BP aposta em parcerias colaborativas para ampliar a qualidade do sistema

Confira a entrevista com Patrícia Holland, diretora-executiva da BP Medicina Diagnóstica

Março de 2019

Apostando em parcerias com grandes players do setor de saúde, a BP Medicina Diagnóstica tem a colaboração como um de seus principais lemas. Para a diretora-executiva Patrícia Holland, essas parcerias são uma tendência. “Acreditamos que agregar conhecimento próprio com a expertise de um parceiro é uma boa oportunidade para alavancar os negócios e consolidar o setor”, diz.

Esperando que a Abramed mantenha o olhar atento no que é convergente e divergente dentro do setor de Medicina Diagnóstica, a executiva acredita que a união do setor amplia a visão dos desafios e ajuda a buscar soluções cada vez mais sustentáveis. Confira a entrevista completa!

Abramed em foco: Considerando sua experiência no setor de Healthcare, quais são os grandes desafios da Medicina Diagnóstica no Brasil?

Patrícia Holland: Em um país de dimensões continentais como o Brasil, acredito que um dos maiores desafios do setor seja integrar e otimizar toda a cadeia, reduzindo os desperdícios e ampliando o acesso da população aos diferentes tipos de diagnóstico por meio de novos modelos de negócios.

A BP tem o diferencial de oferecer uma linha completa de cuidado, independentemente do tipo de serviço que o paciente necessita, ou do momento em que ele se encontra em relação à própria saúde (prevenção, diagnóstico ou tratamento, por exemplo). Com isso, além de diagnóstico, oferecemos soluções de tratamento e toda a assistência necessária, proporcionando um atendimento mais assertivo.

Isso nos permite entregar mais que um resultado de exame, oferecendo uma experiência melhor e mais integrada, que se torna atrativa tanto para as pessoas que nos procuram espontaneamente quanto para os médicos que referenciam os pacientes.

Abramed em foco: A BP vem investindo fortemente em tecnologia, visto que foi premiada pela utilização do Watson e apostou, recentemente, em uma parceria com a Universidade de Pittsburgh para segunda opinião médica via videoconferência. O fortalecimento do setor está, ao seu ver, diretamente atrelado à inovação tecnológica?

Patrícia Holland: Há bastante inovação tecnológica no setor de Medicina Diagnóstica e ela deve estar, cada vez mais, atrelada a uma maior assertividade no diagnóstico, impactando positivamente na vida do paciente.

A inovação, porém, não está relacionada apenas a equipamentos, mas também em formas de otimização dos serviços como o agendamento sem burocracia, por exemplo. O gerenciamento de filas e de ociosidade dos equipamentos, além do balanceamento da oferta e da demanda de horários e médicos, juntamente com outras iniciativas, contribuem para que o paciente tenha uma melhor experiência. Na BP Medicina Diagnóstica, estamos implementando melhorias importantes no nosso processo de agendamento para garantir um atendimento ainda mais desburocratizado e rápido para quem procura pelos nossos serviços.

Vale ressaltar também que, no âmbito da saúde básica, a tendência das teleconsultas desponta como uma opção para amparar o atendimento à população de regiões com pouco acesso a instituições de saúde, proporcionando mais segurança, menos burocracia e custo mais baixo.

Abramed em foco: Em 2017 a BP já havia firmado parceria com outro nome de peso do setor a fim de ampliar o atendimento à população (Grupo Fleury). Acredita que essas parcerias são uma tendência do mercado?

Patrícia Holland: Essas parcerias são uma tendência e há bastante espaço no mercado brasileiro, que está num momento de consolidação. Um dos valores da BP é “Colaboração Nos Leva Mais Longe” e, por isso, acreditamos que agregar conhecimento próprio com a expertise de um parceiro é uma boa oportunidade para alavancar os negócios e consolidar o setor. Além da parceria com o Grupo Fleury para exames de análises clínicas, a BP mantém acordo com o laboratório Bacchi para análises de anatomia patológica e com a Medtronic para consultoria visando aumentar a eficiência operacional da nossa área de Hemodinâmica. Essas parcerias contribuem para que os pacientes da BP tenham acesso a serviços especializados de alta qualidade.

Abramed em foco: Acredita ser importante que uma associação como a Abramed reúna serviços diversos dentro da área de medicina diagnóstica incorporando desde atuações hospitalares, grandes grupos de laboratório e até mesmo as pequenas empresas atuantes?

Patrícia Holland: A dinâmica e as particularidades da Medicina Diagnóstica são distintas do segmento hospitalar. A Abramed leva em consideração todas as particularidades do setor que, muitas vezes, podem não convergir com as especificidades de um hospital. Por isso é muito importante que as instituições do segmento de Medicina Diagnóstica estejam unidas para discutirem normativas específicas como, por exemplo, a carga horária dos profissionais e impostos que afetam diretamente o negócio. Quanto maior for o engajamento dos associados, maior será o leque de soluções e boas práticas para o setor.

Além disso, é importante lembrar que a Medicina Diagnóstica é responsável por grande parte das decisões médicas e, portanto, a Abramed exerce um papel fundamental de reunir as instituições do setor para que, juntas e de forma multidisciplinar, pensem na aplicação de novas tecnologias como forma de otimizar os serviços e busquem novos modelos de colaboração que possam potencializar as atividades do setor.

Abramed em foco: O que a BP espera da Abramed?

Patrícia Holland: A BP espera que a Abramed amplie o corpo de associados para ter mais representatividade em todo o Brasil e que mantenha o olhar atento no que é convergente e divergente dentro do setor de Medicina Diagnóstica. Unir os associados amplia a visão dos desafios e ajuda a buscar soluções cada vez mais sustentáveis e oferecer serviços de excelência. Além disso, continuar promovendo fóruns de atualização e discussão geram incentivo para a melhoria da saúde no País.

Artigo: Inteligência artificial e inteligência médica juntas por um cenário de saúde melhor

Março de 2019

É natural que novidades despertem tanto curiosidade quanto receio. Quando pensamos na inteligência artificial sendo utilizada no setor de saúde, essa verdade torna-se ainda mais perceptível. Afinal, os profissionais de saúde devem sentir-se ameaçados ou auxiliados pela inteligência artificial?

Segundo dados do CB Insights, as centenas de startups de inteligência artificial que atuam no setor de saúde movimentaram US$ 4,3 bilhões desde 2013, tornando-se as mais ativas dentre todas as indústrias focadas nessa tecnologia. E saúde é um campo tentador para quem pretende desenvolver algoritmos inteligentes, capazes de prover ganhos de tempo, produtividade e qualidade.

Mas o primeiro ponto que deve ser salientado é que a inteligência artificial carece da inteligência médica para ser assertiva e, de fato, inteligente. A indústria precisa atuar em conjunto com médicos e profissionais de saúde capazes de avaliar, validar e ensinar os algoritmos, pois esses mecanismos podem gerar excelentes resultados desde que tenham sido treinados a seguir algumas regras que só podem ser traçadas por quem tem conhecimento da área de saúde.

Na medicina diagnóstica – que vivencia uma grande revolução por conta da inserção tecnológica –, a inteligência artificial precisa de médicos para apontar aos algoritmos o que deve ser identificado como anomalia em um exame de imagem. Atualmente, o Brasil já atua em pesquisas com inteligência artificial em diversas situações na área de saúde, como na detecção de pneumonias de forma automática, na avaliação da idade óssea e no reconhecimento de achados urgentes em exames de imagem. No setor de diagnósticos, a inteligência artificial já vem se consolidando como uma excelente parceira para as subdivisões de genômica, proteômica e radiologia.

Essa novidade só pode ser transformada em resultado de qualidade ao unir as principais características do ser humano, profissional de saúde, às da máquina, em um trabalho em conjunto e coordenado. Enquanto o homem é criativo, adaptativo e intuitivo, a inteligência artificial é consistente, objetiva e precisa. Características complementares, não excludentes.

Tanto que o Jobs at Risk, gráfico publicado recentemente pelo instituto My Foresight com base em dados de consultorias e auditorias globais, lista as profissões que estão mais ameaçadas pela inserção tecnológica e da inteligência artificial. Nela profissionais como enfermeiros, cientistas, dentistas e veterinários correm muito menos risco do que, por exemplo, policiais e secretárias. Isso ocorre pois no setor de saúde a inteligência artificial chega prioritariamente para somar, ao automatizar processos, promover ganhos de eficiência, reduzir as chances de erros e aumentar a qualidade.

Quando pensamos na inteligência artificial sendo utilizada para substituir a atividade do profissional de saúde, mais uma vez nos deparamos com uma vantagem. Hoje o mundo vive uma pandemia de burn out na classe médica. Ao assumir a presidência da WMA (Associação Médica Mundial), o doutor Leonid Eidelman abordou essa questão enfatizando sua relevância. Em seu discurso realizado em outubro de 2018, afirmou que metade dos médicos no mundo já apresentam sintomas de exaustão.

Entre diversos fatores que levam a esse esgotamento, estão especificamente as tarefas extremamente burocráticas que devem ser executadas pelo corpo clínico e a informatização que, a cada dia, exige que esses profissionais passem mais e mais horas em frente aos computadores. Informações da AllScripts divulgadas pela Health IT & CIO Report afirmam que os profissionais de medicina passam metade de seus dias inserindo dados em prontuários eletrônicos e conduzindo trabalhos administrativos, reduzindo o contato com os pacientes a apenas 27% de sua rotina diária.

Essa retirada do profissional de sua atividade-fim causa falta de motivação, com consequências diversas. É nesse momento que vemos mais uma vantagem do investimento em inteligência artificial, pois profissionais esgotados e imersos em uma pandemia de burn out podem ser auxiliados por essa tecnologia para reduzir a carga administrativa, permitindo que se dediquem com mais ênfase às suas atividades relacionadas a medicina, diagnóstico e interação com colegas médicos e pacientes.

Ainda pensando na inteligência artificial em parceria com a inteligência médica, mais uma vantagem pode ser apontada, principalmente no longo prazo. A OMS (Organização Mundial de Saúde) alerta que haverá escassez de cerca de 18 milhões de profissionais de saúde até 2030. Aliado a isso, o envelhecimento populacional, a inversão da pirâmide etária, a mudança epidemiológica que aumenta a prevalência de doenças crônicas e o aumento da expectativa de vida nos levarão à necessidade a cada dia maior de profissionais para cuidar dessa população. A inteligência artificial tem papel relevante, novamente, para otimização desse atendimento, ao fornecer algoritmos inteligentes que auxiliam na obtenção de diagnósticos mais precisos, na tomada de decisões, na análise de big data e na elaboração de planos de tratamento mais efetivos.

Enquanto muitos profissionais estão ansiosos e receosos, vários outros estão trabalhando para adaptar-se a essa realidade, pois a inteligência artificial na saúde deixou de ser o futuro e passou a ser o presente. Aliada à inteligência médica e às atividades humanas que não serão passíveis de substituição por máquinas, como relacionamento interpessoal, empatia e acolhimento, a união do homem com a máquina tem todo o potencial para tornar o cenário de saúde cada vez melhor.

*Gustavo Meirelles é gestor médico de radiologia, estratégia e inovação no Grupo Fleury e membro da Câmara de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed

Abramed realiza 1º Bootcamp de Jornalismo em Saúde

Direcionado a jornalistas do setor, evento será nesta sexta-feira de forma gratuita; objetivo é promover a troca de experiências e conhecimento em medicina diagnóstica e saúde

Março de 2019

Jornalistas do setor de saúde terão a oportunidade de participar gratuitamente do 1º Bootcamp Abramed de Jornalismo. O evento, que será realizado na sede da Abramed nesta sexta-feira, 15 de março, promoverá a troca de experiências e conhecimentos em medicina diagnóstica e saúde.

Durante toda a manhã especialistas do setor dividirão com os participantes seus conhecimentos em comunicação abordando, por exemplo, a responsabilidade da medicina diagnóstica para equilíbrio econômico do sistema de saúde; desperdício e subutilização; inovação e tendências do mercado.

Cláudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, e Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Associação farão a abertura e as boas-vindas. Na sequência, William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação Abramed, fará a introdução do curso que se estende por toda a manhã. Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho da Associação fará a apresentação final falando sobre as tendências do setor.

Confira, abaixo, a programação completa:

8h30: Welcome coffee – Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Abramed

9h: Abertura – Claudia Cohn, presidente do Conselho Abramed | Dasa

9h10: Introdução – William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação Abramed | Grupo Fleury

9h20: A importância do bom relacionamento dos formadores de opinião com stakeholders de saúde – Patrícia Holland, superintendente executiva | SADT – Beneficência Portuguesa

9h30: O impacto e interação do diagnóstico no apoio à conduta médica – Lídia Abdalla, Conselho Deliberativo Abramed | Sabin Medicina Diagnóstica

9h50: A responsabilidade da Medicina Diagnóstica para o equilíbrio econômico do sistema de saúde – Leandro Figueira, Conselho Deliberativo Abramed | Alliar Médicos à Frente; Eliezer Silva, Conselho Deliberativo Abramed | Hospital Israelita Albert Einstein

10h10: Medicina Diagnóstica: desperdício e subutilização, mitos & verdades – Wilson Shcolnik, diretor da Câmara Técnica Abramed | Presidente SBPC/ML | Grupo Fleury

10h50: Inovação em diagnósticos e benefícios aos pacientes – Emerson Gasparetto, vice-presidente médico Dasa; Gustavo Meirelles, gestor médico em Radiologia com ênfase em Estratégia e Inovação | Grupo Fleury

11h30: Tendências do setor – Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho Abramed | Hospital Sírio Libanês

12h: Encerramento e almoço de relacionamento

Mulheres com mais de 64 anos são maioria em exames diagnósticos

Painel Abramed mostra que em um universo de 29 milhões de atendimentos, mulheres representaram 67% do total de pacientes que realizaram exames diagnósticos em 2017

Março de 2019

O envelhecimento da população combinado com o empoderamento do paciente fez com que a demanda por exames diagnósticos aumentasse no Brasil. Estima-se que, em 2017, tenham sido realizados 2 bilhões de exames no País, sendo o SUS (Sistema Único de Saúde) responsável por 1,2 bilhão, e a Saúde Suplementar, por 816,9 milhões.

As mulheres compõem a maioria dos pacientes atendidos em todas as faixas etárias. Em um universo de 29 milhões de atendimentos, elas representaram 67% do total de pacientes que realizaram exames diagnósticos em 2017. Além de maior cuidado com a saúde, o resultado revela uma rotina de acompanhamento e prevenção da saúde feminina. Dos exames periódicos, a mamografia teve crescimento de 5% e a ressonância magnética 10,8%.

A principal faixa etária atendida foi de mulheres entre 40 a 64 anos, cuja participação foi de 37%. No entanto, as pacientes com idade superior a 64 anos foram as que se destacaram no levantamento (78%).

Os dados fazem parte de levantamento na base de empresas filiadas a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica). Em 2017, os exames laboratoriais realizados pelas empresas da Abramed representavam 50,2% do total realizado no período e nos exames de imagem, que é de 17%.

Impacto da internet

Os exames são responsáveis por mais de 70% das decisões médicas. Realizar exames, portanto, é primordial para um diagnóstico certo. O levantamento da Abramed aponta um crescimento acelerado do número de acessos pela internet, com taxa média anual de 23% no período entre 2015 e 2017. Do total, 14,3 milhões de laudos não foram retirados em 2017, ou seja, 3,5% dos exames realizados.

De acordo com a Abramed, é importante desmistificar uma falsa verdade amplamente disseminada, inclusive por órgãos do Governo Federal. “O desperdício alardeado por lideranças da saúde, que apontam que cerca de 30% dos exames não são retirados pelos pacientes, é incabível”.

O mercado de Medicina Diagnóstica no Brasil gerou uma receita bruta de aproximadamente R$ 35,4 bilhões em 2017. Com mais de 23 mil estabelecimentos que realizam procedimentos de diagnose, laboratorial, imagem e outros; o setor é responsável por 241.931 empregos formais. As empresas da Abramed representam 50,2% dos exames na Saúde Suplementar e 21% no total do País.

Além da importância econômica da Medicina Diagnóstica tanto como geradora de renda e emprego como impulsionadora da inovação tecnológica, os dados provenientes deste setor são responsáveis por mais de 70% das decisões médicas.

Valorização do setor é grande desafio da medicina diagnóstica brasileira

Confira a entrevista com o doutor Marcelo Rodrigues de Abreu, da Radiologia SIR, nova associada Abramed

Fevereiro de 2019

Com vasta experiência no setor de diagnóstico, doutor Marcelo Rodrigues de Abreu, diretor da Radiologia SIR, soma atuações como coordenador médico do Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital Mãe de Deus, revisor da revista Skeletal Radiology e membro do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) em seu currículo. Acredita que o ano será de muitos desafios para o setor, entre eles a necessidade constante de valorizar o segmento agregando tecnologia de ponta e investindo em educação continuada.

Para Marcelo, aplicar toda a tecnologia que já temos disponível na rotina das empresas de medicina diagnóstica é uma atitude estratégica que deve ser direcionada com atenção e cuidado pelo seu alto potencial de revolução. Confira a entrevista completa.

Abramed em foco: Quais os desafios da medicina diagnóstica brasileira em 2019?  

Marcelo Abreu: São muitos os nossos desafios e um deles está na busca pela maior valorização do nosso trabalho e dos nossos produtos. Em um país com tanta informalidade, falta de regulamentação do setor e falta de fiscalização, essa não é uma tarefa fácil. Na área de exames, qualidade deveria ser a condição mínima para a prestação do serviço, deixando o diferencial competitivo para quem fosse capaz de manter a qualidade com maior volume graças à otimização de processos e custos. Essa equação ficaria ainda mais interessante e possível por meio da tecnologia de ponta que é, inclusive, outro grande desafio: inserir a tecnologia já disponível, como machine learning e big data, no dia a dia das empresas de medicina diagnóstica. Uma fusão da high tech com o mundo real, o que está demorando para acontecer no nosso segmento. Fazer essa mescla com sabedoria pode gerar grandes lucros a curto e médio prazos, mas é preciso pensar bem nas estratégias para implantá-las, visto que são tecnologias com características disruptivas que podem mudar todo o negócio.

Abramed em foco: O que pode dizer sobre atuar fora do eixo Rio-São Paulo?

Marcelo Abreu: Enxergo muitas oportunidades por estar fora do eixo Rio-São Paulo. Ficar dentro dele significaria estar nas grandes corporações ou nos grandes hospitais, onde fica ainda mais difícil inovar. Para exemplificar, estamos trabalhando com protocolos otimizados (exames de ressonância ultrarrápidos) há mais de dez anos. Protocolos que hoje estão validados por grandes universidades como a de Nova Iorque. Será que conseguiríamos fazer isso dentro das grandes corporações? Tenho colegas brilhantes atuando dentro do eixo Rio-São Paulo que enfrentam grandes dificuldades para colocar suas ideias em prática.

Abramed em foco: Acredita que o fortalecimento do setor de diagnósticos está diretamente atrelado à inovação tecnológica?

Marcelo Abreu: A inovação tecnológica sem dúvida fortalece o setor aumentando a qualidade e a produtividade ao mesmo tempo que reduz custos. Dentro da área de medicina diagnóstica, ainda temos dois grupos distintos: os exames laboratoriais e os exames de imagem. Porém, em um futuro próximo esses dois departamentos serão fundidos.

É muito tentador utilizar novas tecnologias para automatizar os exames. Entretanto, do meu ponto de vista, a figura do radiologista deve ser vista como uma vantagem enorme para as empresas de medicina diagnóstica. As organizações exponenciais, por estarem fortemente atreladas a softwares e plataformas, são frágeis e podem quebrar com mais facilidade. Comercializar o trabalho do radiologista muda o negócio de uma empresa de tecnologia para uma empresa de serviços, e isso pode agregar mais valor aos nossos exames, produtos e marcas. Grandes empresas de medicina diagnóstica e hospitais já perceberam essa possibilidade, por isso estão promovendo mudanças e vendo os resultados positivos chegarem.

Abramed em foco: Sua empresa oferece também cursos de residência médica e de aperfeiçoamento. Acredita que o investimento na educação continuada é um dos pontos mais importantes para garantir o desenvolvimento do setor?

Marcelo Abreu: Sim, com certeza. Por isso oferecemos cursos de formação em radiologia, ultrassom, R4 e fellows há mais de 20 anos. É preciso manter uma equipe estimulada e, para isso, temos que conviver com os jovens permanentemente renovando o time.

Abramed em foco: O que espera da Abramed como associação para vencer todos os desafios do setor?

Marcelo Abreu: Ao conhecer a Abramed por meio do Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho, fiquei impressionado com o potencial da entidade para fortalecimento e valorização do setor de medicina diagnóstica no Brasil, até mesmo pela sua composição repleta de expoentes do setor. Fiquei muito contente em saber da existência de uma entidade com foco no nosso negócio, que é vital para todos nós.

O risco das fake news na saúde

Fevereiro de 2019

Nunca foram tão devastadores e impactantes os riscos da desinformação induzida, hoje denominada fake news.

Seus efeitos podem se espalhar em todas as dimensões da sociedade e acabar levando pessoas a escolhas e decisões erradas com danos muitas vezes graves ou até mesmo de difícil reversão.

Quanto maior a população levada ao equívoco (massa de manobra, nesses casos), mais relevante pode ser o dano para uma comunidade, uma empresa, um segmento da sociedade e, até mesmo, os destinos de um país.

Os exemplos são abundantes. Quem não se lembra, por exemplo, do caso da Escola Base, em São Paulo, em 1994, quando seus proprietários, uma professora e seu marido, foram equivocadamente acusados de abuso sexual contra crianças de quatro anos de idade?

Sem a devida apuração jornalística naquele momento, essas pessoas foram alvo de um processo difamatório que culminou com a execração de suas reputações e com o fechamento da escola.

Hoje esse caso é objeto de estudo nas universidades de Jornalismo, e a indenização pelos danos morais (irreparáveis) ainda aguarda sentença final da Justiça tantos anos depois.

Danos em escala global

Mais recentemente, vimos os casos envolvendo a eleição de Donald Trump a presidente dos Estados Unidos e a decisão dos britânicos pela aprovação do Brexit.

A arquitetura de influência na decisão dos eleitores nesses dois pleitos teria passado pela violação de dados de 50 milhões de pessoas no Facebook a partir de um teste de personalidade desenvolvido por um acadêmico russo, posteriormente utilizado pela Cambridge Analytica.

O objetivo teria sido direcionar as escolhas dos eleitores dessas duas importantes nações a partir de fake news que atingiam a candidatura de Hillary Clinton e dos favoráveis à permanência do Reino Unido na União Europeia.

As consequências nós já conhecemos: as polêmicas que persistem em cada país, a descontinuidade das operações da Cambridge Analytica e uma desvalorização do valor de mercado do Facebook que chegou a superar US$ 120 bilhões, entre outros problemas colaterais.

Tamanho estrago instaurou uma implacável mobilização das autoridades de muitos países para regular a proteção de dados das pessoas, hoje espalhados nas plataformas digitais. No Brasil, estamos em fase de preparação para atender às exigências da Lei Geral de Proteção de Dados, que entra em vigor em 2020.

As consequências da doença da informação na saúde

No âmbito da saúde, os efeitos das fake news também podem ser desastrosos. O leque de absurdos é infinito. Os mais populares estão relacionados aos falsos milagres de emagrecimento envolvendo dietas e procedimentos estéticos que continuam induzindo pessoas a se submeter a riscos que têm custado vidas em alguns casos.

Em meados do ano passado, boatos envolvendo vacinação circularam no WhatsApp, principalmente em grupos de pais, e colocaram o governo em alerta. Essas notícias falsas diziam que vacinas deveriam ser evitadas porque levariam à morte ou a outros problemas como o autismo, remetendo ao artigo fraudulento publicado pelo médico britânico Andrew Wakefield, em 1998, na revista científica The Lancet, no qual afirmava que a vacina tríplice estaria associada a casos de autismo. Desvendada a falsa descoberta, teve seu registro profissional médico cassado em 2010.

Esse tipo de desinformação tem colocado a prevenção em maior grau de vulnerabilidade, uma vez que a taxa de adesão às campanhas de imunização caiu nos últimos anos de 95% para patamares em torno de 75% na vacinação contra a poliomielite, por exemplo, segundo o Ministério da Saúde do Brasil.

Essa distorção também tem sido observada pelo setor de medicina diagnóstica quando o tema é realização de exames.

Em meio às discussões sobre a necessária busca de soluções que garantam a sustentabilidade do sistema de saúde, surgiram nos últimos tempos falsas informações sobre desperdícios que não guardam nenhuma proximidade com a realidade dos fatos.

Contra uma tese de que haveria mais de 30% de resultados de exames não retirados, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC) realizou estudo em 2017 mostrando que o número de exames não retirados fisicamente nas unidades de atendimento é de 5,4%.

Se considerássemos um número médio de oito exames por solicitação médica, essa taxa significaria 0,6%. E mais: esses exames não retirados podem ter sido decorrentes de vários fatores, como interlocução imediata entre o centro diagnóstico e o médico prescritor, dispensando a documentação impressa.

Trazer à tona esse tipo de informação ou suposta tese indiscriminada de que exames são vetores de desperdício pode significar um caminho arriscado de longo prazo que penalizará a saúde das pessoas e colocará em risco a sustentabilidade do próprio sistema.

O segmento de medicina diagnóstica representa um elo de alta relevância na cadeia de saúde por fornecer à atividade médica apoio no processo diagnóstico para a adequada conduta clínica em cada caso.

Realizada com rigorosa qualidade, a etapa diagnóstica ajuda o médico na busca de respostas às questões críticas de saúde dos pacientes, trazendo informações por meio de exames que permitem a prevenção em benefício de uma vida saudável. Além disso, contribuem para evitar intercorrências que podem colocar o paciente em risco e gerar, consequentemente, custos ao sistema de forma precoce e crônica.

Enfim, quando estamos falando da saúde de pessoas, a melhor informação é a que se baseia em fatos a partir de estudos estruturados e comprovações científicas.

No tema vida não cabem, em hipótese alguma, fake news. Responsabilidade é a palavra de ordem.

William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação da Abramed

Conrado Cavalcanti apresentará painel sobre medicina diagnóstica na SAHE

South America Health Exhibition será realizada entre 12 e 14 de março

Fevereiro de 2019

O vice-presidente do Conselho da Abramed, Conrado Cavalcanti, será o apresentador do painel “Medicina Diagnóstica: Evolução e perspectivas de um mercado que movimenta mais de 35 bilhões por ano” que será realizado dia 13 de março, a partir das 10h, na SAHE – South America Health Exhibition.

O debate contará com William Malfatti, diretor de comunicação, relações institucionais e relacionamento com clientes do Grupo Fleury; Leonardo Vedolin, diretor médico RDI do Dasa; e Patricia Holland, superintendente executiva de SADT da Beneficência Portuguesa.

Feira premium do setor de saúde criada para reunir os principais líderes do segmento, a SAHE está dedicada à promoção de um evento focado em qualidade e inovação para que profissionais do setor e expositores façam negócios e tenham bons momentos dedicados ao networking.

A edição 2019 da feira que é organizada pelo Grupo Mídia será realizada entre 12 e 14 de março no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo, e conta com apoio institucional da Abramed.

Cláudia Cohn integra corpo docente do CBEXs Futuro

Projeto formará 39 jovens executivos da saúde ao longo de 2019

Fevereiro de 2019

O programa CBEXs Futuro, coordenado pelo Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs), reunirá 39 profissionais do setor com até 39 anos de idade para uma formação específica com foco em gestão. Ao longo do ano de 2019 serão realizados 20 encontros presenciais com palestras e aulas para desenvolvimento das principais competências de um líder.

Cláudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed e Conselheira do CBEXs, será uma das mentoras do projeto. “O programa foi desenhado de forma muito interessante. Não é um curso típico de MBA, algo que se aprende em escolas. E por isso estou muito honrada por fazer parte. Compartilhar minhas experiências e aprender com os alunos, dividindo conhecimento, é fundamental para a construção do amanhã. E no setor de saúde precisamos disso pois são poucos os que são realmente disruptivos e têm coragem de mudar transformando tanto o sistema quanto as relações”, declarou no primeiro encontro do CBEXs Futuro realizado dia 5 de fevereiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

Ao longo do ano, o CBEXs Futuro trabalhará cinco competências principais: liderança, comunicação e gestão de relacionamentos, responsabilidade social e profissional, sistema de saúde e negócios.

Cerca de 100 profissionais de todo o Brasil se inscreveram para participar e o processo seletivo foi encerrado dia 31 de janeiro. Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Abramed, foi uma das selecionadas. A primeira aula está marcada para 16 de fevereiro no Hospital Sírio-Libanês, e será conduzida pelo CEO da instituição, Paulo Chapchap.

Dentro das cinco competências principais, os participantes terão acesso à diversos conteúdos que compõem o dia a dia de um gestor de saúde. Serão abordados, por exemplo, assuntos como inovação, negociação, ética, legislação e regulação.

Além de Cláudia Cohn outros grandes nomes da saúde brasileira também serão mentores do projeto. Dentre eles Francisco Balestrin, presidente do Conselho Administrativo do CBEXs; Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO; Denise Santos, CEO da BP; Giovani Guido Cerri, presidente do Conselho no Instituto de Radiologia HCFMUSP; e Ruy Baumer, diretor titular do ComSaude.

Abramed tem presença confirmada no Saúde Business Fórum

Evento será realizado entre 21 e 24 de fevereiro na Bahia

Fevereiro de 2019

Mais de 150 executivos de instituições de saúde estarão reunidos em Comandatuba, na Bahia, entre 21 e 24 de fevereiro para o Saúde Business Fórum, evento que debaterá a necessidade de investimento em novos modelos de negócio na cadeia de saúde. Na ocasião, a Abramed estará representada por seu vice-presidente, Conrado Cavalcanti, e por empresas associadas que participarão dos ricos debates que compõem a agenda do evento.

Tendo a era do engajamento e da experiência do paciente como tema central dessa edição do encontro, o fórum, que é realizado há 17 anos, trará especialistas para tratar de cada uma das principais áreas da saúde. Cavalcanti falará sobre o setor de medicina diagnóstica às 11h do dia 23 de fevereiro.

Na sequência da apresentação do vice-presidente da Abramed, o evento receberá Fernando Terni, presidente da Alliar; Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein; Alessandro Ferreira, VP do Hermes Pardini; Lídia Abdalla, presidente do Sabin; e Rogério Ciarcia, CEO do Femme, para a sessão de debates sobre as principais tendências e desafios do setor de diagnóstico.

O Saúde Business Fórum reunirá as principais lideranças da saúde do país no Hotel Transamerica Ilha de Comandatuba para a troca de conhecimentos e experiências em um ambiente propício ao investimento em relacionamento, novos negócios e parcerias.

Conrado Cavalcanti e Ademar Paes Junior integram diretoria do CBR

Alair Sarmet Santos é o presidente; a nova diretoria comandará o Colégio no biênio 2019-2020

Fevereiro de 2019

O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) elegeu a nova diretoria que comandará a entidade no biênio 2019-2020. Presidida pelo professor doutor Alair Sarmet Santos, a equipe conta com dois conselheiros da Abramed: Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho de Administração, e Ademar Paes Junior, do Conselho Deliberativo.

“A expectativa é grande, assim como a responsabilidade de representar milhares de radiologistas brasileiros. Existem muitos desafios nesta profissão e temos a oportunidade, dentro do Colégio, de firmar boas parcerias com associações e entidades. Assim, com essa sinergia e força, alcançaremos nossos objetivos que têm, sempre, como foco principal, o paciente”, comenta Cavalcanti que assume como diretor cultural do CBR.

Paes Junior, que responde pela Ouvidoria do Colégio, acredita que esse período de grandes mudanças políticas que o país está vivenciando é positivo. “Temos que aproveitar esse momento para implantar melhorias em todos os setores da sociedade. E a radiologia é uma área de extrema importância dentro da medicina por interferir diretamente no desfecho dos pacientes”, declara ao ratificar o posicionamento de Cavalcanti de que o CBR mantém o paciente como objetivo final.

Prestigiando a cerimônia de posse, realizada em São Paulo na noite de 17 de janeiro, Claudia Cohn, presidente do Conselho de Administração da Abramed, reforçou a importância da parceria da Associação com o Colégio. “Essa parceria é muito positiva pois o radiologista, bem representado pelo CBR, comumente está dedicado – seja como proprietário, seja como profissional atuante – a uma empresa. Assim, está sujeito a todos os impactos regulatórios e econômicos que a Abramed trata de maneira especial. Temos como objetivo auxiliar e apoiar o CBR na mobilização das empresas e especialistas para debater os temas que impactam positiva ou negativamente o setor como um todo”, explicou.

Parabenizando tanto o professor doutor Manoel Rocha, que deixou a presidência do CBR, quanto o professor doutor Alair Sarmet Santos, que assumiu o cargo, Claudia reforçou a excelente qualidade da entidade. “O doutor Alair tem uma trajetória admirável no Colégio e dará continuidade ao excelente trabalho do professor Manoel. O CBR merece todo o reconhecimento pois, além de prover uma descentralização gigantesca de médicos, consegue manter o padrão de qualidade. E isso é extremamente importante”, finalizou.

Cerimônia de posse – Durante a cerimônia de posse, que reuniu radiologistas de todo o país dia 17 de janeiro na sede do CBR em São Paulo, o ex-presidente Manoel Rocha apresentou um resumo das ações desenvolvidas em sua gestão e deu boas-vindas ao presidente eleito, Alair Sarmet Santos, que aproveitou a oportunidade para apresentar as metas do biênio e destacar a importância da participação de todos os associados. “Vamos manter o planejamento estratégico que vem sendo executado pelas gestões anteriores fortalecendo a união da classe. É a união que faz a nossa força”, declarou Santos. Na ocasião, o novo presidente chamou todos os diretores para uma foto oficial e disse: “Não vou fazer esse trabalho sozinho. Teremos toda a diretoria reunida em prol do bem comum”.