Crescimento do setor de diagnóstico é acelerado no Sudeste, Norte e Sul

Segundo dados do Painel Abramed 2021, a expansão foi mais intensa no Sudeste, com aumento de 3.574 unidades nos últimos dez anos, passando de 7.635 em junho de 2011 para 11.209 em junho de 2021.

No Brasil existem 26.545 unidades de serviço de apoio de diagnose e terapia (SADT), segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde (CNES/MS), ao final de junho de 2021. Esse número compreende as unidades que atuam nos segmentos de apoio diagnóstico e terapêutico onde são realizadas atividades que auxiliam no processo de diagnóstico ou complementam o tratamento e a reabilitação do paciente.

A distribuição regional deste número de unidades está relacionada, principalmente, com as condições socioeconômicas e a disponibilidade dos serviços de saúde. A região Sudeste detém 11.209 unidades e representa 42,2% do total existente no país, constituídas principalmente como entidades privadas com fins lucrativos.

“O ritmo de expansão do setor foi mais intenso em números absolutos no Sudeste, com aumento de 3.574 unidades nos últimos dez anos, passando de 7.635 em junho de 2011 para 11.209 em junho de 2021. Em termos relativos, nota-se um avanço mais acelerado no Norte (65,8%), Sul (62,4%) e Nordeste (51,9%), no mesmo período”, analisa Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, baseada nos dados que fazem parte do Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico.

De acordo com Milva, o aumento do número de SADT ocorreu, especialmente, rumo aos municípios do interior do país e nas regiões metropolitanas. “Preencheu-se, assim, uma lacuna na oferta e disponibilidade dos serviços de diagnóstico, além das regiões mais desenvolvidas economicamente. Apesar desse avanço, muitos municípios não contam com nenhuma unidade de SADT. Nos últimos dez anos, o número de municípios sem a presença de SADT passou de 2.907 (52,2%) para 2.005 (36%). As áreas escuras representam os municípios com a presença de unidades em junho de 2011 e junho de 2021”.

A disponibilidade de estabelecimentos de saúde predomina nos municípios com população acima de 100 mil habitantes. No setor de saúde, assim como nos diversos segmentos econômicos, as economias de escala são extremamente relevantes para manutenção e sustentabilidade das atividades laboratoriais e de imagem.

“Por esse motivo, observa-se uma oferta maior dos serviços de saúde nessas regiões mais populosas e densamente habitadas. Nota-se que 55,2% das unidades de SADT; 58% das unidades de apoio diagnóstico; 51,7% dos hospitais; e 69,4% dos consultórios, estão distribuídos em um conjunto de 326 municípios do país. Nas regiões, o Sudeste contempla 42,2% do total das unidades de SADT e 44,1% de apoio diagnóstico”, ressalta a diretora-executiva da Abramed.

Crescimento acelerado

A evolução do número de estabelecimentos relacionados às atividades diagnósticas é influenciado, especialmente, pela inovação e avanço tecnológico – o que permite a detecção cada vez mais precoce e, até mesmo, a probabilidade de uma pessoa desenvolver uma determinada doença. Segundo os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), havia cerca de 24,5 mil estabelecimentos relacionados às atividades de serviços de diagnóstico e terapia, ao final de 2020.

“Desse total, 12,6 mil (51,4%) são laboratórios clínicos e 6 mil (24,7%) unidades de serviços de diagnóstico por imagem. Nos últimos dez anos, observa-se crescimento mais acelerado em termos absolutos nos laboratórios clínicos, com mais de 4,3 mil novos estabelecimentos e nos serviços de diagnóstico por imagem, com 2,6 mil novas unidades”, observa o presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik.

De acordo com o documento, o crescimento foi mais intenso nos serviços de diagnóstico por registros gráficos (métodos gráficos), com 209,3% de aumento entre 2010 e 2020. Esses serviços compreendem diversos exames para o diagnóstico de doenças do coração, entre eles o eletrocardiograma de repouso, teste ergométrico, eletrocardiograma de alta resolução, Holter, MAPA (Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial), teste cardiopulmonar e Tilt-Test.

“Regionalmente, nota-se um aumento do número de laboratórios clínicos nas regiões Norte (86,1%), Nordeste (76,3%) e Centro-Oeste (69,5%) nos últimos dez anos. No segmento de diagnóstico por imagem, o aumento foi maior no Nordeste (166,7%), Norte (126,2%) e Centro-Oeste (115%), no mesmo período. Esse crescimento rumo ao interior do país está diretamente associado ao número de beneficiários de planos de assistência médica e à oferta dos serviços de assistência à saúde da população”, diz Shcolnik.

Perspectivas

O panorama para o setor de medicina diagnóstica no Brasil é promissor, mesmo diante dos desafios econômicos, regulatórios e legislativos. Considerado como um dos setores que mais evoluem e inovam a cada ano, o surgimento de tecnologias permite que os exames de diagnóstico sejam realizados em grande escala, em menor tempo, com melhor qualidade e precisão, evitando o desperdício e o aumento na escalada dos custos na saúde.

“Inúmeros fatores têm impulsionado o crescimento do setor: utilização da Inteligência Artificial e processos digitais para apoiar os diagnósticos, a modernização dos equipamentos e novas tecnologias laboratoriais, a utilização da telemedicina e subespecialidades em larga escala, inovações na área de genética, rede integrada de saúde, entre outros. Esse conjunto de fatores aponta para um cenário em desenvolvimento, especialmente com o surgimento de diversas startups”, finaliza Shcolnik.

Instituto Lado a Lado pela Vida é voz reconhecida quando se fala em saúde cardiovascular

Além de ações de conscientização e prevenção, instituição também propõe alternativas para melhorar a saúde no Brasil.

Fundado há 13 anos, o Instituto Lado a Lado pela Vida é a única organização social brasileira que se dedica simultaneamente às duas principais causas da mortalidade – o câncer e as doenças cardiovasculares –, além do intenso trabalho relacionado à saúde do homem.

Desde 2014, o instituto atua fortemente na temática da saúde cardiovascular, que é a principal causa de morte no mundo e no Brasil. Naquele ano, a entidade lançou a campanha nacional Siga Seu Coração, com o objetivo de alertar a população para os cuidados com o coração.

Esta ação foi motivada por solicitação de pacientes, principalmente mulheres, que sentiam falta de encontrar informações e orientações sobre a saúde do coração, os principais fatores de risco, o diagnóstico precoce de doenças, inclusive aquelas que podem ser evitadas e as que podem ser controladas, como as doenças crônicas.

“Somos uma voz reconhecida no que se refere às ações de conscientização da população sobre as doenças cardiovasculares. Temos realizado ações de comunicação junto à sociedade civil e também atuado fortemente para impactar as políticas públicas para melhorar o grave cenário brasileiro da doença cardiovascular”, explica Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Há uma página no Facebook dedicada à Campanha Siga Seu Coração. E, na última semana de janeiro, foi relançado o perfil no Instagram, que reforça as mensagens da importância dos cuidados com o coração.

Outras doenças

Quando o Instituto LAL foi criado, em 2008, o propósito era atuar na causa da saúde do homem, orientando os brasileiros sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Ao longo do tempo, seu escopo foi ampliado para os demais tumores prevalentes na população masculina, como os de testículos, bexiga e rins. “Temos sido a voz mais atuante no Brasil para alertar a população sobre a inaceitável incidência do câncer de pênis, doença negligenciada e que pode ser evitada e prevenida com hábitos de higiene”, conta Marlene.

Em 2011, o LAL criou no Brasil a campanha nacional Novembro Azul, que, vale lembrar, não é um movimento internacional trazido para nosso país. Ao longo dos 10 anos desta campanha, foram realizadas inúmeras ações não só dedicadas à importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, mas também para incentivar os homens a assumirem o protagonismo com sua saúde de forma integral.

Em 2014, como já mencionado, foi incorporada a causa cardiovascular na agenda, além da ampliação da atuação na oncologia, incluindo os tumores femininos de colo de útero, ovários, endométrio e mama, porém, com menos destaque ao câncer de mama, pois há outras entidades que se dedicam diretamente a esse tipo de tumor. Os tumores femininos são trabalhados no guarda-chuva da campanha Mulher por Inteiro.

A entidade atua, ainda, em câncer de pulmão, incluindo o importante alerta para o aumento de casos em pessoas não fumantes. Nessa temática, conta com a campanha Respire Agosto e, ainda, dedica atenção ao câncer de pele e melanoma (MagdalensPureSkinCare), muito prevalente no Brasil, principalmente nas áreas rurais, com alta incidência de sol.

Em dezembro de 2021, foi lançada a campanha Câncer por HPV: O Brasil pode ficar sem, com destaque à importância da vacinação dos adolescentes. “Entendemos que essa é uma missão importantíssima, eliminar o desenvolvimento de cânceres que podem não existir e para os quais já existe uma vacina segura e eficaz”, ressalta Marlene.

Paralelamente, a entidade se dedica a alguns temas que identifica como transversais, pois impactam diretamente as doenças cardiovasculares e as oncológicas: obesidade; medicina personalizada; pesquisa clínica e envelhecimento da população.

Políticas públicas em saúde

Além das campanhas de prevenção e conscientização citadas anteriormente e do compromisso em disponibilizar conteúdo qualificado sobre saúde, a instituição realiza um amplo e estruturado trabalho de advocacy, para impactar a definição de políticas públicas em saúde.

“Atuamos junto ao Parlamento e também a órgãos públicos e privados ligados à saúde, não só para ‘apontar o dedo’ para o que não está bem, para os gargalos, mas também para propor e sugerir alternativas viáveis e factíveis para melhorar a saúde no Brasil, seja no âmbito do SUS, seja na saúde suplementar”, destaca Marlene.

Para fortalecer essa abordagem, a entidade realiza, desde 2019, o Global Forum Fronteiras da Saúde, evento internacional dedicado a discutir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, público e privado.

Maiores preocupações

São várias as preocupações atuais do LAL. Uma delas é a falta de informação da população sobre saúde, incluindo o combate às Fake News. “Trabalhamos diariamente para disseminar conteúdo qualificado nas áreas que definimos como prioridade. Além disso, temos a constante preocupação com a desigualdade na saúde no Brasil. Temos um olhar aguçado e atento para diminuir o abismo entre os setores público e privado. Entendemos que para atingir a equidade na saúde, temos de rever o modelo ‘tudo para todos’ e trabalhar para conseguirmos o ‘tudo para quem precisa na hora certa’”, salienta a presidente do Instituto.

Segundo ela, é fundamental que o país evolua no que se refere à participação social na saúde, incluindo a educação. O brasileiro precisa saber mais sobre como funcionam os sistemas de saúde no país, sobre a navegação, a jornada do paciente e destacar que ter direitos subentende-se também ter deveres.

Marlene frisa que é preciso elevar o diálogo. “Falar mais sobre prevenção e sobre promoção da saúde e não só dedicar atenção às doenças. Educar nossa sociedade de que é fundamental prevenir se desejamos lidar melhor, por exemplo, com pandemias como a que vivenciamos nos últimos dois anos”, expõe.

Expectativas

De acordo com a entidade, a grande expectativa é que a pandemia tenha acendido a luz de que não podemos ser passivos quando o assunto é saúde. Por isso, as atividades do Instituto em 2022 estarão ainda mais dedicadas a comunicar a população e os pacientes sobre a importância de consumir informação de qualidade quando o assunto for saúde/doenças.

“Não podemos nos esquecer que estamos em um ano de eleições e que a participação da sociedade com as escolhas nas urnas definirão muito o que acontecerá não só nos próximos quatro anos, mas também no longo prazo no ecossistema da saúde”, finaliza Marlene.

Abramed integra Fórum de Privacidade e Proteção de Dados do Setor de Saúde Suplementar

Objetivo é a representatividade do segmento e estabelecer um diálogo com a ANPD, para debater inovação, desafios e gargalos relacionados a LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – Lei 13.709/2018 -, traz um enorme impacto para o setor de saúde que utiliza dados sensíveis em seu cotidiano, desde a anamnese, o diagnóstico, a identificação até o tratamento de doenças. Com a pandemia de Covid-19, surgiram novos desafios voltados inclusive à cibersegurança e até mesmo às relações trabalhistas. O tema é bastante complexo para todos os atores da cadeia de saúde e, justamente por isso, o diálogo aberto e transparente é fundamental. Nesse contexto, em dezembro de 2021, iniciaram-se as tratativas para implementação do Fórum de Privacidade e Proteção de Dados do Setor de Saúde Suplementar, com discussões entre as entidades de saúde sobre sua criação e escopo de atuação.

“Diante da complexidade dos temas envolvendo a aplicação da LGPD à saúde, a intenção foi criar um locus de discussões qualificado e diversificado, em que todas as entidades representativas do setor possam debater temas relevantes de forma equitativa e ativa, além de dar concretude ao projeto de autorregulação do segmento, mediante a definição de mecanismos de aplicação das regras que serão aprovadas no Fórum”, explica a diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano.

Por outro lado, segundo Milva, as discussões e propostas elaboradas poderão auxiliar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) na compreensão das peculiaridades do segmento de medicina diagnóstica e poderão contribuir para a tomada de decisões pelo agente regulador.

“A ideia é massificar o conhecimento e apoiar a ANPD, produzindo Códigos de Boas Práticas e reunindo o setor para discussão do tema”, complementa a diretora do Comitê de Proteção de Dados da Abramed, Rogéria Cruz.

Para o coordenador jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e membro do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD), Marcos Ottoni, desde o advento da LGPD, percebe-se que várias entidades, até para tentar fornecer uma prestação de serviços adequada para seus filiados, buscaram esclarecer como funcionava a legislação, os impactos para o setor de saúde e por esse motivo era importante a uniformização dos entendimentos de cada envolvido para a criação de uma proposta única.

Segundo Ottoni, o Fórum de Privacidade e Proteção de Dados não é um modelo da CNSaúde, ou da Abramed, ou da Anahp, ou da FBH, ou da Abramge. O objetivo é congregar o setor como um todo. “Isso partiu, inclusive, do modelo europeu que trata de autorregulação regulada, com a união dos players para se preverem as próprias regras. Um setor tão complexo, que trata de dados sensíveis, precisa estar unido para que não tenhamos terceiros falando em nosso nome”, afirma.

O objetivo do Fórum é uniformizar os conceitos, os entendimentos, discutir os temas de interesse do setor no que compete a privacidade de dados, bem como para que seja um interlocutor qualificado tanto para a ANPD quanto para o poder legislativo, assim como para subsidiar o segmento de saúde com um modelo de regulação mais homogêneo, único e conforme o que de fato é vivenciado no cotidiano.

“Hoje o nosso Fórum já conta com alta adesão na participação de entidades, tanto de prestadores como de operadoras de saúde. Entre elas estão a Abramed, a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), a Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP); a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB); a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg); a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge)”, cita Ottoni.

A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi) também formulou um pedido formal para participar do grupo e a Abramge convidou a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), ampliando ainda mais a abrangência do projeto.

“A CNSaude teve a iniciativa de criação deste Fórum. A Abramed apoiou e participará ativamente, através de seu Comitê de Proteção de Dados, por acreditar na força de mobilização das entidades para defesa dos interesses do setor perante a ANPD”, declara Milva.

Segundo Ottoni, o fundamental para o sucesso do Fórum é que todas as entidades tenham idênticas condições de participação, de indicação de membros e de definição das pautas. A ideia não é ter um grupo capitaneado por essa ou por aquela entidade.

Para que o Fórum tenha representatividade, contará com a coordenação acadêmica de uma instituição de ensino superior, e será necessário que todas as entidades participem de forma ativa, além da própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que será peça fundamental em tais discussões. Além disso, contará com a participação de especialistas e acadêmicos com experiência no tema para auxiliar nos debates.

“Em nossa última reunião, na segunda quinzena de janeiro, foi decidido que o fórum atuará sob dois grandes eixos. O primeiro é a questão da atualização e da uniformização de um código de boas práticas que vai subsidiar o projeto da autorregulação regulada do setor de saúde. Queremos criar um código único que represente todos os interesses do setor de forma conjunta. A segunda vertente é a atuação ser um locus de discussão técnica sobre temas envolvendo privacidade no setor de saúde, sobre a agenda da ANPD e a agenda legislativa. Vamos debater essas temáticas e transformá-las em um policy paper com a manifestação do nosso segmento”, explica Ottoni.

De acordo com o coordenador jurídico da CNSaúde, essa união setorial terá grande força, principalmente para pautar as autoridades no processo de regulação da LGPD. Em síntese, o Fórum se reunirá, deliberará e transformará o entendimento conjunto em um documento que servirá como posicionamento para todas as entidades participantes.

“O setor de medicina diagnóstica é um dos que mais produz dados sobre LGPD. Precisamos muito, principalmente, conversar e debater sobre a conformidade do entendimento do setor com as operadoras, com a ANS. Eu diria que o setor é um dos que mais vai precisar atuar, apresentar suas perspectivas, porque é um dos que mais produz dados para podermos desenvolver o setor de saúde”, afirma Ottoni.

“Um ponto importante a destacar é que todas as Organizações estão engajadas nos processos de implantação do Fórum, mas que existem dificuldades, pois estamos há meses em uma pandemia e muitas vezes isso impacta no processo de conscientização. Nossos associados estão comprometidos com o tema e a Abramed busca apoiá-los através de material, de discussões e agora contribuindo de maneira mais abrangente com o setor de saúde”, finaliza Rogéria.

Incorporação da tecnologia cresce na medicina diagnóstica

Associadas da Abramed investiram entre R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão em 2021 em inovações que ajudaram a melhorar a excelência, a qualidade dos diagnósticos e oferecer melhores experiências para os pacientes. A adoção dos canais digitais é uma das principais tendências

A transformação digital vem acontecendo aceleradamente, impulsionada pela pandemia. Não por acaso, segundo a Distrito, maior ecossistema independente de startups do Brasil, os investimentos em healthtechs – cruciais para apoiar o processo de inovação no setor de saúde no país – mais que dobraram de 2020 para 2021. Inteligência Artificial (IA), telemedicina, telerradiologia, internet das coisas (IoT), wearables, tecnologias móveis, dados, automação de processos e de fluxo laboratoriais, assistentes virtuais, assistentes por voz e o 5G são tecnologias que já se fazem presentes e assumirão um papel cada vez mais importante na medicina diagnóstica.

Apesar do panorama complexo e desafiador, em 2020 e 2021, o setor de medicina diagnóstica continuou investindo em novas tecnologias e formas de atendimento para ofertar soluções de diagnóstico laboratorial e de imagem.  Segundo dados do Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico, os investimentos em novos equipamentos e também em tecnologias variaram entre R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão em 2021, valores que podem ter sido de 50% a 80% superiores aos de 2020.  Isso está relacionado ao reaquecimento do setor, após a queda nos primeiros meses da pandemia. 

As vantagens da incorporação da tecnologia são inúmeras e impactam em diagnósticos mais precisos e rápidos, elevando consideravelmente as chances de controle e tratamento de inúmeras doenças e contribuindo para um melhor cuidado. Também possibilita a ampliação do acesso à saúde, traz agilidade e otimiza os fluxos, apoiando na busca da sustentabilidade. Além de oferecer melhores experiências, um serviço de excelência e uma jornada mais fluída para os pacientes. 

A tecnologia, de acordo com Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, trouxe a velocidade necessária para atender a demanda que cresceu exponencialmente no último ano.  O setor de medicina diagnóstica é, desde sempre, um forte usuário e demanda atualizações frequentes, em especial no parque de diagnóstico por imagem, área que oferece exames cada vez mais com precisão e dispõe de recursos capazes de capturar imagens menores, com riquezas de detalhes.

Os exames genéticos também estão exigindo novos equipamentos analíticos e metodologias. Isso inclui, por exemplo, dispositivos simples e testes rápidos, que permitem atendimento hospitalar e realização de procedimentos na beira do leito; e exames de alta complexidade, “como foi o sequenciamento de Nova Geração muito utilizado para detecção de mutações na medicina personalizada, que também foi empregado na pandemia”, complementa Shcolnik.

Outro legado deixado pela pandemia é a consolidação dos canais digitais. É fato que essa é uma tendência que veio para ficar e será cada vez mais aprimorada. Afinal, o paciente está cada vez mais exigente e buscando uma experiência mais similar com a que está acostumado em outros setores de sua vida. Quase 70% dos associados, segundo o Painel Abramed 2021, desenvolveram aplicativos, que englobaram desde o processo de agendamento, atendimento ao paciente, através do web check-in, até a checagem de resultados. Isso foi crucial para desafogar as filas e diminuir o tempo de permanência dessas pessoas nas unidades.

“Os canais digitais têm uma vantagem enorme para os pacientes por uma série de motivos. Hoje a história dele está no aplicativo. Isso em saúde pública muda desfecho, porque você consegue fazer com que em algum momento o médico olhe toda a sua história e este é mais é um legado que a medicina diagnóstica está trazendo. Quanto mais pessoas pudermos impactar com a tecnologia, mais saúde coletiva teremos, mais diagnósticos precisos, mais informações clínicas em uma base de dados”, ressalta Shcolnik.

Tendências de mercado

A telerradiologia veio para ficar e surge como apoio para a realização de exames à distância, comandados remotamente por médicos especialistas e feitos por braços robóticos. Isso tudo permite não só ampliar o acesso, levando os exames para regiões mais distantes, como também diminui o tempo de realização e aumenta a assertividade dos diagnósticos, inclusive com apoio da inteligência artificial para fazer as primeiras triagens e reconstruir as imagens em 3D.

A transmissão em tempo real de exames por meio de streaming é também outra tendência, que ajuda a melhorar a entrega dos resultados ao paciente. Com este tipo de plataforma, é possível ampliar a oferta de exames com qualidade, fomentando uma comunicação ativa entre especialistas e generalistas – profissionais capacitados para realizarem diagnósticos e indicar cuidados mais generalistas, avaliando o paciente de forma mais integral e sem observar uma área específica. O médico que está realizando o exame pode solicitar, por exemplo, a qualquer tempo, apoio ao revisor durante a aquisição de imagens ou na conclusão do laudo.

O reconhecimento de voz, utilizando inteligência artificial, pode ajudar a converter áudio em laudo, minimizando as chances de erros na hora de digitar o documento. O recurso reduz o tempo despendido com a elaboração do laudo, o que é crucial, por exemplo, em locais de alta demanda ou em casos de urgência e emergência.

Já IoT, aliada a predição da inteligência artificial, consegue eliminar a necessidade de esperar pelas ocorrências, e habilita a capacidade de prever que elas ocorrerão e, desta forma, agir para evitá-las. Com este tipo de tecnologia é possível monitorar à distância e em tempo real, ambientes e equipamentos de engenharia clínica e de infraestrutura. Desta forma, é possível prever quebras e mau funcionamento que poderiam interromper a realização de exames complexos, como tomografia computadorizada e ressonância magnética.

“Vivemos um processo irreversível, a tecnologia e o digital têm papel importante na eficiência do diagnóstico, na melhoria da experiência do paciente, na qualidade do atendimento e também na redução de custos. Por isso, a Abramed está sempre atenta às novas tendências tecnológicas e também em estratégias que podem contribuir para geração de valor no setor”, finaliza Shcolnik.

Número de exames reduz 14,6%, grande parte para diagnóstico de câncer, segundo Painel Abramed

No mês em que é celebrado o Dia Mundial do Câncer, o alerta é sobre a importância da retomada dos exames para diagnóstico precoce da doença.

Com o agravamento da pandemia no país e a manutenção das medidas de isolamento social, cerca de 177,5 milhões de exames deixaram de ser realizados em 2020, muitos deles associados ao câncer. Neste 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, a Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica faz, justamente, um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce.

Segundo o Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico, em 2020 houve redução de 133,5 milhões de exames de diagnóstico na comparação com 2019, o que corresponde a 14,6%. Foi verificada redução acentuada no número de exames que auxiliam no diagnóstico do câncer: queda de 37,3% de exames de pesquisa de sangue oculto nas fezes; 31,8% de colonoscopias; 28,3% de mamografias e 24,4% de exames de citopatologia cérvico-vaginal oncótica.

O INCA – Instituto Nacional de Câncer estima cerca de 625,4 mil novos casos da doença a cada ano, entre 2020 e 2022. Serão, por exemplo, 65.840 casos novos de câncer de próstata, o que representa uma probabilidade de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, e 66.280 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres.

A estimativa é que haverá um aumento de 20% no número de óbitos em pacientes com câncer nos meses subsequentes aos períodos de confinamento da população em decorrência da pandemia. E não é só isso, quanto mais tardio é o diagnóstico, piores são as sequelas do tratamento.

No Brasil, segundo o relatório de auditoria sobre a política nacional para prevenção e controle do câncer realizado pelo TCU – Tribunal de Contas da União, aproximadamente 80% dos pacientes com câncer foram diagnosticados em grau de estadiamento 3 e 4. Esses números geram preocupação, já que a detecção e o tratamento precoce podem aumentar as chances de cura dos pacientes.

O entendimento de que diagnosticar pacientes precocemente salva vidas e pode reduzir consideravelmente as despesas assistenciais já está consolidado há muito tempo. Não há dúvida de que o diagnóstico tardio, ao contrário, pode promover uma sobrevida pior e resultar em tratamentos mais custosos e muitas vezes ineficientes.

“Os números mostram que a pandemia reduziu as ações de prevenção de doenças. Agora é o momento de reforçar a importância do autocuidado, dos exames preventivos e dos benefícios do diagnóstico precoce junto à população”, salienta Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

O trabalho de diagnóstico é fundamental para os resultados que trazem valor na área da saúde e para a sustentabilidade dos tratamentos. As estratégias para a detecção do câncer são o diagnóstico precoce e o rastreamento. O rastreamento engloba vários procedimentos eficazes para o diagnóstico de doenças em pessoas assintomáticas. Os exames permitem detectar anormalidades, evitando intervenções mais complexas, que são necessárias quando o tumor já se formou ou está em estágio avançado.

“É imprescindível estabelecer ações de detecção com a garantia de acesso a exames de diagnóstico, em tempo adequado e com qualidade em todas as etapas da linha de cuidado da doença”, diz Shcolnik.

Taxa de positividade de Covid em laboratórios chega a 60% em janeiro. Procura por exames de Influenza caiu

02 de Fevereiro de 2022 – Na última semana de janeiro de 2022 os laboratórios de medicina diagnóstica associados a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) realizaram quase 390 mil exames de Covid-19. O número representa um aumento de 18% em relação à semana anterior – quando haviam sido realizados mais de 320 mil exames. A taxa de positividade também aumentou, passando de 57% na semana encerrada no dia 23 para 60% na semana encerrada no dia 30.  A procura por exames de Influenza caiu 12% no mesmo período, sendo realizados mais de 150 mil exames. A taxa de positividade passou de 7,7% para 2,8% . 

Ainda com relação ao influenza, o pico de positividade não foi em janeiro, mas sim na última semana de dezembro, quando a taxa de positividade chegou a 41%. Em janeiro a taxa de positividade média foi de 12,5%. Na primeira semana do mês essa taxa era de 30%. 

Estoques

Sobre os estoques dos insumos para a realização dos exames de Covid-19, que sofreram escassez nas primeiras semanas do ano, a Abramed informa que os  estoques estão sendo repostos e que algumas regiões já apresentam  normalidade no atendimento. 

Cabe ressaltar que a Diretoria de Portos e Aeroportos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem facilitado a liberação de reagentes importados, conforme disponibilidade, o que vem favorecendo a reposição dos estoques.

A Abramed vem acompanhando o cenário diariamente, e informará a respeito de atualizações.

SOBRE A ABRAMED

Fundada em 2010, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – ABRAMED, surgiu num momento de transformações no sistema de saúde brasileiro, entre elas a consolidação de um novo perfil empresarial e o estabelecimento de regulamentações determinantes para o futuro da medicina diagnóstica no país. Esse cenário foi propício para que as empresas com atuação de ponta no país vislumbrassem os benefícios de uma ação integrada em torno da defesa de causas comuns.

A Abramed expressa também a visão de um setor de grande relevância socioeconômica, cujo desempenho tem impacto significativo sobre a saúde de parcela expressiva da população.

A Abramed conta com associados, que, juntos, respondem por mais de 65% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país. Essas empresas também são reconhecidas por sua qualidade na prestação de serviços, pela excelência tecnológica e pelas práticas avançadas de gestão, inovação, governança e responsabilidade corporativa.

MAIS INFORMAÇÕES À IMPRENSA

Deborah Rezende

Jornalista | Assessora de Imprensa

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Abramed contribui para discussão sobre agenda de políticas para a saúde em evento virtual

Participante do Welcome Saúde, Leandro Figueira destacou a importância da educação para o desenvolvimento do setor

“Diálogos para uma agenda de políticas para a saúde” foi o tema do debate promovido pelo Grupo Mídia no evento Welcome Saúde: Perspectivas políticas e econômicas pós-pandemia, realizado virtualmente no dia 27 de janeiro. 

Com moderação de Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Abimo – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, o debate contou com profissionais de grande experiência no setor, que discutiram as necessidades da área de saúde e as perspectivas para este ano.

Segundo Francisco Balestrin, presidente do SINDHOSP – Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo e do CBEXs – Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde, em 2020 começou um movimento muito positivo da sociedade, mostrando a interdependência entre todos os atuantes na área de saúde, inclusive entre os setores público e privado.

“Entretanto, nessa trajetória, sofremos muito. A política repercutiu em todas as ações: no desenvolvimento de produtos, nas ações coordenadas de combate à doença e de produção de vacinas, ou seja, além do ‘inimigo comum’, chamado Covid-19, tivemos de enfrentar outro elemento, a política, com mudanças constantes de ministros e disseminação de notícias falsas”, destacou Balestrin.

Para o presidente do SINDHOSP e do CBEXs, será muito difícil desenvolver uma política pública de saúde em 2022. “O cristal já está trincado, não tem jeito de colar. Precisamos de uma grande mudança. Todos teremos de trabalhar para produzir propostas de reestruturação do sistema que possam ser utilizadas a partir do ano que vem, não deste ano”, revelou. 

Também convidado para o debate, Leandro Figueira, vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, concordou com a opinião de Balestrin sobre não ser possível haver mudança política este ano, pois o país vai se concentrar na agenda eleitoral.

Questionado sobre a necessidade de uma melhor organização dos recursos disponíveis para saúde, Figueira comentou que o mercado de saúde privado é extremamente onerado. “Geramos riqueza, resultado para o PIB, emprego, mas sua sustentabilidade é questionável. A questão é: qual o limite da gestão para fazer com que todas as margens decrescentes sejam responsáveis por manter o setor?”

Figueira citou os desperdícios e a falta de recursos tanto do setor público quanto do privado. “Todos dizem que a racionalização de recursos é necessária, mas nós, como agentes de mudança, ainda não internalizamos ou não tivemos a força política necessária para poder mudar a mentalidade dos políticos e criar uma política de Estado, seja para a saúde suplementar, seja para o Sistema Único de Saúde.” 

Para o vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed, precisamos educar a população sobre a utilização dos recursos em saúde conscientemente. “Mobilizando a sociedade, a racionalização do recurso vai naturalmente aparecer e teremos um setor mais sustentável”, expôs.  

De acordo com Figueira, não adianta ir atrás dos políticos para criar uma agenda pública e discutir o acesso à saúde. É necessário criar políticas públicas para definir qual é o grau de instrução da população para poder levar conhecimento. “E levando conhecimento, faremos uma sociedade melhor, elegeremos representantes melhores e será um círculo virtuoso de crescimento para o país.”  

Em sua apresentação, Figueira também destacou o papel da Abramed durante a pandemia, já que os associados foram extremamente requisitados, por ser a porta para a realização de exames. No entanto, o Brasil não conseguiu lidar com maestria com a crise. “Foi a iniciativa privada que se mobilizou para que os dados chegassem ao Ministério da Saúde. Em relação à área pública, a privada tem como diferenciais a disciplina, a capacidade de execução, a utilização de protocolos rígidos e a cobrança de profissionais superiores, no sentido de responsabilidade”, disse.

Falando sobre a atenção primária, Denise Eloi, diretora-executiva do ICOS – Instituto Coalizão Saúde, salientou a importância de ampliar e organizar o acesso à saúde, mas evitando soluções isoladas, investindo também nas atenções secundária e terciária.

“Algumas discussões pedem alterações na atenção primária, mas elas só aumentam a fragmentação do sistema de saúde. Entendo que aprimorar o modelo assistencial, a gestão, o financiamento, o desenvolvimento científico e tecnológico, a indústria, a relação entre público e privado, enfim, propostas que entreguem valor ao cidadão, deve ser o foco dessa agenda política”, expôs Denise. 

Também contribuiu para o debate Carlos Alberto Pereira de Oliveira, coordenador do Projeto “Sífilis Não”, pesquisador do LAIS/UFRN, vice-diretor do IFHT/UERJ e assessor externo da OMS para a Estratégia de Aprendizagem. Ele concorda com os enormes desafios para 2022, mas acredita que é nele que começará a construção para os anos seguintes. 

“Precisamos entender que 2022 será um ano em que a pandemia passará a ser uma endemia. A saúde, a economia, os empregos, o recolhimento de impostos não podem parar. Por isso, nossa agenda política na saúde é mais que prioritária e exige mobilização. Precisamos ter uma bancada no Congresso Nacional que defenda a saúde pública e privada como um negócio”, afirmou.

Conforme explicou Oliveira, é necessário ter um plano específico para o setor da saúde que dialogue transversalmente com outras áreas. E que chegue ao Congresso até o fim de fevereiro ou começo de março, senão não haverá uma política pública para defender coletivamente.  

Para os participantes, é importante definir os principais eixos que nortearão os próximos passos da saúde, unir forças e reunir pessoas que tenham compromisso com a saúde e sejam fundamentais para a tomada de decisões. A responsabilidade é de todos nós.

Antibiótico – Vilão ou Herói?

A resistência a antibimicrobianos é uma ameaça global que promete causar 10 milhões de mortes por ano até 2050 e danos catastróficos à economia. Atualmente, pelo menos 700.000 pessoas morrem a cada ano devido a doenças resistentes a medicamentos, e sem investimento, as gerações futuras enfrentarão os impactos desastrosos do uso de antimicrobianos de forma não controlada como a que ocorreu durante a pandemia da COVID19. 

O uso excessivo, indevido e o abuso de antimicrobianos foram reconhecidos como os principais impulsionadores do surgimento global de resistência antimicrobiana (AMR), tanto na comunidade quanto em hospitais. A taxa de uso inadequado de antimicrobianos em hospitais foi calculada em 50%, evidenciando a importância da adoção de iniciativas direcionadas a otimização do uso de antimicrobianos, incluindo seleção, dose, duração e via de administração, também conhecido como Antimicrobial Stewardship (AMS), e a criação de programas de manejo antimicrobiano (Antimicrobial Stewardship programs – ASPs). As iniciativas de AMS buscam a melhores resultados no cuidado ao paciente, reduzir efeitos adversos, diminuir a pressão seletiva para a resistência a antimicrobianos, e fornecer cuidados de saúde com boa relação custo-benefício.

Neste sentido, a bioMérieux lançou a primeira campanha desenvolvida a nível global com efetivação regional, como ocorre aqui no Brasil. O objetivo desta campanha de 2 anos é:

– AUMENTAR A VISIBILIDADE como parceiro de soluções para o público em geral em vários níveis de maturidade de gerenciamento antimicrobiano;

– GERAR IMPACTO NOS NEGÓCIOS da empresa, criando engajamento com nossa Oferta Integrada de AMS.

A primeira fase da campanha AMS foi lançada em novembro de 2021 durante a Semana Mundial de Conscientização Antimicrobiana (WAAW), com um artigo de liderança de pensamento com Mark Miller, MD, diretor médico, intitulado “O papel crucial do diagnóstico para melhorar a administração antimicrobiana”. Este artigo está incluído ao lado de outras empresas e associações líderes como um patrocínio de campanha de resistência antimicrobiana (AMR) com a Global Cause.

Os leitores do artigo terão acesso à página de destino da campanha AMS com conteúdo adaptado à sua maturidade AMS (com base na localização) e onde estão no processo de tomada de decisão. As postagens de mídia social que promovem a página de destino estão atualmente ativas no Facebook e no Twitter, juntamente com anúncios direcionados do LinkedIn para os principais públicos.

Em 2022, a campanha global AMS alinhará táticas e atividades em torno de importantes congressos e observâncias globais, como ECCMID, AACC, ASM Microbe, World AMR Congress e WAAW. A participação regional começará em meados do primeiro trimestre de 2022 em prazos designados, permitindo que as equipes regionais acelerem seus roteiros de AMS localizados, impulsionem mudanças e alcancem seu potencial total.

Ainda vale ressaltar que entre as soluções no uso correto dos antimicrobianos, a biomerieux disponibiliza testes de diagnósticos multiplex para pesquisa sindrômica de patógenos, que tem papel fundamental no direcionamento da terapia antimicrobiana. Sem ferramentas diagnósticas com bom desempenho e rápidas, como  os painéis, a equipe médica, que acreditam no conceito de stewardship não têm informações suficientes sobre o estado do paciente e qual o melhor tratamento a ser direcionado.

Durante a pandemia da COVID19, a grande maioria dos pacientes internados receberam antibióticos (DanielleOfri), mesmo sendo pouco frequente a infecção secundária por uma bactéria. Painéis multiplex para pesquisa de patógenos respiratórios possibilitam a identificação do patógeno causador dos sintomas em cerca de uma hora além dos genes de resistência o que possibilitam a maior assertividade do tratamento.

É nesta base – um diagnóstico rápido e confiável – que se constroem os pilares de AMS: conhecer os germes presentes em cada setor do hospital para orientar os tratamentos iniciais e guiar adequadamente o uso de antibióticos ao final da investigação laboratorial. É assim que vamos virar a jogo no combate a resistência bacteriana!

Associadas à Abramed investem em novos modelos de negócios e ganham destaque no combate à pandemia

Plataformas digitais de saúde e apoio hospitalar estão entre as soluções adotadas para agilizar o atendimento

Mesmo em meio à crise provocada pelo novo coronavírus, 64,4% das associadas à Abramed investiram no desenvolvimento de novos modelos de negócio, de acordo com o Painel 2021 da Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica: O DNA do Diagnóstico. Alguns destaques são: ampliação do atendimento domiciliar, oferta de vacinas, plataformas digitais de saúde e coordenação dos cuidados, exames para detecção da covid-19, apoio hospitalar e Home Care. 

Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, destaca que, segundo dados da Saúde Digital Brasil, entre 2020 e 2021, cerca de mais de 7 milhões e meio de consultas foram feitas por telemedicina. Com certeza, algumas delas geraram solicitações de exames complementares, tanto de diagnóstico por imagem como laboratoriais. “A telepatologia e a telerradiologia já são amplamente utilizadas. A telepatologia, que consiste no envio de lâminas microscópicas para a leitura remota de especialistas, é uma ferramenta que vem crescendo não só no Brasil, mas também em outros países.”

No início da pandemia, a falta de insumos gerou uma competição em nível internacional que se estendeu para as vacinas, complicando a situação no Brasil. “Mas nós brasileiros somos famosos pela criatividade e flexibilidade, então novas soluções foram colocadas em prática durante a pandemia, levando pesquisadores e profissionais que trabalham em laboratórios clínicos a adaptar métodos analíticos que eram muitas vezes usados em outras situações para enfrentar a pandemia”, diz Wilson Shcolnik. Um exemplo é o sequenciamento de Nova Geração, muito utilizado na medicina personalizada para detecção de mutações, que acabou sendo usado também na pandemia. “Podemos chamar de um pequeno desvio de função, mas com proveitos para a população”, acrescenta. 

Para todas as linhas de negócio citadas já existiam iniciativas incipientes dos membros associados à Abramed, no entanto, durante a pandemia, a implantação desses serviços acelerou-se de forma brutal. “Com a evolução da pandemia, do tratamento e da assistência dada a todos os beneficiários e pacientes, o sistema se adaptou de forma a não retroagir. Pode ser que algumas pessoas ainda prefiram usar o método antigo, mas quem descobriu outra via de acesso, proporcionada principalmente pelas plataformas, tem mantido a incidência muito alta em comparação com o pré-pandemia. É o conceito da conveniência”, diz Leandro Figueira, vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed.

As empresas associadas à Abramed também investem continuamente para promover soluções capazes de entregar mais valor aos pacientes. Por meio de softwares e sistemas avançados de gerenciamento, é possível analisar exames laboratoriais e de imagem de forma cada vez mais rápida e eficiente, além de possibilitar condutas clínicas mais assertivas. Um número maior de empresas associadas à Abramed tem se adaptado a essas tecnologias, com destaque para os softwares de Business Intelligence (BI), utilizados por 96,2% das associadas.

Um dos destaques é a tendência crescente de investimento na integração de dados originados de vários segmentos do cuidado ao paciente, para proporcionar maior agilidade, melhorar a tomada de decisões e obter maiores ganhos de eficiência do sistema de saúde.

O serviço de atendimento domiciliar também está no foco das associadas à Abramed, principalmente impulsionado pela pandemia. Isso porque as unidades laboratoriais tiveram de adaptar suas estruturas para atender os pacientes com suspeita de covid-19 de forma separada dos demais que foram realizar outros exames. Uma das alternativas encontradas pelos laboratórios foi oferecer o exame para detecção do novo coronavírus em sistema drive-thru ou coleta domiciliar.

O Grupo Pardini, por exemplo, desde o início da pandemia, executou mais de 30 projetos, incluindo o drive-thru e o atendimento domiciliar, o que permitiu atender com segurança o crescente fluxo de pacientes.

Já a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein ampliou o serviço de atendimento domiciliar em 2020. Além da coleta de exames laboratoriais e vacinação, passou a incluir eletrocardiograma, ultrassonografia e polissonografia, evitando os deslocamentos.

Pandemia impulsiona desenvolvimento de aplicativos, reduzindo desperdícios no setor da saúde

Quase 70% das associadas à Abramed desenvolveram soluções principalmente para o agendamento de atendimentos

A pandemia alterou dramaticamente a prestação do atendimento ambulatorial no ano de 2020. Desde o início da pandemia, os pacientes começaram a adiar consultas eletivas e tratamentos, migrando para o uso de telemedicina.

A necessidade de isolamento social, visando à proteção dos profissionais de saúde e pacientes, contribuiu ainda mais para adaptações dos serviços de saúde por meio da utilização dessa tecnologia a fim de mitigar a disseminação da covid-19.

Para lidar com esses desafios, as empresas associadas à Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – têm investido no desenvolvimento de aplicativos para smartphones com objetivo de oferecer maior conforto e praticidade aos pacientes, conforme demonstra o Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico.

Em 2021, 69,2% das associadas à entidade desenvolveram aplicativos, principalmente para o agendamento de atendimentos em razão da pandemia. A ampliação do acesso de pacientes e médicos aos resultados de exames contribui para reduzir significativamente o desperdício no setor.

Segundo Leandro Figueira, vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed, os aplicativos fazem parte da vida dos brasileiros e vieram para ficar. A portabilidade dos resultados foi intensificada durante a pandemia, trazendo uma vantagem enorme, porque as pessoas deixaram de ter a exclusiva necessidade de circular com seus exames como antigamente, passando a ter todo o seu histórico dentro de um aplicativo. “Isso, em termos de saúde pública, muda o desfecho, trazendo uma nova visão de futuro”, expõe.

Através dos aplicativos também é possível mudar a jornada dos pacientes dentro dos ambulatórios e das clínicas, por meio de agendamento antecipado e do web check-in, diminuindo o tempo de permanência no local. Atualmente, a portabilidade da Medicina Diagnóstica no smartphone gera resultados ainda incalculáveis. “O benefício que isso trará para a coletividade é muito grande”, salienta Figueira.

Só para ilustrar, o aumento das despesas médico-hospitalares é um dos principais desafios para a sustentabilidade do mercado de saúde no Brasil e no mundo. Geralmente esse aumento decorre, entre outros fatores, do aumento na frequência de utilização dos serviços de assistência médica, dos preços dos procedimentos, materiais e insumos, além de fraudes, desperdícios e judicialização da saúde. Essa escalada onera principalmente os contratantes de planos de saúde: empresas, indivíduos e famílias. Os aplicativos estão entre as soluções que podem ajudar a reduzir esses custos.

Esses e outros dados estão no Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico. Publicação traz um panorama único do setor de Medicina Diagnóstica no Brasil. Clique aqui para acessar.