Terra repercute dados da Abramed sobre distribuição desigual de equipamentos de diagnóstico no Brasil

A sétima edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico foi destaque em matéria publicada pelo portal Terra, que abordou a distribuição dos quase 300 mil equipamentos de diagnóstico existentes no Brasil. Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), menos de 1% desses aparelhos estão localizados em postos de saúde, evidenciando uma importante desigualdade no acesso à tecnologia diagnóstica no país.

Baseado em dados do CNES/DataSUS, o relatório aponta que a maioria dos equipamentos — como os de imagem, gráficos e ópticos — está concentrada em hospitais (25,6%), clínicas de especialidades (21,3%) e consultórios isolados (19%). Já as unidades básicas de saúde detêm apenas 8,8% do total, enquanto os postos de saúde contam com apenas 0,5% dos equipamentos.

Para a Abramed, essa concentração impacta diretamente na qualidade da assistência prestada na atenção primária e reforça a urgência de políticas que promovam maior equidade no acesso a exames. “Os equipamentos de diagnóstico fornecem informações valiosas para o diagnóstico preciso de doenças e condições médicas, permitindo o acompanhamento adequado do estado de saúde do paciente e contribuindo para o seu bem-estar”, destacou a entidade.

Durante o lançamento do relatório, especialistas do setor defenderam o papel central da medicina diagnóstica na sustentabilidade do sistema de saúde. A CEO do Grupo Fleury, Jeane Tsutsui, ressaltou que o diagnóstico precoce reduz custos e melhora a qualidade de vida dos pacientes. Já Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin, comentou a relevância da tecnologia e da inteligência artificial na otimização dos processos e na redução do tempo de atendimento, evitando repetições desnecessárias.

Leia a matéria completa publicada no Terra.

Brasil Energia destaca transição energética da Medicina Diagnóstica com dados e contribuições da Abramed

A transição para uma matriz energética mais limpa no setor de Medicina Diagnóstica foi tema de matéria publicada pelo Portal Brasil Energia, com destaque para os dados e contribuições da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). A reportagem mostra como laboratórios e redes de diagnóstico vêm adotando soluções sustentáveis para reduzir o impacto ambiental sem comprometer a eficiência operacional.

Segundo levantamento da Abramed citado na matéria, até 2023, 72% das associadas já recebiam energia do mercado livre, sendo que 60% utilizavam energia solar e 16% adotavam fontes como eólica e biomassa. Essas ações fazem parte de um esforço estruturado do setor em prol da sustentabilidade — que, além de ganhos ambientais, vem gerando também benefícios econômicos: em 2024, os associados da entidade registraram uma redução de 25% no consumo de energia por exame realizado.

A diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano, ressaltou que a transição energética tem sido acompanhada por outras medidas sustentáveis, como a adoção de modais de transporte menos poluentes e a implementação de inventários de emissões de gases de efeito estufa. Para ela, a capilaridade do setor — com presença em todos os estados — demanda estratégias flexíveis, adaptadas às realidades locais de fornecimento.

O texto também detalha as iniciativas de grandes grupos do setor, como Sabin e Dasa, que investem em fazendas solares, geração distribuída e autoprodução. A Dasa, por exemplo, fechou 2024 com 346 unidades abastecidas por energia limpa e opera com 12 usinas solares em funcionamento. Já o Grupo Sabin alcançou 85% de cobertura com fontes renováveis em suas unidades, com destaque para a matriz em Brasília.

Confira a matéria completa no Portal Brasil Energia.

Portal Viva repercute dados do 7º Painel Abramed e destaca relevância da Medicina Diagnóstica no Brasil

A mais recente edição do Painel Abramed — O DNA do Diagnóstico — foi tema de matéria publicada pelo Portal Viva, que abordou o crescimento expressivo do setor de Medicina Diagnóstica e os desafios impostos pelo envelhecimento populacional.

Segundo o relatório divulgado pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), em 2024, o Brasil ultrapassou a marca de 2,5 bilhões de exames laboratoriais realizados — um aumento de 10% em relação ao ano anterior. O levantamento considera dados tanto do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto da saúde suplementar.

A reportagem ressalta que o volume crescente de exames acompanha a maior longevidade da população e reforça a importância de investimentos estratégicos no setor. Entre os caminhos apontados pela Abramed estão o uso de inteligência artificial para agilidade na entrega de laudos, serviços domiciliares, medicina de precisão e parcerias público-privadas que ampliem o acesso a exames de maior complexidade.

Além do crescimento no número de procedimentos, o setor se destaca também na geração de empregos: foram mais de 307 mil postos de trabalho mantidos em 2024, representando 11% do total de ocupações na área da saúde.

Com 78 mil estabelecimentos atuando em serviços diagnósticos e quase 300 mil equipamentos em funcionamento — sendo mais de 94% em uso ativo —, o setor consolida sua relevância para a sustentabilidade e eficiência do sistema de saúde brasileiro.

Leia a matéria completa no Portal Viva.

Consumidor Moderno destaca a atuação da Abramed em matéria sobre o futuro da Medicina Diagnóstica

O portal Consumidor Moderno publicou nesta semana uma matéria especial sobre os avanços, desafios e transformações da Medicina Diagnóstica no Brasil. A reportagem contou com ampla participação da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), que liderou o encontro “Diagnóstico em Pauta” reunindo CEOs e lideranças de grandes grupos de saúde do país.

Com base em dados inéditos da Abramed, a matéria mostra que, só em 2024, mais de 1 bilhão de exames foram realizados pelas associadas da entidade — um crescimento de 15,7% em relação ao ano anterior. O painel, conduzido por Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed, destacou que a expansão da Medicina Diagnóstica vai além do volume: envolve também digitalização, interoperabilidade, personalização e foco em desfechos clínicos.

Durante o debate, Jeane Tsutsui (Grupo Fleury), Lídia Abdalla (Grupo Sabin), Rafael Lucchesi (Dasa) e Henrique Neves (Hospital Israelita Albert Einstein) reforçaram a importância estratégica do diagnóstico no cuidado à saúde, abordando temas como uso responsável da Inteligência Artificial, subutilização de exames, coordenação do cuidado e desigualdade no acesso entre os setores público e privado.

“A Abramed tem pautado discussões relevantes para o setor, com dados, evidências e articulação entre diferentes agentes da saúde. Não se trata apenas de entregar resultados, mas de contribuir com decisões mais seguras, gestão mais eficiente e um sistema de saúde mais sustentável”, afirma Nomura na publicação.

Leia a matéria completa no site da Consumidor Moderno.

Abramed alerta sobre a falta de segurança nos diagnósticos e atendimentos médicos fora do ambiente laboratorial

Em matéria publicada pelo portal Saúde Business, a Abramed esclareceu, com responsabilidade e respaldo técnico, a equívoca e preocupante ideia de dispor o setor farmacêutico como polo de diagnóstico e atendimento médico, cumprindo uma função que vai além do seu relevante papel na assistência e ampliação do acesso da população a medicamentos.

A entidade destaca que, de acordo com a RDC nº 978/2025 da Anvisa, em vigor desde 10 de junho, as farmácias podem realizar apenas exames simples de triagem, sem finalidade diagnóstica, e sob condições técnicas e sanitárias específicas.

“Não se faz diagnóstico em farmácia nem por meio de testes rápidos. O que pode ser feito ali são triagens muito pontuais, e mesmo assim com restrições claras”, afirma Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed. A posição da Associação se baseia na necessidade de garantir segurança, qualidade e rastreabilidade — pilares que exigem infraestrutura e controle de processos, características próprias do ambiente laboratorial.

Carlos Eduardo Ferreira, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed e gerente médico do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, acrescenta que “não é sequer viável tecnicamente transformar o espaço de uma farmácia em um posto de coleta ou em um centro diagnóstico. Testes pontuais, de triagem, são bem-vindos; agora exames que exigem coleta e armazenagem de material biológico demandam infraestrutura tecnológica, supervisão e rigor. Não atender a esses pilares é algo que vai contra toda a busca por mais precisão do setor de Medicina Diagnóstica”.    

Como representante de associados responsáveis por mais de 80% dos exames da saúde suplementar, a Abramed reafirma o seu compromisso de ampliar o acesso à Medicina Diagnóstica de qualidade com base na legalidade, nas boas práticas clínicas e na segurança do paciente e segue atuando para que isso aconteça da melhor forma possível.

Confira o posicionamento completo da entidade: https://www.saudebusiness.com/laboratorios/abramed-alerta-sobre-falta-de-seguranca-nos-diagnosticos-e-atendimentos-medicos-fora-do-ambiente-laboratorial.

Diagnóstico em Pauta: evento antecipa dados da 7ª edição do Painel Abramed e promove debate entre CEOs sobre o valor da medicina diagnóstica

A Abramed reuniu jornalistas dos principais veículos do país — entre eles Agência Estado, Folha de S. Paulo, Veja Saúde, Valor Econômico, Terra e Consumidor Moderno — para a primeira edição do Diagnóstico em Pauta, encontro exclusivo com a imprensa para debater o valor da Medicina Diagnóstica e divulgar, em primeira mão, dados estratégicos publicados na 7ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, uma publicação anual já aguardada pelo setor.

No evento, realizado no Instituto de Estudo e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, Ademar Paes Jr., CEO Lifes Hub e membro do Conselho de Administração da Abramed, apresentou os dados de destaque da publicação, que será lançada ao mercado ainda neste mês, com informações atualizadas e detalhadas sobre o desempenho, os desafios e as tendências do setor no Brasil.

Segundo o levantamento, o número total de exames realizados em 2024 ultrapassou a marca de 1 bilhão, um crescimento de 15,7% em relação a 2023. As análises clínicas seguem como a principal modalidade, representando 94% do volume total, seguidas pelo diagnóstico por imagem. As associadas da Abramed foram responsáveis por 86,8% desse total na Saúde Suplementar.

O faturamento também cresceu de forma expressiva: as associadas registraram R$ 33,9 bilhões de receita bruta em 2024, alta de 28,6% sobre o ano anterior. Para Ademar, esse avanço ganha ainda mais relevância diante de um cenário macroeconômico marcado por inflação médica, aumento no custo de insumos e pressões de demanda no pós-pandemia. O setor, pontuou ele, não apenas cresceu: demonstrou resiliência e capacidade de adaptação.

Os números também mostram uma área em plena transformação. Em 2024, 61% das associadas investiram em novos modelos de negócios, incluindo abertura de unidades, soluções digitais, centros de pesquisa, incorporação de inteligência artificial e parcerias com empresas e startups. Parte desses investimentos tem foco em expandir o acesso a regiões que historicamente contavam com menor oferta de serviços, descentralizando a rede de atendimento.

Já no campo dos recursos humanos, o segmento registrou um aumento de 21,7% no número de colaboradores, totalizando 116.247 profissionais. Para Rafael Lucchesi, CEO da Dasa Diagnósticos, o resultado reflete ganhos de produtividade que beneficiam todo o mercado: “É um impacto positivo para a economia, com redução do absenteísmo e manutenção da força de trabalho ativa. Nós crescemos e o Brasil também cresce”.

Na segunda parte do evento, ocorreu um debate com o tema “Eficiência em Saúde começa com Diagnóstico”. A discussão, moderada por César Nomura (presidente do Conselho de Administração da Abramed), teve a participação de Jeane Tsutsui (CEO do Grupo Fleury), Lídia Abdalla (CEO do Grupo Sabin e vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed), Henrique Neves (Diretor Geral do Hospital Israelita Albert Einstein) e Rafael Lucchesi (CEO da Dasa Diagnósticos) para falar sobre o equilíbrio entre o uso excessivo (overuse) e o uso insuficiente (underuse) de exames, interoperabilidade, sustentabilidade e inovação.

Foi consenso entre os participantes que o desafio não está apenas em otimizar o volume, mas garantir que cada exame realizado tenha valor clínico, contribuindo para decisões mais assertivas e desfechos mais positivos para os pacientes.

Jeane Tsutsui destacou a importância do setor para todo o ecossistema de Saúde: “No diagnóstico, entregamos dados precisos e com qualidade. São informações valiosas, que devem ser utilizadas pelos profissionais para melhores tomadas de decisão e o desfecho da jornada do paciente adequado.”, afirmou.

A executiva enfatizou ainda que esses dados sobre diagnóstico precoce quando devidamente encaminhados reduzem efetivamente o custo total. “O valor gasto com o tratamento de uma paciente com câncer de mama, conduzida em um protocolo pertinente, pode resultar em uma economia de 18%”, concluiu.

O tema também foi abordado pela CEO do Grupo Sabin, que ressaltou a importância dos veículos de comunicação para que as informações cheguem à população, gerando maior conscientização e mudanças nos cuidados com a Saúde.

Nomura observou que, mesmo com mais investimentos em tecnologia, é possível entregar mais qualidade sem aumentar os custos para as operadoras: “Estamos fazendo ressonâncias com mais agilidade, oferecendo experiências melhores. Os exames de sangue, por sua vez, são muito mais acurados com uso de algoritmos de inteligência artificial e, apesar do aumento da utilização, não há impacto para as Operadoras de Planos de Saúde”.

Da perspectiva hospitalar, a integração entre atenção primária, especialidades e Medicina Diagnóstica foi apontada como determinante para melhores desfechos e para reduzir desigualdades de acesso. Henrique Neves resumiu o ponto:


“A coordenação do cuidado, aliada à integração de dados e protocolos claros de comunicação, encurta o caminho do paciente, reduz desperdícios e melhora desfechos. A tecnologia também está transformando o perfil do paciente, que chega mais informado e exigente, e requer um médico mais preparado, que saiba usar as ferramentas disponíveis para melhorar o seu atendimento”, refletiu.

A interoperabilidade, aliás, foi destacada como essencial para reduzir desperdícios, integrar dados clínicos e otimizar a jornada do paciente. Pela primeira vez, o Painel Abramed dedica um capítulo exclusivo ao tema, reforçando que essa integração evita repetições desnecessárias de exames, agiliza diagnósticos e garante a continuidade do cuidado, além de ampliar o acesso a informações críticas para decisões clínicas mais assertivas.

Inclusive, esse será um dos eixos de debate do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), que será realizado pela Abramed no dia 21 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo.

Se você quer conhecer essas e outras transformações fundamentais para enfrentar os desafios da Saúde, confira a programação completa do evento e inscreva-se: https://www.abramed.org.br/filis

O valor estratégico da Medicina Diagnóstica

Durante o debate, os participantes ressaltaram que cerca de 70% das decisões médicas dependem de exames complementares — dado que evidencia o papel central da Medicina Diagnóstica para condutas mais precisas, tratamentos personalizados, prevenção de agravamentos clínicos e redução de custos evitáveis.

Para exemplificar o impacto do setor em diferentes frentes, Rafael Lucchesi lembrou o início da pandemia de Covid-19: “Naquele momento, todas as decisões eram tomadas com base em diagnóstico. Isso mostra o quanto o setor é essencial para a saúde e para a sociedade”.

Jeane Tsutsui reforçou que a sustentabilidade do sistema de Saúde não pode ser discutida sem considerar a contribuição do diagnóstico. “Esse é um processo que envolve toda a cadeia do cuidado e complementa o raciocínio clínico com resultados de qualidade, garantindo desfechos adequados para o paciente e benefícios para todos os players”, afirmou.

O caráter contínuo do diagnóstico foi enfatizado por Lídia Abdalla: “Os exames acompanham o indivíduo em toda a sua jornada, mesmo antes do nascimento, e sua realização precisa ser entendida como investimento em qualidade de vida, não apenas como despesa”. Ela destacou que testes simples e de baixo custo, como o de glicemia, podem evitar doenças crônicas e gastos mais elevados com tratamentos.

A redução das desigualdades de acesso também foi apontada como prioridade. Henrique Neves ilustrou com a realidade de dois contextos distintos: “Há hospitais em que os pacientes chegam com câncer no estágio 1 ou 2 e outros onde eles já chegam com a doença no estágio 3 ou 4. Isso significa 50% a mais ou a menos de cura — e mostra a urgência de garantir acesso equitativo ao diagnóstico”.

Ao final, a mensagem foi unânime: a Medicina Diagnóstica não é apenas um elo da cadeia assistencial, mas um pilar que sustenta qualidade, eficiência e sustentabilidade no sistema de Saúde. Da prevenção à conduta terapêutica, atua como parceira clínica, incorporando tecnologias com responsabilidade, apoiando médicos solicitantes e assegurando que cada exame contribua para decisões mais seguras e efetivas.

O valor econômico da Medicina Diagnóstica: muito além do laudo

Por César Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed

Quando se pensa em um exame médico, normalmente se foca apenas no resultado, que chega em formato de um laudo — dando pouca atenção às imagens e gráficos indecifráveis para os leigos, mas que já são sinal inequívoco da complexidade da Medicina Diagnóstica.

Por trás de cada exame, existe uma profunda inteligência em saúde, movida por uma engrenagem complexa que movimenta bilhões de reais, sustenta milhares de empregos e impulsiona a inovação no Brasil.

A Medicina Diagnóstica não é apenas uma etapa do cuidado. É um motor silencioso que conecta ciência, tecnologia, indústria e desenvolvimento econômico.

Em 2024, as empresas associadas à Abramed realizaram cerca de 1 bilhão de exames. Esse número, por si só, impressiona. Mas o que ele representa vai muito além do volume: cada exame envolve insumos adquiridos, equipamentos em funcionamento, profissionais qualificados e cadeias de serviços que se movimentam.

Um simples teste de sangue mobiliza fornecedores de reagentes, fabricantes de materiais de coleta, empresas de logística, energia, tecnologia da informação e até empresas de descarte seguro de resíduos.

O impacto econômico é concreto. Em 2024, o consumo de produtos e equipamentos médico-laboratoriais cresceu 11,5%. O uso de reagentes subiu 28,4% e as importações, 19,4%. São recursos que irrigam o mercado, geram empregos e sustentam empresas de diversos segmentos.

Além de ser parte essencial das demandas geradas pelo setor de Saúde, que responde por cerca de 10% do PIB brasileiro, a Medicina Diagnóstica é também um vetor de inovação. A busca por precisão, agilidade e confiabilidade estimula investimentos constantes da indústria nacional e internacional em novas tecnologias.

O setor ainda possui um ativo de grande valor, mas pouco visível: a informação. Cada exame gera dados clínicos que, quando integrados e compartilhados com segurança, podem transformar o cuidado no país.

Esse, aliás, é o princípio da interoperabilidade, assunto tão debatido em nossa área por evitar exames repetidos, reduzir desperdícios, acelerar diagnósticos e liberar recursos para atender mais pacientes. Na prática, interoperabilidade é eficiência — e eficiência significa economia.

Toda essa engrenagem também está conectada a outro tema que dialoga diretamente com o impacto econômico do setor: a sustentabilidade.

Quando reduzimos o uso de filmes e papéis em exames de imagem e migramos para formatos digitais, estamos diminuindo nosso impacto ambiental e impulsionando um novo mercado de soluções sustentáveis. Isso envolve fornecedores de tecnologia, empresas de armazenamento seguro em nuvem, softwares de visualização, equipamentos de digitalização e serviços de descarte adequado.

Ou seja, até na busca por práticas ambientalmente responsáveis, a Medicina Diagnóstica continua sendo uma grande compradora, geradora de serviços e um setor que impulsiona a inovação. Um movimento que cria uma cadeia de valor que une eficiência operacional, responsabilidade ecológica e dinamismo econômico.

É por isso que defendo que a Medicina Diagnóstica seja vista e tratada como um pilar econômico e social do Brasil. Investir no nosso setor não é gasto — é estratégia. Cada real aplicado em diagnóstico de qualidade significa decisões clínicas mais assertivas, tratamentos mais eficazes, menos desperdício de recursos e mais vidas salvas.

O desafio agora é consolidar essa visão na formulação de políticas públicas, na regulação e no próprio planejamento das empresas.

Precisamos garantir um ambiente sustentável para que o setor continue crescendo, inovando e integrando a saúde do país. Porque fortalecer a Medicina Diagnóstica não é apenas cuidar melhor das pessoas — é fortalecer o Brasil.

Agentes de IA para otimizar a jornada do paciente no laboratório

Na Medicina Diagnóstica, cada minuto conta — não apenas para agilizar o resultado de um exame, mas para melhorar a experiência do paciente e garantir decisões clínicas mais rápidas e seguras. Nesse contexto, os agentes de Inteligência Artificial (IA) têm se consolidado como aliados estratégicos para reduzir gargalos operacionais e aumentar a eficiência em todas as etapas do atendimento, do agendamento à entrega do laudo.

Segundo o Dr. Marcos Queiroz, diretor de Medicina Diagnóstica no Hospital Israelita Albert Einstein, conselheiro e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed, algumas aplicações já atingiram alto nível de maturidade para uso nos laboratórios.

“Na etapa analítica, as aplicações mais maduras estão associadas ao reconhecimento de padrões de imagens, à aceleração da leitura microscópica e à interpretação de exames complexos, como os exames genéticos”, afirma.

Essas soluções, já são implementadas em hospitais como o Albert Einstein, por exemplo, permitindo que exames como hemogramas, análises de sedimento urinário ou interpretações genéticas sejam processados com mais agilidade e acurácia.

Isso significa menos tempo de espera para o paciente, diagnósticos mais rápidos para o médico e maior capacidade operacional para o laboratório — sem abrir mão da qualidade.

O impacto também é sentido antes e depois da análise propriamente dita. Agentes de IA podem ajudar a reconhecer automaticamente problemas em amostras logo na coleta, evitando retrabalhos e convocações desnecessárias. No pós-análise, sistemas inteligentes geram alertas em prontuários eletrônicos para prevenir exames repetidos ou destacar resultados críticos, acelerando a tomada de decisão clínica.

Apesar dos grandes benefícios, a adoção de IA nos serviços de diagnóstico exige mais tecnologia avançada e compromisso com a segurança do paciente e com princípios éticos sólidos.

De acordo com o Dr. Marcos, os algoritmos precisam ser validados considerando a realidade populacional local, evitando o simples uso de soluções genéricas importadas. Essa validação demanda investimentos financeiros, tempo e treinamento especializado, mas é o que garante que as respostas geradas sejam adequadas e seguras para cada perfil de paciente atendido.

Outro ponto essencial é o olhar final do corpo clínico. Mesmo com a automação, a interpretação médica continua sendo decisiva: apenas o profissional, com visão integral do histórico e do quadro clínico, pode identificar possíveis erros ou inconsistências nas conclusões da IA.

Como os agentes de IA dependem de grandes volumes de dados para funcionar, a privacidade e a proteção dessas informações são pilares inegociáveis. A adoção de políticas rigorosas de cibersegurança e a criação de barreiras para impedir a entrada de sistemas sem todos os requisitos de proteção são medidas indispensáveis.

Além disso, o treinamento contínuo das equipes é fundamental para que se extraiam o máximo das soluções e para que se identifiquem eventuais quedas de performance dos algoritmos — o que pode ocorrer, por exemplo, com mudanças nos perfis epidemiológicos.

“A IA é uma aliada indispensável dos médicos, não uma substituta. Seu valor está no potencial de análise integrada e no suporte para decisões mais seguras e personalizadas”, conclui o Dr. Marcos.

O futuro do diagnóstico passa, inevitavelmente, pela capacidade de integrar inteligência artificial e sensibilidade humana. Quando aplicados com responsabilidade e supervisão clínica, os agentes de IA não apenas otimizam processos: eles redefinem o papel da Medicina Diagnóstica no cuidado à saúde, encurtando jornadas, ampliando acesso, preservando recursos e salvando vidas.

É nesse ponto de encontro entre dados precisos e olhar clínico que nasce o verdadeiro avanço: uma Medicina Diagnóstica mais ágil, precisa e centrada no paciente.