Importância da colaboração entre os setores e da análise de dados durante pandemia é tema de webinar

Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, foi um dos convidados do debate virtual

12 de Maio de 2020

O Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) reuniu, na tarde de 11 de maio, líderes do setor para debater como a colaboração entre as áreas e a enorme quantidade de dados gerados na atualidade podem contribuir para a gestão da crise desencadeada pelo novo coronavírus. Sob o tema “Data Science e Inteligência Artificial no contexto da pandemia: O que temos disponível?”, o encontro virtual recebeu Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed; Jorge Salluh, diretor e cofundador da Epimed Solutions; Marco A. Ferreira, CEO da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP); Thiago Constancio, CEO do MedPortal; e Evandro Tinoco, presidente do Chapter Rio de Janeiro do CBEXs.

Diante de um surto de uma doença então desconhecida, a falta de informações para a tomada de decisões surge como um dos principais entraves para o controle de uma epidemia. Sem detalhes sobre como, de fato, o vírus é transmitido; quais os grupos de risco e como a infecção se comporta em cada cidadão; quais os tratamentos mais promissores e eficientes; e como tomar medidas que sirvam para preservar a saúde da população ao mesmo tempo em que o sistema de saúde é reforçado e a economia segue girando, o caos tende a se instalar.

Nesse cenário, todos os dados gerados tanto em ambiente internacional quanto regionalmente são válidos para consolidar análises e fundamentar estratégias. Porém, não basta gerar dados, é preciso que essas informações estejam corretas e sejam analisadas por profissionais capacitados, como disse Evandro Tinoco, que mediou o debate, ao apresentar Shcolnik.

“De nada adianta coletarmos dados ruins ou, então, informações de instrumentos pouco confiáveis. Esse é o caminho para tomarmos decisões erradas”, pontuou Tinoco relembrando que há 60 dias a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia. “Falando em diagnóstico, quais testes efetivamente funcionam e o que temos de eficaz, hoje, no mercado brasileiro?”, direcionou o questionamento ao presidente da Abramed.

Shcolnik enfatizou que a pandemia que vivemos despertou, no setor de saúde, alguns questionamentos principais: a quantidade de leitos de UTI e o número de respiradores disponíveis para a população; a necessidade dos equipamentos de proteção individual para proteção da força de trabalho; e os exames laboratoriais, que habitualmente são utilizados pelos médicos para identificar fatores de risco, confirmar diagnóstico e orientar a tomada de decisões.

Além de explicar a diferença entre os exames para diagnóstico de COVID-19, citando o RT-PCR, exame molecular considerado o padrão ouro pela OMS, e os testes sorológicos capazes de identificar anticorpos em amostras dos pacientes, o presidente reforçou que o pior cenário seria termos, em mãos, resultados errados ou pouco confiáveis para que os médicos tracem suas estratégias e não termos colaboração entre todos os players para que os dados possam contribuir com a análise epidemiológica da doença no Brasil.

“Os testes rápidos – que não são autotestes como os exames de gravidez vendidos em farmácias – devem ser realizados em ambientes apropriados, por profissionais capacitados, que usem controles de qualidade. Caso contrário, teremos resultados questionáveis”, esclareceu. Um resultado falso negativo gerado pela realização de um teste rápido dentro da janela imunológica do paciente pode, por exemplo, criar uma falsa sensação de segurança. “Outra desvantagem é que no Brasil ainda não conseguimos atingir a interoperabilidade, ou seja, se tivermos exames de COVID-19 realizados dentro de empresas privadas, esses dados ficarão restritos a essa empresa, não serão compartilhados e, assim, não chegarão aos epidemiologistas que tentam compreender como a epidemia evoluiu no nosso país”, finalizou.

A fim de melhorar esse compartilhamento de informações, a Abramed investiu em uma interface com o Data SUS para que os exames para diagnóstico de COVID-19 realizados na rede privada chegassem ao Ministério da Saúde. “Sabemos que os dados oficiais são subnotificados, mas esse processo de compartilhamento está em curso e em um curto intervalo de tempo teremos uma explosão desses dados”, disse.

Questionado se os exames sorológicos, que identificam anticorpos, podem ser úteis como uma espécie de passaporte de imunidade, Shcolnik declarou: “nem a OMS tem essa resposta ainda. Sabemos que muitos desses anticorpos produzidos não são neutralizantes, ou seja, não nos protegem de uma segunda infecção caso ela ocorra. Temos muitas incertezas e poucas definições até o momento”.

Setor hospitalar – Para tratar sobre a rede hospitalar brasileira, o webinar contou com a participação de Marco A. Ferreira, CEO da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), que reforçou a importância da colaboração na luta contra a COVID-19. “Precisamos trabalhar juntos, estabelecer metas comuns a todos os nossos setores”, disse.

Para Ferreira, a pandemia trouxe luz a algumas necessidades brasileiras, entre elas a de recortar a quantidade de leitos de UTI por região, sem fazer uma análise generalizada no país; e a de criar uma cultura de análise de dados capaz de reunir informações relevantes levando-as para os tomadores de decisão. “Precisamos criar caminhos e, também, essa nova cultura. Enquanto entidades do setor, devemos investir em melhorias nesse processo”, pontuou.

Trazendo uma visão mais tecnológica do tema, Jorge Salluh, diretor e cofundador da Epimed Solutions, empresa dedicada ao desenvolvimento de sistemas para melhoria do desempenho dos hospitais nacionais, declarou que no Brasil mais de 1.100 unidades de terapia intensiva utilizam as ferramentas da Epimed para compartilhar informações. “Antes mesmo de registrarmos o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Brasil já estávamos trabalhando em modelos que nos permitiriam apoiar os hospitais com dados gerados em nossas plataformas”, explicou. “O que fizemos foi aproveitar o fato de que levamos informações para o gestor que está na ponta, seja do hospital, da rede, ou mesmo da UTI, para que ele tenha uma visão epidemiológica e consiga compreender quando está chegando ao seu limite de ocupação, quando precisará de novos respiradores e em que momento conseguirá receber novos pacientes”, finalizou.

O webinar também contou com a participação de Thiago Constancio, CEO do MedPortal, que contribuiu com a moderação do debate e das perguntas enviadas pelos espectadores.

Testes de COVID-19 são tema de webinar com presença de Wilson Shcolnik

13 de Abril de 2020

Convidado pela Aliança para a Saúde Populacional, Wilson Shcolnik esclareceu principais questionamentos sobre os diferentes modelos de testes

A pandemia do novo coronavírus trouxe muitos desafios para os sistemas de saúde e, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o melhor caminho para vencer a COVID-19 era testar o maior número possível de pessoas, diversas dúvidas surgiram com relação aos diferentes tipos de exames disponíveis no mercado. Para esclarecer todos esses aspectos, a Aliança para a Saúde Populacional (ASAP) realizou, dia 9 de abril, uma entrevista virtual com Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Interagindo com Fábio Gonçalves e Letícia Azeredo Diniz, respectivamente diretor técnico e assessora da ASAP, Shcolnik enfatizou que neste momento o setor de diagnósticos preza pelo registro e pela validação dos testes disponibilizados no país. “Precisamos que a utilização desses testes seja feita com segurança. Caso contrário teremos resultados que não serão confiáveis”, pontuou.

Explicando que no momento o Brasil tem cerca de 25 testes registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre eles o teste molecular RT-PCR que é tido pela OMS como o padrão-ouro para diagnóstico de COVID-19, o presidente declarou que a preocupação com os diferentes testes que surgem e não têm sua eficácia devidamente avaliada visa evitar a repetição de um passado recente não tão vantajoso. “Quando vivenciamos a epidemia de dengue vimos que os testes rápidos têm desempenho variável. Por isso registro e validação são etapas tão importantes”, declarou.

Shcolnik aproveitou a oportunidade para reafirmar a força-tarefa que está sendo realizada por laboratórios privados e entidades do segmento para validar os exames de diagnóstico de COVID-19 no Brasil, uma iniciativa inédita que trará segurança para o país e para o cidadão brasileiro, já que os resultados serão divulgados apontando quais as metodologias mais confiáveis. Além disso, o projeto contribuirá com o cenário global ao compartilhar as informações obtidas durante a validação para formulação de estudos promovidos pela London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM) e pela Aliança Latinoamericana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (ALADDIV).

RT-PCR ou teste sorológico?

A OMS apontou o RT-PCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real), exame molecular capaz de identificar o RNA do novo coronavírus em amostras dos pacientes, como o exame mais apropriado para o diagnóstico da COVID-19 na fase aguda da doença, ou seja, quando a pessoa já apresenta sintomas ou confirma ter tido contato com alguma pessoa infectada. Esse exame, que é de alta complexidade, é oferecido em hospitais e laboratórios, porém devido à alta demanda os insumos para sua realização estão escassos, o que enfatiza a necessidade do uso racional deste procedimento.

Porém, segundo o presidente da Abramed, o país conseguiu se desenvolver rapidamente logo que os primeiros casos foram diagnosticados em território nacional. “Nas semanas iniciais conseguíamos realizar centenas de exames ao dia. Hoje, tanto as redes privadas quanto as públicas já são capazes de executar de 4 a 5 mil exames diariamente para diagnosticar a COVID-19 na fase aguda da doença”, explicou.

Já o teste rápido – que conta com um método realizado em laboratório e outro método conhecido como auto-teste e que se assemelha ao exame de gravidez disponível nas farmácias – não atua na identificação do RNA do vírus, mas sim na checagem de anticorpos. E é nesse momento que o falso negativo pode ocorrer, gerando uma perigosa falsa sensação de segurança.

O sistema imunológico se comporta de forma diferente em cada pessoa, produzindo anticorpos em ritmos diferenciados. “Sabemos que o anticorpo IgM demora até 10 dias para constar nas amostras sanguíneas. Isso mostra que se o exame for realizado logo que os sintomas surgirem, o resultado será negativo mesmo que a pessoa esteja infectada pelo novo coronavírus”, explicou Shcolnik complementando que o IgG, outro anticorpo identificado, somente aparece após o 14º dia do início dos sintomas. “Para a fase aguda contamos com o RT-PCR e, para a fase tardia, os exames de anticorpos serão de grande valia”, complementa o executivo.

Quando trata da utilização dos exames sorológicos na fase tardia, o presidente explica que esses testes terão um papel fundamental na retomada das atividades, já que poderão apontar as pessoas que têm anticorpos e, dessa forma, poderiam retornar ao trabalho. Além disso, esses exames também serão de grande valia para avaliação do perfil de imunidade da comunidade como um todo. Concomitantemente, Shcolnik reforça que a ciência ainda não pode afirmar que a pessoa que foi uma vez infectada não está mais suscetível à novas infecções. Aos interessados, o webinar segue disponível no canal da ASAP no YouTube.

Abramed é fonte para imprensa sobre a pandemia do Coronavírus

20 de Março de 2020

No cenário atual de pandemia pelo novo coronavírus e seus desdobramentos, o papel da imprensa é fazer a cobertura responsável dos fatos, com comprometimento com a verdade, levando notícias acuradas e de qualidade à população.

A Abramed tem canal aberto de comunicação com a imprensa brasileira e tem colaborado para que os veículos levem informação devidamente apurada e de interesse público à sociedade. Confira alguns destaques da participação da Associação durante esta semana de 13 a 18 de março de 2020.

Abramed participa de debate no Welcome Saúde 2020

Com o tema “Despertar de uma nova era”, evento discute perspectivas econômicas e políticas para o setor na nova década

28 de Janeiro de 2020

O vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed, Leandro Figueira, foi um dos executivos da saúde convidados a participar do Welcome Saúde 2020, promovido pelo Grupo Mídia, no dia 28 de janeiro, em São Paulo, e que reuniu líderes e representantes de indústrias, laboratórios, hospitais, operadoras de planos de saúde e fornecedores do setor. Figueira compôs a mesa que discutiu “A busca por um ambiente seguro e estável de negócios na saúde em 2020”, com a participação de Valdir Ventura, CEO do Grupo São Cristovão; Rodrigo Lopes, CEO do Grupo Leforte; Amaury Guerrero, CEO do Grupo Opty; moderado pelo doutor em filosofia e direito pela Universidade de Frankfurt, Giovanni Agostini Saavedra.

De acordo com Figueira, poucas áreas foram tão beneficiadas pelo avanço da tecnologia como a saúde, e a medicina diagnóstica tem sido um dos segmentos que têm aproveitado muito essa oportunidade, evoluindo a ponto de permitir que, por exemplo, se detecte a probabilidade de alguém desenvolver determinadas doenças. “Há casos também em que patologias são identificadas muito precocemente, aumentando as chances de sucesso no tratamento”, ressaltou. 

Destacou ainda ser importante que se continue investindo em tecnologia e inovação para a descoberta de novos exames e processos que irão fazer com que a sociedade esteja mais segura. Trouxe como exemplo, o mapeamento do código genético do coronavírus, realizado em menos de dez dias. “Isso vai acelerar a busca por uma vacina eficaz no combate ao vírus e mostra que investir em tecnologia e em segurança fará a sociedade mudar a história no mundo”, completou Figueira.

Já Valdir Ventura, aposta em planejamento estratégico e qualidade para a obtenção de um ambiente seguro nos negócios em saúde. Segundo ele, planejar estratégias trouxe confiança à economia para desenvolver ações dentro da organização que realmente tivessem retorno financeiro, visando o crescimento no mercado.

Outro ponto fundamental, segundo Ventura, foi a mudança na cultura da instituição, investindo em qualidade e transparência. “Temos trabalhado em processos, por meio das certificações, na busca por qualidade no plano de saúde, hospital e unidades ambulatoriais, e vamos trabalhar com muita força em 2020 na sustentabilidade e nos pilares: transparência, iniciativa, comprometimento, criatividade e velocidade das ações para melhor atender os nossos beneficiários”, disse.

Rodrigo Lopes, concordou com Ventura, afirmando que a saúde precisa de transparência em todos os segmentos, mudança no modelo atual de investimentos em políticas de saúde e mais parcerias com a iniciativa privada. “É impossível se pensar em sustentabilidade no setor sem passar pela mudança no modelo de assistência. É fundamental investir em atenção primária, prevenção de doenças, em compliance e em análise de dados, já que informações temos muitas. Precisamos também de parcerias entre os sistemas público e privado para que a saúde, a partir de 2020, possa debater gestão, encontrar seus gargalos e voltar a crescer”, alertou.

O moderador da mesa, Giovanni Agostini Saavedra, comentou que o Brasil é tradicional importador de tecnologias e que as normativas do Estado acabam por atrapalhar os processos de inovação e integração tanto com universidades quanto com o mercado. “As grandes invenções no mundo surgiram em universidades. Por sua vez, temos iniciativas como a telemedicina, que amplia o acesso ao atendimento em saúde, sendo barradas por entidades. Algum dia teremos condições de acompanhar o processo de inovação mundial?”, questionou.

Nos dias atuais, segundo Amaury Guerrero, em que está difícil a sobrevivência no mercado, ainda há a cautela na manutenção da sustentabilidade, o que acaba por atuar como barreira para a inovação. “A modernização faz-se necessária em qualquer cenário, e isso significa incorporar inovações. Não acompanhar esse fluxo pode levar ao desaparecimento de suas empresas. Isso inclui, por exemplo, a automação de processos e telemedicina. Quem não está acompanhando essas modernizações corre o risco de enfrentar dificuldades e perder competitividade”, falou Guerrero.

Segundo Figueira, é preciso que haja mudança da mentalidade de que a incorporação de tecnologia é irreversível e que a telemedicina é real. “Falta regular e estabelecer a remuneração para essa prática, que é um estímulo às inovações e ao desenvolvimento sustentável do setor”, reforçou o vice-presidente, abordando ainda a necessidade de se ter atitudes positivas para conquistar resultados. “Com investimento em tecnologia, busca por eficiência e uso racional de recursos, é possível ofertar mais qualidade ao paciente. Além disso, quando trazemos transparência às ações, a sociedade vive melhor”, pontuou.

Saúde 5.0

Claudia Cohn e Lídia Abdalla, membros do Conselho de Administração da Abramed, também participaram do evento integrando a mesa de debate “Os desafios das Organizações de Saúde rumo à saúde 5.0”, com Irene Minikovski, presidente da Qualirede, e Francisco Balestrin, presidente do CBEXs, moderados por Lauro Miquelin, CEO da L+M.

Na visão de Lídia, a tecnologia e a chegada da internet colocaram todos no mundo globalizado, o que foi positivo do ponto de vista da evolução da medicina, mas há de se saber como aplicar esse conhecimento. “Falar de saúde 5.0 é ter a responsabilidade de que as inovações irão servir à humanidade, e não a sociedade servirá à tecnologia. Cabe aos líderes ver que este é um universo incrível, mas que o princípio de tudo são as pessoas, o paciente no centro do cuidado; e o papel das lideranças é melhorar isso”, disse ela.

Claudia reforçou que os líderes devem sanar as dúvidas e incertezas para as novidades que o advento 5.0 trará à saúde. “Mais do que tudo, não temos de ter pessoas para substituir, temos de ter indivíduos melhores”, afirmou, reforçando que será importante a evolução da sociedade individualista para uma com pensamento de colaboração e busca do bem comum.

De mesma opinião, Francisco Balestrin reforçou que “os líderes precisam ser figuras inspiradoras, que buscam conhecimento e renovação todo dia. O método antigo não vai mais funcionar nesse mundo novo”.

O evento ainda discutiu políticas inovadoras para o país, os reflexos na saúde com a reforma previdenciária e digital health como estratégia para um novo modelo de saúde.

Entidades debatem os rumos do Brasil para 2020

Evento destacou a importância da união e sustentabilidade para o setor de saúde

06 de dezembro de 2019

A Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), em parceria com Abramed, Abiis, Abimed, Abimo, Abraidi, CNSaúde, Instituto Ética Saúde (IES), Fehoesp, Sbac e SBPC/ML, realizou no dia 5 de dezembro, no auditório do Grupo Fleury, em São Paulo, o encontro “Brasil 2020 – Quebrando barreiras e estabelecendo novos paradigmas para o crescimento sustentável”. Wilson Shcolnik e Claudia Cohn, respectivamente, presidente e membro do Conselho de Administração da Abramed, bem como Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva, estiveram presentes. Líderes de todas as entidades realizadoras também participaram do evento.

Na abertura do encontro, o presidente do Grupo Fleury, Carlos Iwata Marinelli, disse que é o momento de todos do setor unirem-se em um compromisso em prol da saúde. “Vivemos um momento de retomada da atenção à saúde primária e de pacientes cada vez mais participativos. Cabe às lideranças buscar conhecimento para conquistar a sustentabilidade e a excelência do setor. Temos que acreditar que em 2020 viveremos momento melhores.”

Fábio Accury, presidente da CBDL, falou que os tempos são difíceis mais que a troca de experiências pode ajudar na busca por soluções para a saúde. “Os desafios são grandes, principalmente no que se refere ao acesso a novas tecnologias e convergências regulatórias, num cenário político e econômico difícil. Precisamos ser otimistas e entender que juntas, as entidades representantes da saúde são mais fortes, até porque sozinho não se chega a lugar algum.”

A primeira palestra do evento foi do economista, empresário do ramo imobiliário e montanhista Juarez Gustavo Pascoal Soares, 24° brasileiro a atingir o cume do Monte Everest, o topo do mundo, em 2019.  Ele falou sobre “Estresse, auto sabotagem, burnout e superação: do Everest para as empresas”, em que faz uso de suas experiências em escaladas para discutir a importância do planejamento e autoconhecimento para definição de estratégias para ajudar pessoas e empresas.

“Minha atuação junto às companhias, entidades e conselhos é marcada pela busca de convergência entre os interesses dos diversos profissionais que os compõem. Meu trabalho é construir pontes, definir propósitos e estratégicas, estabelecer vínculos de confiança e prevenir danos”, explicou, comentando a importância da tomada de decisão. “Num ambiente de extrema pressão e risco, quando se precisa tomar decisões responsáveis, é necessária autoconfiança na dose certa. Em um ambiente corporativo, por exemplo, onde boa parte das decisões têm consequências significativas, em geral, não se pode ter muita tolerância com desempenhos ruins. Confiar na capacidade de tomar boas escolhas passa pelos nossos dilemas éticos, que nos irão proporcionar resultados mais seguros.”

Soares também disse que ser agente de mudanças significa compartilhar aprendizado, experiências e conhecimento. Nesse ponto, as habilidades emocionais podem ajudar em questões cruciais, como decisões sob pressão, estratégia flexível, performance e mudanças. “Contribuir na maneira como um líder enfrenta os desafios relacionados à mudança, sejam elas desejáveis ou inevitáveis, tendo por princípios o resultado, a segurança e a ética, bem como ajudá-lo a conciliar seus objetivos profissionais e seus sonhos pessoais, é pré-requisito para se alcançar o cume, o topo do reconhecimento pessoal ou profissional”, garantiu.  

Também alertou que é preciso estar preparado para o empoderado, porque é a partir dos medos que superamos as dificuldades e alcançamos o sucesso. “A provação que deixo é: como queremos que nossas empresas sejam lembradas depois dessa jornada?”, concluiu Soares. 

A segunda palestra foi do economista sênior do Banco Mundial, Edson Araújo, sobre “Desafios para sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro – perspectivas do BM”. 

Nos últimos 30 anos, o Brasil fez progressos notáveis na construção e expansão do Sistema Único de Saúde (SUS), que contribuiu para melhorar os resultados de saúde da população, a proteção financeira e reduzir as desigualdades na distribuição e acesso dos recursos de saúde em todo o país, exemplificou Araújo. No entanto, ainda existem desafios para consolidar essas conquistas e responder às pressões existentes e crescentes, como o envelhecimento da população e o crescimento de doenças não transmissíveis. 

Outro ponto destacado pelo economista do BM foi sobre a questões do subfinanciamento relativo do SUS. “Existe consenso de que há escopo claro para alcançar melhores resultados com o nível atual de gastos. O Brasil, como a maioria dos países ao redor do mundo, enfrenta desafios relativos à sustentabilidade do sistema tendo em vista que os gastos em saúde frequentemente aumentam a taxas superiores às taxas de crescimento do produto interno bruto (PIB). Mantido o padrão atual de crescimento nominal dos gastos, os custos com o SUS chegarão R$ 700 bilhões em 2030.”

 A melhoria da eficiência poderia resultar em ganhos (nominais) de até R$115 bilhões em 2030 (ou aproximadamente R$ 989 bilhões no período). Conquistas essas que, segundo Araújo, poderiam amenizar os impactos e possibilitar a consolidação do sistema. Na opinião dele, para lidar com a expansão necessária na demanda por serviços de saúde, esperada a partir da transição demográfica, o sistema de saúde do Brasil precisa de reformas estratégicas: consolidação da atenção  hospitalar para maximizar escala, qualidade e eficiência; melhorar o desempenho da força de trabalho em saúde, com expansão da oferta de profissionais e a introdução de incentivos para aumentar a produtividade; e integrar melhor os vários níveis de prestação de serviços, por meio de redes integradas de atenção à saúde, incluindo a saúde suplementar. “A experiência dos países que consolidaram seus sistemas de saúde, com reformas periódicas, mostra que a consolidação do SUS depende da capacidade de adotar medidas avançadas para sua modernização”, justificou. 

Na visão de Araújo, para se alcançar mais qualidade, com melhor experiência ao paciente e mais eficiência, com foco nos resultados e melhorar o acesso e a proteção financeira, é preciso fazer reformas de gestão do sistema, de demanda, da oferta e do financiamento. “O sistema de saúde como um todo exigirá um redesenho dos modelos de prestação, gestão e financiamento dos serviços do SUS, assim como melhorar a coordenação com o setor privado, expandir a cobertura e os recursos para a atenção primária em 100% e racionalizar a oferta de serviços ambulatoriais e hospitalares”, finalizou.

Abramed participa de debate sobre certificação digital

Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, esteve no eSaúde & PEP 2019, em 2 de dezembro 

05 de dezembro de 2019

A Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis) promoveu o Congresso eSaúde & PEP 2019, entre os dias 2 e 4 de dezembro, em São Paulo, para debater os aspectos práticos de temas como certificação digital, papel dos profissionais da área da saúde na era de transformação digital e diversos aspectos para garantir a segurança dos dados de pacientes com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), por meio de discussões com a participação do púbico, além de encontros voltados a médicos, enfermeiros e farmacêuticos envolvidos com saúde digital.

Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, participou do painel “Certificação digital – desafios e alternativas para implantação em laboratórios”, que discutiu as formas de autenticação e assinatura bem como as legislações sobre digitalização dos documentos na saúde. 

Ele comentou que a assinatura com certificação digital nos laudos laboratoriais exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 30/2015, foi o que assustou o segmento, pelo fato de a maioria dos laboratórios brasileiros serem de pequeno e médio portes. “O impacto do custo seria grande, e essa exigência seria insuportável economicamente. Mas numa ação conjunta do setor conseguimos que o órgão regulador revogasse essa RDC em 2017.”

Shcolnik informou que fraudes não têm sido registradas em virtude da utilização de sistemas que asseguram a autenticidade da certificação digital. Porém, o que está preocupando o setor é a questão da interoperabilidade dos sistemas de modo a garantir que, apesar de suas particularidades, interajam para trocar informações de maneira eficaz e eficiente. “O que vejo é que há uma grande expectativa de que garantir o compartilhamento dos dados entre prestadores de serviços, operadoras e instituições será benéfico aos pacientes e a toda cadeia da saúde, uma vez que evitaria o desperdício de recursos, o que impacta diretamente os custos operacionais no setor..” 

Mas ressalta que, para isso, será necessário que todos do sistema de saúde tornem seus processos mais ágeis e eficientes, usando de soluções que possibilitam uma atuação integrada. “Ainda que a interoperabilidade garanta que mais seja feito com investimentos menores, ainda está longe de ser unanimidade no mercado”, afirmou Shcolnik.

Na visão de Marcelo Botelho, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (Sbac), para a interoperabilidade sair do discurso e ir para a prática é preciso que hospitais, laboratórios, clínicas, operadoras e demais agentes de saúde incorporem protocolos e padrões a fim de que todos os sistemas se conversem automaticamente. “Se não houver interoperabilidade, é preciso copiar os dados manualmente, de um sistema a outro, e o padrão é complexo. Pergunto sempre se há interesse que tudo isso e a certificação digital de fato funcionem”, questionou. 

Contundente na questão do compartilhamento de informações, Botelho ainda afirmou que não há dúvidas de que ele trará mais agilidade e qualidade para a saúde brasileira. No entanto, os desafios para que isso se torne algo real são grandes e envolvem questões tecnológicas, legais, econômicas e administrativas. “Para deixar de ser algo incipiente, é necessária uma mudança gradual envolvendo governo, instituições de saúde e empresas”, afirmou. 

Para Carlos Eduardo Ferreira, presidente da SBPC/ML na gestão 2020-2021, o desafio da certificação digital está na garantia da qualidade dos serviços prestados e na questão da interoperabilidade para que de fato seja implementado o prontuário eletrônico do paciente (PEP) em todo o sistema de saúde. “Um dos maiores desafios da transformação digital no Brasil, em todas as instâncias governamentais (federal, estadual e municipal), pode, a partir dos prontuários eletrônicos, ser resolvido com o emprego gradativo, em toda a rede pública, da tecnologia de certificação digital.” 

Já testada em hospitais privados e em alguns públicos, a tecnologia dos prontuários a partir da certificação digital, segundo Ferreira, amplia a percepção de eficiência por parte dos pacientes e profissionais. “Quando pensamos no envelhecimento da população e no natural crescimento demográfico, dar maior celeridade e eficiência às formas de atendimento é sem dúvida uma medida de extrema relevância”, destacou.

O cenário de aumento do custo assistencial, envelhecimento populacional, fragmentação dos serviços de atendimento e ampla difusão de tecnologias de informação, bem como a integração das informações de saúde entre toda a linha de cuidado, para Ruy Ramos, assessor técnico do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), pode propiciar maior valor a todos da cadeia de saúde. Mas, para isso, é preciso reorganizar a área de tecnologias de informação em saúde (TIS). “Reconhecendo a obsolescência das tecnologias empregadas atualmente e os problemas decorrentes do modelo vigente de produção de informações, as instituições precisam buscar modelos, experiências, padrões tecnológicos e de informação que possam ajudar na reformulação da área da saúde e garantir a interoperabilidade no sistema.”

Wilson Shcolnik encerrou o painel afirmando que é preciso surgir uma liderança para tomar a frente das discussões sobre o compartilhamento de informações na saúde e na implantação do prontuário eletrônico. “Na esfera pública, o governo já gastou muito do nosso dinheiro com o PEP. Acredito que na área privada precisa surgir uma liderança para integrar os sistemas, porque se depender unicamente do prestador de serviço não haverá compartilhamento.”

Abramed apoia diagnóstico preciso e de qualidade para geração de valor aos pacientes

ema foi debatido por Claudia Cohn, membro do Conselho de Administração da Abramed, em talk show realizado no Congresso Nacional de Hospitais Privados

29 de novembro de 2019

Com uma programação voltada para o conhecimento, inovação e relacionamento, a sétima edição do Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), realizado pela Anahp, entre 26 e 28 de novembro, em São Paulo, trouxe o tema “Saúde Baseada na Entrega de Valor: o papel do hospital como integrador do sistema”, que foi debatido a partir das perspectivas de experiência do paciente, modelos assistenciais, informação e tecnologia.

Representando a Abramed, Claudia Cohn, membro do Conselho de Administração, participou do talk show “Experiência do paciente: muito além do cuidado humanizado e da hotelaria, as diferentes dimensões de atuação para a geração de valor aos pacientes”, no dia 28, e defendeu o diagnóstico preciso e de qualidade para tornar a experiência do paciente mais positiva. “Temos que ter a responsabilidade e a consciência para saber que o diagnóstico interfere no cuidado. E quando o paciente está no hospital ou no ambulatório, todos os pontos de contato são diferentes, por isso precisamos pensar efetivamente de forma multidisciplinar. Levar em consideração a expectativa de quem está sendo cuidado é fator fundamental.”

Marcelo Alvarenga, chief experience office do Hospital Sírio-Libanês e coordenador do painel, provocou os participantes comentando que “o ponto de vista individual do paciente sobre o cuidado está relacionado à expectativa de cada um”. 

Para Lucas Andrade, CEO da Clínica Florence, ao longo de uma jornada de assistência, o paciente pode ter expectativas diferentes, mas existe um elemento que não pode deixar de estar no centro do cuidado. “Não existe experiência positiva se não oferecermos segurança”, ressaltou, lembrando que quando se trata de pacientes no fim da vida o cuidado tem de ser maior. “É preciso olhar esse processo como nossa razão de existir para entendermos que seu sofrimento é intenso e nos colocarmos no lugar de quem está precisando de assistência.”

Outro ponto abordado no debate foi o engajamento da equipe e a importância do treinamento para as lideranças, o que impacta diretamente na experiência de quem é atendido por esses profissionais. Para Vania Rohsig, superintendente assistencial do Hospital Moinhos de Vento, “o colaborador é parte importante da entrega do cuidado e é preciso que haja desenvolvimento das lideranças para esse olhar.  Avançar na satisfação do paciente é evoluir no modelo assistencial. Temos um caminho grande para o desenvolvimento dos líderes para prepará-los para essa entrega de cuidado e esse novo cenário da assistência.”

Florentino Cardoso, diretor-executivo médico do Hospital Care, ressaltou que é preciso debater a educação em saúde. “Há muitos anos defendo não falar apenas de diagnóstico e tratamento. Temos de instruir a população sobre direitos e deveres”. Para ele, o profissional que está na ponta, no atendimento, deve sempre perguntar ao paciente se há dúvidas em relação ao seu cuidado. “É necessário ouvir muito, praticar empatia e buscar a qualidade da assistência.”

Alvarenga comentou ainda a importância de se olhar para o colaborador e dar condições para que ele atue da melhor forma no atendimento ao paciente. “Autocuidado é algo que devemos dar aos nossos colaboradores para que eles possam desenvolver ferramentas de empatia, por exemplo.”

A mudança no comportamento do paciente, na visão de Andrade, também deve ser levada em conta. “Ele não aceita mais o cuidado paternalista, que dita o que fazer. O paciente hoje quer ser ouvido, ter uma participação mais ativa no tratamento.”

Para isso, na opinião de Claudia, é necessária uma nova cultura. “A propaganda induziu o paciente a crer que valor em saúde é contar com alta tecnologia, equipamentos de alto custo. Investir na mudança de hábito desse paciente é uma forma de mudar a visão dele”, disse. E para que ele seja mais saudável, o estímulo à prevenção, fazer exames e tratar as doenças antes que elas se agravem são fundamentais. “O desafio de todos do setor de saúde é a geração de valor para a população, medindo de forma eficiente os desfechos clínicos”, finalizou.

Abramed participa do lançamento dos Resultados Laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde-2013,

26 de novembro de 2019

Nosso presidente do Conselho de Administração, Wilson Shcolnik, participou hoje do lançamento dos Resultados Laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde-2013, promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde, no Salão Internacional da Escola Nacional de Saúde Pública, no campus Manguinhos/Fiocruz.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) é o mais amplo inquérito em saúde no Brasil realizada pelo IBGE em parceria com o MS e em colaboração com instituições de ensino e pesquisa. Além de ser um estudo abrangente em relação à população estudada e aos temas abordados, a PNS é inovadora na incorporação da coleta de material biológico (sangue e urina) em uma subamostra, contemplando aproximadamente 9 mil adultos nas cinco grandes regiões do país.

O evento incluiu o lançamento de suplemento temático da Revista Brasileira de Epidemiologia, que contém artigos baseados em resultados inéditos dos exames laboratoriais da PNS, representando seu potencial de produção de conhecimentos sobre características e condições de saúde da população brasileira e de aprimoramento da vigilância das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e dengue no país. Os laboratórios associados da Abramed participaram do estudo auxiliando na coleta e realização de exames.

Os autores dos artigos do suplemento promoveram um debate sobre os resultados encontrados. À tarde, pesquisadores convidados apresentaram trabalhos com proposições de inovações metodológicas em inquéritos de saúde.

O laboratório da PNS constitui um marco para a saúde pública brasileira e fez uma homenagem a Luiz Gastão Mange Rosenfeld, consultor da Câmara Técnica de Análises Clínicas e outros grupos de trabalho da Abramed, falecido em 2018, pelo seu valoroso trabalho e sua luta incansável para a coleta dos dados do laboratório.

Abramed recebe Sindhosp para debate sobre desafios e oportunidades do sindicalismo

Em encontro realizado com os associados, vice-presidente do sindicato falou sobre as mudanças trazidas pela reforma trabalhista ao sistema sindical

20 de novembro de 2019

A reforma trabalhista aprovada em 2017 modificou as obrigações das empresas em relação aos sindicatos. Em função disso, cada empresa tem definidas políticas diferentes de relacionamento com essas entidades. Por esse motivo, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recebeu, no dia 19 de novembro, em sua sede, Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (Sindhosp) para falar sobre o trabalho que vem realizando e os benefícios que uma empresa obtém quando se relaciona com um sindicato da categoria.

Ferrari informou que o Sindhosp está buscando ouvir as necessidades dos segmentos da saúde para atender aos anseios do setor. “Somos a entidade sindical mais estruturada da saúde no Brasil, por isso nos coube o papel de nos reinventarmos após a reforma trabalhista, que acabou com as contribuições sindicais. Nossa proposta é ofertar mais serviços para juntos podermos enfrentar os problemas, buscar as soluções e dialogar com o setor.”

A entidade tem sete regionais no interior do estado e com outros cinco sindicatos compõe a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estados de São Paulo (Fehoesp), que possui assento na Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) para debater assuntos importantes do setor na esfera federal e com as agências nacionais de Saúde Suplementar (ANS) e de Vigilância Sanitária (Anvisa). O sindicato oferece assessoria jurídica e contábil; comitês; comissões de Recursos Humanos, de clínicas, de segurança e saúde ocupacional; além de cursos e treinamentos para aperfeiçoamento e qualificação profissional, visando ao fortalecimento do setor. “Com a reforma, o que prevalece é o negociado sobre o legislado. Por isso, precisamos de segurança nas negociações com mais de 50 categorias profissionais para que tenhamos força no processo negocial, que está cada vez mais difícil. Não podemos enfraquecer”, destacou Ferrari.

Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, comentou que o segmento de medicina diagnóstica tem dificuldades específicas, bem como que o período é de transição e de tomada de decisões. “É necessário clareza nas ações e pontuarmos nossas necessidades ao sindicato. Precisamos de soluções e para isso temos de decidir se queremos um setor forte ou enfraquecido.”

A questão da perda do poder de negociação com os sindicatos de empregados também foi lembrada no encontro. Associados disseram que, como essas entidades estão enfraquecidas, não há apoio nem força para que o negociado sobre o legislado seja satisfatório ao setor. A sugestão de Shcolnik foi que se promovam encontros com os sindicatos das categorias ao longo do ano, e não somente na data-base da negociação coletiva. “Podemos nos aproximar deles mostrando quão difícil está o cenário, contextualizá-los das dificuldades do segmento para termos um bom diálogo no processo negocial. Nesse ponto o Sindhosp pode nos ajudar. Precisamos ser mais unidos.”

Ferrari concluiu dizendo que é preciso também melhorar a troca de informação na saúde suplementar para que a interação entre os atores do setor de saúde seja maior. “Com vontade política é possível fazer acontecer. Estamos no mesmo barco, por isso é importante estarmos coesos num sindicato forte.”

Em summit sobre ética, Abramed defende educação médica e papel das associações no fomento a políticas de integridade

Wilson Shcolnik e Claudia Cohn, respectivamente presidente e membro do Conselho de Administração da Abramed, participaram do encontro realizado dia 7 de novembro

08 de novembro de 2019

Incorporar a ética como uma ação rotineira em todos os elos da complexa cadeia de saúde foi um dos pontos defendidos pela Abramed durante participação no Ética Saúde Summit 2019, evento organizado dia 7 de novembro pelo Instituto Ética Saúde para promover reflexões sobre a sustentabilidade do setor. Representando a Associação, Wilson Shcolnik e Claudia Cohn, respectivamente presidente e membro do Conselho de Administração, reforçaram a importância de investir na educação médica para banir, desde a formação, práticas ilegais e em como as entidades podem contribuir para disseminar a cultura da transparência.

Participando da mesa-redonda “Os desafios das Sociedades Médicas e Operadoras de Planos de Saúde; Sensibilidade, Modelos Comportamentais e Dilemas Éticos do Profissional de Saúde”, Shcolnik, que também preside a SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial), foi incisivo ao mencionar a relevância da ética médica. 

Para o executivo, é fundamental investir na educação dos profissionais. “Os médicos precisam conhecer as questões éticas que envolvem a cadeia, entendendo o custo dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos que prescrevem. Hoje, infelizmente, isso ainda não é uma realidade”, pontuou.

Para Fernando Costa, que é diretor de promoção de saúde cardiovascular da SBC/Funcor (Fundo de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Cardiologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia) e estava presente no debate, é preciso integrar ética e compliance no currículo das universidades. “Essas deveriam ser matérias obrigatórias em todos os cursos, inclusive em mestrados e doutorados. Quem não pauta a vida inteira em comportamentos éticos está mais propenso a escapar”, declarou.

Corroborando com essa necessidade latente de rever as salas de aula, Myiuki Goto, membro da Comissão de Defesa Profissional da AMB (Associação Médica Brasileira), trouxe dados importantes. Segundo a especialista, nas últimas duas décadas o número de faculdades de medicina no país dobrou. “Em nosso cenário, o aluno já sai da faculdade de medicina com um passivo de financiamento em torno de R$ 700 mil, ou seja, ele já se forma devendo”, mencionou fazendo uma indicação de que a realidade do jovem profissional no país já o encaminha a um teste sobre suas atitudes. 

Além de Shcolnik e dos representantes da AMB e da SBC/Funcor, também participaram da mesa-redonda Simone Parré, da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde); José Rodrigues Laureano Filho, da CBCTBMF (Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial); Diego Falcochio, da Sbot (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia); e Anderson Mendes, da Unidas Autogestão em Saúde. 

Papel das Associações – Claudia Cohn, membro do Conselho de Administração da Abramed, esteve presente no summit e reforçou o papel das entidades na construção de uma cultura que preza pela transparência. 

Participando da mesa-redonda “Fornecedores de Produtos e Serviços de Saúde; Inovação, Incorporação Tecnológica, Sustentabilidade Sistêmica, Valor ao Paciente e Dilemas Éticos da Atividade Econômica”, Claudia, que também atua como diretora-executiva do Alta Excelência Diagnóstica, afirmou que a ética é a melhor ferramenta para a garantia da sustentabilidade do sistema de saúde.

“A ética está em nosso dia a dia”, disse. Reforçando que desenvolver o assunto de forma unificada é fundamental, pontuou que é preciso dar o exemplo. “Nas empresas e associações, os líderes devem comprar essa causa para, então, apoiar as iniciativas. Somente assim será possível contaminar até as pequenas atitudes rotineiras com a vestimenta da transparência”, completou a executiva.

Falando sobre o papel das associações neste cenário que carece de atitudes mais corretas e justas, Claudia reforçou que é preciso apoiar todo o complexo, dando atenção especial às pequenas empresas que muitas vezes não têm estrutura para investir em comitês e grupos de compliance. 

“Nós, na Abramed, temos como responsabilidade fomentar essa cultura de ética nas empresas. Para isso, é benéfico trabalhar atitudes mais lúdicas, com menos ‘juridiquês’, para torna-las práticas do dia a dia”, disse sobre como tangibilizar as ações pode aproximar os atores dessa nova cultura. A Abramed disponibiliza, aos seus associados, uma cartilha de compliance (clique AQUI para baixar) e conta com um grupo de trabalho dedicado à debater o assunto. Além disso, publica mensalmente na Abramed em Foco uma matéria sobre o tema.

Ao lado de Claudia no debate estavam Fabrizio Signorin, da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde); Patricia Braile, da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios); Sergio Rocha, da Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde); Eduardo Amaro, da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados); Yussif Ali Mere Júnior, da Fehoesp (Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo); e Marcos Moreto, do Ibross (Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde).