Algorética na saúde: ética e transparência nos algoritmos por um sistema mais confiável e inclusivo

Por Angélica Carvalho*

A ascensão da inteligência artificial (IA) na saúde trouxe à tona uma necessidade urgente: garantir que as decisões tecnológicas sejam fundamentadas em princípios éticos sólidos. É nesse contexto que surge a algorética, uma abordagem que integra transparência, justiça e responsabilidade no uso de algoritmos, capaz de nortear relacionamentos colaborativos entre diferentes atores da cadeia de saúde, garantindo que o paciente seja o centro do cuidado.

Alinhar-se à algorética requer uma abordagem sistêmica que promova confiança e respeito mútuo, incentivando o diálogo entre organizações do setor para consolidar a ética na concorrência, assegurar preços justos e otimizar recursos ao longo do ciclo assistencial.

Além disso, é necessário que os envolvidos adotem boas práticas no uso da IA, protejam a confidencialidade dos dados, garantam transparência para as partes interessadas, preservem a responsabilidade humana em decisões críticas e se responsabilizem por eventuais usos inadequados dessas ferramentas.

Nesse contexto, o Marco de Consenso para a Colaboração Ética Multissetorial na Saúde, liderado pelo Instituto Ética Saúde (IES) com apoio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), orienta o setor a criar uma rede de autorregulação com princípios éticos no uso de tecnologias, como a IA em diagnósticos, tratamentos e gestão de dados, oferecendo um modelo que pode inspirar outros sistemas de saúde globalmente.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adoção de mecanismos, como treinamento contínuo, participação do paciente e diversidade de dados, é essencial para garantir transparência na tomada de decisões por algoritmos, prevenir vieses contra minorias e corrigir falhas nos sistemas. O Marco de Consenso, um dos maiores acordos setoriais da saúde, tem gerado resultados que fortalecem modelos colaborativos entre os diversos atores do setor, promovendo integridade e confiança.

Em 2023, tive uma experiência marcante com o Papa Francisco, que foi o primeiro a abordar o tema “Ética dos Algoritmos”. Ele enfatizou a importância de sistemas de saúde mais humanos e igualitários, o que me levou a refletir sobre a necessidade urgente de um pacto global que priorize a saúde, focando não apenas no tratamento de doenças, mas também na promoção da saúde, prevenção e inclusão dos mais vulneráveis.

No VII Seminário sobre Ética na Gestão da Saúde, realizado na Cidade do Vaticano, o bispo Vincenzo Paglia também abordou a algorética e os riscos do uso irresponsável da IA. Toda essa reflexão levou à revisão do Marco de Consenso Brasileiro para incluir o tema. Assim, a nova versão foi assinada, no fim de 2024, pela Abramed e por diversas outras instituições, e levada ao Papa Francisco no VIII Seminário sobre Ética na Gestão da Saúde.

Importante ressaltar que a adoção de práticas éticas no uso IA pode transformar a experiência do paciente e melhorar a qualidade do atendimento na saúde. Tais práticas aumentam a confiabilidade dos sistemas, fortalecem a confiança entre pacientes, profissionais e organizações, além de minimizar erros diagnósticos.

Embora o uso de IA possa gerar preocupações sobre despersonalização, práticas éticas garantem que a tecnologia complemente o contato humano, personalizando tratamentos e mantendo o vínculo empático. A transparência, o consentimento informado e o acesso equitativo às tecnologias contribuem para uma assistência mais segura, justa e inclusiva.

Em síntese, não é apenas uma questão regulatória, mas um compromisso com a melhoria contínua da qualidade do atendimento. Essa abordagem fortalece a confiança no sistema de saúde e assegura que as inovações tecnológicas estejam a serviço do bem-estar humano. A ética, afinal, deve ser a base de toda inovação.

*Angélica Carvalho

Diretora-Adjunta de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

(07/01/2025)

Abramed debate desafios e perspectivas para 2025

Durante Reunião Mensal de Associados, importantes players do setor analisaram o mercado de saúde no Brasil

6 de janeiro de 2025 – A última Reunião Mensal de Associados (RMA) da Abramed em 2024 foi realizada em 19 de dezembro, na sede do Hcor, em São Paulo, contando com o debate “Desafios e perspectivas para 2025”. Durante o encontro, foi entregue o Relatório Anual de Atividades 2024, um resumo do trabalho realizado pela entidade e seus associados durante o ano, destacando as iniciativas em prol do desenvolvimento da medicina diagnóstica e de todo o ecossistema de saúde.

Como anfitrião, Júlio Vieira, diretor de relacionamento com o Mercado, Negócios e Estratégia do Hcor e membro do Conselho de Administração da Abramed, apresentou dados sobre o hospital, que atua em mais de 50 especialidades médicas, além de contar com um Instituto de Pesquisa reconhecido internacionalmente.

“Compartilhamos tudo que aprendemos em nossos quase 50 anos no Hcor Academy, que, em 2023, capacitou mais de 5.500 alunos, quase 150% a mais que em 2022. Recentemente, lançamos cursos de pós-graduação nas frentes assistenciais e gestão em saúde, somando mais de 800 alunos”, destacou Vieira.

Na sequência, Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, fez uma retrospectiva da atuação da entidade em 2024. Foram 90 reuniões de seus 11 comitês temáticos, mais de 60 reuniões de relações governamentais com Ministério da Saúde, Anvisa, ANS, MDIC, entre outras instituições, além de 20 eventos promovidos e com participação da entidade.

“Desenvolvemos mais de quatro conteúdos relevantes por meio dos nossos comitês, como a Cartilha Com A Visa no Peito, a Pesquisa sobre o uso de Inteligência Artificial na Medicina Diagnóstica e o Relatório sobre o Uso do Padrão TISS. Esses materiais têm contribuído significativamente para a qualificação e a evolução do setor”, disse.

Por sua vez, Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed, destacou a relevância do trabalho da entidade junto aos associados. “Estamos cada vez mais próximos, permitindo que conheçam melhor a Abramed e, ao mesmo tempo, que a Abramed conheça mais profundamente as instituições. Esse movimento tem sido muito enriquecedor, pois fortalece o entendimento mútuo sobre o que já foi realizado e o que está em planejamento”, afirmou.

Ao comentar sobre o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, publicação anual da entidade que traz um panorama do setor, Nomura enfatizou a importância dos dados para todo o mercado da saúde. “O Painel ajuda a combater mitos como a ideia de que 20% dos exames não são acessados. Isso não é verdade, apenas 3,8% dos exames não foram acessados diretamente pelos pacientes em 2023. Muitos desses exames, no entanto, são realizados dentro de hospitais, onde os médicos têm acesso e utilizam os resultados para conduzir o tratamento. É importante desmistificar essa ideia equivocada e valorizar os dados confiáveis que o Painel oferece”, afirmou.

Debate

Após as apresentações, Nomura moderou o debate “Desafios e perspectivas para 2025”, com participação de Ademar Paes Jr., sócio da Clínica Imagem, CEO da LifesHub e membro do Conselho de Administração da Abramed; Claudia Cohn, diretora-executiva no Grupo Dasa e membro do Conselho de Administração da Abramed; Fernando Torelly, CEO do HCor; e Giovanni Cerri, presidente dos Conselhos dos Institutos de Radiologia (InRad) e de Inovação (InovaHC), do HC da FMUSP.

Ademar ressaltou que o setor de saúde no Brasil enfrenta desafios complexos, como envelhecimento populacional, alta carga de doenças crônicas, subfinanciamento, acesso restrito a crédito e um modelo de negócios fragmentado. Apesar disso, há avanços, como maior acesso à saúde, desenvolvimento de biotecnologia e incorporação tecnológica focada em inteligência de dados e monitoramento de pacientes.

Ainda assim, o setor carece de um verdadeiro ecossistema de saúde. Segundo ele, a fragmentação atual coloca operadoras, redes e empresas em “modo sobrevivência”, sufocando criatividade e inovação. “Porém, parcerias estratégicas entre hospitais e operadoras começam a sinalizar mudanças rumo a sistemas eficientes, que devem ganhar força em 2025”, disse.

Para avançar, Ademar considera que o setor precisa investir em três pilares. O primeiro é gestão, focando em estratégia, pessoas, operações, marketing, vendas e finanças. O segundo são dados, direcionados para a criação de data lakes (repositórios para grandes volumes de informações) e uso mais robusto de tecnologias analíticas para melhorar a tomada de decisão.

“Diversas tecnologias avançadas, incluindo inteligência artificial, estão chegando. No entanto, não conseguiremos utilizá-las plenamente se não prepararmos os dados básicos necessários para que essas ferramentas operem de forma eficaz no setor de saúde”, explicou Ademar.

O terceiro é automação de processos, que ajuda a reduzir custos operacionais com tecnologia, especialmente frente ao alto custo de mão de obra. Esses passos são fundamentais para enfrentar os desafios e preparar o setor para as transformações tecnológicas que já estão emergindo.

Para entender 2025, Torelly voltou a 2019, considerado o último ano “normal” da saúde. Desde então, veio a pandemia e, em 2023, as operadoras acumularam prejuízos de R$ 11 bilhões, forçando ajustes drásticos nos custos, que continuaram em 2024. “A arquitetura competitiva mudou radicalmente e continuará mudando, com uma forte consolidação no setor hospitalar”, disse.

Segundo Torelly, apenas os que aliarem escala a eficiência e forem atrativos tanto para operadoras quanto para pacientes estarão protegidos. “Tenho preocupação com os hospitais filantrópicos, pois se eles continuarem isolados em um cenário de consolidação, vão perder protagonismo no futuro por uma questão de mercado”, expôs.

Além disso, apontou que se a saúde se tornar um mercado pouco atrativo devido a fatores como câmbio e juros elevados, o investimento pode diminuir, prejudicando todo o sistema no longo prazo. “Não me preocupo com isso hoje, mas daqui a 5 ou 10 anos.”

Apesar das dificuldades, Torelly considera que o setor parece caminhar para um 2025 mais positivo, com prejuízos das operadoras reduzidos e ajustes em andamento. Contudo, é necessário que hospitais e gestores olhem para sua própria prática, combatendo variabilidades e glosas injustificadas e enfrentando o mercado de forma mais assertiva e colaborativa.

Cerri também fez uma retrospectiva, mostrando que a primeira metade desta década foi marcada por desafios profundos no setor de saúde, desde a pandemia até a crise das operadoras de planos de saúde.

De acordo com ele, embora as operadoras estejam reduzindo seus prejuízos, o desarranjo econômico e político do país é a grande preocupação para 2025. O aumento dos juros e o dólar elevado dificultam investimentos e agravam a situação. Por outro lado, Cerri cita como elemento positivo o avanço tecnológico.

A transformação digital, incluindo inteligência artificial, telemedicina e interoperabilidade, oferece caminhos para maior eficiência e racionalização de processos. Essas inovações permitem que médicos se concentrem mais no cuidado direto ao paciente e podem ser fundamentais para a sustentabilidade do setor.

O desafio, no entanto, permanece na necessidade de mudanças estruturais, como novos modelos de pagamento, ampliação do acesso e o retorno dos planos individuais. “Vamos observar como essas duas variáveis – o cenário econômico e político e o avanço da tecnologia no setor – irão se encontrar. Qual será o resultado dessa combinação? Espero que seja positivo”, comentou Cerri.

Na análise da Cláudia, o Brasil deixou de ser o foco para investimentos internacionais e não será a “bola da vez” em 2025. Para ela, a dificuldade de captar recursos e a necessidade de buscar alternativas são realidades que o setor de saúde precisa enfrentar. Empresas que antes operavam com margens confortáveis precisaram repensar suas estratégias para garantir a sustentabilidade. Isso levou ao surgimento de sistemas integrados – como a união entre hospitais, operadoras e empresas de diagnóstico.

Claudia ressaltou, ainda, que dados estruturados e inteligência artificial podem revolucionar a produtividade e a organização do setor, mas ainda são iniciativas pontuais. Para avançar, é fundamental que as empresas adotem uma visão sistêmica, aproveitando as oportunidades oferecidas pela transformação digital.

Além disso, conforme acrescentou, há um excesso de investimentos em novas infraestruturas, como leitos hospitalares, que podem se tornar inviáveis diante do enfraquecimento do fluxo de capital. Segundo ela, é preciso refletir se essa expansão desordenada faz sentido, especialmente considerando o atual cenário econômico.

“Minha última provocação é: será que vamos deixar de lado as disputas por interesses próprios para avançarmos juntos em um nível mais elevado, com um olhar mais amplo para o setor? Vejo a Abramed entrando em uma nova fase, focando menos em problemas pontuais – sem deixá-los de lado, é claro, mas resolvendo-os enquanto promovemos discussões mais maduras e estratégicas sobre o que realmente precisamos fazer para transformar o setor e nos tornarmos mais fortes, em conjunto”, disse.

Outros apontamentos relevantes incluíram a importância de estratégias voltadas à eficiência operacional, como gestão de custos e estruturas administrativas mais enxutas. Foi citado que práticas eficientes em gestão de supply chain podem gerar economia significativa nos custos variáveis das organizações. Os participantes também ressaltaram que o setor deve adotar um modelo baseado em eficiência, além de evidências, para enfrentar os desafios macroeconômicos.

Ao final, Nomura ressaltou a relevância de unir forças para avançar. “Em momentos de crise, a criatividade tende a desaparecer; quando um animal está acuado, seu foco é apenas a sobrevivência. Vejo que algumas instituições estão passando por isso agora. Por isso, é essencial que, como líderes, sejamos capazes de transmitir a importância da coopetição – uma combinação de competição e colaboração. Que ao final de 2025 possamos dizer que conseguimos fazer algo diferente”, concluiu.

O evento se encerrou com uma visita técnica ao Hcor.

Retrospectiva Abramed 2024: os avanços na agenda propositiva e as contribuições para a sustentabilidade do setor

Avanços regulatórios, parcerias estratégicas e foco em qualidade guiaram a atuação da entidade na construção de um futuro ético e integrado para a saúde

18 de dezembro de 2024 – Durante o ano de 2024, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) atuou em diversas frentes para promover avanços em regulação, inovação, qualidade, ética e sustentabilidade na cadeia de saúde. Por meio do trabalho de seus Comitês, alinhado à estratégia do Conselho de Administração e da Diretoria-Executiva, a entidade se empenhou no desenvolvimento de pautas propositivas, se fortalecendo como agente de transformação de todo o setor.

“Em um momento de tantas oportunidades e desafios, a Abramed se reafirma como uma entidade articuladora, que busca construir um sistema de saúde cada vez mais integrado e sustentável, que coloque a qualidade e a segurança do paciente em primeiro lugar. Ao longo de 2024, mostramos que é possível alinhar sustentabilidade, inovação e cuidado humano, estabelecendo novas bases para o futuro da medicina diagnóstica e garantindo que a saúde no Brasil avance com ética e responsabilidade”, declara Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Um dos principais tópicos trabalhados no ano foi a revisão da RDC 786/2023, que substituiu a RDC 302/2005 e estabelece requisitos técnico-sanitários para laboratórios e serviços de análises clínicas. Desde a publicação da norma, em maio de 2023, a entidade intensificou seu diálogo com a Anvisa para alinhar pontos críticos que impactam o setor, participando de reuniões técnicas em prol de uma regulação mais inteligente e eficaz.

Esse esforço foi reconhecido quando a Anvisa iniciou um processo de revisão da norma em julho, envolvendo o setor em discussões colaborativas. “A revisão da RDC 786/2023 é um exemplo claro de como a regulação pode evoluir quando há diálogo aberto e construtivo entre os setores público e privado”, destaca Milva.

A tecnologia foi outro pilar central da atuação da Abramed. A entidade lançou a pesquisa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”, revelando que ferramentas de inteligência artificial impactam milhares de pacientes mensalmente. Essa iniciativa foi acompanhada de ações de advocacy relacionadas ao Projeto de Lei 2.338/2023, o Marco Legal da IA, e de eventos promovidos pela entidade para discutir como a transformação digital pode revolucionar o cuidado em saúde.

Neste ano, a agenda de interoperabilidade se fortaleceu com a parceria entre a Abramed e o Ministério da Saúde, que permite a transmissão de dados laboratoriais diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Este projeto expande a notificação compulsória de exames para incluir 41 doenças além da Covid-19 e Mpox, demonstrando como a cooperação público-privada pode beneficiar a saúde de toda a população, favorecendo a criação de políticas públicas.

A Abramed também ampliou sua atuação em prol da qualidade dos serviços de saúde. A cartilha do projeto “Com a Visa no Peito”, desenvolvida em parceria com a Anvisa, nasceu para ser uma referência a gestores de serviços de mamografia, promovendo boas práticas e controle de qualidade, focando na melhoria contínua e na segurança dos pacientes.

A entidade fechou o ano de 2024 se preparando para uma cooperação técnica com a ANS no desenvolvimento do programa de monitoramento da qualidade da medicina diagnóstica. A iniciativa promete oferecer maior transparência e reconhecimento ao setor, além de promover uma cultura de excelência.

O compromisso com a sustentabilidade esteve presente em todas as ações em 2024. A entidade fomentou debates sobre práticas ESG, incluindo saúde mental no trabalho, descarte de resíduos e eficiência operacional. Essas discussões contribuíram para reforçar a responsabilidade social e ambiental do segmento, promovendo uma visão mais ampla e integrada.

Participação estratégica

No decorrer de 2024, a associação participou ativamente de eventos estratégicos e realizou diversos encontros, reforçando sua preocupação com as demandas do setor da saúde. Um dos destaques foi a promoção da 8ª edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), que contou com uma programação de excelência e um público formado pelas principais lideranças da área. O evento abordou o tema central “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”, explorando o impacto da inovação e da colaboração na construção de um ecossistema de saúde mais eficiente e integrado.

O FILIS 2024 foi palco de discussões estratégicas, desde a integração da cadeia de valor e os impactos das mudanças climáticas até os desafios e avanços em interoperabilidade. Com mais de 500 participantes, 24 palestrantes e impacto digital que alcançou 107 mil pessoas, o evento demonstrou sua importância ao promover debates estratégicos e propor soluções para transformar o segmento.

A relevância da atuação da Abramed também se evidencia na 6ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, que apresenta indicadores para auxiliar na tomada de decisões empresariais. De acordo com o material, embora o volume de exames tenha aumentado, comparando 2022 e 2023, os custos não cresceram na mesma proporção. “Em outras palavras, ao realizar um número maior de exames com custos mantidos, o setor de medicina diagnóstica ajuda a reduzir a pressão financeira sobre todo o sistema, promovendo maior acesso aos serviços”, ressalta Milva.

E falando em dados, Abramed e Controllab reforçaram a parceria estabelecida em outubro de 2022 com o propósito de atender integralmente às demandas de coleta e análise de dados, contribuindo para a sessão de indicadores setoriais dos associados no Painel Abramed. Como parte dessa iniciativa, a Controllab disponibiliza a plataforma de inteligência de dados METRICARE, que integra todas as etapas do processo, desde o recebimento seguro das informações fornecidas pelos associados da Abramed até a geração e disponibilização de dados consolidados e indicadores para a entidade. A METRICARE, desenvolvida e gerenciada exclusivamente pela Controllab, é projetada para garantir um elevado nível de eficiência, segurança e precisão no tratamento dos dados. Essa colaboração reforça o compromisso de ambas as partes em oferecer soluções robustas e alinhadas às necessidades estratégicas do setor de medicina diagnóstica.

“Em 2024, a Abramed construiu pontes entre diferentes stakeholders, abordando desafios emergentes com uma agenda propositiva e colaborativa. Olhando para o futuro, continuaremos a defender os interesses do setor, promover a inovação e garantir que a medicina diagnóstica desempenhe um papel estratégico na saúde brasileira”, finaliza Milva.

Abramed lança Relatório Anual de Atividades 2024

Publicação traz extrato das ações realizadas ao longo do ano e atuação da entidade em temas estratégicos para o setor da saúde

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) lançou seu Relatório Anual de Atividades 2024, ano marcado por uma agenda propositiva em temas como regulamentação, inovação, sustentabilidade, qualidade e ética.

“Cada capítulo evidencia os esforços da entidade para operar de forma colaborativa com órgãos reguladores, fortalecer a integração do setor, impulsionar a inovação e exercer um papel estratégico na construção de políticas e iniciativas que impactam diretamente o sistema de saúde brasileiro”, comenta Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Os principais assuntos trabalhados no ano são descritos, de forma objetiva, mostrando o engajamento da associação em temas como RDC 786/2023, Reforma Tributária, tecnologia e inteligência artificial, interoperabilidade e terminologia LOINC, qualidade nos serviços de mamografia, segurança do paciente, qualificação da medicina diagnóstica, ESG e sustentabilidade do sistema, com destaque para parcerias estratégicas.

No relatório também são apresentadas as atuações de cada Comitê da Abramed ao longo de 2024, na promoção de iniciativas que geram benefícios relevantes para toda a cadeia da saúde, contribuindo para o desenvolvimento e a sustentabilidade do setor. “Esses comitês foram fundamentais para garantir que a Abramed pudesse agir de forma integrada, propondo soluções que promovam a eficiência, a segurança e a qualidade do segmento de medicina diagnóstica”, destaca Milva Pagano, diretora-executiva.

A publicação traz ainda as pautas e os posicionamentos trabalhados junto à imprensa, mostrando o papel da Abramed na disseminação de informações relevantes à sociedade.

Além disso, mostra uma linha do tempo dos eventos que a entidade promoveu e dos quais participou em 2024, com o propósito de contribuir para discussões essenciais, sempre em busca da sustentabilidade do ecossistema. A 8ª edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS) tem um capítulo especial, resumindo os pontos de destaque deste evento, que foi marcante para todo o setor.

Por fim, é apresentada a atuação institucional da Abramed no ano, com temas como: a Reforma Tributária; a Regulação da Inteligência Artificial (PL 2.338/2023); a Interoperabilidade, por meio da cooperação técnica com a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), do Ministério da Saúde; e a revisão da RDC 786/2023, da Anvisa, entre outros. Em 2024, a entidade intensificou sua participação em eventos e reuniões com órgãos governamentais e outras entidades, buscando fortalecer o diálogo com reguladores e formuladores de políticas públicas.

“O Relatório Anual de Atividades reflete o trabalho da associação em diversas frentes, sendo um testemunho do comprometimento contínuo da Abramed com a promoção da sustentabilidade, da integração, da qualidade e da segurança do ecossistema da saúde”, finaliza Milva. O Relatório Anual de Atividades 2024 pode ser baixado no site da Abramed, clicando aqui.

Fraudes na saúde são um desafio à sustentabilidade e eficiência de todo o sistema

Tema foi debatido em evento online da Unimed Federação Minas, com participação da Abramed na programação

13 de dezembro de 2024 – As fraudes no setor de saúde são um grande obstáculo para a sustentabilidade financeira e operacional de todo o sistema. As práticas ilícitas incluem desde falsificação de documentos e reembolsos fraudulentos até esquemas sofisticados envolvendo organizações criminosas. Além das perdas de recursos, essas ações comprometem a qualidade do atendimento ao paciente.

O assunto foi debatido durante evento virtual do Grupo Estadual de Recursos e Serviços Próprios da Confederação Nacional das Cooperativas Médicas – Unimed Federação Minas, realizada no dia 6 de dezembro. José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), foram convidados para palestrar sobre o tema “Controle de fraudes em recursos próprios”.

Cechin apontou que as perdas por fraudes e abusos no setor de saúde suplementar decorrem de práticas realizadas por beneficiários, prestadores e terceiros. Entre as mais comuns estão falsificar identidades para acessar serviços, desdobrar recibos, aumentar quantidades e incluir procedimentos não realizados. Também ocorrem abusos no uso de materiais médicos, com desperdícios ou escolha de itens mais caros, como visto no caso da “máfia das próteses”.

Outro esquema frequente envolve organizações criminosas que criam CNPJs e funcionários fictícios, contratam planos de saúde e simulam reembolsos de serviços inexistentes. Há casos, ainda, de recebimento de comissões irregulares em diferentes etapas da cadeia de distribuição e no uso de dispositivos médicos, como próteses de joelho.

Durante a pandemia, as solicitações de reembolso passaram a acontecer por meios eletrônicos, sem a necessidade de envio de documentos físicos. “E daí nasceu uma verdadeira indústria da fraude. Os reembolsos passaram de R$ 6 bilhões, em 2019, para R$ 11 bilhões, em 2022, de acordo com estudo do IESS”, mostrou Cechin.

Em vista a essa realidade, as operadoras de planos de saúde adotaram medidas preventivas e corretivas, incluindo campanhas educativas e o aprimoramento de métodos de detecção e apuração. Também chegaram a demitir funcionários envolvidos em fraudes e criaram comitês especializados, promovendo a troca regular de informações.

Entre as medidas possíveis para combater fraudes no setor de saúde, Cechin citou o uso de biometria para autenticar identidades, auditorias regulares, criação de uma base de dados com casos comprovados e suspeitos, bem como a troca de informações entre operadoras. “Precisamos avançar no uso da inteligência artificial, que, apesar de custosa, tem grande potencial para identificar desvios de comportamento e prevenir desperdícios. Além disso, pode ser aplicada de forma preventiva, por exemplo, para verificar a compatibilidade do que está sendo solicitado”, expôs.

Este é um tema de extrema importância para a Abramed, que estimula o uso racional de exames e trabalha ativamente pelo equilíbrio e pela sustentabilidade de todo o sistema de saúde, mantendo o diálogo aberto com diversos atores da cadeia, como salientou Milva. Ela mostrou que as fraudes são um forte ofensor à essa sustentabilidade e, como resposta, a entidade conta com iniciativas importantes, como o Código de Conduta, que influencia comportamentos éticos e transparentes e repudia qualquer oferta de benefícios financeiros indevidos.

“Esperamos que todos os associados cumpram rigorosamente as diretrizes desse código em qualquer circunstância. Também disponibilizamos um canal de denúncias para reforçar esse compromisso ético. Dessa forma, combatemos as fraudes e conscientizamos o setor”, expôs.

Segundo dados da Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS), o setor enfrentou uma epidemia de fraudes em 2023, com prejuízo de R$ 1,7 bilhão causado por falsificação de recibos e documentos médicos. “A fraude é uma ação enganosa, desonesta, ilegal e imoral que visa obter uma vantagem, seja financeira ou pessoal, prejudicando não apenas o sistema como um todo, mas também o paciente, que deixa de receber o atendimento adequado”, explicou Milva.

Os indicadores de fraudes no setor de saúde incluem práticas como o reembolso sem desembolso, quando uma operadora paga por serviços que não foram efetivamente prestados, e o reembolso assistido, em que o pagamento é realizado sem a devida documentação ou verificação do serviço executado. Outros indicadores incluem a renda incompatível com os valores desembolsados e a falsificação de comprovantes e documentos.

“Ao fornecer login e senha para o acesso de terceiros aos dados de seu plano de saúde, os beneficiários podem não perceber que estão, de forma passiva, contribuindo com uma fraude. Por isso, em 2022, a Abramed lançou campanhas de educação e conscientização voltadas para os pacientes, em parceria com diversos players da cadeia, com o objetivo de combater essa prática”, explicou Milva.

Além das fraudes, ela destacou outros pontos críticos que devem ser observados para melhorar a eficiência do sistema de saúde. “Para que o paciente seja colocado no centro do cuidado, é essencial que ele tenha conhecimento sobre sua saúde e saiba utilizar adequadamente o plano de saúde. Sem essa conscientização, ele pode ser manipulado, tanto por práticas fraudulentas quanto por outros golpes, frequentemente orquestrados por quadrilhas”, disse.

É igualmente importante analisar as condutas médicas relacionadas a pedidos de procedimentos desnecessários, seja por motivações financeiras ou por excesso de cautela — muitas vezes decorrente de lacunas no processo de formação profissional. Além disso, o setor de saúde enfrenta desafios como a fragmentação e a falta de integração e interoperabilidade entre os diversos atores, o que agrava esse cenário.

“A fragmentação do sistema de saúde gera desperdício e custos desnecessários. A integração do sistema é necessária para uma maior eficiência e efetividade, além da mudança de cultura, sendo fundamental que todos os profissionais de saúde, incluindo médicos, sejam educados sobre as melhores práticas e a importância de atuar com base no cuidado integral e na colaboração entre os diversos stakeholders do setor”, expôs.

As apresentações destacaram que enfrentar as fraudes no setor de saúde vai além de punir culpados: exige educação, normas claras e atuação em conjunto. Só assim será possível criar um ambiente mais ético, funcional e sustentável, onde os recursos sejam usados de forma inteligente e o foco retorne ao que realmente importa: um atendimento de qualidade, com o paciente no centro das decisões.

Indicadores de qualidade na medicina diagnóstica: pilar para a sustentabilidade do sistema

Para aprimorar a capacidade de gerar dados e informações sobre o setor, a Abramed faz parceria estratégica com a Controllab para gestão comparativa de indicadores

6 de dezembro de 2024 – A tomada de decisão baseada em dados é fundamental tanto para a segurança dos pacientes quanto para a sustentabilidade financeira das organizações e do setor de saúde como um todo. Especialmente no segmento de medicina diagnóstica, os desafios são intensos, envolvendo a gestão eficiente de recursos, a garantia da segurança do paciente, o cumprimento de requisitos legais e a incorporação de tecnologias avançadas.

“As organizações devem ter capacidade e competência para agir rapidamente frente aos cenários em contínua transformação, tomando decisões assertivas e guiadas por dados e evidências. Indicadores são ferramentas essenciais nesse processo”, comenta Vinicius Biasoli, CEO na Controllab.

Segundo ele, monitorar continuamente o desempenho frente a metas preestabelecidas é importante para estar pronto para decidir e agir, aproveitando as oportunidades do mercado e minimizando os riscos inerentes aos novos desafios.

“Os indicadores nos ajudam a compreender o contexto da organização. Quando comparados com o mercado, proporcionam uma visão abrangente das dinâmicas e as ações necessárias para nos mantermos competitivos e sustentáveis nesse cenário desafiador. Eles permitem trabalhar aspectos complementares como conhecimento, pessoas, processos, tecnologia, clientes e, sobretudo, a dimensão financeira”, explica.

Devido à importância do tema, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) vem atuando em parceria com a Controllab por meio do uso da plataforma Metricare, uma solução de gestão e comparação de indicadores para organizações do setor. “A plataforma une tecnologia e boas práticas de gestão, disponibilizando conhecimento e dados para impulsionar a cultura da melhoria contínua dos serviços prestados a médicos e pacientes, bem como para assegurar a sustentabilidade de longo prazo das organizações”, detalha Biasoli.

De acordo com ele, a expertise da Controllab nas temáticas da qualidade e inteligência da comparação de dados associada à relevância e credibilidade da Abramed empodera ainda mais as empresas de medicina diagnóstica para a evolução da sua gestão e resultados, além de aprimorar a capacidade do segmento em gerar dados e informações relevantes para todos os stakeholders do ecossistema.

Dentro desse escopo, podem ser destacados os dados do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico e os indicadores epidemiológicos, informações tradicionalmente oferecidas pela entidade ao mercado e que já são atualmente geradas pela Metricare.

“A utilização de dados confiáveis e bem estruturados é o alicerce para a evolução de toda a cadeia da saúde. Desde o diagnóstico preciso até a gestão eficiente de recursos, os dados orientam decisões que impactam diretamente pacientes, profissionais, instituições e reguladores. Na Abramed, estamos comprometidos em fomentar essa transformação, promovendo transparência e melhoria contínua nos serviços de saúde em benefício de toda a sociedade”, destaca Milva Pagano, diretora-executiva da entidade.

Como funciona?

Mais de 180 indicadores padronizados podem ser inseridos pelas organizações de saúde participantes diretamente na Metricare ou por meio da integração com sistemas informatizados de clínicas e laboratórios. Após serem capturados de forma anonimizada e segura, esses dados são utilizados para calcular indicadores com base em uma padronização internacionalmente harmonizada.

Os indicadores são validados e analisados estatisticamente, permitindo comparações entre as organizações participantes. Os resultados dessa análise comparativa são apresentados por gráficos, que possibilitam às empresas visualizarem seu desempenho individual em relação à amostragem global do grupo. “Isso facilita a identificação de oportunidades de melhoria, visando a evolução positiva no desempenho competitivo do mercado”, expõe Biasoli.

A análise da comparação de indicadores identifica pontos críticos, orientando a alocação estratégica de recursos para resultados significativos. Eles fornecem dados confiáveis que embasam decisões seguras em todos os níveis, fortalecendo processos e promovendo aprendizado organizacional, transformando a cultura e qualificando a gestão.

Motor para a acreditação

A gestão organizacional segue um ciclo contínuo: planejamento de políticas e processos, execução padronizada, monitoramento de desempenho e melhoria contínua. Programas de acreditação estabelecem normas que abrangem todas essas etapas, exigindo padronização, monitoramento e ações de melhoria para garantir qualidade e segurança.

Os indicadores são importantíssimos nesse processo, servindo como pilar para avaliar a conformidade com as normas de acreditação e demonstrar a competência técnica da organização. Eles são essenciais para evidenciar o compromisso com a qualidade perante pacientes, médicos e órgãos reguladores.

A conquista de um selo de acreditação reforça a credibilidade da instituição, destacando seu foco nas melhores práticas, no monitoramento contínuo e na busca por melhorias. “A gestão de indicadores, portanto, é o motor de qualquer programa de acreditação de alto nível, garantindo serviços mais seguros e de qualidade para todos os envolvidos”, salienta Biasoli.

Futuro

A importância desse tema tende a crescer ainda mais nos próximos anos, segundo o CEO da Controllab. Avanços tecnológicos e o impacto positivo da ciência de dados estão impulsionando o uso de informações em tempo real para embasar decisões. Além disso, tendências como a medicina de precisão, a crescente restrição de recursos e a necessidade de ampliar a qualidade tornam indispensável o uso intensivo de dados.

“Indicadores estão se consolidando como elementos indispensáveis para qualquer empresa de saúde. Não há retorno: o futuro exige organizações guiadas por comparação de dados em nosso segmento”, finaliza Biasoli.

Aids: diagnóstico é um dos pilares para alcançar as metas globais de controle da epidemia

Diagnósticos mais precoces e confiáveis contribuem para reduzir a transmissão do vírus e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV

1 de dezembro de 2024 – Neste Dezembro Vermelho, mês da campanha nacional de conscientização sobre HIV/Aids, é importante ressaltar que o diagnóstico é um dos pilares para alcançar as metas globais de controle da epidemia. O objetivo estabelecido pelo Unaids é claro: ter, até 2030, 95% das pessoas diagnosticadas, tratadas e com carga viral indetectável no mundo.

“Atualmente, dois grandes grupos de testes são utilizados para a detecção do HIV: os testes sorológicos e os moleculares, cada um com funções específicas no diagnóstico e acompanhamento da infecção”, explica o patologista clínico Carlos Eduardo Ferreira, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e gerente médico do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Os testes sorológicos estão disponíveis de duas formas. No laboratório clínico, o processo envolve coleta de sangue, separação do soro e análise automatizada. Já os testes rápidos, incluindo os autotestes, disponíveis em farmácias e clínicas, são feitos com amostras de sangue ou saliva.

“Os testes realizados em laboratório permitem pesquisar tanto os anticorpos quanto o antígeno do vírus, o que garante um desempenho superior em comparação aos testes que analisam apenas a presença de anticorpos. Já os testes rápidos têm maior chance de resultados falso-positivos — ou seja, quando o teste indica um resultado positivo, mas a pessoa não está infectada”, salienta Ferreira.

Segundo ele, a chance de um resultado falso-negativo nos testes laboratoriais é praticamente mínima, devido à janela imunológica, que é o período entre a infecção e a detecção do vírus. “No laboratório, essa janela é de apenas alguns dias, então, se uma pessoa entrou em contato com o vírus hoje, é provável que o teste já seja positivo após cinco ou seis dias. Para identificar a infecção na fase aguda, quando a janela imunológica ainda pode ser um fator, somente o teste molecular é capaz de detectar diretamente o vírus”, salienta.

Os testes moleculares, como o PCR para HIV, podem ser qualitativos, usados para confirmar infecções, ou quantitativos, que medem a carga viral e auxiliam no monitoramento do tratamento de pacientes já diagnosticados. Eles são essenciais para detectar a presença do vírus em fases muito precoces da infecção, quando outros testes ainda não conseguem identificar o HIV.

Ferreira destaca que com os avanços tecnológicos, os resultados falso-positivos diminuíram consideravelmente em todos os tipos de testes. Ainda assim, sua ocorrência reforça a importância de protocolos de confirmação diagnóstica. “O recente caso de contaminação de pacientes com o vírus HIV no Rio de Janeiro evidencia falhas na execução do teste ou até mesmo a sua não realização, mas isso não implica que o teste seja ineficaz.”

O progresso no desenvolvimento dos testes diagnósticos reflete os esforços contínuos da comunidade científica para ampliar o acesso e a precisão na detecção do HIV. “Esses avanços, aliados ao compromisso com a equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento, são passos essenciais para cumprir as metas da Unaids para 2030. Eles garantem diagnósticos mais precoces e confiáveis, contribuindo para reduzir a transmissão do vírus e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV”, finaliza Ferreira.

Dados sobre a Aids

Segundo o Unaids Brasil, a mortalidade pela doença caiu mais de 25% na última década, passando de 5,5 mortes por 100 mil habitantes para 4,1. No mundo, o impacto do HIV também diminuiu. Em 2023, 1,3 milhão de pessoas foram infectadas pelo vírus, um número muito inferior aos 3,3 milhões registrados em 1995. Desde 2004, as mortes relacionadas à Aids foram reduzidas em 69%, e em 51% desde 2010.

No entanto, essa realidade é desigual. Populações vulneráveis enfrentam barreiras significativas no acesso e na adesão ao tratamento. Apenas 15% das pessoas trans, por exemplo, têm o tratamento em dia, e as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado, desde a detecção até a supressão da carga viral. A falta de informação entre jovens e pessoas negras sobre tratamentos preventivos e emergenciais agrava ainda mais esse cenário.

O Relatório do Dia Mundial de Luta Contra a AIDS 2024, intitulado “Sigamos o caminho dos direitos”, enfatiza que a igualdade de gênero e o respeito aos direitos humanos são pilares fundamentais para erradicar a doença. Promover aceitação, cuidado e inclusão em todas as comunidades é indispensável para alcançar o desenvolvimento sustentável e garantir segurança e dignidade para todos.

Abramed na FISWeek2024 e no Rio Health Forum: confira cobertura completa dos painéis

Foram discutidos temas como qualidade na medicina diagnóstica, agência única de avaliação de tecnologia, desafios da saúde suplementar e interoperabilidade

20 de novembro de 2024 – Em novembro, a Abramed marcou presença em dois eventos simultâneos realizados pela Iniciativa FIS: a FISWeek2024 e o Rio Health Forum, no ExpoMag, Rio de Janeiro.

A FISWeek2024, considerado o maior evento de inovação, empreendedorismo e tendências da saúde da América Latina, aconteceu de 6 a 8 de novembro, reunindo mais de 5.000 participantes e mais de 450 speakers em 12 palcos diferentes, totalizando cerca de 180 painéis.

A Abramed participou com estande institucional e na promoção do painel “O Futuro da Medicina Diagnóstica: Inovações e Desafios em Qualidade”, moderado por Milva Pagano, diretora-executiva da entidade.

Já o Rio Health Forum, realizado nos dias 6 e 7 de novembro, foi um espaço exclusivo para líderes, governos, reguladores, empresas e academia discutirem temas fundamentais para a transformação do ecossistema da saúde. A Abramed colaborou em quatro mesas de debates.

No dia 6, Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da entidade, participou do painel “Agência Única de Avaliação de Tecnologia: É Urgente Tratar desse Assunto!”, organizado pela Diretoria de Normas e Habilitação do Produtos (DIPRO), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

No dia 7, Nomura contribuiu para as discussões do painel “Desafios da Saúde Suplementar para os Próximos 20 anos”, organizado pela Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES), da ANS.

Já Milva foi moderadora do painel “RNDS: Próximos Passos para uma Interoperabilidade e Integração dos Dados na Saúde” e, no fim do dia, integrou o painel “SandBox Regulatórios na Saúde: Prioridades, Instrumentos e Medição de Resultados”.

“A participação da Abramed na FISWeek2024 e no Rio Health Forum reforça o nosso compromisso com a inovação, a qualidade e a sustentabilidade do ecossistema da saúde no Brasil. Esses eventos proporcionam um espaço único para discutir tendências e desafios que impactam diretamente o setor, conectando líderes, empresas, governo e reguladores. Contribuir para painéis que abordam temas como interoperabilidade, regulação e o futuro da medicina diagnóstica é uma grande oportunidade de impulsionar mudanças e integrar toda a cadeia de saúde”, expõe Milva.

Clique nos títulos das palestras e acesse as matérias de cobertura de cada painel.

Medicina diagnóstica reduz geração de resíduos e investe em práticas ESG

Uso de tecnologia, treinamentos e parcerias fazem parte das ações dos associados da Abramed voltadas à sustentabilidade

22 de novembro de 2024 – A gestão de resíduos é um dos pilares da agenda ESG para empresas que buscam sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. No âmbito da saúde e, mais especificamente, na medicina diagnóstica, a implementação de práticas adequadas de tratamento, descarte e redução de resíduos faz parte das ações para minimizar o impacto ambiental e atender às exigências regulatórias.

Segundo a sexta edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, entre 2021 e 2023, a gestão de resíduos no setor de medicina diagnóstica mostrou avanços. Os resíduos comuns gerados pelos associados diminuíram 36,63% ao longo do período, enquanto os resíduos infectantes e perfurocortantes caíram 34,48%. Os resíduos químicos tiveram uma redução de 11,6%. Por outro lado, os rejeitos radioativos aumentaram 25,25% em 2022, mas caíram em 2023, acumulando uma redução de 58,34% em relação ao início do período.

É importante destacar que essas variações nos dois últimos anos são efeito da redução de unidades monitoradas, de 93% para 86%. Além disso, houve mudança no mix de empresas que responderam.

De qualquer forma, entre as iniciativas que podem explicar parte destas reduções, Fernanda Avila, membro do Comitê de ESG da Abramed e gerente ESG da Dasa, cita investimento em inovação tecnológica, treinamentos e parcerias. A tecnologia atua como uma aliada, seja na busca de novos métodos de tratamento de resíduos, seja na pesquisa de novos materiais que impactem menos o meio ambiente.

Como exemplo, laboratórios estão utilizando tubos menores e placas no processamento de amostras, o que reduz significativamente o uso de água e reagentes, diminuindo também a geração de resíduos. Além do benefício ambiental, essa prática melhora a experiência do paciente ao exigir volumes menores de amostras coletadas. “Neste ponto, os treinamentos são importantes, pois permitem compartilhar a responsabilidade para encontrar soluções”, acrescenta Fernanda.

Para uma boa gestão de resíduos, é preciso que as pessoas compreendam o tema, seus desafios e impactos. Nesse processo, o papel das lideranças merece destaque, pois elas ensinam pelo exemplo, promovendo a conscientização e o engajamento. Importante lembrar que as práticas de ESG demandam intencionalidade e consistência para superar os desafios de implementação e garantir resultados efetivos a longo prazo.

Além das soluções tecnológicas e treinamentos, que são fundamentais, a gestão contínua e a mensuração dos resíduos também precisam ser priorizadas pelas equipes responsáveis pelo tema. “Elas possibilitam identificar e corrigir erros de processo, além de acelerarem as oportunidades de redução de resíduos de forma mais efetiva. Isso contribui para uma operação mais eficiente e responsável na escolha do investimento”, diz.

Dados do Painel Abramed mostram que todas as empresas participantes possuem políticas de gestão de resíduos e oferecem treinamento sobre o tema, enquanto 84% promovem campanhas de conscientização e realizam inspeções ou auditorias internas para monitoramento das práticas. Além disso, 92% implementaram coleta seletiva, 54% reutilizam materiais e 76% reaproveitam recursos.

Em termos de metas específicas, 62% das associadas estabeleceram objetivos de redução de resíduos e realizam acompanhamento regular desses resultados, refletindo um compromisso crescente com a sustentabilidade no setor de medicina diagnóstica.

“Sempre digo que o ESG impacta as pessoas ‘pelo amor ou pelo bolso’. Ambas são estratégias válidas, e a coexistência das duas é recomendável nas empresas. Campanhas e metas, por exemplo, são ferramentas que aceleram resultados, criam um ambiente propício à inovação e atraem soluções eficazes”, comenta Fernanda.

Sobre o futuro, ela acredita que é importante dar mais relevância e direcionar mais investimentos às pesquisas e tecnologias voltadas para sustentabilidade. “Já existem muitas soluções interessantes disponíveis, mas o custo de implementação ainda é elevado em comparação àquelas que não focam no impacto positivo para o meio ambiente. Os desafios de sustentabilidade são complexos e exigem a colaboração de diversos setores. Não há uma ‘bala de prata’ para essas questões; os desafios são sistêmicos e estruturais, assim como suas soluções”, diz.

Para lidar com esses desafios, são fundamentais espaços de troca de experiências, como o Comitê ESG da Abramed. “É importante perceber que muitos desses desafios são comuns a todos os associados, independentemente do tamanho ou grau de maturidade da empresa. Vejo o Comitê como uma oportunidade para o setor crescer nesse debate e acelerar sua participação nas soluções que as questões de sustentabilidade trazem para todos”, declara Fernanda.

Como entidade representativa do setor de medicina diagnóstica, a Abramed vem mobilizando os associados em torno da sustentabilidade, alinhando práticas e estratégias que contribuem para um setor mais responsável, como salienta a diretora-executiva, Milva Pagano. “Atuamos como facilitadora do diálogo, promovendo a disseminação de boas práticas e a implementação de soluções que não só atendem às demandas ambientais, mas também geram valor para as empresas e para a sociedade. Nosso compromisso reflete a necessidade de uma abordagem integrada, que considere o impacto de todas as ações no longo prazo”, finaliza.

Abramed modera painel sobre RNDS e interoperabilidade na área da saúde

A integração de dados é fundamental para reduzir o custo operacional da saúde suplementar e do SUS, para que esse valor seja utilizado na melhoria da qualidade do atendimento.

20 de novembro de 2024 – “RNDS: Próximos passos para uma interoperabilidade e integração dos dados em saúde” foi o tema do painel moderado por Milva Pagano, diretora-executiva da Associação brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), durante o Rio Health Fórum, realizado nos dias 6 e 7 de novembro, no Rio de Janeiro.

Participaram Angelica Carvalho, diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Jussara Macedo, terminologista e especialista em Modelagem de Informação do Hospital Sírio-Libanês; e Marina Viana, consultora da área de saúde. Elas abordaram a importância da Rede Nacional de Dados em Saúde para a integração de dados tanto da rede pública quanto da privada.

O painel começou com uma apresentação de Angelica, que destacou a interoperabilidade como um tema estruturante para o sistema de saúde brasileiro. “A RNDS é essencial para elevarmos a política de regulação, organização e estruturação da saúde, alinhando-a com os objetivos que desejamos alcançar enquanto sociedade”, afirmou. Segundo ela, a criação de uma rede nacional de dados em saúde deve ser vista como prioridade e um patrimônio para o futuro.

Analisando pelo lado da saúde suplementar, Angelica ressaltou que com o rápido envelhecimento da população brasileira, se a legislação não for adaptada, os reajustes podem se tornar insustentáveis. A ausência de dados integrados impede decisões estratégicas: sem informações confiáveis, a capacidade de planejamento, investimento e integração do setor fica seriamente comprometida. “A RNDS permite construir esse cenário do ponto de vista de macropolítica e de política regulatória setorial”, disse.

No entanto, conectar a saúde suplementar à RNDS envolve superar desafios de linguagem e tecnologia, especialmente na padronização das informações. No setor privado, foi criado o Padrão TISS (Troca de Informação em Saúde Suplementar), obrigatório para operadoras e prestadores, permitindo que troquem dados uniformemente. “Com ele, é possível gerar informações sobre a produção assistencial, possibilitando à ANS acompanhar a qualidade dos serviços, analisar a demanda e regular o setor”, disse Angelica.

Mas há desafios. Atualmente, a ANS enfrenta limitações para realizar a análise epidemiológica da população, pois não recebe dados de diagnóstico. Em 2010, uma decisão judicial proibiu as operadoras de exigirem o preenchimento da Classificação Internacional de Doenças (CID) em guias para exames e honorários médicos.

Mais um problema é que muitos estabelecimentos ainda não possuem o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), embora já troquem informações pelo Padrão TISS. Melhorar a oferta e a atualização do CNES junto aos estabelecimentos da saúde suplementar é um passo importante para evitar lacunas nos dados, disse Angelica. Outro desafio é a disparidade entre as tabelas de codificação usadas pelo SUS e pela saúde suplementar.

Para integrar os dados da saúde suplementar ao Conecta SUS, ainda há um obstáculo importante: o Ministério da Saúde precisa assinar um termo de confidencialidade e assumir a responsabilidade pela proteção dessas informações. Com isso formalizado, inicia-se uma nova fase: como fazer o sistema operar efetivamente.

“Em Singapura isso já é possível, vamos mirar nos bons exemplos. Se temos uma receita federal poderosa, porque não termos também um Ministério da Saúde poderoso, passando essas informações para a ANS, para que ela também se torne poderosa e possa regular as operadoras? Assim, teremos como saber quais são as necessidades em relação a mapeamento epidemiológico, coordenação e gestão do cuidado”, disse Angelica.

Milva lembrou que, durante a pandemia de Covid-19, a troca de dados por meio da RNDS operou de forma muito efetiva. “O desafio é ampliar. E o desafio maior ainda é pensar na RNDS além do SUS. Não dá para igualar SUS e saúde suplementar, há diferenças que precisam ser respeitadas. A RNDS é a ferramenta para conseguirmos usar o recurso certo da maneira adequada. Através dela, é possível ir além do SUS e da agenda epidemiológica, promovendo a melhoria da gestão do cuidado efetivamente”, disse.

Na sequência, Jussara compartilhou sua vasta experiência no tema, ressaltando que a integração dos dados públicos e privados é imperativo. “Do ponto de vista do usuário, é preciso que haja um lugar que agrupe todas as informações sobre sua saúde”, disse. No contexto do Proadi-SUS, ela citou o projeto International Patient Summary (IPS), uma colaboração entre o Brasil, Canadá e outros países para criar um sumário internacional de dados clínicos de pacientes.

Esse projeto busca unificar e compartilhar dados de saúde entre países, facilitando o atendimento transfronteiriço e promovendo a continuidade do cuidado. Com o apoio de tecnologias digitais, a iniciativa também visa a padronização dos registros eletrônicos de saúde no SUS, permitindo a interoperabilidade dos sistemas de dados e um melhor acesso à informação clínica para profissionais de saúde e pacientes, através da RNDS.

Jussara, abordou, ainda, o Open Concept Lab (OCL), uma plataforma de código aberto voltada para a gestão colaborativa e publicação de terminologias e metadados de saúde. Com uma estrutura centralizada e baseada na nuvem, o OCL permite que organizações de saúde criem, mantenham e compartilhem dicionários de conceitos e mapeamentos, o que facilita o alinhamento com padrões internacionais, como ICD-10, SNOMED CT e LOINC.

“O objetivo da integração de dados é reduzir o custo operacional da saúde suplementar e do SUS para que esse valor seja utilizado na melhoria da qualidade do atendimento. A padronização traz informações mais precisas, o que permite o monitoramento assistencial”, disse Jussara. Nesse ponto, Milva reforçou que a questão não é economia pela economia, mas evitar o desperdício e usar o recurso de maneira efetiva.

Em sua participação, Marina compartilhou que o primeiro ponto importante é gerar acesso, pois enquanto instituições privadas têm fácil conectividade, algumas unidades do SUS em regiões remotas não contam com sinal de internet. “Muito tem sido feito, mas ainda há grandes oportunidades de avançar nesse quesito. Quase todas as fabricantes têm 90% de suas máquinas com conectividade”, apontou.

Marina disse que as fabricantes de tecnologia precisam adotar uma linguagem padronizada, mas que seja flexível para se adaptar a novas regulamentações e não gere custos posteriores. “Com o avanço da inteligência artificial e da tecnologia, é pouco provável que o FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources) ainda seja padrão daqui a cinco anos. Os fabricantes precisam ter essa visão de adaptabilidade e atualização tecnológica, tanto de hardware quanto de software, pensando no futuro”, expôs.

Ela também frisou que o custo da saúde está alto e que é gasto mais do que se deveria. “Isso acontece porque os dados não estão integrados e não temos padrão. Sem interoperabilidade, a situação não vai mudar”, reforçou, acrescentando que os prestadores de saúde também precisam entender a importância de o paciente ter o dado. “Ainda existe o protecionismo, mas o paciente não é de ninguém.”

Aproveitando para falar sobre parcerias público-privadas (PPPs), Milva recordou o acordo de cooperação técnica entre a Abramed e o Ministério da Saúde para estabelecer um padrão para troca de informações de exames, anunciado durante o 8º FILIS. Ela questionou Angelica sobre como as PPPs podem ajudar a reduzir a fragmentação do setor. 

A diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da ANS acredita que as fragmentações existem porque há pessoas ganhando com isso. “Se não caminharmos em prol do que queremos como sociedade, continuaremos apenas planejando o futuro, sem construir algo concreto. O poder de realização do setor privado é muito mais forte, pois o público enfrenta limitações orçamentárias e as barreiras naturais do processo. A parte executora precisa ser mais flexível e aproveitar a força do setor privado para o crescimento do Brasil”, ressaltou.

Angelica finalizou reforçando que as dores e os interesses são os mesmos: tudo é Brasil. “Inclusive, precisamos expandir para uma saúde global, começando a integrar dados com a América Latina. Para isso, o diálogo é essencial, e o setor privado precisa ser visto de forma positiva pelo público. É importante romper essa cultura no Brasil”, disse.

Encerrando o painel, Milva destacou a importância de avançar na agenda de interoperabilidade em prol da sustentabilidade de todo o sistema de saúde.