Abramed promove debates no primeiro dia da Hospitalar 2023

Serão discutidos segurança e qualificação do setor da medicina diagnóstica; a feira acontece de 23 a 26 de maio, no Expo São Paulo e a inscrição é gratuita

Durante a Hospitalar 2023, será promovido o Summit Abramed, dia 23 de maio, das 14h30 às 18h00. O evento trará debates que reunirão representantes de laboratórios, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), indústria e entidades de classe. A Abramed é apoiadora institucional da feira e estará com estande institucional nos quatro dias de evento para receber associados e parceiros.

Programação

Na primeira rodada de conteúdo, o tema será “Saúde, segurança e qualificação – Quais os desafios?”. Participam Angélica Carvalho, diretora adjunta da ANS; Cibele Carvalho, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR); e Guilherme Oliveira, diretor administrativo de expansão do Grupo Sabin e diretor de Acreditação e Qualidade da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial (SBPC/ML). A moderação será de Ademar Paes Jr., Sócio da Clínica Imagem e membro do Conselho de Administração da Abramed.

Na sequência, a “Gestão da Saúde e a sustentabilidade do setor” será analisada por Carlos Martins, CEO da Roche Diagnóstica; Anderson Mendes, presidente da Unidas Autogestão; e Claudio Tafla, presidente da Aliança para Saúde Populacional (ASAP). A moderação é da diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano.

Os temas abordados no Summit Abramed são de grande relevância para o ecossistema de saúde. A crise da saúde suplementar afeta a cadeia produtiva e os prestadores de serviço de modo sistêmico. Assim, diálogos que busquem promover a sustentabilidade do sistema seguem como protagonistas em feiras e congressos.

Buscar soluções que estimulem, por exemplo, exames mais assertivos, evitando desperdícios, é um exemplo de atuação sustentável. Ainda, como preocupação central, está a oferta de serviços qualificados para o paciente.

Feira

A Hospitalar reúne há 30 anos os principais players da Saúde e está entre os maiores eventos brasileiros, contando com mais de 1.000 marcas e 700 estandes. São aguardados mais de 4 mil participantes neste ano.

Serviço

Summit Abramed

“Saúde, segurança e qualificação – Quais os desafios?”

Data: 23 de maio
Horário: 14h30

“Gestão da Saúde e a sustentabilidade do setor”
Data: 23 de maio
Horário: 16h10


Local: São Paulo Expo, sala 210, mezanino

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Tecnologia e sustentabilidade nos planos de Saúde são discutidas no 14º Seminário Unidas

Abramed destacou o papel da medicina diagnóstica defendendo o exercício do setor de forma mais sustentável

A Abramed participou de um painel na 14º Seminário Unidas, promovido pela Unidas – Autogestão em Saúde. Com o tema “Quem são os verdadeiros atores da Saúde suplementar”, o destaque da discussão esteve em torno da implementação do uso de tecnologias no setor para, principalmente, promover a sustentabilidade em meio à crise financeira que o atinge. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde apresentam um rombo acumulado que chega a R$ 11 bilhões. O evento aconteceu nos dias 25 e 26 de abril, em Brasília (DF), abordando a temática central “Por mais integralidade e equidade na saúde”.

Estavam presentes na mesa o presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik; o diretor de Tecnologia e Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) e presidente da comissão organizadora do Global Summit Telemedicine & Digital Health, Antonio Carlos Endrigo; o gerente executivo da CASSI, Everton Nunes – que moderou o debate, e a diretora de contratos do Grupo Hapvida Notredame Intermédica, Nathalia Pompeu.

Abrindo a conversa, Nunes ressaltou que o tema em si já era provocador. “O ator é quem tem papel ativo em algum acontecimento e, agora esse momento é de mudanças. Falamos muito em colocar o cliente no centro, temos que buscar soluções técnicas para isso”.

Shcolnick ressaltou que um dos principais problemas enfrentados é o não conhecimento, por parte dos pacientes e beneficiários, de que a não utilização de maneira correta dos recursos gera um impacto no valor, um reajuste. “Essa repetição frequente de exames e os métodos de análise não serem padrão são grandes barreiras. Desde 2011, a Abramed adotou a terminologia Loinc que é a padrão do Ministério da Saúde, mas não avançamos e, essa padronização é essencial, também, para a saúde das pessoas”, complementou.

Para ele, “a área da medicina diagnóstica traz bastante preocupação para os planos de saúde, que cobra pela superutilização desse recurso”. Porém, reforçou que 70% dos diagnósticos médicos são feitos a partir de exames de laboratório de análises clínicas e de imagem, sendo o setor de importância crucial na prevenção de doenças e no tratamento correto.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Abramed, a entidade conta com laboratórios que codificam regularmente dados para exames mais precisos e usam sistemas integrados ao Ministério da Saúde, facilitando a comunicação para tomada de decisão, como aconteceu na pandemia. “Estendemos fronteiras e, atualmente, os exames servem de base para tratamentos personalizados. Isso gera economia para os sistemas de Saúde, tanto público quanto suplementar.”

Shcolnick se refere às fronteiras ultrapassadas por meio do uso de tecnologias que permitem leituras assertivas, diagnósticos mais precisos, menos refração, monitoramento e padronização de dados e interoperabilidade e, então, maior economia pelas operadoras que pagam pela execução dos exames. Mas lembrou ser necessário legislar nesse sentido: “Precisamos dialogar para promover essa implementação respeitando os direitos dos pacientes e a legislação”.

Nathalia garantiu que o ator central dessa discussão é e deve ser o usuário. “Fazendo uma analogia a uma peça de teatro: cada ator corre para cumprir seu papel e ninguém está lá para fazer o espetáculo acontecer. O consumidor final não participa dessas discussões e, como saúde suplementar, temos que representá-los. Falar para quem está acostumado a ouvir é fácil”, afirmou.

Destacando a telemedicina, ela concorda que as novas tecnologias são disruptivas e geram economia, mas devem respeitar o acesso aos dados do paciente. Atualmente, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) regula as relações de dados oferecidos pelo usuário e utilizados pelo prestador de serviço. A acreditação dos sistemas de Saúde também confere proteção ao usuário e ao médico, pois tratam não apenas de equipamentos, mas também de telecomunicações, prevenindo, inclusive, ataques cibernéticos que paralisam sistemas ou expõem dados epidemiológicos pessoais.

“Um dos pontos que nos preocupa é a quantidade e a velocidade que foram criadas as Faculdades de Medicina. Infelizmente não teremos vagas suficientes para residência médica e nem eles estão acostumados a buscar cursos de especialização. E, isso impacta os beneficiários e os planos de saúde. Porque o volume de médicos que estão indo para o setor é grande e a conta não vai fechar. Os convênios não terão como incluí-los na rede credenciada. Isso pode gerar a diminuição nos honorários médicos e, consequentemente, termos médicos de menor qualidade”, destacou Endrigo acerca dos desafios na carreira médica.

A medicina diagnóstica no centro da tomada de decisão

Painel da Abramed na grade oficial da JPR 2023 discutiu as novas formas de se fazer medicina diagnóstica para promover acesso à Saúde, melhor gestão de insumos e sustentabilidade financeira

A Abramed promoveu painel sobre “Futuro da medicina diagnóstica” durante a 53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR). Os participantes destacaram a utilização de tecnologia para promoção do acesso à Saúde e ética nos procedimentos.

Moderado por César Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, participam do painel Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administração da Abramed, Fábia Tetteroo-Bueno, CEO Phillips Latin America; Eliezer Silva, diretor do Sistema de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Conselho de Administração da Abramed, Romeu Domingues, presidente do Conselho de Administração da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões.

A medicina diagnóstica é peça chave nas deliberações sobre acesso à Saúde, e se tornou peça-chave na implantação de tecnologias sustentáveis e na discussão para a saudabilidade das operadoras, que representam 90% da sua demanda.  Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administração da instituição, destaca que “de todos os exames realizados na rede suplementar, 60% são feitos pelos associados da Abramed”. A Abramed tem cadeira na mesa de discussões da Agência Suplementar de Saúde (ANS), atuando como elo fundamental nas tomadas de decisão e na elaboração de políticas.

César Nomura lembrou que “a medicina diagnóstica é fundamental pelo seu potencial de precocidade de enfrentamento de doenças, prevenção e acompanhamento”, mas, ele completa, a medicina deve ser mais assertiva. Exaltando a realização do evento, destacou que é importante que as sociedades representativas ocupem espaços de diálogo e sejam protagonistas. “A Abramed busca olhar a medicina diagnóstica para o futuro. São sementes que estamos plantando.”

Mas a falta de eficiência ou as fraudes de algumas clínicas e hospitais ainda vilanizam o setor. “Escutamos falar de más práticas”, comenta Shcolnik. Segundo a Abramed, constatam-se pedidos de exames excessivos sem mesmo haver análise clínica. Ressaltando que os diálogos incluem as operadoras, o presidente destaca que o fomento de boas práticas e ética é fundamental e inegociável. Mas a pertinência é conhecida pelos profissionais.

Leonardo Vedolin também repercute a importância das análises diagnósticas. Segundo ele, o setor é grande gerador de dados e impacta muito a vida das pessoas. “Temos potencial de fazer análise preditiva, antecipar tendências e diminuir custos, e isso tem papel fundamental na crise.”

Fábia Tetteroo-Bueno destaca a interoperabilidade para evitar pedidos duplos e refação de exames. E defende que, frente aos problemas como envelhecimento populacional, falta de recursos humanos e acesso, a indústria deve investir em inovação para o prestador de serviços melhorar a eficiência da medicina diagnóstica, que já lança mão de inteligência artificial (IA) e softwares modernos de leitura e atendimento remotos. Segundo ela, o uso de IA pode melhorar em até 80% a eficiência, produtividade e velocidade na execução de exames.

“Mas é necessário ensinar médicos e enfermeiros a usar a tecnologia e analisar dados. No futuro, todos terão que saber usar”, comenta a CEO. Segundo ela, outro fator importante, além do ensino de novas formas de se fazer medicina nas universidades e para os formados há muitas décadas, é necessário regular as mudanças dinâmicas que acontecem e garantir a ética nos processos. Nomura somou à discussão o fato de que a Abramed, atenta ao tema levantado por Fábia, tem Código de Conduta e estimula seus associados para que eles sejam seguidos. “Isso deve ser multiplicado em todas as instituições.”

Repercutindo o futuro, tema do painel, em outra frente, Eliezer Silva, diretor do Sistema de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Conselho de Administração da Abramed, ponderou que a falta de estratégia com que os stakeholders se relacionam com o setor só piora a visão de futuro. “Agimos sem entender do ponto de vista epidemiológico, não desenhamos promoção, criamos um sistema reativo para ser consumido, como um shopping.” Nesse contexto, ele ressalta que o próprio paciente deve ser informado sobre como usar a prestadora de Saúde e reconhece que os médicos também devem mudar a forma de agir. E vai além, o médico não pode trabalhar sob pressão de pagamentos, mas sob a lógica do cuidado.

Abramed e Bracco discutem sustentabilidade da medicina diagnóstica em simpósio durante a JPR 2023

A sustentabilidade na medicina diagnóstica, inclusive na indústria que fornece insumos, pode promover redução de gastos e qualidade e segurança para o paciente; o uso da tecnologia é fundamental para esse processo

Durante a 53ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR), realizada de 27 a 30 de abril no Transamérica Expo Center em São Paulo (SP), a Abramed e a Bracco realizaram em parceria o simpósio “Desafios e Oportunidades para a Sustentabilidade do Setor de Diagnóstico por Imagem”. As ações que otimizam a utilização de recursos foram pontos centrais. A Abramed também participou da programação oficial da JPR 2023 com painel que discutiu “O futuro da medicina diagnóstica” e com estande institucional para receber associados e parceiros.

Estiveram presentes, além do presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik; Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco do Brasil; Gustavo Meirelles; vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Alliança Excelência em Saúde e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Márcio Sawamura, vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP.

Shcolnik abriu a rodada de discussões destacando a importância da Associação na medicina diagnóstica. Mais de 60% dos exames diagnósticos privados são realizados pelos seus associados. Entre todos os exames realizados, na saúde suplementar e complementar, essa representação chega a 30%. Comentando sobre a importância do setor, pontuou que ele é frequentemente acusado de ser insustentável. Porém, aproximadamente 70% das decisões médicas são pautadas por exames laboratoriais ou de imagem.

Mas, o bom uso desse recurso e as boas práticas ocuparam o ponto central do debate. Foi unânime a defesa do uso de tecnologias, como a inteligência artificial (IA) para promover a sustentabilidade financeira na medicina diagnóstica. Destacaram-se protocolos que preconizam uso racional de insumos e softwares que monitoram a jornada do paciente e orientam os médicos sobre pedidos de exame mais assertivos.

Meirelles destaca que deve haver uma educação de como usar o sistema para usuários. “O problema das operadoras envolve paciente: eu pago, eu preciso usar, isso não é sustentável, a má medicina beneficia mercadologicamente a curto prazo, até estrangular o sistema.” Queiroz destacou que é necessário, além de chamar o paciente para a discussão, chamar para perto das deliberações as operadoras. Como integrantes da Abramed, ambos são centrais na discussão da sustentabilidade da medicina diagnóstica.

O contexto da discussão permeia o fato de a saúde suplementar apresentar dificuldades financeiras, o que amplia o debatesobre melhor aproveitamento dos recursos. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras de Saúde acumulam um prejuízo operacional de mais de R$ 11 bilhões. Estão envolvidos os prestadores de serviços, a indústria e, finalmente, o paciente. Por isso, encontrar formas de prestar serviços mais assertivos passa pela otimização e pelo não desperdício de recursos, assim como pontuou Sawamura. O objetivo final é promover acesso de qualidade para usuários e mudar os paradigmas de como se fazer medicina para que isso aconteça sem implodir o setor, ou seja, com mais planejamento, assertividade e com menor desperdício.

Tommaso Montemurno, comentou que o mercado de tomografia está crescendo globalmente entre 6% e 8%, mas, atualmente, há uma melhor utilização de recursos, evitando desperdícios. “Reciclamos mais que 90% do excedente.” Na pandemia e, atualmente, durante a guerra na Ucrânia, o fornecimento de insumos passa por momentos de escassez.

“Inspirados na saúde privada, usamos a IA para que o médico seja alertado para um pedido de exame desnecessário”, comentou Márcio Sawamura. Ele ainda destacou o uso de chatbot e aplicativos de celular para marcação remota de exames. Isso evita a ida rotineira do paciente ao hospital, otimizando o atendimento e o uso de recursos humanos e diminuindo o tempo de espera.

Esses são alguns exemplos para promover melhor uso de recursos no maior hospital público da América Latina. Outro exemplo foi a implantação de protocolos quando se percebeu que os contrastes continuavam sendo injetados mesmo depois do procedimento. Por paciente, 10 ml foram economizados, segundo o radiologista. “Na saúde pública, que tem problemas de financiamento, isso representa muito”, pontua o vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP.

Além disso, problemas econômicos globais afetam a indústria. Montemurno cita ainda os benefícios ambientais de ações como essa. “Não dá para imaginar pessoas saudáveis num mundo não saudável.” Segundo estudos da Health Care Without Harm (HCWH), o setor da Saúde também exerce atividade poluente por meio da indústria e dos hospitais, seja pela emissão de CO2 ou pelo uso e descarte dos insumos.

A implantação de protocolos para diminuir a utilização de insumos e de procedimentos pode parecer uma estratégia menos lucrativa, mas é mais sustentável a longo prazo, ou seja, evita gargalos no futuro. É o que defende Meirelles, que destacou o projeto da Associação, que está em desenvolvimento para este ano, para redução de impressão de filmes e papéis. Segundo ele, assim é possível remanejar custos para outros investimentos, mas comenta que não é suficiente as decisões serem tomadas por “meia dúzia” de profissionais sem chegar a locais mais remotos. “É preciso de educação continuada e sistemas de controle na ponta para garantir a aplicação desses protocolos de eficiência no setor.”

Sawamura, destacou a medicina preventiva como base do exercício da medicina. “Ainda fazemos uma medicina curativa, mas nosso foco deve ser atenção primária, no rastreamento de doenças.”

“Na formação, fomos ensinados a cuidar de doenças, não de saúde”, complementa Marcos Queiroz, que moderou a rodada de debates, estimulando a discussão dos atores envolvidos.

Líderes dos comitês da Abramed se reúnem para debater temas transversais focando a atuação conjunta

A partir desse encontro, haverá um canal de comunicação entre os comitês para facilitar a condução dos projetos.

A Abramed promoveu, no dia 13 de abril, um encontro com as lideranças de seus comitês para discutir ética, compliance, sustentabilidade do setor da saúde, regulação e outros temas transversais. 

“A partir desse encontro, poderemos criar grupos de trabalho com membros de mais de um comitê, para que possam contribuir entre si e facilitar a condução dos projetos”, disse Milva Pagano, diretora-executiva da associação, que moderou o debate. 

Os líderes se apresentaram e debateram sobre os principais temas e projetos de seus comitês, buscando alinhamento com outros. Sobre o Comitê de Comunicação, Milva salientou a importância de apoiar a campanha Saúde Sem Fraude, da FenaSaúde, e a atuação deste comitê no trabalho de conscientização e educação a respeito de boas práticas para orientar o paciente no uso adequado do sistema de saúde. 

A Abramed não estimula a solicitação de exames desnecessários, e sim a utilização correta e consciente do sistema de saúde. Esse tema tem alinhamento com outros comitês, como o de Governança, Ética e Compliance (GEC) e o de Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa (ESG).

Andrea Pinheiro (Sabin), uma das líderes do Comitê de Comunicação, disse ser importante englobar os associados de grande e pequeno porte nessas discussões, mostrando que a Abramed tem um trabalho sério de racionalizar o serviço de saúde. “Grandes empresas estão demitindo colaboradores por participarem de atividades fraudulentas relacionadas aos planos de saúde. O assunto tem ocupado as páginas policiais, o que é muito ruim para o setor”, apontou.

William Malfatti (Fleury), também líder do Comitê de Comunicação, disse que boa parte da sinistralidade do segmento acabou se formando no mercado de reembolsos assistidos e devido ao uso inadequado do plano. “Precisamos fazer essa mobilização por questão de sobrevivência, não apenas dos planos, mas nossa também”, observou.

Nessa questão, ele acredita ser importante envolver a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e a Associação Médica Brasileira (AMB), além de fazer parceria com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), para que apliquem punições aos infratores. 

“Essas entidades podem negar o reembolso, descredenciar o médico que aderiu à prática, verificar qual é o laboratório e tomar as medidas adequadas. Assim, seremos mais efetivos e mostraremos a todos os agentes de saúde que há um olhar atento para a questão”, explicou Malfatti.

Tecnologias

O Comitê de GEC está atento, em se tratando da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), à questão da segurança e padronização no envio obrigatório de dados referentes a endemias e pandemias para secretarias municipais e estaduais. “Se não fornecemos, somos penalizados; se fornecemos, ficamos vulnerabilizados, devido à exposição de dados”, apontou o líder do grupo, Jair Rezini (Grupo Pardini).

A falta de integração entre os sistemas leva a outros temas sensíveis, como interoperabilidade e compartilhamento de dados. Na reunião, foi salientada a importância de a Abramed levar essa preocupação ao conhecimento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), para se engajarem pela melhoria.

A questão das notificações das doenças também é um assunto que envolve o Comitê de Análises Clínicas. “Se conseguirmos informatizar e padronizar, poderemos ajudar outros comitês que venham a ter a mesma dificuldade”, disse Alex Galoro (Grupo Sabin), um dos líderes desse comitê.

Outro ponto são as atualizações da tabela da Classificação Brasileira Hierarquizada de procedimentos médicos (CBHPM) quanto à codificação do TUSS e TISS. “Poderemos interagir com as sociedades científicas para fazer propostas de testes a serem retirados ou adicionados”, acrescentou Galoro.

Prioridade também é trabalhar a interoperabilidade e usar o padrão LOINC, mas isso envolve vários níveis, inclusive o governo, passando pelas empresas de sistemas. Nesse sentido, Milva adiantou que a Abramed vai criar mais um comitê, o de interoperabilidade.

A novidade do Comitê de Padrão TISS é a entrada em vigor da nova versão. Ele também está acompanhando, com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), uma sugestão de padronização para biometria facial que seja incorporada nas próximas  versões TISS.

Há ainda a criação de um possível grupo de trabalho sobre questões que envolvam faturamento. “Algumas operadoras de saúde querem mudar a forma de agrupar o lote de faturamento, tentando estabelecer o padrão de envio em formato único”, acrescentou Cláudio Laudiauzer (Sabin), líder desse comitê.

Já no Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, há dois assuntos que merecem atenção. Um deles é a eliminação do uso de filmes, em busca de soluções mais ecológicas, o que se relaciona ao Comitê de ESG. 

“Há um caminho longo a ser percorrido, porque as operadoras enxergam como uma forma de reduzir a remuneração, sendo que o investimento feito no sistema de imagens é muito maior do que o feito no processo de revelação dos filmes”, apontou Marcos Queiroz (Albert Einstein), um dos líderes do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. 

O segundo tema é a exigência legal sobre o prazo de armazenagem de exames de diagnóstico por imagem. A Abramed pode ajudar a partir de um posicionamento oficial, mas, para isso, entra o segundo ponto: por quanto tempo guardar o exame radiológico, já que é preciso investir em armazenamento em nuvem? É importante considerar que a discussão não tem a ver com os laudos, mas com as imagens, que ocupam um espaço consideravelmente maior. 

“Queremos trazer esse debate englobando os Comitês Jurídico, de Proteção de Dados e de ESG. Precisamos do respaldo deles ainda que lutemos por uma mudança na legislação”, disse Queiroz.

Uma sugestão consiste em elaborar um dossiê completo que contenha tanto uma avaliação dos prazos adequados para a guarda das imagens quanto uma análise técnica minuciosa. Esse dossiê poderia ser apresentado a um regulador legalmente habilitado para dispor sobre essa questão. No entanto, é importante destacar que esse trabalho exige uma abordagem multidisciplinar, com a participação de diferentes áreas, para que seja devidamente fundamentado.

Gestão de risco e pessoas

Por sua vez, o Comitê de ESG está focado nas maneiras de estimular as boas práticas e de ajudar o setor de saúde a ser mais transparente. Não fazer isso gera desperdícios e mau uso de recursos, tema que se conecta com sustentabilidade e questão social.

“Outro assunto é a gestão de riscos. As empresas precisam olhar não apenas para os riscos assistenciais, mas também para direitos humanos e mudanças climáticas. Como ampliar essa visão nas instituições de saúde?”, expôs Daniel Périgo (Grupo Fleury), líder do comitê de ESG.

Ele também citou a relevância dos temas da diversidade e da inclusão, que precisam ganhar mais força no setor da saúde, não incluindo somente a gestão interna de colaboradores, mas também o atendimento de pacientes, o preparo das equipes e as instalações. 

Sobre a atualização da RDC 302, Périgo disse que é necessário considerar o quanto isso pode trazer novas obrigações e pontos a serem considerados. “Precisamos ter um conhecimento mais homogêneo entre todos os comitês sobre esse tema.”

O Comitê de RH está trabalhando justamente a questão da diversidade e da inclusão, como comentou a líder Lucilene Costa (Grupo Fleury). “Estamos desdobrando esses temas falando também de PcD, grupos de afinidade, pessoas LGBTs, violência e etarismo, bem como debatendo o papel da empresa e seu olhar para a sociedade”, explicou.

Ela lembrou que os assuntos sobre reembolso assistido, judicialização e liminares trazem custo para a folha de pagamento, o que reafirma a importância de trabalhar a conscientização da população e de ter o apoio da FenaSaúde e da ANS.

Sustentabilidade e regulação

No Comitê Jurídico, há dois grandes temas em discussão: a sustentabilidade do setor, no qual se encaixa a campanha da conscientização de boas práticas para pacientes, e a regulamentação da saúde digital.

Além da RDC 302, ainda em andamento, outro assunto é o piso de enfermagem, que, segundo Caroline Ranzani (Dasa), uma das líderes do comitê, não terá uma solução muito rápida, pois o governo não vai regulamentar isso por medida provisória. No entanto, em paralelo, a Abramed já está trabalhando na criação de um novo código de Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Há, ainda, a questão da reforma tributária. “Se houver uma supertributação do setor, os usuários migrarão para o sistema público, que não tem capacidade de absorver a demanda”, disse Caroline.

“A Abramed tem atuado fortemente sobre esses temas juntamente a outras entidades do setor de saúde, envolvendo os seus comitês nos debates e nas ações necessárias”, complementou Milva.

Já o Comitê de Proteção de Dados tem importante interação com outros comitês, como RH, ESG e GEC, no que se refere a ética digital. Entre os pontos de discussão estão a proteção dos dados pessoais dos pacientes, o compartilhamento desses dados e a transparência na comunicação online. É importante que sejam desenvolvidas regras para prescrição eletrônica, prontuário único eletrônico e inteligência artificial. 

“E ainda estamos lidando com o novo Regulamento de Dosimetria e Aplicação de Sanções Administrativas, publicado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados, em fevereiro, que aplica penalidades elevadíssimas dentro de um setor extremamente sensível. Afinal, dependemos de pessoas, e a maioria das falhas são humanas”, expôs Rogéria Cruz (Einstein), líder desse comitê.

Os focos do Comitê de Anatomia Patológica são a patologia digital, que exige um Termo de Consentimento do paciente para compartilhar informações; a responsabilidade técnica dos laboratórios em ter um médico responsável para receber amostras; e o transporte de material biológico, conforme explicou Cristovam Scapulatempo (Dasa), líder desse comitê.

Evolução dos comitês

Os Comitês da Abramed são grupos de trabalho compostos exclusivamente por associados. Cada Comitê tem uma liderança e um planejamento anual bem definido, atuando sob três eixos principais: benchmark/boas práticas, desenvolvimento de conteúdos e desenvolvimento de projetos aplicados.

“No ano passado, esses comitês foram reestruturados com base nesses eixos, seguindo um caminho de evolução constante. Agora, o objetivo é ir além e implantar ainda no primeiro semestre deste ano indicadores de desempenho para cada eixo. Isso permitirá uma melhor avaliação do trabalho realizado e também contribuirá para o aprimoramento contínuo das atividades desenvolvidas por eles”, finalizou Milva.

Abramed reforça parceria com IES para trabalhar autorregulação e ética

A associação é parte importante de um grupo de trabalho que tem a finalidade de identificar os principais riscos para a manutenção da integridade no setor de saúde.

A Abramed está reforçando sua parceria com o Instituto Ética Saúde (IES), da qual é conselheira consultiva, para contribuir no desenvolvimento do projeto de mapeamento de riscos e autorregulação.

O Instituto Ética Saúde é uma instituição independente cujo objetivo principal é promover um ambiente de negócios mais ético no setor, por meio de iniciativas e medidas que visam garantir a integridade e a transparência das atividades realizadas na área.

Seu Conselho de Administração é eleito entre quase 200 associados, que representam fabricantes, distribuidores, hospitais, laboratórios e outros setores. Além disso, o IES conta com um Conselho Consultivo, formado por entidades representativas de diversos elos da cadeia de valor, e com um Conselho de Ética, composto por indivíduos notáveis no terceiro setor, sem conflito de interesse.

Mapeamento de riscos e autorregulação

Um dos principais benefícios do Instituto Ética Saúde é unir, em um grupo de trabalho, as diversas entidades do setor, as quais, com experiência e conhecimento de mercado, conseguem identificar os principais riscos para a manutenção da integridade na área de saúde.

A partir dessa avaliação de riscos, o instituto propõe Instruções Normativas (INs), que servem como um importante instrumento de autorregulação do mercado, ajudando a mitigar tais riscos e promovendo os ajustes necessários. Além disso, como conselheiros, essas entidades ajudam a orientar as ações do Instituto Ética Saúde.

A autorregulação oferece uma vantagem significativa na rapidez de resposta aos riscos identificados. O IES, por exemplo, compila informações provenientes dos levantamentos de riscos no setor e do seu canal de denúncias, a fim de priorizar temas críticos. Em seguida, o Conselho de Ética é encarregado de elaborar uma instrução normativa para tratar desses pontos de atenção e mitigar os problemas encontrados.

“O grande instrumento acaba sendo a IN, que a Abramed e as outras entidades mais do que nunca são convidadas a nos ajudar a escrever, de forma dinâmica e sempre atual, a fim de mostrar o caminho que o mercado está percorrendo para mitigar ou prevenir os riscos”, diz Carlos Eduardo Gouvea, executivo de Relações Institucionais do IES.

Graças ao levantamento de riscos, foi possível publicar, em 23/09/2022, a Instrução Normativa nº 16 (5), que “adota e fomenta procedimentos para a adequada gestão dos riscos à transparência tributária e ética concorrencial relativos à aquisição e controle de produtos médicos e à prestação de serviços, de modo a desencorajar a retenção desleal de faturamento, e dá outras providências”.

O IES monitora e acompanha de perto propostas de projetos de lei relacionados à corrupção e à integridade no setor de saúde, contando com uma equipe jurídica dedicada a esse monitoramento constante.

“Estamos buscando fortalecer ainda mais essa atuação e envolver todo o nosso Conselho Consultivo, que inclui a Abramed. Reconhecemos a autoridade da entidade e entendemos que sua contribuição pode enriquecer ainda mais nossa atuação em prol da ética e da transparência no setor de saúde. Acreditamos na importância dessa interface e dessa permeabilidade para alcançarmos resultados efetivos na promoção da integridade e no combate à corrupção no mercado de saúde”, declara Filipe Venturini Signorelli, diretor-executivo do IES.

Gouvea acrescenta que é preciso empregar consideráveis esforços para alterar a direção do mercado e que existem duas maneiras de alcançar esse objetivo. A primeira é trabalhar em conjunto no levantamento de riscos. “A Abramed já fez boa parte do trabalho, e vamos continuar com outros laboratórios e até mesmo trazer outras entidades, como a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), para a discussão”, conta ele. Juntos, será possível construir um modelo de instrução normativa que seria uma referência para todo o mercado.

A segunda forma é agir em situações que indicam ilegalidade ou irregularidade, inclusive do ponto de vista concorrencial. Nessas ocasiões, pode-se contatar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Associação Nacional da Saúde (ANS) ou outras entidades competentes. “Esse trabalho não é fácil e nem rápido, mas precisa ser feito. O IES está disposto a trabalhar com a Abramed e outros parceiros do mercado laboratorial para alcançar esse objetivo”, reforça Gouvea.

Para Signorelli, a via produtiva de uma autorregulação se dá em médio e longo prazo. Quando o setor está bem trabalhado e autorregulado, com concorrência leal, a corrupção é muito menor.

De acordo com um estudo do IES, se houvesse menos corrupção e fraudes no Brasil, incluindo no setor privado, a saúde seria de 30% a 40% mais acessível e barata. “Embora esse benefício possa parecer intangível, ele é uma consequência direta da eliminação de más práticas e oportunismos no mercado. É por isso que os departamentos de compliance são tão importantes, pois as regras devem ser cumpridas para garantir que o setor esteja livre de más práticas e de estímulos à corrupção. O valor disso deve ser reconhecido pelos associados e pela sociedade em geral”, salienta Signorelli.

O instituto também conta com o Canal de Denúncias Ética Saúde (0800 741 0015 ou pelo site www.eticasaude.org.br), administrado pela International Consultants on Targeted Security (ICTS), especializada em gerenciamento de risco e compliance.

Uma denúncia pode envolver múltiplos denunciados, se um deles for associado do IES, terá um processo iniciado junto ao Conselho de Ética e será convidado a se defender. A decisão pode resultar em uma punição ou repressão em diferentes graus. Já com relação aos não associados, a situação é mais difícil, pois o instituto não tem poder de polícia para obrigá-los a se defender.

Abramed e Bracco realizam simpósio na JPR 2023

“Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?” é o tema da mesa-redonda que acontece dentro da programação do maior evento de radiologia da América Latina

Durante a 53ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR), a Abramed e a Bracco, parceira institucional da Associação, realizam o simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”. A JPR é o maior evento do setor da América Latina e o quarto maior do mundo. Estarão presentes 16 mil participantes, 3 mil expositores e 100 empresas do setor durante os dias de 27 a 30 de abril em São Paulo (SP).

O debate acontece no segundo dia de evento, dia 28, e reunirá Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco do Brasil; Gustavo Meirelles; vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Alliança Excelência em Saúde e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Márcio Sawamura, vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP. O simpósio acontece às 12h45, no hall E, sala R. 

O evento acontece às 12h45 no Hall E, sala R, do Transamérica Expo Center, onde acontece o evento. As inscrições podem ser feitas em https://jpr2023.org.br/.

Abramed na JPR

Ainda dentro da programação da JPR, acontece o painel “O futuro da medicina diagnóstica”. Moderado por Cesar Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade. Participam também Fábia Tetteroo-Bueno, CEO da Phillips Latin America; Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, e Romeu Domingues, presidente do Conselho de Administração da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões. O evento acontece, às 14h, no hall E, sala R. 

Um estande da Abramed também estará aberto para visitação durante todo o evento promovendo networking qualificado e mostrando aos participantes inovações na medicina diagnóstica. Vale lembrar que, 60% dos diagnósticos particulares realizados no Brasil são feitos por associados da entidade, mostrando a pertinência da sua presença no evento. 

Serviço

53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR)
Data: de 27 a 30 de abril
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo (SP)
Inscrições: https://jpr2023.org.br/
*Durante o evento, também acontece o 25º Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica (SLARP).

Programação Abramed na JPR

Simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”
Data: 28 de abril
Horário: 12h45
Local: hall E, sala R

Painel “O futuro da medicina”
Data: 28 de abril
Horário: 14h
Local: hall E, sala F

Abramed estará na JPR com estande institucional e painel sobre rumos para medicina diagnóstica

O futuro do setor será o tema do painel na tarde do segundo dia de evento; debates abrem a programação Abramed no evento

A Abramed estará, mais um ano, na Jornada Paulista de Radiologia (JPR), maior congresso do setor na América Latina e quarto maior do mundo. Na tarde do segundo dia de evento, que acontece de 27 a 30 de abril, a instituição promove o painel “Futuro da medicina”. Esta é a 53ª edição da JPR, que, este ano, deve abordar temas desafiadores, como regulação e acesso à Saúde. Nessas discussões, a Associação é um importante pilar, já que 60% dos diagnósticos particulares realizados no Brasil são feitos por associados da Abramed.

Moderado por Cesar Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, participam do painel Fábia Tetteroo-Bueno, CEO Phillips Latin America; Eliezer Silva, diretor-executivo do Sistema de Saúde Einstein, e Leonardo Vedolin, Vice-Presidente Médico da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões. 

O evento acontece às 14h, no hall E, sala F, no Transamérica Expo Center, onde acontece o evento, em São Paulo (SP). As inscrições podem ser feitas em https://jpr2023.org.br/.

Simpósio em parceria com a Bracco integra participação da Abramed na JPR 2023

O simpósio da Abramed, em parceria com a Bracco, parceira institucional da entidade,  também faz parte da programação da JPR no dia 28 de abril. “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?” terá a participação de Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco do Brasil; Gustavo Meirelles; vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Alliança Excelência em Saúde e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Márcio Sawamura, vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP. O simpósio acontece às 12h45, no hall E, sala R. 

Um estande da Abramed também estará aberto para visitação durante todo o evento promovendo networking qualificado e mostrando aos participantes inovações na medicina diagnóstica. 

Serviço

53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR)
Data: de 27 a 30 de abril
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo (SP)
Inscrições: https://jpr2023.org.br/
*Durante o evento, também acontece o 25º Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica (SLARP).

Programação Abramed na JPR

Painel “O futuro da medicina diagnóstica”
Data: 28 de abril
Horário: 14h
Local: hall E, sala F

Simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”
Data: 28 de abril
Horário: 12h45
Local: hall E, sala R

Presidente do Conselho de Administração da Abramed participa da Academia Shift Summit e destaca desafios setoriais

Wilson Shcolnik fez uma discussão abrangente abordando os principais problemas que os associados da entidade devem enfrentar e como agir visando os desafios e as boas perspectivas para o próximo quadriênio

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, participou  da Academia Shift Summit, realizada no dia 6 de abril. Sob o tema “O Brasil é o melhor país da América Latina para parcerias público-privadas”,  ele demonstrou, por meio de dados, a situação da medicina diagnóstica atual e os pontos de atenção para os próximos quatro anos, como as questões éticas e financeiras, a sustentabilidade e a integração diagnóstica da Saúde baseada em valor centrado no paciente. A Shift é parceria institucional da Abramed e promoveu a Academia Shift Summit até o dia 14, com programação voltada  somente para especialistas. 

Shcolnik estimulou os laboratórios a cumprirem sua missão de oferecer resultados rápidos, na hora oportuna e com menor custo, não se tratando de uma questão de quantidade, mas de qualidade. Ele comentou, ainda, que é imprescindível que a medicina diagnóstica consiga demonstrar seu valor para que as operadoras de Saúde não se mantenham resistentes à incorporação de novos procedimentos por entenderem representar apenas mais custos. 

“Temos, hoje, um modelo que remunera quem produz mais exames e isso tem um incentivo muito perverso, ou seja, não se trata do valor que o exame traz. Estamos sendo cobrados em relação a isso”, comenta. Segundo ele, essa realidade não considera a oferta de novos serviços como, além da telessaúde, a biópsia líquida, a inteligência artificial para reconhecimento de imagem, os drones para transporte de amostras, bem como novos materiais, como saliva para detecção de câncer.

“É perverso não tratar do valor que o exame traz e remunerar em quantidade sem qualidade”, pondera o presidente, lembrando que os laboratórios têm investido para que o paciente e o médico sejam apoiados por seus resultados. “Não podemos mais ser onerados com impostos”, complementa. Neste âmbito, Shcolnik citou a reforma tributária, que deve ser votada ainda neste semestre.

O monitoramento da qualidade foi estimulado pelo presidente. “Temos formas de monitoramento desde 2000, e existem produções de indicadores que podem ajudar os laboratórios a avaliar desempenho de colaboradores, descarte de insumos etc.” A implementação de novas tecnologias deve ajudar num ecossistema mais sustentável e menos oneroso. Shcolnik lembrou do sistema Loinc para a transmissão de dados. “Não adianta compilar não tendo padronização.” Ainda no contexto de um ecossistema eficaz, ele destacou a parceria público-privada para a formação de redes de cuidado por meio de aquisições como acontece atualmente, formando grandes empresas que oferecem centros de diagnóstico, oncológicos, oftalmológicos, entre outras especialidades. 

“As pessoas precisam fazer menos exames? Para diagnosticar as principais doenças que causam morte, precisamos nos relacionar com exames laboratoriais”, indaga. De acordo com ele, é necessário ter uma ideia do que acontece no país, das questões epidemiológicas, por exemplo, para demonstrar o valor de exames laboratoriais na prevenção de doenças e promoção da saúde.

Por meio de estudos britânicos apresentados, Shcolnik contradisse a perspectiva do público em geral de que se faz exames de forma exagerada e desnecessária. Sobre isso, ele explicou que os exames subsidiam 70% das resoluções médicas e devem ser feitos, porém, com monitoramento e assertividade. 

Ele citou, ainda, as principais causas de morte no país; entre elas estão, principalmente, doenças crônicas não transmissíveis, como doenças arteriais coronarianas, derrame cerebral, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer de traqueia, brônquios e pulmões, infecção de baixo trato respiratório, diabetes mellitus, cardiopatia hipertensiva, mal de Alzheimer e outras demências e câncer de estômago. 

“O ritmo do desenvolvimento tecnológico está trazendo inovações sempre mais disruptivas, que vão mudar a nossa forma de trabalhar na medicina diagnóstica”, fala Tommaso Montemurno

No “Por que Abramed?” deste mês, o Country Manager da Bracco, parceira institucional da Associação, ressalta a importância da implantação de novas tecnologias e a sustentabilidade do sistema de Saúde

Algumas pautas estão em plena discussão no setor da medicina diagnóstica. Novas tecnologias, a possibilidade da desburocratização do fazer médico e da jornada do paciente e a preocupação com o usuário por meio de uma medicina que seja preventiva são temas correlatos e estão na pauta de palestras, congressos e, claro, da Bracco Imaging do Brasil, líder em diagnóstico por imagem.

A Abramed, como provedora de conteúdos relevantes para seus associados, entrevistou, este mês, o Country Manager da empresa, Tommaso Montemurno, conhecedor profundo dos temas que envolvem o setor. “O diagnóstico por imagem tem uma responsabilidade e um papel absolutamente relevante em um modelo que vai privilegiar os cuidados preventivos, disponibilizando tecnologia, competências e recursos para uma ampla parcela da população”, comentou.

A entrevista completa pode ser lida abaixo. “Por que Abramed” é publicado mensalmente em nosso site e em nossa newsletter “Abramed em Foco”.

Abramed em Foco: Como enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para o aprimoramento do setor?

Tommaso Montemurno: A Abramed tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento e aprimoramento do setor de medicina diagnóstica no país, dialogando com todos os atores da nossa cadeia de valor, promovendo a qualidade e a segurança dos serviços prestados, a integração e a colaboração entre as partes envolvidas, garantindo a implantação de políticas de regulamentação e tutela do setor e divulgando conhecimento e dados relevantes (e.g. Painel Abramed).

A atuação da Abramed vai ser fundamental para coordenar os esforços do setor no sentido de um desenvolvimento sustentável, que garanta o acesso de parcelas sempre maiores da nossa população a serviços de diagnóstico de qualidade e a uma medicina sempre mais personalizada, preventiva e eficaz.

Abramed em Foco: Num contexto em que a inteligência artificial está sendo usada de maneira mais ostensiva na Saúde, como na leitura de diagnósticos por imagem, de que modo a Bracco atua com tecnologias como inteligência artificial? Quais são as novidades?

Tommaso Montemurno: A inteligência artificial é uma ferramenta já amplamente usada no diagnóstico por imagem, mas ainda existem áreas não exploradas e um grande potencial para outras aplicações. Na Bracco, acreditamos nesse potencial e estamos investindo em três principais áreas de aplicação ligadas à eficácia diagnóstica e à eficiência no fluxo de processamento e na administração de contraste.

Primeiramente, estamos trabalhando, no core da nossa operação, em soluções que permitam aumentar a eficácia do processo diagnóstico, elaborando os dados extraídos nos procedimentos de imagem para aprimorar o resultado. Dados que, propriamente captados e analisados, podem guiar um diagnóstico mais eficaz e assertivo e a um desfecho mais rápido para o paciente.

Sob o ponto de vista da eficiência, acreditamos em soluções que otimizem o fluxo de processamento das imagens, reduzindo o tempo de aquisição e acelerando o processo de produção de laudos e relatórios. Isso, de um lado, melhora o tempo de resposta às necessidades dos nossos pacientes e, de outro, libera capacidade para atender outros pacientes e ampliar o acesso a um diagnóstico de qualidade.

Ainda na área da eficiência, buscamos soluções que otimizem o processo de administração dos meios de contraste, reduzindo o desperdício e potencializando o resultado diagnóstico. Numa época de escassez de recursos como a que temos vivido, a otimização do uso dos insumos traz benefícios para os prestadores de serviço e, mais uma vez, melhora o acesso aos pacientes.

Abramed em Foco: A pandemia de covid-19 acelerou o processo de transformação digital na saúde, como acabamos de falar da inteligência artificial. Anteriormente, os pacientes, colaboradores diversos e médicos não observavam o uso tão grande de ferramentas como telemedicina, chatbots, genômica. Qual é a importância de se implementar cada vez mais esses métodos na medicina diagnóstica?

Tommaso Montemurno: O uso das ferramentas digitais ao longo de toda a cadeia de valor de saúde é uma realidade que foi impulsionada pela pandemia, demonstrando que a tecnologia estava pronta para nos dar suporte e que uma mudança cultural era necessária para aproveitar ao máximo o potencial que poderia nos oferecer. O ritmo do desenvolvimento tecnológico está trazendo inovações sempre mais disruptivas, que vão mudar a nossa forma de trabalhar na medicina diagnóstica. Eu acredito que a mudança cultural acelerada pela pandemia já nos permite uma adoção consciente dessas ferramentas, melhorando a qualidade do processo diagnóstico e otimizando o uso dos recursos. As ferramentas digitais não irão substituir as modalidades tradicionais de atendimento, mas representarão um válido complemento para nos aproximar do paciente, suportando uma medicina mais humanizada e personalizada para as exigências específicas de cada indivíduo.

Abramed em Foco: Os avanços tecnológicos, o aumento do envelhecimento populacional e a crescente preocupação com a saúde e o bem-estar tendem a impulsionar o setor de medicina diagnóstica no Brasil e no mundo. Entre os desafios a serem superados, podemos considerar a existência de infraestrutura, recursos tecnológicos e humanos capacitados para lidar com o contínuo aumento da demanda. Também deverá ser solucionado o acesso a exames laboratoriais e de imagem, que têm trazido avanços, proporcionando o cuidado personalizado, gerando economia para o sistema de saúde e benefícios diretos aos pacientes. Como o senhor avalia essa afirmação?

Tommaso Montemurno: Acredito que o setor de medicina diagnóstica vai ter um papel ainda mais fundamental na gestão da Saúde dos próximos anos. O envelhecimento da população e uma maior sensibilidade e preocupação com saúde, que a experiência pandêmica acentuou, estão colocando sob pressão os sistemas de saúde e desafiando o uso eficiente dos recursos disponíveis. O foco está mudando de uma medicina curativa para uma medicina preventiva, capaz de melhorar a saúde de uma população cada vez mais idosa, minimizando os custos e melhorando os recursos a tratamentos mais invasivos e caros.

A mudança de foco chama a atenção sobre problemas ainda não resolvidos no nosso setor e traz novas preocupações quanto à capacidade desse sistema para atender de forma eficaz a uma demanda maior e mais exigente.

De um lado, temos uma oportunidade única para inovar, aumentando a relevância da nossa atuação no sistema de Saúde e aprimorando a qualidade do serviço e dos resultados diagnósticos para os nossos pacientes. Por outro lado, as inovações na medicina diagnóstica absorvem recursos financeiros e enfrentam desafios estruturais em termos de infraestrutura e capacitação dos profissionais do setor.

O principal desafio da nossa indústria nos próximos anos vai ser quebrar essas barreiras para adoção de soluções diagnósticas inovadoras, disponibilizando o acesso de toda a população a uma medicina preventiva mais personalizada. Todos os players do mercado têm uma responsabilidade fundamental nesse processo de desenvolvimento e é necessário atuarmos em conjunto para alavancarmos as competências disponíveis para efetivar essa transformação. Nesse cenário, instituições como a Abramed têm um papel fundamental no estímulo à transformação e na criação de um ambiente favorável para a cooperação produtiva de todos os atores do mercado.

Abramed em Foco: Qual é a situação da medicina diagnóstica no país em comparação ao mundo? O Brasil está no caminho certo? O que um país como o nosso, com problemas continentais, ainda deve fazer para promover Saúde? Como a Bracco enxerga a medicina diagnóstica no Brasil daqui 10 anos? O acesso a tecnologias ultramodernas deve estar acessíveis a mais brasileiros?

Tommaso Montemurno: O Brasil é um país complexo, onde convivem modelos de atendimentos diversos e diferentes níveis de desenvolvimento dos sistemas de Saúde. Temos um dos maiores sistemas de Saúde pública do mundo, com ilhas de absoluta excelência quanto a serviços e desenvolvimento tecnológico, que convivem com situações de atraso e carência de atendimento mínimo. Em paralelo, temos um sistema de Saúde suplementar com invejável nível de desenvolvimento tecnológico e qualitativo, mas acessível a uma parcela muito restrita da população.

Ambos os sistemas enfrentam os desafios típicos da medicina diagnóstica de alta complexidade, incluindo investimentos, custos, disponibilidade de profissionais qualificados e adequação das normas legais e regulatórias.

Para desenvolver a medicina diagnóstica, o Brasil vai ter que enfrentar desafios similares aos demais países desenvolvidos, com as complicações específicas de um país de dimensões continentais e com diferentes velocidades de desenvolvimento e de acesso.

O setor da indústria farmacêutica, em específico o de diagnóstico por imagem, tem uma responsabilidade e um papel absolutamente relevante em um modelo que vai privilegiar os cuidados preventivos, disponibilizando tecnologia, competências e recursos para uma ampla parcela da população.

A sustentabilidade desses modelos de desenvolvimento vai determinar o sucesso do nosso setor nos próximos anos. Já os atores da nossa cadeia de valor deverão buscar garantir que os sistemas de saúde sejam capazes de atender às necessidades das populações, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às próprias necessidades, com práticas que minimizem o desperdício, otimizem a eficiência e reduzam os impactos negativos sobre o meio ambiente e a sociedade.

Abramed em Foco: Qual é o trabalho de sustentabilidade da Bracco? Qual é a importância dele? 

Tommaso Montemurno: Sustentabilidade não é uma novidade na Bracco: faz mais de 28 anos que publicamos anualmente o nosso relatório de sustentabilidade, detalhando os esforços para maximizar o impacto no triple bottom line da nossa atividade: econômico, social e ambiental.

Na Bracco, entendemos que um mundo saudável tem que ser sustentável e que os nossos pacientes são importantes demais para tomar decisões com base em um quadro parcial. Por esse motivo, tentamos, desde sempre, ter uma visão holística do impacto da nossa atuação não só no nosso mercado, mas também nas comunidades e nas estruturas sociais nas quais atuamos.

Pessoas, inovação e planeta são os três pilares e as áreas de impacto definidas em nosso Relatório de Sustentabilidade 2022, enquadrado de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030.

O pilar “Pessoas” expressa nosso compromisso com pacientes, profissionais de saúde, colaboradores e comunidades em que atuamos. Sempre comprometidos em valorizar as pessoas e proteger sua individualidade dentro e fora da empresa, estabelecemos objetivos desafiadores para salvaguardar e promover a diversidade, com inclusão de gênero e idade.

O pilar “Inovação” tem a ver com o nosso compromisso de desenvolver produtos e serviços de alta qualidade que melhorem a vida das pessoas e a segurança do paciente, assim como iniciativas educacionais inovadoras para promover temas STEM (science, technology, engineering and mathematics) entre os jovens.

Nosso pilar “Planeta” incorpora o respeito e a proteção aos recursos naturais, com ênfase específica na economia circular e na minimização do impacto ambiental. Estamos investindo nas melhores tecnologias disponíveis, tornando o uso de energia mais eficiente, reduzindo emissões e geração de resíduos, promovendo e consolidando práticas sustentáveis ​​e responsáveis ​​em toda a cadeia de valor. Além disso, estamos comprometidos com o objetivo de nos tornarmos carbon neutral até 2030.