Desafios na saúde suplementar afetam sustentabilidade de toda a cadeia de saúde

É fundamental a utilização responsável dos recursos e a promoção de um diálogo constante entre todos os envolvidos. Tema foi debatido em Reunião Mensal de Associados da Abramed

De 2013 a 2023, o número de beneficiários com idades entre 20 e 39 anos diminuiu 7,6%, enquanto o de pessoas com mais de 60 anos aumentou em 32,6%, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Além disso, tem se tornado cada vez mais comum o reembolso assistido, prática ilegal que leva a operadora de plano de saúde a pagar por procedimentos que, muitas vezes, o beneficiário sequer realizou.

Vale lembrar, ainda, que os resultados das operadoras de saúde de 2022 foram os piores dos últimos 20 anos, de acordo com a ANS. Uma reportagem publicada pelo jornal O Globo mostrou que o prejuízo operacional acumulado em 12 meses foi de R$ 11,5 bilhões. Essa crise na saúde suplementar afeta a sustentabilidade de todo o sistema e precisa ser analisada com a devida atenção. 

“A Abramed tem plena consciência de que suas associadas dependem do setor privado, por isso acompanhamos de maneira muito próxima e consciente todos os movimentos que acontecem e que podem impactar essas empresas”, disse Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, durante a Reunião Mensal de Associado da Abramed (RMA) de junho, realizada em São Paulo.

Para assegurar o equilíbrio econômico e financeiro dos planos de saúde, é fundamental adotar uma abordagem responsável na utilização dos recursos disponíveis, além de promover um diálogo constante entre as operadoras, a ANS, as empresas contratantes, os prestadores de serviços e os representantes dos beneficiários.

“Há muito tempo estamos falando da insustentabilidade do setor e entendemos que os prestadores de saúde precisam se unir para fazer as mudanças. Quando falamos de combate aos desperdícios e às fraudes, precisamos de ações práticas para que o impacto causado nas operadoras não afete toda a cadeia”, comentou Aline Araujo Giovannetti, diretora de negócios na Dasa.

Segundo ela, a fonte pagadora acaba negando alguns atendimentos que não julga pertinentes, sem uma análise profunda, mas é preciso entender que o pedido médico é mandatório. “Não adianta adotar maneiras simplistas de controlar o sinistro e repassar para o prestador uma responsabilidade que não é apenas dele. Precisamos trazer outras ferramentas, estar abertos a novos modelos”, expôs.

A falta de recursos também se reflete no investimento em novas tecnologias. De acordo com Patricia Frossard, country manager Brazil da Philips, não adianta desenvolver um equipamento extremamente tecnológico se ele não for absorvido pelo mercado nas atuais condições. “Por isso, procuramos apoiar o setor oferecendo soluções que ajudem as empresas a passarem pelas dificuldades e se adequarem à nova demanda, como softwares que contribuem para a conectividade, a integração e o aumento da produtividade. Equipamentos voltados para telemedicina e desospitalização também colaboram na redução de custos”, compartilhou a executiva.

O Brasil voltou para o mapa da indústria global da Philips porque a economia está se apresentando melhor que a de outros países. No entanto, é necessário mais, segundo Patricia. “Nossa complexidade tributária precisa ser melhorada. Se a reforma tributária fizer isso sem elevar os custos, conseguiremos aumentar os negócios no Brasil, trazer inovação para o país e oferecer melhores preços.”

Complexo da Saúde 

No âmbito da produção e inovação, o governo federal retomou recentemente as atividades do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que tem medidas para reduzir a dependência do país e assegurar o acesso universal à saúde. A meta do governo federal, segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é produzir 70% das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do país em até dez anos.

Segundo Patricia, é importante o retorno desse assunto com a ministra, mas a meta é bastante ambiciosa. “Parte do orçamento da pasta pode ser direcionada para financiar a inovação no Brasil, mas também é importante a participação estrangeira. Não podemos nos fechar para a troca com outros países, porque corremos o risco de ficar de fora do cenário de inovação mundial. No entanto, outros fatores precisam contribuir para isso, ou seja, a reforma tributária e a da previdência, além da desoneração de folha, são agendas que devem caminhar com as demais. Precisamos de um projeto de Estado e não de governo”, disse. 

O retorno a essa pauta reafirma o que o governo federal valoriza: a industrialização e a nacionalização, como apresentou o jornalista Fábio Zambeli, vice-presidente executivo do Ágora, durante a RMA. 

Em abril, o governo federal criou o Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), para promover articulação governamental e formular medidas que fortaleçam a produção e a inovação no país na área da saúde. O Geceis é parte de um programa de investimentos voltados à inovação, tecnologia e desenvolvimento regional no sentido de viabilizar a expansão da produção nacional.

O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, tem estimulado o desenvolvimento do Complexo da Saúde, como destacou Claudia Cohn, integrante do Conselho de Administração da Abramed. “A tendência agora é uma atuação mais prática a partir da implantação de um cronograma”, disse.

Atualmente, o setor da saúde representa 10% do Produto Interno Bruto, garante a geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos e responde por um terço das pesquisas científicas no país.

Abramed celebra 13 anos valorizando o papel da medicina diagnóstica na cadeia da saúde

O compromisso com a ética e a transparência tem fortalecido sua atuação como protagonista para um setor mais sustentável

Em 14 de julho de 2023, a Abramed completou seu 13º aniversário e reforçou sua missão de promover a sustentabilidade e a integração da cadeia da saúde, comemorando uma série de realizações que vem impactando positivamente não só a área de diagnóstico, mas também todo o setor. Sua criação é resultado de esforços conjuntos de empresas de medicina diagnóstica, que reconheceram a importância de uma ação unificada na defesa de causas comuns.

A associação mantém diálogo aberto com diversos atores do setor, influenciando comportamentos éticos e transparentes, atuando de forma objetiva e imparcial. Entre seus objetivos estão promover o debate, mostrando o valor da medicina diagnóstica, estimular o uso racional de exames e equilibrar o sistema de saúde. Focando na geração de valor, fomenta as melhores práticas por meio de inovação e conhecimento, gestão profissionalizada, aprimoramento do benchmarking, governança, ética e compliance.

“A Abramed defende os interesses do setor de forma abrangente em nível nacional, com uma forte atuação política-regulatória, estando constantemente envolvida em debates e discussões com órgãos reguladores, autoridades governamentais e outras entidades para garantir que as necessidades do setor sejam atendidas”, salienta Milva Pagano, diretora-executiva da entidade.

O relacionamento com entidades setoriais é parte inabalável da agenda da associação. “Atuamos em conjunto tanto com operadoras de planos de saúde, quanto com organizações que congregam outros prestadores de serviços. Isso sem falar do relacionamento com entidades sindicais. Considero essa iniciativa essencial para fortalecer a representatividade da área de saúde frente aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, expõe Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Atuação prática

Com seus Comitês e Grupos de Trabalho, responsáveis pelo planejamento e pela implantação de ações que geram impacto coletivo e positivo para o segmento de forma geral, a entidade promove a discussão de temas relevantes, como, mais recentemente, a reforma tributária, aprovada pelo plenário da Câmara.

Juntamente a outras entidades, a Abramed é protagonista no projeto que prevê ao setor da saúde um abatimento de 60% sobre a alíquota padrão, conferindo tratamento diferenciado ao segmento. “Estamos sempre prontos a atuar na construção de um sistema mais eficiente e integrado”, destaca Milva.

Além disso, a associação também atuou nas medidas necessárias sobre o piso salarial de enfermagem em virtude da falta de sustentabilidade financeira para arcar com os custos e da disparidade existente entre as diferentes realidades nas regiões do Brasil, apesar da importância e merecido reconhecimento da categoria.

Outro tema de importância para o setor foi a revisão da RDC 302/2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece os requisitos técnico-sanitários para o funcionamento de laboratórios clínicos e serviços relacionados a exames de análises clínicas no Brasil. 

Após extensas audiências e consultas públicas, nas quais a Abramed teve papel fundamental, a norma foi substituída pela RDC 786/2022, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto deste ano. “Essa medida impacta de maneira positiva o setor, visando melhorar o acesso da população aos cuidados de saúde, além de assegurar a qualidade dos exames de análises clínicas realizados no país”, declara a diretora-executiva.

Para o futuro

Ao longo desses 13 anos, a Abramed ganhou robustez e está cada vez mais consolidada, fazendo parte de todas as transformações que impactam o setor de medicina diagnóstica. “Reconhecida por ter em seu quadro de associados empresas de grande porte, a entidade também foca nas de médio porte, tendo ciência de que suas conquistas beneficiam todo o setor”, comenta Milva.

Suas associadas representam cerca de 60% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, e a meta é expandir ainda mais a representatividade, trazendo empresas de todos os portes em busca de pluralidade e diversidade. Milva lembra que a entidade é guardiã de uma política de compliance e de boas práticas, e que estar adequada a esses critérios é condição para se associar. 

Visando ampliar sua atuação, a Abramed implantou um novo comitê sobre interoperabilidade, para tratar especificamente da comunicação e da troca de informações entre diferentes sistemas de informação. Este tema já faz parte da agenda de gestores e formuladores de políticas de saúde há alguns anos. Outros países mais desenvolvidos e com sistema de saúde mais bem estruturado já desenvolveram soluções de interoperabilidade que estão sendo aplicadas com muitos benefícios para pacientes e para o sistema de saúde, como explica Shcolnik.

“Mas no Brasil, embora tenhamos padrões definidos pelo Ministério da Saúde desde 2011, estamos atrasados na implementação dessa ferramenta”, conta o presidente. A Abramed entende que na área de medicina diagnóstica, adotar o padrão de codificação de exames laboratoriais LOINC é fator crítico de sucesso para a interoperabilidade. “No momento, estamos trabalhando com o Instituto HL7 e a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) na tentativa de retomarmos e acelerarmos esse tema para gerar resultados concretos”, acrescenta Shcolnik.

Analisando o mercado, as expectativas para o futuro incluem a expansão dos ecossistemas, que consistem na união de diferentes empresas e serviços em um ambiente colaborativo. “Ao melhorar a eficiência, reduzir desperdícios e promover uma abordagem mais centrada no paciente, é possível garantir a viabilidade financeira e a qualidade dos serviços oferecidos. Temos um importante papel em promover, cada vez mais, essa visão”, acrescenta Milva.

Outro tema que merece atenção é a incorporação tecnológica. “Dependemos muito de novos métodos analíticos e tecnologias de informação, por isso, é importante discutir a inserção de Inteligência Artificial como ferramenta para oferecer mais precisão aos exames e, quem sabe, as tão desejadas predições, assim como a aplicação de aprendizado de máquina. Muitas empresas do nosso setor já contam com cientistas de dados, portanto, esse é um assunto que vai desafiar a Abramed no futuro”, adiciona Shcolnik.
A expectativa é que a cada aniversário, a Abramed possa comemorar ainda mais conquistas e colaborar para o desenvolvimento da cadeia de saúde, sempre com ética, transparência e integração com outros stakeholders, tendo o cuidado ao paciente como bússola norteadora.

Futuro do diagnóstico envolve expansão da genômica e uso inteligente dos dados

Especialistas em análises clínicas revelam desafios e tendências que influenciam a sustentabilidade do setor de Saúde no Brasil

Uso inteligente dos dados, descentralização do diagnóstico e expansão da genômica estão entre as tendências que têm o potencial de trazer avanços significativos para o setor da saúde e contribuir para a sustentabilidade de todo o sistema. O aumento do volume de exames e o surgimento de novos biomarcadores, principalmente no diagnóstico do câncer, também podem ser citados.

Outra tendência importante para gerar resultados significativos é a descentralização do diagnóstico, desde que feita com segurança e seguindo os protocolos adequados. Segundo Gustavo Campana, vice-presidente da Alliança Saúde, poder realizar exames em locais mais próximos dos pacientes, como farmácias, postos de coleta e consultórios médicos, facilita o acesso aos serviços de saúde e agiliza o início do tratamento.

Essa possibilidade de expansão surgiu com a atualização da RDC 302/2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que trata dos requisitos técnico-sanitários para o funcionamento de laboratórios clínicos, de laboratórios de anatomia patológica e de outros serviços que executam atividades relacionadas a exames de análises clínicas (EACs) no Brasil. Essa medida exige ainda mais atenção à segurança nos procedimentos.

Segundo Campana, uma mudança de dinâmica relevante que pode ser observada é a inversão da posição do laboratório clínico em relação ao médico prescritor. “Em vez de apenas atender às solicitações dos médicos, os laboratórios podem se posicionar como fornecedores de pacientes diagnosticados, conectando-os aos especialistas adequados no momento certo. Essa mudança trará eficiência para o processo e menor tempo de atendimento, sendo significativa tanto para o setor quanto para o paciente”, considera.

Desafios

Além das tendências, há alguns desafios. No caso dos painéis integrados de biomarcadores, Carlos Eduardo Ferreira, patologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos líderes do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, cita a precificação e a viabilidade de sua aplicação na medicina de precisão.

Ele ressalta que a tecnologia vem ganhando sensibilidade analítica, mas há poucos novos parâmetros sendo colocados no setor. Nesse ponto, May Chen, general manager Brasil, Canadá e Estados Unidos da Snibe, compartilha a experiência da empresa chinesa especializada em equipamentos para laboratórios clínicos e reagentes de diagnóstico in vitro

“Lançamos pelo menos dez novos parâmetros por ano, levando em consideração a demanda do mercado. Essas necessidades são identificadas por meio de pesquisas com clientes, inclusive laboratórios. Em um período de um ano e meio, os parâmetros comercializados para o mercado global cresceram de 185 para 211”, comenta May, destacando o crescimento da operação da empresa no Brasil.

Outra questão importante a ser enfrentada é a fragmentação do mercado. “Não conhecemos os desafios dos outros agentes da cadeia, os interesses são conflitantes, mas estão velados”, diz Campana. Sobre esse ponto, Alex Galoro, diretor médico do Grupo Sabin e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, lembra que, em sua época de residência, pensava que a patologia clínica perderia a importância porque se acreditava que o laboratório seria apenas um produtor de exames.

“No entanto, evoluímos para compreender a relevância do laboratório e dos especialistas em diagnóstico, que conhecem as ferramentas disponíveis para realizar diagnósticos mais precisos. Porém, no modelo atual, marcado pela desconfiança, ainda é difícil avançar porque há uma crença de que cada um está tentando enganar o outro”, diz.

Integração de dados

Um tema relevante que deve se desenvolver em curto prazo – até por pressão do setor e das fontes pagadoras – é o uso mais inteligente dos dados gerados. O valor dos laboratórios não se resume à realização dos exames, ele também está na forma como essas informações são utilizadas.

“O compartilhamento de dados entre os diferentes atores do sistema de saúde já é uma realidade e está sendo utilizado para estratificação de riscos e projeção de sinistros. A sustentabilidade do setor está relacionada ao uso racional dessas informações”, expõe Campana.

Ainda falando em tecnologia, espera-se que ela permita a escalabilidade de áreas como a genômica, em que há desafios a superar. Mas isso pode demorar um pouco, de acordo com o vice-presidente da Alliança Saúde.

Um dos principais obstáculos enfrentados pelos laboratórios clínicos é a implementação de sistemas laboratoriais (LIS, na sigla em inglês) de forma eficiente. Anteriormente, os processos de cadastro e registro de informações eram manuais, mas hoje em dia se depende cada vez mais da tecnologia da informação. “O uso de novos devices e a conectividade com todo o sistema são fundamentais para garantir a segurança e a confiabilidade dos processos”, diz Ferreira.

Outro desafio é progredir com a padronização e a estruturação dos dados utilizando o LOINC, sistema de código universal para identificar informações clínicas em registros eletrônicos. “Muitos laboratórios estão trabalhando nisso, o que permite a tomada de decisões mais rápida tanto no aspecto técnico-operacional quanto no gerencial. Essa integração de dados veio para ficar”, ressalta o patologista clínico do Hospital Albert Einstein.

Ainda sobre estruturação de dados, ele considera que áreas como Anatomia Patológica e Radiologia estão avançando nesse campo. O uso de Inteligência Artificial (IA) já é realidade em alguns laboratórios, como no Einstein, contribuindo para diagnósticos mais precisos. Segundo Ferreira, a utilização prática dos dados está apenas começando, mas já existem modelos em funcionamento que são extremamente úteis nas tomadas de decisões médicas.

Outra tendência na área de saúde que traz benefícios também do ponto de vista econômico, segundo Campana, é a verticalização virtual, que se refere à integração de diferentes serviços e recursos de saúde em uma plataforma online única. Isso pode incluir consultas médicas virtuais, agendamento de consultas, acesso a registros médicos eletrônicos, pedidos de exames laboratoriais, entrega de medicamentos, acompanhamento de saúde, entre outros. No entanto, ele chamou a atenção para o fato de que os médicos precisam fazer parte disso.

Medicina diagnóstica olfativa é uma das possibilidades do metaverso

Outras aplicações incluem educação continuada, tratamento humanizado, discussões de casos e planejamento cirúrgico

Já ouviu falar em medicina diagnóstica olfativa? Pois saiba que essa é uma das possibilidades do metaverso na saúde. Especialistas treinados poderiam sentir o “cheiro de câncer” em estágios prematuros, segundo Fabricio Campolina, presidente da Johnson & Johnson MedTech Brasil, referência quando o assunto é tecnologia, inovação e transformação digital.

Ele acredita que, em algumas décadas, identificaremos a combinação de moléculas olfativas que permitem a um cachorro farejar câncer de mama em estágios iniciais. Imagine um dispositivo que identifique essa combinação e envie um sinal elétrico diretamente à área olfativa frontal em nosso córtex cerebral!

O metaverso é uma experiência que proporciona a ilusão de que o mundo digital é real, permitindo que o cérebro assimile muito mais o conteúdo passado devido à criação de sinapses. “Ele tem potencial para transformar a experiência dos indivíduos envolvidos no ecossistema da saúde, incluindo pacientes, médicos, profissionais atuantes da área e pesquisadores”, ressalta.

As principais aplicações dessa tecnologia na área da saúde são em educação continuada, tratamento humanizado, terapias cognitivo-comportamentais, atendimento, discussão de casos e planejamento cirúrgico.

Na prática

O Johnson & Johnson Institute (JJI), em São Paulo, utiliza o metaverso para educação continuada de residentes e especialistas das áreas de ortopedia e saúde cardíaca/eletrofisiologia, permitindo maior visibilidade das condições estudadas.

Outro caso de grande potencial está relacionado ao tratamento humanizado de câncer infantojuvenil. O Hospital de Amor, em Barretos, SP, usa uma ferramenta que transporta a criança em tratamento oncológico a um mundo de fantasia, fundindo animação em realidade virtual (RV), com sensação tátil do tratamento.

Durante exames e vacinações, o metaverso pode distrair os pacientes e proporcionar experiências visuais imersivas, como jogos ou cenários de natureza, reduzindo a percepção de desconforto e dor. A tecnologia também está sendo testada em terapias cognitivo-comportamentais, no caso de pacientes no espectro autista, e também no tratamento de fobias, transtornos de ansiedade e pânico, bem como traumas.

No campo do atendimento, a ferramenta pode ser usada para criar uma simulação onde as pessoas possam interagir como se estivessem em um call center. O objetivo é oferecer uma experiência mais ampla e interativa, com um avatar treinado para fornecer informações sobre exames, agendamentos, localizações e até mesmo mostrar o caminho no mapa.

“A vantagem é que, ao contrário de um call center tradicional, no metaverso é possível compartilhar o que está na tela, como o Waze, por exemplo”, explica Eliézer Silva, membro do Conselho de Administração da Abramed, diretor do Sistema de Saúde Einstein do Hospital Israelita Albert Einstein.

Além disso, o metaverso permite que os médicos sejam treinados em ambientes virtuais que simulam com precisão o ambiente cirúrgico real, melhorando a qualidade das cirurgias robóticas. Estudo publicado no Journal of Surgical Education revelou que o treinamento em realidade virtual está associado ao aprimoramento das habilidades cirúrgicas e à redução de erros em comparação com os métodos tradicionais.

Justamente com foco em pesquisas, discussões de casos e planejamento de cirurgias foi criado o Biodesign Lab da Dasa, em parceria com a PUC-Rio. Com base em imagens de exames, como ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada, o laboratório faz uma replicação tridimensional para uso no metaverso. Isso permite discutir um caso virtualmente, sem deslocar a equipe.

O ginecologista Heron Werner, coordenador do Biodesign Lab, ressalta que todas as ferramentas de reconstrução de imagem em 3D dependem do exame original. Essas imagens ajudam a melhorar a comunicação em uma discussão multidisciplinar e planejamento cirúrgico, por exemplo.

Para ilustrar, no caso de um diagnóstico de craniópagos (gêmeos que nascem ligados pelo crânio), as informações adquiridas nos resultados de exames de ultrassom e ressonância magnética no pré-natal serão somadas aos exames realizados no pós-natal, mostrando a evolução da condição.

“Outras modalidades de imagem enriquecem a análise da situação e ajudam a manejar a conduta em casos complexos. Isso é feito no mundo todo, e começamos aqui. Muitos grupos de outros países pedem para ajudarmos com essas reconstruções. Isso é muito gratificante”, expõe Werner. Entre as especialidades que mais usam essa tecnologia estão dermatologia, neurocirurgia, ginecologia e ortopedia.

Que tecnologias são utilizadas?

O dispositivo de entrada neste mundo digital é a principal tecnologia nessa revolução, sejam óculos de Realidade Virtual, como o Oculus Quest 2, da Meta, sejam óculos de Computação Espacial, como o Vision Pro, da Apple.

Outro elemento-chave é a conexão estável com a internet, que se obtém por meio de redes 5G ou acesso Wi-Fi por meio de redes de fibra óptica de alta velocidade. “No futuro, devemos ver essa experiência evoluir para incluir todos os nossos sentidos e de forma cada vez mais imersiva, como visão hiper-realista, sons em 3D, sensação tátil, olfativa e de calor e frio”, acrescenta o executivo da Johnson & Johnson.

Um ponto fundamental, mas pouco comentado, é o ambiente digital que será acessado pelo metaverso para educação continuada. Um ambiente realista ajuda os alunos a se envolverem e a assimilarem o conhecimento de forma mais efetiva, proporcionando uma experiência mais próxima do real. Enquanto um ambiente pouco realista pode comprometer a imersão dos estudantes, dificultar a compreensão de conceitos e reduzir a eficácia geral da aprendizagem.

Primeiros passos

As instituições de saúde, mesmo as pequenas, podem fazer parceria com empresas de tecnologia – healthtechs, startups, até mesmo com a Apple e o Google – para aprender como utilizar melhor a realidade estendida. Uma alternativa, adotada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, foi a criação de uma incubadora de startups, proporcionando um ambiente de aprendizado de mão dupla. No caso, a instituição ensina padrões e técnicas de qualidade e segurança de dados enquanto as startups transferem conhecimento sobre realidade estendida.

“Para otimizar a utilização de metaverso no sistema de saúde é preciso, necessariamente, encontrar o parceiro adequado. Claro que é necessário investimento, mas é mais fácil saber onde se quer chegar quando se dialoga com as empresas de tecnologia, porque elas tentam encontrar soluções para suas necessidades”, conta Silva.

A associação entre uma instituição de saúde e uma startup cria uma plataforma única, com objetivo claro. “Os investidores percebem essa sinergia e podem direcionar recursos para que a tecnologia desenvolvida ganhe escala de forma mais rápida”, expõe.

O que esperar do futuro

O potencial do metaverso na saúde irá aumentar exponencialmente à medida que o grau de imersão for ampliado. Segundo Campolina, a atual tecnologia disponível em larga escala ainda é bem rudimentar. “Em sua essência, ela permite apenas enxergar um mundo semelhante a um desenho animado e ouvir sons com pouca percepção de profundidade”, comenta.

A perspectiva é de que num período entre 10 e 20 anos a experiência seja muito mais imersiva e se torne possível entrar em uma realidade em alta definição, ouvir sons em três dimensões, assim como ter sensações táteis – de calor, de frio, por exemplo – e olfativas muito próximas das que experimentamos no mundo real.

“É importante, também, entender que nossos sentidos são ‘fabricados’, e não literalmente ‘interpretados’ pelo nosso cérebro. Fótons de luz não têm cores, ondas acústicas não têm som, moléculas olfativas não têm cheiro. Quase toda a riqueza da vida é criada dentro de nossas cabeças. Isso tem uma implicação profunda, em especial para o que vamos vivenciar no metaverso”, analisa Campolina.

Para ele, a partir de um certo nível de imersão, o cuidado médico no metaverso será equivalente ao do mundo real. “Passadas algumas décadas, esse cuidado será superior às possibilidades atuais e não existirão mais barreiras físicas para a entrega desse cuidado”, acrescenta.

No entanto, segundo Silva, essa tecnologia levanta preocupações sobre a perda da interação humana e os possíveis impactos no cérebro, uma vez que a realidade virtual pode confundir a percepção do que é real e do que é simulado.

“Ainda não se sabe ao certo quais serão as consequências para o cérebro humano. O CEO do Facebook e da Meta Platforms, Mark Zuckerberg, acredita que todos terão acesso a essa tecnologia nos próximos cinco anos”, comenta o diretor do Sistema de Saúde Einstein.

Em termos éticos e regulatórios, o metaverso passará pela mesma trajetória que a telemedicina e o compartilhamento de dados (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD) passaram, porque a inovação precede as regulamentações legais. Silva acredita que só quando forem comprovadas a eficácia e a segurança da realidade estendida para tratar questões de saúde mental e as instituições de saúde começarem a utilizá-la de forma massiva ela realmente se tornará um novo serviço.

Avanços tecnológicos impulsionam gestão de saúde mais efetiva

Adotar novas tecnologias é estratégia para oferecer melhor assistência e reduzir desperdícios

A gestão e a tecnologia estão cada vez mais interligadas e desempenham um papel fundamental no avanço e na efetividade das organizações em diversos setores. No contexto da gestão da saúde, a tecnologia oferece soluções que auxiliam na melhoria dos serviços, na otimização dos processos e nas tomadas de decisões mais embasadas. 

“As tecnologias possibilitam análises diagnósticas mais rápidas e precisas, melhoram a experiência do cliente, permitem aprimorar a capacidade de atendimento, expandir as possibilidades diagnósticas e ter escalabilidade nos processos, garantindo o crescimento da empresa e a segurança do paciente”, declara Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin e membro do Conselho de Administração da Abramed.

Segundo ela, essas soluções também trazem ganhos na eficiência operacional se direcionadas para a criação de produtos e serviços, por exemplo, nas áreas de gestão de saúde ocupacional e atenção primária, incluindo a integração com redes hospitalares. “Isso já vem acontecendo nos modelos de negócio atuais”, expõe. 

A tecnologia também tem papel importante no desenvolvimento de novos testes e exames, que podem ser realizados em tempo real. Além disso, o uso da inteligência artificial, da telerradiologia e dos wearables – aplicativos e sensores que se conectam com dispositivos médicos – vem contribuindo significativamente para avanços na medicina, gerando um número maior de informações, com maior celeridade.

Mais especificamente sobre inteligência artificial, os benefícios do uso de algoritmos incluem a velocidade na realização de exames e o maior conforto para o paciente. “Atualmente há equipamentos de ressonância e tomografia que, ao inserirmos os dados do indivíduo, fornecem várias informações de como ele deve ser colocado na máquina para realização do exame”, explica. 

Os algoritmos também ajudam no diagnóstico de quadros mais complexos. Várias ferramentas de IA contribuem para a entrega de laudos integrados, que relacionam exames de análises clínicas com exames de imagem, oferecendo sugestões para o médico fazer o diagnóstico de forma rápida e precisa.

“Temos ainda muito o que evoluir no uso da inteligência artificial para melhorar a velocidade, a precisão diagnóstica e a triagem de doenças. Isso fortalece, inclusive, as pesquisas e o desenvolvimento de testes genéticos, permitindo ao médico chegar mais precisamente à conclusão de qual medicamento terá o melhor resultado para determinado paciente”, explica. 

Falando em paciente, ele ocupa um papel central nesse cuidado, assumindo o protagonismo ao longo de sua jornada. “Através da tecnologia, ele tem acesso a uma ampla gama de informações, o que lhe confere maior capacidade de tomar decisões embasadas e interagir de maneira mais informada”, diz Lídia. 

Desafios e oportunidades

A interoperabilidade é uma grande oportunidade de gerar mais valor na jornada de cuidado do paciente e garantir a sustentabilidade de todo o ecossistema, embora seja preciso lidar com os riscos relacionados à segurança, devido à troca de dados sensíveis entre diferentes sistemas.

Por mais que haja investimentos em cibersegurança, o setor de saúde é visado pela grande quantidade de informações geradas. “Por isso é importante as instituições de saúde trabalharem a conscientização com suas equipes, para que atuem com ética, cuidado e responsabilidade”, expõe Lídia.

A adoção de novas tecnologias é sempre uma estratégia para oferecer a melhor assistência ao beneficiário dentro do sistema de saúde, ao mesmo tempo que traz muitas oportunidades de redução de desperdícios. “A tecnologia é fundamental tanto ao proporcionar desfechos mais efetivos para o paciente quanto ao auxiliar na tomada de decisões estratégicas e operacionais em relação aos negócios”, ressalta.

Com uma abordagem centrada na medicina preventiva e no uso inteligente dos dados, é possível criar um sistema de saúde mais eficiente, direcionando recursos de forma mais precisa e evitando tratamentos desnecessários. Isso não apenas contribui para uma perspectiva de vida mais saudável e com melhor qualidade, mas também ajuda a aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde, especialmente em um cenário de envelhecimento populacional.

A colaboração entre todos os participantes da cadeia de saúde é essencial para alcançar maior velocidade e escalabilidade, com menor custo e risco. Essa cooperação é importante para acelerar o desenvolvimento das empresas, implementar novas tecnologias e criar modelos de negócio. Mas não apenas isso.

“Acredito que o setor de saúde possui uma grande quantidade de dados valiosos que podem melhorar o suporte diagnóstico e contribuir para a jornada de cuidado do paciente. Somente através da colaboração poderemos utilizar a interoperabilidade para proporcionar a melhor assistência possível ao nosso paciente”, finaliza a CEO do Grupo Sabin.

Lídia Abdalla é uma das convidadas para o debate “Avanços e efetividade para a Gestão da Saúde”, que acontecerá na 7ª edição do FILIS, no dia 31 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo. Paulo Nigro, diretor-executivo do Hospital Sírio-Libanês; Manoel Peres, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde); e Tobias Zobel, head do Medical Valley, também participarão do debate. 

Organizado pela Abramed, o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde objetiva promover a troca de experiências e a geração de parcerias entre líderes da área, enfocando a gestão e a tecnologia como instrumentos para a melhoria dos cuidados de saúde. Faça já sua inscrição para o FILIS 2023 neste link.

Conheça os palestrantes confirmados para o FILIS 2023

Tobias Zobel, Jacson Barros e Wendi Mader compartilharão experiências sobre melhores práticas e tecnologia em saúde

A sétima edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS) está se aproximando, e entre os momentos aguardados estão as palestras, momento de atualização e conhecimento sobre as inovações no setor de saúde desenvolvidas no Brasil e no mundo, além de possibilitar a troca de experiências com profissionais renomados. 

Um dos palestrantes confirmados para esta edição é Tobias Zobel, diretor da Digital Health Innovation Platform, uma organização colaborativa entre Siemens Healthineers, Universidade FAU, Universidade Erlangen e a Medical Valley, focado no desenvolvimento de modelos de saúde e uso de inteligência artificial (IA) para auxiliar no percurso da doença e os resultados da terapia com base em dados clínicos.

Como embaixador e acionista da Medical Valley, tem acesso a uma enorme rede de empresas e instituições de pesquisa. É fundador de quatro empresas e vem avaliando diferentes sistemas de inovação e pesquisa em vários países – Estados Unidos, Brasil, México, China, Israel e Alemanha. Sua participação no FILIS fornecerá insights valiosos acerca das melhores práticas adotadas. 

Com vasta experiência em gestão de saúde populacional, outra palestrante de peso é Wendi Mader, vice-presidente Employer na Quest Diagnostics. Ela compartilhará seu conhecimento, destacando sua experiência como líder à frente de solução e projetos dedicados a saúde da população.

Wendi começou sua carreira na Summex Health Management, agora WebMD Health Services, e obteve seu bacharelado em ciências da saúde na Truman State University. É, ainda, mestra em educação e promoção da saúde pela University of Northern Iowa.

Da mesma forma, Jacson Barros, gerente de desenvolvimento de negócios em saúde na Amazon, também trará uma valiosa contribuição ao evento. Com 31 anos de experiência em Health IT, Gestão Pública e Privada, Barros é graduado em Engenharia Elétrica e Doutor em Ciências Médicas pela FMUSP.

Como diretor do DATASUS/Ministério da Saúde, coordenou a implementação da Estratégia de Saúde Digital do país, bem como projetos importantes, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e o ConecteSUS. Além disso, desempenhou papéis de destaque como CIO e CDO do Hospital das Clínicas da FMUSP e Fundação Faculdade de Medicina, por mais de 10 anos, sendo responsável pela implementação do Sistema de Gestão Hospitalar.

Ao longo dos últimos 25 anos, Barros liderou equipes de tecnologia da informação e áreas estratégicas, desempenhando um papel fundamental nas decisões de investimento em TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). Também participou ativamente de comissões nacionais e internacionais, bem como de grupos de estudos voltados para as áreas de gestão em saúde, inovação e ciência de dados.

O FILIS será realizado no dia 31 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo. Organizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), o evento objetiva promover o debate, a troca de experiências e a geração de parcerias entre líderes da área da saúde, enfocando a gestão e a tecnologia no papel de instrumentos para a melhoria dos cuidados de saúde.

A programação incluirá debates sobre temas como o valor da medicina diagnóstica para a integração da saúde, os avanços e a efetividade na gestão da saúde, bem como o impacto das novas tecnologias no futuro da área. Faça já sua inscrição para o FILIS 2023 neste link.

Diagnóstico preciso é arma indispensável contra o superfungo Candida auris

Associados à Abramed estão preparados para oferecer testes que identifiquem a presença do microrganismo com precisão para acelerar o tratamento

Um “superfungo” vem preocupando nos últimos anos ao se espalhar silenciosamente pelo mundo. Trata-se do Candida auris, que ganhou destaque devido à sua resistência a medicamentos antifúngicos e à capacidade de causar infecções graves em pacientes vulneráveis. 

A confusão entre Candida auris e outras espécies de fungos pode afetar o tratamento da infecção de diversas maneiras, como atraso no diagnóstico, uso inadequado de medicamentos e agravamento da infecção. Portanto, laboratórios, clínicas e hospitais precisam estar preparados e capacitados para oferecer exames que identifiquem sua presença com precisão e acelerem o tratamento.

“A principal preocupação com o aumento da incidência do Candida auris é a ausência de tratamento direcionado, já que se trata de um microrganismo multirresistente, podendo levar a pessoa à morte”, explica Alex Galoro, líder do Comitê de Análises Clínicas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

O fungo foi identificado pela primeira vez no Japão, em 2009, e depois se espalhou por países na Europa, na África, na Ásia, na Oceania e nas Américas. No Brasil, os primeiros casos de infecção foram conhecidos em dezembro de 2020.

Em 18 de maio deste ano, foi confirmado o primeiro caso, no estado de São Paulo, de um bebê no Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti, vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Já no estado de Pernambuco, nove casos foram registrados em 2023.

Como o fungo é detectado?

Os exames de cultura de urina e outras secreções são responsáveis por revelar o crescimento de microrganismos dentro do corpo. Uma vez confirmado, é realizado outro procedimento para identificar a bactéria ou o fungo que está agindo.

Isso pode ser feito de duas formas. Uma delas é por meio de provas bioquímicas, que são testes laboratoriais para caracterizar esses microrganismos, de acordo com seu metabolismo. O segundo modo é por meio de uma tecnologia de ponta chamada espectrometria, amplamente aplicada na identificação de moléculas em amostras biológicas. 

“Durante esse processo é possível distinguir, por exemplo, a Candida albicans, a espécie mais comum, de outros tipos. Não é padrão fazer exame de sangue para identificar Candida auris, pois ela é encontrada com mais frequência no trato urinário”, esclarece Galoro.

Pelo exame, o crescimento do microrganismo pode ser constatado em até 48h. Já o tipo de bactéria ou fungo leva de 4h a 12h na técnica de espectrometria e de 12h a 24h no caso de provas bioquímicas. “O método mais avançado tem disponibilidade restrita, pelo valor da tecnologia, mas a rapidez no resultado permite direcionar os cuidados adequados ao paciente em menor tempo”, conta Galoro.

Ele ressalta que os associados à Abramed seguem rigorosos protocolos de qualidade e possuem infraestrutura adequada para oferecer um diagnóstico preciso, nas duas técnicas apontadas.

Além disso, essas empresas seguem as boas práticas de laboratório, controle e garantia da qualidade. “A competência dos associados da Abramed também se reflete na capacidade de interpretar corretamente os resultados e fornecer informações relevantes aos médicos e profissionais de saúde”, acrescenta o coordenador do Comitê de Análises Clínicas.

Sintomas e tratamento

Os sintomas de alguém com Candida auris são típicos de uma infecção. Por exemplo, no caso de uma infecção urinária, são: dor ao urinar, aumento da frequência para ir ao banheiro e, eventualmente, febre. “Os pacientes internados em hospitais, mais propensos a ter o fungo, podem não ter sintomas, ou apenas estar colonizados. O diagnóstico é feito por culturas de monitoramento de infecções hospitalares”, explica Galoro. Ou seja, o alerta maior é para pacientes vulneráveis e hospitalizados. 
A maioria das infecções causadas por Candida auris é tratada com um tipo específico de medicamento antifúngico chamado equinocandinas. No entanto, há casos em que essa infecção é resistente e não responde de maneira favorável, o que torna o tratamento difícil. Portanto, é necessário recorrer à administração de múltiplas classes de antifúngicos em doses elevadas para combater a infecção.

Integração da Saúde é recurso infinito e deve ser usado sem prescrição

Aumento e qualificação do acesso e sustentabilidade serão discutidos na sétima edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde, dia 31 de agosto, em São Paulo

A importância da integração como provedora da qualidade do cuidado, colaborando, especialmente, para a sustentabilidade de todo o ecossistema de saúde, será foco da 7ª edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), organizado pela Abramed, que acontece em 31 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo (SP). Na programação principal, três painéis darão o tom do evento que reunirá líderes de todos os elos da cadeia, além de personalidades internacionais.

O primeiro debate do dia discutirá o “Valor da Medicina Diagnóstica para Integração da Saúde”. César Nomura, Presidente do Conselho Consultivo da Sociedade Paulista de Radiologia (SPR) e vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed, é um dos participantes confirmados e, segundo ele, é importante destacar que a medicina diagnóstica faz parte da medicina de precisão, oferecendo prevenção e acompanhamento de diferentes patologias. “Paralelamente, temos evoluído em tecnologia, aumentando acurácia e exames de melhor qualidade, mais rápidos.”

Nomura lembra que aproximadamente 70% dos médicos baseiam suas decisões em testes de análises clínicas ou de imagem, uma vez que são a porta de entrada para o cuidado especializado até o desfecho. “Mas, considerando a jornada do paciente, os pilares se estendem para demais atores, que precisam trabalhar de forma integrada: hospitais, operadoras, laboratórios, entidades reguladoras, clínicas e, inclusive, os próprios pacientes.”

No debate em destaque, especialistas de diferentes áreas com experiência na academia e no setor privado estarão na discussão. “Essa reunião é fundamental para esclarecimento da linha de custo, ou seja, o que é fazer exame na hora certa, no paciente certo, para início da terapêutica ou intervenção”, comenta Nomura.

Sem um ecossistema estruturado, inevitavelmente os resultados de exames, para dar um exemplo, não serão preditivos, ou seja, deverão ser refeitos ou serão realizados desnecessariamente, produzindo ainda mais estresse no sistema. Os pedidos podem ser desnecessários. A integração é um processo importante. Também permite um melhor gerenciamento de recursos, otimizando o tempo dos profissionais e o timing de oferta de cuidado.

Porém, falar desse tema requer entender o cenário atual. Atualmente, os planos de Saúde vivem um rombo operacional de R$ 11,5 bilhões, e as fraudes nas operadoras pioram o cenário. Discute-se a falta de educação continuada entre os profissionais ou a formação de médicos despreparados; o acesso e o real impacto das tecnologias e a interoperabilidade de dados para elaboração de prognósticos baseados em informações do paciente, levando em conta histórico familiar, hábitos, moradia.

Tendo esses pontos em mente, os debates se iniciam no FILIS 2023. “A Abramed mantém seu compromisso na realização de um evento que é uma referência para o setor da saúde, com um programa diferenciado que trará novidades nesta sétima edição. Com o FILIS, colocamos em pauta assuntos pertinentes a toda a cadeia de saúde, além de ser uma importante plataforma de conexão entre os profissionais e as empresas do setor”, diz Milva Pagano, diretora-executiva da entidade.

Acompanhe a programação e faça sua inscrição em: www.abramed.org.br/filis

Abramed participou de debate sobre a RDC 302 durante 48º CBAC, em SC

Wilson Shcolnik foi um dos convidados do 7º Fórum de Proprietários de Laboratórios, que fez parte do Congresso Brasileiro de Análises Clínicas.

No dia 3 de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a revisão da RDC 302/2005, norma que estabelece os requisitos técnico-sanitários para o funcionamento de laboratórios clínicos e serviços relacionados a exames de análises clínicas no Brasil. Desde 2019, o órgão vinha realizando audiências e consultas públicas para permitir a atualização da norma.

Para discutir esse importante tema, Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, foi convidado a participar como debatedor do 7º Fórum de Proprietários de Laboratórios, que aconteceu no dia 20/06, durante o 48º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas (CBAC), em Florianópolis, SC, realizado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC).

O evento teve como palestrante Alex Machado Campos, diretor da 3ª Diretoria da Anvisa. Além de Shcolnik, participam da mesa Luiz Fernando Barcelos, diretor-executivo da SBAC; Helena Cristina Franz, coordenadora geral do CGLAB/DAEVS/SVSA do Ministério da Saúde; Pedro Eduardo Almeida da Silva, diretor do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde; Fábio Vasconcellos Brazão, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML); e Carlos Eduardo Gouvêa, presidente-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL). A mediação foi de Maria Elizabeth Menezes, presidente da SBAC.

A nova resolução em debate entrará em vigor em 1º de agosto deste ano e representa um avanço importante em relação à ampliação da lista de serviços executados nas farmácias e nos consultórios, a fim de permitir o melhor acesso da população à assistência à saúde, bem como garantir a qualidade dos exames de análises clínicas no país.

Segundo a Anvisa, durante os últimos anos, ficou evidente a necessidade de aprimoramento do marco regulatório, para abranger questões diversas. Entre elas, destacam-se o avanço tecnológico, a ampliação do acesso por meio da realização de testes de triagem para além das estruturas laboratoriais, os serviços itinerantes, o monitoramento da qualidade dos testes para triagem e diagnóstico, entre outros aspectos. 

Um dos principais requisitos apontados no debate é que apenas profissionais treinados estejam autorizados a realizar os exames. A nova norma também estabelece que as farmácias estão autorizadas apenas a fazer testes de triagem, que não substituem uma consulta médica nem confirmam diagnósticos de doenças. Além disso, exames realizados fora dos laboratórios clínicos devem seguir as mesmas diretrizes e os mesmos regulamentos aplicados a estes, incluindo normas de qualidade, segurança e biossegurança.

A revisão da RDC 302 busca garantir a segurança dos diagnósticos e a qualidade dos resultados. A Abramed apoia a iniciativa e destaca a importância da comunicação dos resultados dos exames às autoridades sanitárias. De acordo com a entidade, é fundamental a fiscalização das vigilâncias sanitárias municipais ou estaduais para proteger a saúde pública e garantir a segurança dos cidadãos brasileiros.

Vale ressaltar que a Abramed sempre contribuiu ativamente para a questão clarificando os impactos dessas modificações na segurança do paciente. Veja, no site, matéria que esclarece diversos pontos da revisão da RDC 302.

Tecnologia é importante, mas não substitui o sorriso, segundo VP do Grupo Meddi

Gileno Portugal acredita que a medicina do futuro é um alinhamento de investir em inovações sem esquecer do cuidado ao paciente

Foi com a responsabilidade de levar a medicina de alta complexidade para o interior da Bahia que, há 40 anos, nasceu o Grupo Meddi. Seu grande foco é atender toda a população baiana seguindo um padrão de atendimento diferenciado.

Fazem parte do grupo o IHEF (Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Feira de Santana), centro de referência em saúde nas áreas de medicina laboratorial, diagnóstico por imagem, medicina nuclear, vacinas e banco de sangue; a Multimagem, que oferece serviços de medicina diagnóstica; e o Laboratório Meddi, que dispõe de mais de 4 mil tipos de exames diferentes.

Nesta entrevista especial para o “Por que Abramed?”, Gileno Portugal, médico e vice-presidente do Grupo Meddi há mais de 30 anos, aborda a experiência do paciente, citando exemplos inspiradores, bem como iniciativas em ESG e tecnologias que vieram para transformar a área de saúde.

Abramed em Foco: O mercado de saúde passou por mudanças significativas nos últimos anos, com avanços tecnológicos e novas abordagens de atendimento. Como o Grupo Meddi tem acompanhado essas transformações e incorporado inovações em suas práticas e serviços?

Gileno Portugal: A atenção ao cliente é uma questão que está no DNA do Grupo Meddi. Ao focar no paciente, estruturamos nossos canais para facilitar ao máximo o acesso às unidades. Hoje, com a tecnologia, temos mais de cinco formas de agendamento de exames: site, aplicativo, call center, WhatsApp e presencialmente.

Precisamos entender que o Brasil é um país continental, e que a Bahia é do tamanho da Espanha, formada por várias “Bahias” diferentes, com particularidades em cada região. Por isso, o modelo de atendimento não pode ser padronizado. Por exemplo, em Irecê, que fica a mais de 450 km de Salvador, os lavradores e a população mais idosa não estão familiarizados com a tecnologia, portanto preferem fazer o agendamento presencialmente.

Como uma empresa de DNA baiano, o Grupo Meddi sempre se preocupou em cuidar da população baiana, entendendo a dinâmica. Temos um modelo de atendimento de butique, buscando satisfazer as necessidades do cliente com atendimento de 360 graus, desde o agendamento, só finalizando com a satisfação do médico ao ler um laudo realizado por nós.

O mercado de saúde na Bahia recebeu 4 bilhões em aquisições e investimentos nos últimos anos. No início, ficamos preocupados: onde estaremos no futuro e em qual nicho de mercado? Então, o grupo identificou que o nicho seria cuidar melhor do cliente. Por isso, procuramos focar muito não só na questão de avanços tecnológicos, processos, guia de atendimentos e melhoria do parque tecnológico, mas principalmente no atendimento, em fazer a pessoa se sentir especial quando entra em nossas unidades.

As operadoras de planos de saúde começaram a entender que a atenção 360 graus, com foco na experiência do paciente, gera valor, reduzindo o número de repetições de exames e, consequentemente, o custo para o sistema.

Abramed em Foco: O acesso à saúde é um tema de extrema importância. Como o Grupo Meddi tem buscado ampliar o acesso aos serviços de saúde em regiões onde a oferta pode ser mais limitada?

Gileno Portugal: O principal foco é levar para o interior o nível de qualidade da medicina que se tem em Salvador. Outra decisão estratégica é construir a melhor unidade do ponto de vista do atendimento, utilizando equipamentos de última tecnologia. Para se ter uma ideia do nosso cuidado, contratamos um fotógrafo para tirar fotos dos lugares de maior valor para a história de cada cidade, assim, quando o cliente entra na clínica, se depara com imagens marcantes para ele, como se estivesse em sua casa. Todos os colaboradores são contratados na própria cidade e treinados por nós, para terem identidade com as pessoas.

Abramed em Foco: A personalização dos serviços tem se tornado uma demanda crescente no setor de saúde. Em sua opinião, como o mercado deve se adaptar a ela?

Gileno Portugal: Isso é fundamental hoje em dia para oferecer um diferencial ao cliente, desde estacionamento, facilitando, por exemplo, no caso de chuva, até ter um funcionário que vá até ele com um guarda-chuva. Também é importante que o processo de atendimento seja feito por uma única pessoa do início ao fim, e que a recepção não ofereça nenhuma dificuldade. Com isso, cria-se vínculo.

Quando entrar na máquina de ressonância pela primeira vez, o paciente precisa ter ao lado uma pessoa com quem já construiu o mínimo de confiança possível, pois isso proporciona uma percepção de segurança e valor.

Abramed em Foco: Quando se fala na experiência do paciente, de forma geral, quais preocupações toda empresa que atua com medicina diagnóstica deve ter? Quais são as novas exigências dos pacientes?

Gileno Portugal: A primeira exigência do cliente é facilidade no agendamento, ou seja, que o processo seja rápido, eficiente e pouco burocrático. A segunda é que seja respeitado o horário agendado, pois ele não aceita mais ficar uma ou duas horas esperando. Não fazemos overbooking, que é agendar pacientes extras para encaixar caso alguém falte. Respeitamos o horário e, caso aconteça alguma intercorrência, que foge do padrão, acionamos a enfermagem para explicar o motivo do atraso junto à família. Depois, no nível 2, o médico da unidade é designado para conversar sobre o caso com os envolvidos. Todas as nossas clínicas têm médico presencial durante o período de funcionamento, o que é outro diferencial. Com isso, o paciente se sente seguro.

Quando o exame indica alguma alteração, o médico liga para o solicitante e já discute ou passa o caso. Então, quando o cliente vai à consulta de retorno, o profissional sabe do que se trata. Isso é valorizar o paciente.

A percepção de valor só termina quando o cliente sai do consultório médico com o problema resolvido. E nós somos parte integrante desse processo. Não adianta o médico fazer uma consulta excelente se eu, no meu papel de relevância ao entregar um exame de qualidade, não faço isso.

Abramed em Foco: As práticas de ESG são cada vez mais cobradas pela sociedade. Como você avalia a maturidade das empresas que atuam no setor de medicina diagnóstica com relação a essa questão, não apenas sobre meio ambiente, mas também incluindo a parte social e de governança?

Gileno Portugal: Houve uma decisão estratégica da diretoria do Grupo Meddi para que as políticas de sustentabilidade, socioambiental e de governança fizessem parte do DNA da empresa. Assim, começamos criando os comitês de governança, social e ambiental e, em outubro, vamos inaugurar uma usina de energia solar para que 100% das nossas unidades tenham energia limpa. Também contratamos uma empresa para poder avaliar o consumo de água e o descarte de resíduos.

Na questão social, temos uma série de ações em desdobramento, englobando a diversidade em todos os aspectos. O empoderamento feminino é cada vez mais forte na empresa e estamos focando em ampliar a presença de mulheres nos cargos de liderança, com muito cuidado do ponto de vista salarial.

Contamos com um projeto social chamado Isa e Almerinda, que cuida de mais de 200 idosos em Feira de Santana, onde eles passam o dia tendo à disposição uma série de atividades, como dança, hidroginástica, jogos, corte e costura. No final do dia, eles voltam para casa, porque entendemos que o melhor lugar do idoso é com sua família. Isso faz total diferença em sua qualidade de vida.       

Abramed em Foco: Com base em sua experiência no setor de medicina diagnóstica, quais mudanças mais significativas você tem observado no mercado nos últimos anos?

Gileno Portugal: A mudança principal que vemos no dia a dia é o nível de exigência do cliente em relação à percepção de qualidade do serviço. Hoje as pessoas estão mais esclarecidas e com maior acesso à informação do que no passado. Não dá mais para enrolar o cliente. Ele já sabe muito bem seus direitos, suas necessidades e quer que a clínica entregue aquilo que foi prometido.

Por isso, um dos desafios é acompanhar a mudança de mindset dos clientes, que estão mais exigentes com horário, qualidade de atendimento e dos equipamentos utilizados. Essa mudança veio para ficar.

Outra é a incorporação de novas tecnologias de inteligência artificial nos equipamentos, para reduzir o tempo de realização dos exames e ganhar em produtividade, o que também é melhor para o cliente, porque ele vai ficar menos tempo no equipamento. Esperamos que a AI seja um instrumento de apoio ao médico para melhorar ainda mais a qualidade do laudo médico.

É um desafio ter todo o arsenal tecnológico que os novos equipamentos exigem. É preciso continuar investindo todo ano no parque tecnológico e nos upgrades dos equipamentos, pois isso faz diferença no final.

O setor de saúde é um ser vivo, em contínua transformação e mudança, então, ou a empresa acompanha esse processo, ou não vai conseguir entregar qualidade ao longo do tempo. Por isso, precisa estar sempre se reinventando e reinvestindo, buscando as melhores práticas e valorizando o capital humano dos seus colaboradores, que é fundamental.

Não adianta querer que a pessoa dê um sorriso todo dia para o seu cliente, se você não valoriza as pessoas que estão no dia a dia atendendo. A empresa de saúde tem de deixar de ser apenas prestadora de serviço, focando na área comercial, o que não significa só a relação clínica e operadora, mas também clínica e cliente, clínica e colaborador, clínica e médico e clínicas e clínicas.

Abramed em Foco: O diagnóstico remoto rápido, por meio de dispositivos como telefones celulares, relógios inteligentes e sensores vestíveis, está revolucionando a maneira como conectamos pessoas aos serviços de saúde. Como você analisa o uso dessa tecnologia?

Gileno Portugal: Eu sou fã dessa tecnologia, ela agrega muito valor, porque tudo que for embarcado em uma clínica de diagnóstico que entregue como resultado exames mais precisos, com imagem de maior qualidade, sempre será bem-vindo. Buscamos todas essas tecnologias, porque acreditamos que a medicina do futuro é um alinhamento de investir em inovações sem esquecer que cuidar do paciente é o grande diferencial de qualquer empresa do setor de saúde. 

Abramed em Foco: Como a empresa enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para melhoria do setor?

Gileno Portugal: Estamos extremamente felizes em nos associarmos à Abramed. Esse relacionamento, principalmente com os outros associados, trocando experiências e vivências, será fundamental dentro do processo de aprendizado e de crescimento da nossa empresa.

A Abramed é extremamente reconhecida em nível nacional pelo padrão de desenvolvimento de atividades e estratégias no setor de saúde, e o Grupo Meddi não poderia se furtar de estar junto da entidade. Para nós, é muito gratificante e um prazer enorme.