo ou atividade. “Esses documentos devem ser analisados criticamente e aprovados pela liderança do setor, que treinará sua equipe baseada no procedimento estabelecido.

A especialista também propõe que a gestão da qualidade realize auditorias internas nos setores técnicos dos núcleos operacionais, hospitalares e de apoio, para a avaliação da eficácia do sistema integrado de gestão e verificação de conformidade no atendimento aos requisitos legais e às normas acreditadas pela organização.

“As equipes de auditores internos trabalham em conjunto e as eventuais não conformidades e oportunidades de melhorias detectadas devem ser repassadas para os responsáveis das áreas para as devidas tratativas, com análise de causa raiz, planos de ação para eliminação do problema e posterior avaliação da eficácia das ações tomadas”, explica Natália. Sobre o programa de auditoria externa recomenda a realização de ciclos anuais para verificar as conformidades dos processos.

implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade é uma decisão totalmente estratégica. Para isso, Natália lembra que o comprometimento e o envolvimento da alta liderança no SGQ são de extrema importância para a eficácia da gestão. “Quando uma empresa decide implantar o SGQ ocorrerão mudanças inevitáveis, e isso pode gerar resistência por parte dos colaboradores. Portanto, é necessário o envolvimento da liderança para ajudar no processo da conscientização de todos na organização”, explica.

A versão de 2015 da norma ISO 9001 trouxe, inclusive, mudanças para a alta liderança, que agora está envolvida em todos os processos dentro da empresa. Além de não citar mais o papel do representante da direção, a nova versão da norma deixa evidente o quanto a liderança deve estar envolvida com o SGQ. “Ser líder não se trata apenas de um cargo de alto grau dentro da organização, mas de quem toma a atitude de liderar mudanças, ações e resultados”, alerta Natália.

A liderança é indispensável para que o SGQ alcance seus verdadeiros objetivos que visam aumentar a satisfação do cliente, ressalta a profissional do Sabin. “Isso fará com que as pessoas sintam a importância da qualidade dentro da empresa, afinal, qualidade não é um departamento, são atitudes do dia a dia que devem ser monitoradas, discutidas e direcionadas o tempo todo.”

Gestão de riscos

Na assistência em saúde, os riscos estão em incidentes que podem acontecer durante o atendimento ao paciente. São exemplos de riscos: quedas, administração incorreta de medicamentos, erro na realização de um procedimento cirúrgico, troca do nome do cliente na realização de um exame laboratorial ou de imagem, entre outros.

Em função do crescimento do número de eventos adversos e objetivando prevenir e reduzir a incidência deles, o Ministério da Saúde criou, em 1º de abril de 2013, o Programa Nacional de Segurança do PacienteCom isso, o tema ganhou relevância no cenário nacional.

Para evitar eventos adversos foram estabelecidos seis protocolos básicos de segurança do paciente:

1 – Identificação do paciente: objetiva garantir a correta identificação do paciente para assegurar que o cuidado seja prestado para a pessoa a qual realmente se destina;

2 – Prevenção de úlcera por pressão: visa prevenir a ocorrência de feridas que ocorrem por falta de oxigenação na superfície da pele e outras lesões; 

3 – Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos: objetiva promover práticas seguras no uso de remédios em estabelecimento de saúde, visando administrar o medicamento correto para a pessoa certa, na dose correta;

4 – Cirurgia segura: visa reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica por meio da realização do procedimento certo, no local e no paciente corretos;

5 – Prática de higiene das mãos em serviços de saúde: objetiva prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde, tanto para pacientes quanto para os profissionais envolvidos nos cuidados dos pacientes;

6 – Prevenção de quedas: objetiva reduzir a ocorrência de queda de pacientes nos pontos de assistência à saúde e, principalmente, reduzir o dano decorrente delas.

Desafio dos protocolos de segurança do paciente

Natália explica que todas as organizações prestadoras de serviços de saúde devem implantar os protocolos de segurança do paciente para oferecer serviços mais seguros. “O desafio da implantação é comprometer os profissionais da área da saúde com esses protocolos e primar pelo registro dos eventos adversos que possam acontecer durante o atendimento ao paciente”, afirma.

A gerente da Qualidade do Sabin conta que a experiência tem demonstrado que os serviços de saúde que possuem um Programa de Educação Continuada implantado com capacitações e disseminações contínuas sobre a relevância da aplicação desses protocolos para a qualidade da assistência conseguem manter suas equipes engajadas neste propósito. Outro fator muito importante nessa prática é mensurar, por meio de indicadores, os eventos ocorridos e desenvolver um sistema de gerenciamento deles.

“Para isso, é preciso desenvolver a cultura do registro toda vez que acontece um evento adverso relacionado a um dos seis protocolos. A partir do registro é possível sistematizar reuniões mensais ou quinzenais para analisar o número de eventos, elencar as principais causas e os locais com maior ocorrência desses eventos, além de avaliar o dimensionamento das equipes”, explica.

A forma mais efetiva de comprometer as pessoas com os protocolos de segurança do paciente, segundo Natália, é demonstrar seus impactos na saúde desses cidadãos. Isso é possível quando os eventos são registrados e analisados sistematicamente, investigando suas causas para tomar ações corretivas e preventivas em prol da redução desses riscos. “Como Joseph Juran, um dos mestre da gestão da qualidade, nos ensinou: ‘Quem não mede, não gerencia. Quem não gerencia, não melhora!’”, destaca e lembra que promover a segurança do paciente é papel de todos os envolvidos no ciclo do cuidado: profissionais de saúde, indústria, pesquisadores, professores, formuladores de políticas públicas e o próprio paciente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o envolvimento do cidadão na sua segurança, assim como dos familiares, como um esforço para a prevenção de falhas e danos em serviços de saúde do país que faz a diferença. “Quando o paciente é ouvido e convidado a participar ativamente de seu tratamento, deixa de ser um mero recebedor passivo de cuidados e pode contribuir com um atendimento mais seguro, ciente de sua responsabilidade como cidadão e consumidor de serviços de saúde. Mas, para isso, é necessária uma mudança de cultura nas instituições de saúde para que os profissionais possam estimular e apoiar uma atitude mais ativa dos usuários desses serviços, considerando os pacientes como parceiros responsáveis por sua saúde e cuidado”, conclui.

Investimento em tecnologia é diferencial na medicina diagnóstica

07 de Abril de 2020

Confira a entrevista com Guilberto Minguetti, fundador e diretor do Cetac Diagnóstico por Imagem

Os avanços da tecnologia aplicada à medicina têm o intuito de melhorar a vida das pessoas e vêm transformando os cuidados com a saúde, a atuação prática do médico e a prevenção e tratamento de doenças.

Esta é a visão do fundador e diretor do Cetac Diagnóstico por Imagem, Guilberto Minguetti, para quem a busca por soluções tecnológicas especializadas é uma realidade necessária na medicina diagnóstica. “A inovação em saúde, inclusive no diagnóstico por imagem, é essencial por atuar em todas as vertentes do processo de cuidado ao paciente, pois a partir de sua aplicabilidade é possível melhorar o diagnóstico, a terapêutica, a prevenção e proporcionar mais conforto e até redução de processos dolorosos”, explica.

Com 43 anos de história, o Cetac, uma das instituições fundadoras da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), foi o primeiro centro de diagnóstico no Paraná e o segundo do Brasil a realizar exames utilizando aparelhos de tomografia computadorizada.

Na entrevista a seguir, Minguetti fala sobre a evolução dos equipamentos na medicina diagnóstica, a importância de se investir em inovação e os obstáculos para incorporação de novas tecnológicas. Confira!

Abramed em foco – Para o Cetac sempre foi importante acompanhar as evoluções tecnológicas na saúde?  

Aberto em 1977, o Cetac foi o primeiro centro de diagnóstico no Paraná e o segundo do Brasil a realizar exames utilizando aparelhos de tomografia computadorizada. Visando atender os pacientes da melhor forma possível, continuamos investindo em tecnologia durante quatro décadas e disponibilizamos aparelhos de última geração e diversos serviços, como radiologia geral digital simples e contrastados, ultrassonografia geral e 3D/4D, tomografia computadorizada com baixa radiação, mamografia digital 3D e tomossíntese, ressonância magnética de 1.5 e 3T, densitometria óssea, punções, biópsias e PET/CT.

Para nós, o desenvolvimento tecnológico é uma peça fundamental na história da medicina e continua apresentando um papel crucial na atualidade, por isso dispomos de equipamentos de ponta para proporcionar precisão e qualidade nos resultados, além de maior comodidade aos pacientes, em nossas duas unidades em Curitiba, onde atuamos com cerca de 400 colaboradores e 45 médicos no corpo clínico.

Abramed em Foco – Quais foram as principais inovações no setor?

Tomei contato com a tomografia computadorizada em 1973, quando iniciei a residência em neurologia no Instituto de Neurologia (Queen Square) da Universidade de Londres, onde também obtive o título de doutor. Até aquela época, os exames de diagnóstico por imagem disponíveis era o raio x simples e contrastados, angiografias e, na neurologia, podia-se contar ainda com a pneumoencefalografia e mielografia. Os primeiros exames de tomografia mostraram que a história da medicina ia mudar, o que realmente aconteceu. Logo a seguir veio a ressonância magnética, que acelerou mais ainda a evolução dos exames de diagnóstico por imagem.

Quando voltei da Inglaterra, em 1976, tratei logo de arrumar o local para instalação do nosso primeiro tomógrafo, que já contava com dois detectores, ao contrário de outros aparelhos. Na sequência, muitos outros detectores foram acrescentados nos aparelhos, os sistemas originais de rotação foram modificados e o resultado é que hoje temos novos equipamentos extremante rápidos, com recursos computacionais ótimos. Somando-se a isso, veio a inteligência artificial (AI) e chegamos a máquinas excepcionais com desempenho jamais imaginado.

Abramed em Foco – Que benefícios e diferenciais os avanços tecnológicos trouxeram para os profissionais da saúde e para os pacientes?

Os benefícios foram muitos, principalmente para os pacientes. Basta ver, como exemplo, o resultado médico dos exames de angiotomografia coronariana. Com ele, temos salvado muitas vidas, assim como com o PET/CT, quanto alívio temos proporcionado? E para nós, médicos, sentimos o orgulho por poder propiciar aos pacientes essas maravilhosas ferramentas que salvam vidas ou minimizam a evolução das doenças.

Abramed em Foco – Na saúde, a medicina diagnóstica é um dos segmentos que mais se desenvolveu com as novas tecnologias. Como vê esta evolução? 

A evolução foi enorme e não se pode comparar com o que foi feito no passado. Tomemos sempre como exemplo a neurologia. O único recurso para a gravidade das inúmeras patologias do sistema nervoso central (SNC) era o raio x simples, que não mostrava encéfalo ou medula. Exames contrastados encefálicos ou medulares traziam pouco ou nenhum benefício ao diagnóstico do paciente. Contávamos também com a angiografia cerebral que ajudava de certa forma em algumas patologias. Veio a tomografia que deu um salto grande no diagnóstico dessas patologias do SNC, sem dor, sem riscos, com grande velocidade na obtenção dos resultados, hoje quase que imediatos. A evolução foi excepcional para todos os segmentos do corpo humano.

Abramed em Foco – Qual a importância das clínicas e laboratórios investirem em inovação?

A tecnologia em saúde é essencial por atuar em todas as vertentes do processo de cuidado ao paciente. Com essa ferramenta, é possível melhorar o diagnóstico, a terapêutica, a prevenção e proporcionar mais conforto ou redução dos processos dolorosos. Isso porque, com o uso de equipamentos mais modernos, consegue-se identificar nuances patológicas que antes não seriam detectáveis e avaliar alterações laboratoriais em estágios iniciais.

As clínicas e laboratórios devem continuar a investir em novos aparelhos tecnologias, pois atrás desse investimento vem os residentes, novos especialistas, que vão dar prosseguimento ao trabalho dos médicos que, com o tempo, saturados de informações e trabalho, vão se acomodando. Veja os equipamentos que estão chegando ao mercado providos de adiantados programas de IA. Eles requerem profissionais novos, bem preparados, capazes de assumir e desenvolver melhor esse novo ciclo do diagnóstico por imagem. Para isso, temos que ter centros mais bem equipados e com bons orientadores para atingirmos essa meta.

Abramed em Foco – Quais os maiores obstáculos para a implantação dessas tecnologias em clínicas e laboratórios?

Os maiores obstáculos para a implantação dessas tecnologias são os elevados custos dos aparelhos e a pouca remuneração, em contrapartida, pelos exames efetuados.

Para que essas inovações sejam bem aproveitadas, tem de ter recursos humanos bem treinados (técnicos e, principalmente, médicos).

Abramed em Foco – Na sua opinião, quais são as tendências tecnológicas para a medicina diagnóstica em 2020?

Este ano, a atenção da medicina diagnóstica está totalmente voltada para a inteligência artificial. Ela deve trazer evolução aos processos de diagnóstico e auxiliar na tomada de decisão, por trazerem mais assertividade, o que vai gerar mais benefícios aos profissionais e aos pacientes.

Mas com a crise que o país inteiro está passando, na sociedade e na economia, devido à pandemia do novo coronavírus, o Cetac não prevê investimentos em tecnologia para 2020.

Abramed em Foco – Como vê a importância da Abramed no cenário da saúde e para suas associadas?

Como um dos fundadores da Abramed, sempre tive muita confiança nos seus desígnios e vejo a Associação como uma das mais importantes no cenário da saúde no país. Além disso, a Associção possui, desde o início de sua história, um quadro gestor de grande capacidade. Seus departamentos sempre bem estruturados e com interesses totalmente voltados aos associados, que têm ampla liberdade de participação e aprimoramento de suas metas.

Abramed em Foco – Este ano, a Abramed comemora 10 anos. Como associado, o que o Cetac espera da Associação para a próxima década?

Esperamos que a Abramed continue com seus elevados propósitos de defender seus associados em todas as instâncias e colabore sempre para o crescimento do Brasil. 

Não alcançamos o patamar do primeiro mundo, mas estamos no caminho certo

07 de Abril de 2020

* Por Carlos Eduardo Santos Moreira

Qual a posição do Brasil na corrida pelos avanços da medicina diagnóstica global? Comparações entre os países são comuns para avaliarmos o quanto uma ou outra nação está na vanguarda das descobertas. Esses comparativos são válidos até como fator de motivação (e de direcionamento de expectativas), mas é sempre importante que tenhamos as peculiaridades de cada território em mente ao fazer essas análises.

O que vejo acontecer é um despertar cada vez maior dos laboratórios clínicos nacionais para a importância da área de pesquisa e desenvolvimento dentro das unidades. Inclusive de instituições focadas em produção de testes cada vez mais especializados que atendem às necessidades do mercado. É o caso do que chamamos de LDT (Laboratory Developed Tests), testes de diagnóstico in vitro projetados, fabricados e utilizados exclusivamente por um laboratório.

Porém, em outra direção, temos uma leva de exames cujo volume não é tão alto a ponto de recompensar o investimento. Como exemplo, podemos citar testes de alta complexidade em termos de metodologia e tecnologia agregada, exames executados com equipamentos de última geração como o next-generation sequencing para sequenciamento de DNA, espectrometria de massa e de mobilidade iônica. Para casos assim, mais específicos, o intercâmbio é fundamental para que mesmo que os laboratórios nacionais não tenham a tecnologia integrada à suas atividades, possam oferecer esses exames ultramodernos aos seus pacientes. Chegamos a uma relação de ganha-ganha entre os países.

Assistimos, recentemente, à um dos benefícios desse diálogo aberto intercontinental. Com a crise provocada pelo novo coronavírus, países que foram atingidos primeiro puderam alertar outras nações sobre as melhores práticas e as ações que foram bem sucedidas, fazendo com que territórios que entrassem posteriormente na pandemia já pudessem se preparar com base na experiência internacional. Fomos comunicados, por exemplo, sobre como treinar os colaboradores dos laboratórios que estariam em contato direto com a infecção, se deveríamos optar pela coleta domiciliar ou não, quais seriam os melhores planos de contingência, possíveis problemas relacionados à estoque de materiais, como agir caso um profissional apresentasse sintomas e uma série de outros pontos que auxiliaram na alavancagem dos laboratórios brasileiros para enfrentamento da crise.

O que, então, realmente nos falta para que possamos atingir o mesmo patamar dos países mais avançados em termos de inovação em medicina diagnóstica? Mudança de cultura e maior investimento em pesquisa e desenvolvimento. Precisamos fomentar essa vertente transformando-a em uma tradição. Precisamos investir em pesquisa e gerar conhecimento em saúde.

Segundo relatório da World Intellectual Property Organization, em 2018 o mundo registrou 3,3 milhões de patentes, sendo que desse montante quase 75% foram registradas por China, Estados Unidos e Japão. E essa representatividade é resultado direto do conhecimento gerado por cada um desses países.

No Brasil, quando enfrentamos contingenciamento de verbas por parte do Governo Federal, as primeiras áreas a sofrerem cortes são as de pesquisa e as universidades. Somente agora o Brasil está trabalhando no sequenciamento de genomas brasileiros. Todo o desenvolvimento de testes diagnósticos, novas metodologias e mesmo medicamentos tem sido feito com base em genomas norte-americanos, europeus e chineses. Agora que há um projeto para iniciar com o sequenciamento do genoma de 15 mil indivíduos no Brasil que, posteriormente, será ampliado (para 100 mil indivíduos). É esse tipo de investimento que cria uma massa crítica para que o país tenha material para desenvolver produtos (que podem ser medicamentos e vacinas, por exemplo) dedicados às especificidades de sua população.

Estive recentemente na Holanda onde pude conhecer uma universidade que há 15 anos é apontada como a melhor do país, com um amplo reconhecimento no setor de agronegócios. Por lá, ao caminhar pelo campus, é perceptível o grande investimento dado à P&D, com monumentais prédios de laboratórios sendo alguns dedicados ao ensino e outros exclusivamente à pesquisa. Além disso, empresas privadas têm instalações dentro das universidades fomentando esse investimento e relacionamento.

No Brasil temos um cenário onde não notamos esta interação positiva. Esse é um dos mais importantes aspectos a serem mudados por aqui. Essa proximidade entre a universidade e a indústria amplia o acesso dos estudantes ao mais inovador sistema de desenvolvimento de produtos e o coloca ao lado das principais pesquisas científicas que estão fervilhando no país. Esse comportamento, ou melhor dizendo, essa cultura, é o que faz a Holanda ter um importante papel no cenário de agronegócio mundial.

No Brasil temos esses aspectos a endereçar para que possamos evoluir, mas, ao mesmo tempo, temos muitos outros motivos para nos orgulharmos. Um deles é o Sistema Único de Saúde (SUS) que promove um atendimento universal gratuito garantindo a inclusão e o acesso de todo cidadão à saúde mesmo mediante uma pandemia como a gerada pela COVID-19. Enquanto em outros países pessoas que foram curadas da infecção pelo novo coronavírus podem sair da hospitalização, segundo a revista Time, com uma dívida de quase US$ 35 mil, os brasileiros – enquanto o sistema suportar – terão atendimento totalmente gratuito envolvendo desde o diagnóstico até a alta.

Ou seja, apesar do Brasil apresentar essa defasagem entre investimento e geração de conhecimento, o que é um aspecto principalmente cultural que demanda tempo para ser modificado, em muitos outros pontos estamos no caminho certo.

* Carlos Eduardo Santos Moreira é diretor gerente da Quest Diagnostics do Brasil Ltda

5º FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde é adiado para 2021

30 de Março de 2020

Diante da pandemia global do novo coronavírus (COVID-19), a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), considerando as previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde, bem como o cenário de incertezas que atravessamos decidiu adiar para 2021 a 5º edição do Fórum ade Lideranças da Saúde (FILIS).

A Abramed compreende que todos os esforços atuais devem estar direcionados ao embate ao coronavírus e ao gerenciamento de seu impacto ao longo dos próximos meses. É nosso dever apoiar associados, parceiros, colaboradores, profissionais de saúde, hospitais, órgãos públicos e demais entidades no combate a disseminação do COVID-19, contribuindo na busca de soluções para o enfrentamento da pandemia por um sistema de saúde mais integrado, sustentável e que garanta segurança e melhor assistência a população, especialmente neste difícil cenário.

As atuais circunstâncias nos levam a crer que o segundo semestre de 2020 será de importantes desafios para as lideranças da saúde na busca pela estabilização após tempos dificílimos. Unidos com toda a cadeia vamos priorizar a recuperação e o desenvolvimento do nosso setor, cumprindo dessa forma nosso real propósito.

Aos nossos associados, parceiros, patrocinadores e apoiadores, lamentamos este adiamento. Esperamos tê-los conosco em 2021, quando então faremos o 5º FILIS, promovendo o diálogo eficiente e focado entre toda a cadeia da saúde, marca registrada do nosso evento.

Ressaltamos que a edição 2020 do “Painel Abramed: O DNA do diagnóstico”, tradicionalmente lançado no FILIS, permanece em nosso calendário de atividades para o segundo semestre. 

Estamos trabalhando para anunciar em breve uma nova data para o 5º FILIS. Para mais informações, envie e-mail para filis@abramed.org.br

Cordialmente.

Wilson Shcolnik
Presidente do Conselho de Administração

Leandro Figueira
Vice-Presidente do Conselho de Administração

Priscilla Franklim Martins
Diretora Executiva