A Abramed reuniu jornalistas dos principais veículos do país — entre eles Agência Estado, Folha de S. Paulo, Veja Saúde, Valor Econômico, Terra e Consumidor Moderno — para a primeira edição do Diagnóstico em Pauta, encontro exclusivo com a imprensa para debater o valor da Medicina Diagnóstica e divulgar, em primeira mão, dados estratégicos publicados na 7ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, uma publicação anual já aguardada pelo setor.
No evento, realizado no Instituto de Estudo e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, Ademar Paes Jr., CEO Lifes Hub e membro do Conselho de Administração da Abramed, apresentou os dados de destaque da publicação, que será lançada ao mercado ainda neste mês, com informações atualizadas e detalhadas sobre o desempenho, os desafios e as tendências do setor no Brasil.
Segundo o levantamento, o número total de exames realizados em 2024 ultrapassou a marca de 1 bilhão, um crescimento de 15,7% em relação a 2023. As análises clínicas seguem como a principal modalidade, representando 94% do volume total, seguidas pelo diagnóstico por imagem. As associadas da Abramed foram responsáveis por 86,8% desse total na Saúde Suplementar.
O faturamento também cresceu de forma expressiva: as associadas registraram R$ 33,9 bilhões de receita bruta em 2024, alta de 28,6% sobre o ano anterior. Para Ademar, esse avanço ganha ainda mais relevância diante de um cenário macroeconômico marcado por inflação médica, aumento no custo de insumos e pressões de demanda no pós-pandemia. O setor, pontuou ele, não apenas cresceu: demonstrou resiliência e capacidade de adaptação.
Os números também mostram uma área em plena transformação. Em 2024, 61% das associadas investiram em novos modelos de negócios, incluindo abertura de unidades, soluções digitais, centros de pesquisa, incorporação de inteligência artificial e parcerias com empresas e startups. Parte desses investimentos tem foco em expandir o acesso a regiões que historicamente contavam com menor oferta de serviços, descentralizando a rede de atendimento.
Já no campo dos recursos humanos, o segmento registrou um aumento de 21,7% no número de colaboradores, totalizando 116.247 profissionais. Para Rafael Lucchesi, CEO da Dasa Diagnósticos, o resultado reflete ganhos de produtividade que beneficiam todo o mercado: “É um impacto positivo para a economia, com redução do absenteísmo e manutenção da força de trabalho ativa. Nós crescemos e o Brasil também cresce”.
Na segunda parte do evento, ocorreu um debate com o tema “Eficiência em Saúde começa com Diagnóstico”. A discussão, moderada por César Nomura (presidente do Conselho de Administração da Abramed), teve a participação de Jeane Tsutsui (CEO do Grupo Fleury), Lídia Abdalla (CEO do Grupo Sabin e vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed), Henrique Neves (Diretor Geral do Hospital Israelita Albert Einstein) e Rafael Lucchesi (CEO da Dasa Diagnósticos) para falar sobre o equilíbrio entre o uso excessivo (overuse) e o uso insuficiente (underuse) de exames, interoperabilidade, sustentabilidade e inovação.
Foi consenso entre os participantes que o desafio não está apenas em otimizar o volume, mas garantir que cada exame realizado tenha valor clínico, contribuindo para decisões mais assertivas e desfechos mais positivos para os pacientes.
Jeane Tsutsui destacou a importância do setor para todo o ecossistema de Saúde: “No diagnóstico, entregamos dados precisos e com qualidade. São informações valiosas, que devem ser utilizadas pelos profissionais para melhores tomadas de decisão e o desfecho da jornada do paciente adequado.”, afirmou.
A executiva enfatizou ainda que esses dados sobre diagnóstico precoce quando devidamente encaminhados reduzem efetivamente o custo total. “O valor gasto com o tratamento de uma paciente com câncer de mama, conduzida em um protocolo pertinente, pode resultar em uma economia de 18%”, concluiu.
O tema também foi abordado pela CEO do Grupo Sabin, que ressaltou a importância dos veículos de comunicação para que as informações cheguem à população, gerando maior conscientização e mudanças nos cuidados com a Saúde.
Nomura observou que, mesmo com mais investimentos em tecnologia, é possível entregar mais qualidade sem aumentar os custos para as operadoras: “Estamos fazendo ressonâncias com mais agilidade, oferecendo experiências melhores. Os exames de sangue, por sua vez, são muito mais acurados com uso de algoritmos de inteligência artificial e, apesar do aumento da utilização, não há impacto para as Operadoras de Planos de Saúde”.
Da perspectiva hospitalar, a integração entre atenção primária, especialidades e Medicina Diagnóstica foi apontada como determinante para melhores desfechos e para reduzir desigualdades de acesso. Henrique Neves resumiu o ponto:
“A coordenação do cuidado, aliada à integração de dados e protocolos claros de comunicação, encurta o caminho do paciente, reduz desperdícios e melhora desfechos. A tecnologia também está transformando o perfil do paciente, que chega mais informado e exigente, e requer um médico mais preparado, que saiba usar as ferramentas disponíveis para melhorar o seu atendimento”, refletiu.
A interoperabilidade, aliás, foi destacada como essencial para reduzir desperdícios, integrar dados clínicos e otimizar a jornada do paciente. Pela primeira vez, o Painel Abramed dedica um capítulo exclusivo ao tema, reforçando que essa integração evita repetições desnecessárias de exames, agiliza diagnósticos e garante a continuidade do cuidado, além de ampliar o acesso a informações críticas para decisões clínicas mais assertivas.
Inclusive, esse será um dos eixos de debate do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), que será realizado pela Abramed no dia 21 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo.
Se você quer conhecer essas e outras transformações fundamentais para enfrentar os desafios da Saúde, confira a programação completa do evento e inscreva-se: https://www.abramed.org.br/filis
O valor estratégico da Medicina Diagnóstica
Durante o debate, os participantes ressaltaram que cerca de 70% das decisões médicas dependem de exames complementares — dado que evidencia o papel central da Medicina Diagnóstica para condutas mais precisas, tratamentos personalizados, prevenção de agravamentos clínicos e redução de custos evitáveis.
Para exemplificar o impacto do setor em diferentes frentes, Rafael Lucchesi lembrou o início da pandemia de Covid-19: “Naquele momento, todas as decisões eram tomadas com base em diagnóstico. Isso mostra o quanto o setor é essencial para a saúde e para a sociedade”.
Jeane Tsutsui reforçou que a sustentabilidade do sistema de Saúde não pode ser discutida sem considerar a contribuição do diagnóstico. “Esse é um processo que envolve toda a cadeia do cuidado e complementa o raciocínio clínico com resultados de qualidade, garantindo desfechos adequados para o paciente e benefícios para todos os players”, afirmou.
O caráter contínuo do diagnóstico foi enfatizado por Lídia Abdalla: “Os exames acompanham o indivíduo em toda a sua jornada, mesmo antes do nascimento, e sua realização precisa ser entendida como investimento em qualidade de vida, não apenas como despesa”. Ela destacou que testes simples e de baixo custo, como o de glicemia, podem evitar doenças crônicas e gastos mais elevados com tratamentos.
A redução das desigualdades de acesso também foi apontada como prioridade. Henrique Neves ilustrou com a realidade de dois contextos distintos: “Há hospitais em que os pacientes chegam com câncer no estágio 1 ou 2 e outros onde eles já chegam com a doença no estágio 3 ou 4. Isso significa 50% a mais ou a menos de cura — e mostra a urgência de garantir acesso equitativo ao diagnóstico”.
Ao final, a mensagem foi unânime: a Medicina Diagnóstica não é apenas um elo da cadeia assistencial, mas um pilar que sustenta qualidade, eficiência e sustentabilidade no sistema de Saúde. Da prevenção à conduta terapêutica, atua como parceira clínica, incorporando tecnologias com responsabilidade, apoiando médicos solicitantes e assegurando que cada exame contribua para decisões mais seguras e efetivas.