Casos de covid-19 na rede privada disparam 46% entre Carnavais de 2023 e 2024, segundo Abramed

Neste ano, apesar da menor quantidade de exames realizados em relação a 2023, a positividade foi maior, chegando a 34%.

21/02/2024 – O número de exames positivos de covid-19 realizados na rede privada cresceu 46% na comparação entre os Carnavais de 2023 e 2024. Os dados são das empresas associadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representam cerca de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

Considerando duas semanas (a que antecede o Carnaval e a do feriado em si), em 2023 foram realizados 44.352 exames, com 8.948 positivos, o que representa 20% do total. Já em 2024, apesar da menor quantidade de exames realizados, 38.544, o número de positivos foi bem maior, chegando a 13.046, ou seja, 34% do total de exames realizados.

Dados semanais 2024

Comparando as semanas de 4 a 10 de fevereiro e de 11 a 17 de fevereiro, a taxa de positividade se manteve estável, em 34%, a maior das últimas 6 semanas, embora o número de pessoas com a doença cresceu 10%, de 6.210 para 6.836. Em termos de quantidade de exames, houve um aumento de cerca de 12%, de 18.172 para 20.372.

Nas últimas 6 semanas, de 7 de janeiro a 17 de fevereiro, foram realizados 74.729 exames de covid-19, com 22.329 positivos (29,9% de positividade na média).

“Importante lembrar que as associadas à Abramed enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública. Defendemos que os exames sejam feitos em laboratórios clínicos, que oferecem precisão, testes mais abrangentes e conformidade com padrões de qualidade”, declara Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Vale ressaltar, ainda, que a pesquisa realizada pela entidade não apresenta dados separados por regiões do país, ou seja, todos os números estão disponíveis apenas ao nível Brasil, sem qualquer recorte local.

Veja abaixo as tabelas

ABRAMED – Exames e positividade – Covid-19 (Carnaval 2023 e 2024)

  ExamesVar. %Positivos Var. %Taxa
Carnaval 2023Semana 1        21.618 –         3.995 – 18%
Semana 2        22.734 –         4.953 – 22%
Total        44.352          8.948  20%
Carnaval 2024Semana 1         18.172 -16%        6.210 55%34%
Semana 2        20.372 -10%        6.836 38%34%
Total        38.544 -13%      13.046 46%34%

ABRAMED – Exames e positividade – Covid-19

 Semana
 14/01 a 20/0121/01 a 27/0121/01 a 27/0128/01 a 03/0204/02 a 10/0211/02 a 17/02Total 6 semanas*
Nº de exames realizados            7.638            8.143          8.143            12.129                18.172                    20.372                  74.729
Taxa de positividade24%26%26%30%34%34%29,9%
Número positivos1.7992.1422.1423.6766.2106.836                  22.329

* a taxa de positividade total é a média ponderada do período

Aumento número de exames na última semana: 12%

Aumento número de positivos na última semana: 10%

Cresce 49,8% número de exames de covid-19 realizados na rede privada, segundo Abramed

Os dados comparam as semanas de 28 de janeiro a 3 de fevereiro e de 4 a 10 de fevereiro; positividade sobe de 30% para 34%

A quantidade de exames de covid-19 realizados na rede privada cresceu 49,8%, na comparação entre a semana de 4 a 10 de fevereiro (18.172) e a semana anterior, de 28 de janeiro a 3 de fevereiro (12.129). Os dados são das empresas associadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representam cerca de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

Além disso, a taxa de positividade subiu de 30% para 34% no período. O número de casos positivos confirmados também aumentou consideravelmente de uma semana para outra, com 6.210 positivos registrados na semana de 4 a 10 de fevereiro, em comparação com os 3.676 da semana 28 de janeiro a 3 de fevereiro, um crescimento de 69% em quantidade de pessoas.

Ao longo de seis semanas (7/1 a 10/2), a Abramed realizou 62.500 exames, dos quais 17.635 foram positivos, representando uma taxa média de positividade de 28,2%.

Diante desse cenário, a entidade reforça a importância contínua das medidas de prevenção e controle, bem como a necessidade de intensificar os esforços na detecção e no tratamento precoce da doença.

“Defendemos que os exames sejam feitos em laboratórios clínicos, que oferecem precisão, testes mais abrangentes e conformidade com padrões de qualidade. Além disso, os laboratórios clínicos associados à Abramed enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública”, declara Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Exames de dengue realizados nos laboratórios privados crescem 39,55% em uma semana, segundo Abramed

A comparação é entre a semana de 4 a 10 de fevereiro de 2024 e a semana anterior, de 28 de janeiro a 3 de fevereiro. O número de casos está muito acima do ano passado.

O número de exames de dengue realizados nos laboratórios privados do país cresceu 39,55% em uma semana, segundo as empresas associadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representam cerca de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil. A comparação é entre a semana de 4 a 10 de fevereiro de 2024 (43.210) e a semana anterior, de 28 de janeiro a 3 de fevereiro (30.962).

Já a positividade caiu de 21% para 17%, no mesmo período. No entanto, em termos de quantidade de pessoas com a doença, foram 6.383 positivos na semana de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, contra 7.547 positivos na semana de 4 a 10 de fevereiro. Um aumento em número de indivíduos com dengue de 18,23%.

“A positividade caiu de 21% para 17% somente porque o número de exames realizados aumentou muito. Mas vejam que o número de casos está muito acima do ano passado também”, explica Bruno Santos, coordenador de Inteligência de Mercado da Abramed. 

Ele se refere à comparação entre os dados da sexta semana epidemiológica deste ano e do ano passado. Em 2023, foram realizados 16.030 exames de dengue, enquanto em 2024, foram 43.210, uma variação de 170%. Em relação aos positivos, foram 4.387 na sexta semana epidemiológica de 2023, contra 7.547 na mesma semana de 2024, uma variação de 72%.

Vale ressaltar que a pesquisa realizada pela Abramed não apresenta dados separados por regiões do país, ou seja, todos os números estão disponíveis apenas em nível Brasil, sem qualquer recorte local.

Veja abaixo as tabelas:

Exames

O exame laboratorial é crucial para diferenciar doenças que têm os mesmos sintomas, como dengue, a zika e a Chikungunya. Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, explica que, nos estágios iniciais da dengue, até o quinto dia após o início dos sintomas, é feita a pesquisa de antígeno do vírus. E entre o décimo e o décimo quarto dia, é possível identificar a presença de anticorpos.

Como há quatro sorotipos de vírus da dengue circulando no Brasil (um, dois, três e quatro), há reagentes que possibilitam identificar todos juntos, não um de cada vez, o que facilita o processo de diagnóstico. 

Os profissionais de saúde utilizam vários métodos laboratoriais, sendo o ELISA (enzimaimunoensaio) um dos mais comuns, por ser muito sensível e específico para detectar a presença de antígenos ou anticorpos em uma amostra biológica, como o sangue.

No caso da dengue, o ELISA é usado para detectar o NS1 (antígeno do vírus) ou os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção pelo vírus. O NS1 é uma proteína viral produzida durante a infecção aguda e sua presença no sangue indica uma infecção ativa. 

No entanto, Shcolnik alertou que a identificação do sorotipo responsável pela infecção requer testes mais sofisticados, geralmente realizados em estudos epidemiológicos. “Além do teste específico para dengue, é fundamental também realizar a contagem de plaquetas e avaliar o estado de hidratação do paciente. Abaixo de 40 mil plaquetas há risco de sangramento, identificando dengue hemorrágica”, alerta Shcolnik.

Vale ressaltar que os exames feitos em laboratórios oferecem uma série de vantagens em termos de precisão, capacidade de diferenciação de doenças, possibilidade de testes mais abrangentes, aconselhamento profissional e conformidade com padrões de qualidade.

Além disso, os laboratórios clínicos associados à Abramed enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública. 

Alerta

Importante lembrar que com as altas temperaturas e as chuvas, aumenta a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, gerando uma grande preocupação, especialmente após o recorde histórico de 1.017 mortes em 2022 e um continuado aumento de casos em 2023. 

Além disso, as mudanças climáticas, incluindo fenômenos como o El Niño, têm contribuído para a expansão do vetor em regiões antes consideradas menos propensas à disseminação da dengue, como Centro-Oeste e Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Com o aumento global de casos de câncer, Abramed enfatiza a importância do diagnóstico precoce

Inovações prometem revolucionar a precisão do diagnóstico e a personalização do tratamento, destacando a importância da Medicina de Precisão no combate à doença.

Em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer (4/2), a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) reforça a urgência de intensificar os esforços em pesquisa, prevenção, diagnóstico e tratamento para enfrentar o crescimento dos casos de câncer globalmente.

Divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1º de fevereiro de 2024, a pesquisa Globocan 2022 mostrou que aproximadamente 20 milhões de pessoas em todo o mundo foram diagnosticadas com câncer em 2022, com a previsão de que esse número ultrapasse 35 milhões nos próximos 30 anos. Atualmente, 53,5 milhões de indivíduos vivem com a doença, considerando um período de prevalência de cinco anos.

No cenário brasileiro, foram identificados 627.193 novos casos em 2022. O tipo mais prevalente, excluindo o câncer de pele não melanoma, foi o de próstata, com 102.519 (representando 16,3% do total e 32,1% no recorte por gênero). Em segundo ficou o câncer de mama, que apresentou 94.728 novos casos (15,1% do total e 30,8% no recorte por gênero).

De fato, esse número tem aumentado ano a ano. “A projeção para 2023 é de um incremento de cerca de 12% em relação a 2022. Para se ter uma ideia, a taxa de crescimento da população brasileira foi de 0,52% ao ano, de acordo com o Censo de 2022”, expõe Marcos Queiroz, líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein.

Ele se baseia nos dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que estima a ocorrência de 704 mil novos casos de câncer no Brasil neste ano, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, responsáveis por 70% da incidência. “Isso acontece porque essas regiões têm a maior população do país, além de serem locais onde os métodos diagnósticos são mais disponíveis, favorecendo a detecção das lesões”, acrescenta.

Segundo o oncologista Carlos Gil, presidente do Instituto Oncoclínicas e diretor médico da Oncoclínicas&Co., associada Abramed, com o aumento da expectativa de vida da população em geral, os casos também tendem a crescer. Além disso, fatores ambientais, como estilo de vida, além de algumas mutações genéticas hereditárias em casos mais raros, influenciam no aparecimento da doença.

“Medidas de prevenção e políticas que promovam exames regulares para detecção precoce de tumores são fundamentais para as chances de sobrevivência das pessoas. O grande desafio é fazer com que tanto os tratamentos quanto os exames preventivos cheguem com equidade às pessoas. Há um desafio médico, mas também social no combate ao câncer”, explica.

Novidades em diagnóstico

São muitas as novidades para o diagnóstico de câncer. Entre elas, Queiroz cita os testes de análise molecular somática, que consistem no estudo da presença de mutações e outros biomarcadores em tecidos tumorais. Isso ajuda os médicos a entenderem melhor a biologia do câncer e a personalizarem o tratamento de acordo com as características genéticas do tumor.

“Recentemente, foi lançado o primeiro painel molecular para o estudo do linfoma e outras neoplasias linfoides. O desenvolvimento desses painéis é fundamental para um diagnóstico mais preciso e para direcionar terapias mais eficazes”, explica Cristóvão Mangueira, diretor médico de Análises Clínicas do Hospital Albert Einstein.

Também há painéis germinativos para avaliar predisposição hereditária ao câncer. Isso permite intervenções preventivas, como aconselhamento genético e monitoramento mais frequente. Há, ainda, a biópsia líquida, que envolve o estudo do sangue do paciente para pesquisa de mutações com impacto clínico. A biópsia líquida é menos invasiva do que biópsias tradicionais de tecidos e pode ser usada para monitorar a resposta ao tratamento e detectar precocemente a recorrência do câncer.

Existem também pesquisas avaliando o sequenciamento de genoma completo (WGS, do inglês Whole Genome Sequencing), que permite uma análise abrangente de todo o material genético de uma célula ou tecido. No contexto do câncer, o WGS pode revelar mutações específicas que impulsionam o crescimento tumoral, possibilitando estratégias terapêuticas mais personalizadas.

“Outra inovação presente nos Estados Unidos e que deve chegar ao Brasil em breve é a utilização de biópsia líquida para rastreio de diversos tipos de câncer, atuando como diagnóstico precoce, ou seja, antes de os sintomas aparecerem”, explica Mangueira.

Por último, surgiram, recentemente, aparelhos para a detecção intraoperatória de tecido tumoral através de espectrometria de massa (Mass Spect Pen). O dispositivo pode ser usado durante uma intervenção cirúrgica para análise em tempo real de tecidos biológicos. Ele permite a identificação rápida e precisa de tecido tumoral, ajudando os cirurgiões a distinguirem entre tecido saudável e canceroso durante a operação.

Já na área de imagem molecular, estão sendo desenvolvidos novos métodos de diagnóstico para câncer, que utilizam marcadores especiais para exames de PET-CT, como o FAPI (inibidor da proteína de ativação de fibroblastos), mais sensível que o tradicional PET-FDG para alguns tipos de tumores. Também há o marcador PET-FES, para detectar e acompanhar o câncer de mama. “Esses novos marcadores tornam o diagnóstico e o acompanhamento das lesões neoplásicas muito mais precisos”, reforça Queiroz.

“Dessa forma, todos esses avanços direcionam a um tratamento mais específico, melhorando o resultado clínico desses pacientes. É a chamada Medicina de Precisão, que significa personalizar o tratamento com base nas características únicas de cada caso”, explica.

Dia Nacional da Mamografia: exame fundamental para o diagnóstico do câncer de mama

Além do Dia Mundial do Combate ao Câncer (4/2), é celebrado, em 5 de fevereiro, o Dia Nacional da Mamografia, principal método de rastreio para diagnóstico precoce do câncer de mama, que muitas vezes não é realizado na frequência recomendada, especialmente em países em desenvolvimento.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade. No entanto, o Ministério da Saúde preconiza o rastreamento bianual, a partir dos 50 anos.

“A alta taxa de ocorrência de diagnósticos em estágio mais avançado que ainda ocorre no país e o desafio relacionado à equidade de acesso a tratamentos avançados impulsionam a letalidade”, frisa Gil.

A Abramed desempenha um papel crucial nesse cenário. As empresas associadas realizaram 1.4 milhão de mamografias em 2022, o que equivale a 29% dos exames na Saúde Suplementar e 16% do total no Brasil, segundo o Ministério da Saúde e a 5ª Edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico.

“A conscientização sobre a importância da mamografia, especialmente a tomossíntese, exame de mamografia tridimensional, que apresenta resultados ainda melhores que a mamografia tradicional, e o acesso a informações respaldadas por profissionais de saúde são fundamentais para salvar vidas e combater a doença”, salienta Queiroz.

Estudos demonstraram que a tomossíntese pode aumentar a taxa de detecção do câncer de mama em até 30% em comparação à mamografia convencional. A resposta está em sua capacidade de produzir imagens tridimensionais da mama, permitindo uma visualização em camadas. Isso é fundamental para detectar lesões pequenas e identificar anormalidades em mulheres com tecido mamário denso, reduzindo as taxas de falsos positivos e falsos negativos.Em 2023, a Abramed apoiou fortemente a inclusão do exame no rol de procedimento da ANS em prol da sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro.

Em uma semana, cresce 21% o número de exames de dengue realizados na rede privada, segundo Abramed

A comparação é entre a semana de 14 a 20 de janeiro e a semana de 21 a 27 de janeiro. A positividade pode ser considerada estável: foi de 25% para 24%.

O número de exames de dengue realizados na rede privada aumentou 21% em uma semana, de acordo com as associadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representam cerca de 65% do volume de exames realizados na saúde suplementar no Brasil. A comparação é entre a semana de 14 a 20 de janeiro e a semana de 21 a 27 de janeiro de 2024 (última atualização dos dados). A positividade pode ser considerada estável: foi de 25% para 24%.

Comparando a semana de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024 (10.916) e a semana de 21 a 27 de janeiro de 2024 (21.984), o aumento é de mais de 101% na quantidade de exames realizados no período de quatro semanas. Apesar do crescimento, a positividade é a mesma: 24%. 

Desde a semana de 23 a 30 de dezembro de 2023, o número de exames de dengue vem subindo, enquanto a positividade tem variado entre 22% e 25%. Esses números mostram que as pessoas estão buscando a confirmação do diagnóstico ao sentirem sintomas associados à doença, como febre alta, dores musculares, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

“Se o risco de uma epidemia de dengue se concretizar, o papel do laboratório clínico para avaliar o risco de hemorragias será fundamental para evitar mortes”, explica Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Exames

O exame laboratorial é crucial para diferenciar doenças que têm os mesmos sintomas, como a dengue, a zika e a Chikungunya. Shcolnik explica que, nos estágios iniciais da dengue, até o quinto dia após o início dos sintomas, é feita a pesquisa de antígeno do vírus. E entre o décimo e o décimo quarto dia, é possível identificar a presença de anticorpos.

Como há quatro sorotipos de vírus da dengue circulando no Brasil (um, dois, três e quatro), há reagentes que possibilitam identificar todos juntos, não um de cada vez, o que facilita o processo de diagnóstico. 

Os profissionais de saúde utilizam vários métodos laboratoriais, sendo o ELISA (enzimaimunoensaio) um dos mais comuns, por ser muito sensível e específico para detectar a presença de antígenos ou anticorpos em uma amostra biológica, como o sangue.

No caso da dengue, o ELISA é usado para detectar o NS1 (antígeno do vírus) ou os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção pelo vírus. O NS1 é uma proteína viral produzida durante a infecção aguda e sua presença no sangue indica uma infecção ativa. 

No entanto, Shcolnik alertou que a identificação do sorotipo responsável pela infecção requer testes mais sofisticados, geralmente realizados em estudos epidemiológicos. “Além do teste específico para dengue, é fundamental também realizar a contagem de plaquetas e avaliar o estado de hidratação do paciente. Abaixo de 40 mil plaquetas há risco de sangramento, identificando dengue hemorrágica”, alerta Shcolnik.

Importante lembrar que com a chegada das altas temperaturas e da temporada de chuvas, aumenta a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, gerando uma grande preocupação, especialmente após o recorde histórico de 1.017 mortes em 2022 e um continuado aumento de casos em 2023. 

Além disso, as mudanças climáticas, incluindo fenômenos como o El Niño, têm contribuído para a expansão do vetor em regiões antes consideradas menos propensas à disseminação da dengue, como Centro-Oeste e Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Vale ressaltar que os laboratórios clínicos associados à Abramed enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública. 

Aumento no número de exames de dengue noticiado pela Abramed foi destaque na mídia

Os dados de exames de dengue realizados pelos associados à Abramed foram pauta de matéria na Folha de S. Paulo, publicada em 23 de janeiro. Com o título “Busca por teste de dengue na rede privada cresce 25% no país”, o texto mostrou a comparação entre as duas primeiras semanas epidemiológicas de 2023 e 2024.

Em entrevista, Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, disse que os números demonstram que as pessoas estão preocupadas com a escalada da dengue no país e buscam a testagem quando têm sintomas associados à doença. Segundo ele, além do teste, é importante fazer a contagem de plaquetas e analisar o estado de hidratação da pessoa, para evitar casos mais graves.

A Record News, O Globo e as rádios CBN, Jovem Pan e BandNews também abordaram o assunto, mostrando o aumento de 77% no número de exames de dengue realizados nas semanas de 16 de dezembro de 2023 a 13 de janeiro de 2024.

Tendências e perspectivas para 2024 no setor de medicina diagnóstica

A expectativa é por diagnósticos mais rápidos e precisos, com a ajuda da tecnologia, impulsionando intervenções preventivas

O cenário da área de medicina diagnóstica para 2024 é muito promissor, com grandes oportunidades, embora haja alguns desafios. Segundo Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), as condições epidemiológicas continuam a impulsionar a demanda por exames, tanto na área laboratorial como na de imagem, especialmente em relação às doenças crônicas e ao envelhecimento da população.

De acordo com dados da 5ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, o Brasil está passando por uma significativa transição demográfica. Essa mudança, relacionada à transição epidemiológica, indica uma alteração nos padrões de saúde do país. Anteriormente, as doenças infectocontagiosas eram a principal causa de mortes, especialmente em nações de baixa renda.

Contudo, à medida que a população amadurece, as doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes, tornam-se mais proeminentes como causas de óbito. O Brasil reflete essa transição, com uma crescente prevalência de doenças não transmissíveis, evidenciando o impacto do envelhecimento populacional nesse cenário epidemiológico.

Além disso, Shcolnik ressalta que de acordo com as previsões do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 704 mil casos novos de câncer ao ano no triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência da doença. Essa realidade vai demandar ainda mais um diagnóstico precoce e preciso.

Por outro lado, estão surgindo novos biomarcadores que poderão auxiliar ​​em diversos aspectos do diagnóstico, como identificação de doenças, avaliação de riscos, estratificação de pacientes e monitoramento de tratamentos. Sua utilização tem permitido a individualização de tratamentos para a medicina personalizada.

“A busca por métodos mais avançados e precisos é evidente, com a espectrometria de massa ganhando destaque como uma metodologia analítica no laboratório clínico. Apesar de ser uma opção custosa, oferece vantagens na identificação e quantificação precisa de marcadores”, acrescenta Shcolnik.

No que diz respeito à população, o presidente da Abramed observa um aumento na conscientização sobre a importância da prevenção, refletido na realização de procedimentos preventivos. “Exames acessíveis, como o papanicolau e a pesquisa de sangue oculto nas fezes para identificar câncer de colo de útero, são ferramentas que ganharão ainda mais relevância”, destaca.

Um assunto que merece atenção é o risco de uma epidemia de dengue. Se isso se concretizar, o papel do laboratório clínico para avaliar o risco de hemorragias será fundamental para evitar mortes. Segundo dados preliminares das associadas à Abramed, o número de exames de dengue realizados na rede privada aumentou mais de 77% em quatro semanas (de 16 de dezembro de 2023 a 13 de janeiro de 2024), enquanto a positividade variou entre 18% e 24%.

Falando em tecnologia, uma inovação significativa que Shcolnik ressalta é a integração da inteligência artificial (IA) na análise e interpretação dos dados produzidos por laboratórios clínicos e na área de medicina diagnóstica. A combinação desses dados com informações clínicas e características pessoais pode proporcionar conclusões preditivas, abrindo caminho para intervenções mais eficazes.

No campo do diagnóstico por imagem, Cesar Higa Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed, destaca a crescente presença da IA nos exames de ressonância magnética, que prometem aumento na qualidade e redução no tempo necessário para sua realização.

O uso da IA está promovendo uma revolução na prática médica, oferecendo diagnósticos mais rápidos e precisos, melhorando a eficiência operacional e proporcionando uma melhor experiência aos pacientes. “No entanto, é importante considerar questões éticas, regulatórias e de segurança ao integrar a IA na prática clínica, para garantir que os benefícios sejam alcançados de maneira responsável e segura”, salienta.

Além disso, Nomura ressalta a tendência de redução no uso de filmes e papéis nos exames de imagem. “A migração para formatos digitais e armazenamento em nuvem se mostra não apenas mais eficiente, mas também mais ecologicamente responsável, pois sem os filmes não há mais descarte no meio ambiente. Isso é uma tendência mundial”, declara. A Abramed tem se dedicado ao tema, atuando junto a outros atores da cadeia.

Outra tendência cada vez mais proeminente no setor de saúde é a busca pela interoperabilidade, visando otimizar a troca de informações entre diferentes sistemas e proporcionar uma visão abrangente dos dados do paciente. Nesse contexto, o Padrão Internacional de Nomenclatura e Codificação de Observações de Laboratório (LOINC) emerge como uma ferramenta crucial.

O LOINC estabelece um conjunto padronizado de códigos para a identificação única de observações clínicas e resultados de testes laboratoriais, facilitando a harmonização e integração eficiente de dados entre instituições de saúde. A implementação do LOINC contribui para a interoperabilidade ao permitir que profissionais de saúde compartilhem informações de maneira mais precisa e eficaz, promovendo uma abordagem mais coordenada e centrada no paciente.

“Essa tendência reflete o compromisso crescente em aprimorar a qualidade e a eficiência dos cuidados de saúde por meio da integração de sistemas e da adoção de padrões que transcendem fronteiras institucionais. A Abramed tem atuado ativamente pela sustentabilidade do setor, buscando tornar a interoperabilidade uma realidade”, complementa Shcolnik.

Assim, 2024 promete ser marcado por avanços significativos no setor de medicina diagnóstica, desde o aprimoramento de métodos analíticos até a integração da inteligência artificial, proporcionando diagnósticos mais precisos, rápidos e aprimorando as possibilidades de intervenções preventivas.

A medicina não pode mais negligenciar a gestão e a eficiência econômica

Por Alberto Duarte*

É inegável que a medicina contemporânea se depara com desafios complexos, sobretudo quando nos debruçamos sobre o intricado cruzamento entre diagnóstico, gestão e a sustentabilidade de nosso sistema de saúde. Como profissional imerso nesse cenário, percebo que é hora de uma reflexão profunda sobre como podemos promover mudanças positivas, levando em consideração o papel da medicina diagnóstica, pois se sabe que cerca de 70% das decisões médicas se baseiam em resultados de exames laboratoriais.

Quando pensamos em laboratórios e exames de imagem, inevitavelmente, estamos falando de elementos fundamentais na jornada diagnóstica do paciente. Contudo, aprimorar esses ambientes não deve se limitar apenas à sofisticação tecnológica, mas também à consciência de que a busca por diagnósticos precisos deve ser equilibrada com a responsabilidade de evitar exames desnecessários, que não apenas encarecem o processo, mas também expõem o paciente a procedimentos invasivos sem razão clínica.

Ao longo de minha trajetória, tive a oportunidade de liderar iniciativas voltadas para o uso racional do laboratório em um hospital público. Esta experiência ressaltou a importância de conscientizar os médicos sobre a necessidade de solicitar exames de forma ponderada. Alguns deles pecam pelo excesso por receio de serem acusados de negligentes.

Então, criamos algoritmos que indicavam quando e com que frequência determinados exames deveriam ser realizados, evitando excessos e reduzindo a sobrecarga econômica nos serviços de saúde. Esse é o tipo de movimento que contribui para o equilíbrio na cadeia de saúde, que envolve o médico, o paciente e a operadora de saúde.

Entretanto, a responsabilidade não recai apenas sobre os ombros dos médicos. A gestão, muitas vezes negligenciada nos currículos médicos, deve ser incorporada de maneira mais significativa na jornada de aprendizado. Durante minha presidência no conselho do Instituto Central do Hospital das Clínicas, percebi a complexidade que surge quando profissionais, muitas vezes não treinados em gestão, são encarregados de administrar serviços médicos.

A gestão eficaz não é apenas uma habilidade administrativa, mas uma ferramenta essencial para otimizar recursos, escolher opções terapêuticas mais acessíveis e, consequentemente, oferecer um atendimento de qualidade sem exorbitantes custos. No entanto, essa perspectiva de gestão não é amplamente ensinada nas faculdades de medicina, fazendo com que o médico nem sempre esteja apto a tomar decisões eficientes no âmbito financeiro.

Além disso, é importante abordar a assimetria na qualidade do ensino de medicina entre diferentes regiões. A padronização e a normatização nos currículos médicos são imperativos para garantir que todas as faculdades do país formem profissionais aptos a atuar em diversos cenários. Não podemos aceitar faculdades que não ofereçam oportunidades adequadas de prática clínica e residência, afinal, a experiência é crucial para o desenvolvimento de habilidades médicas. Há avanços na conscientização sobre essas questões, mas ainda há muito a ser feito para melhorar o sistema de saúde como um todo.

Nesse contexto de transformações necessárias, a inteligência artificial emerge como uma aliada promissora. A capacidade de reunir e analisar dados de forma rápida e precisa pode ser aproveitada para orientar os médicos na tomada de decisões mais embasadas. Algoritmos podem indicar a necessidade real de determinados exames, evitando solicitações desnecessárias e contribuindo para a racionalização dos recursos.

A Abramed, como representante das empresas de medicina diagnóstica, não tem como normatizar esse tema, mas pode, como vem fazendo, promover a racionalização através da conscientização da cadeia de saúde sobre a importância dessa questão e suas consequências. Dessa forma, a entidade visa a proteger seus associados, evitando glosas e o mau uso da prática médica.

Portanto, o futuro da medicina, na minha visão, depende da sinergia entre conscientização, gestão eficaz e incorporação de tecnologias inovadoras. A inteligência artificial não vai substituir o profissional, mas é uma ferramenta valiosa para orientar práticas mais conscientes e eficientes. As associações médicas, as instituições de ensino e os próprios profissionais têm um papel crucial na promoção dessas mudanças.

Como atuante na área, reafirmo que a medicina não pode mais negligenciar a gestão e a eficiência econômica. A busca incessante pelo que é mais recente e saliente na mídia nem sempre se traduz no melhor para o paciente. É chegada a hora de um realinhamento na formação médica, incorporando uma visão mais holística que compreenda a importância da gestão, da responsabilidade financeira e do uso consciente da tecnologia em prol de um sistema de saúde sustentável e de qualidade.

*Alberto Duarte – Graduado em Medicina pela Universidade de Pernambuco, com doutorado em Nefrologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e aperfeiçoamento em Imunologia pela Harvard Medical School. Conquistou livre-docência na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1983, e implantou o serviço de Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas, além de ser responsável pela criação do Laboratório de Investigação Médica também nessa faculdade. Entre 2011 e 2013, foi Diretor do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e entre 2012 e 2023 foi Professor Titular de Patologia da FMUSP e Diretor do Laboratório Central do Hospital das Clínicas da FMUSP.  Recebeu o Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld de 2023, homenagem criada pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Quantidade de exames de Covid-19 realizados na rede privada cresce 12,8%, segundo Abramed

Na comparação entre as últimas duas semanas, o número de exames subiu de 6.714 para 7.580; já a taxa de positividade foi de 19% para 22%

O número de exames de Covid-19 realizados na rede privada registrou aumento de 12,8% na comparação entre a semana de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024 e a semana de 7 a 13 de janeiro de 2024, segundo os associados à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representam cerca de 65% do volume de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

Na comparação entre as semanas, a quantidade de exames de Covid-19 subiu de 6.714 para 7.580. Já a taxa de positividade foi de 19% para 22%. Mesmo com esse aumento, os dados sofreram uma variação leve, revelando certa estabilidade no período.

No total das últimas seis semanas (de 2 de dezembro de 2023 a 13 de janeiro de 2024), foram realizados 43.135 exames, com taxa de positividade média de 21,7%. Na comparação entre essas seis semanas, o número de exames atingiu o pico de 9 a 15 de dezembro de 2023, com 13.012 exames realizados e 23% positivos, também a maior positividade do período. 

Já a menor quantidade de exames e a menor taxa de positividade nas últimas seis semanas aconteceram justamente na semana de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024. Foram 6.714 exames e 19% positivos.

Com relação às expectativas para o Carnaval, que acontecerá entre 10 e 13 de fevereiro, o número de exames de Covid-19 realizados deve cair, devido aos festejos e ao feriado, acompanhando o movimento de 2022 e 2023. Também nesses anos não se observou nenhum crescimento imediatamente após o Carnaval.

Vale lembrar que a Abramed desempenha um papel fundamental na compilação e no registro de dados relacionados à evolução da Covid-19. Os laboratórios clínicos associados enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde.

Essas informações são essenciais para avaliar a situação da pandemia e orientar as medidas de saúde pública. A entidade também enfatiza a importância de seguir as diretrizes de prevenção e cuidados para combater a propagação do vírus e proteger a saúde de todos.

Abramed chama atenção para uma possível epidemia de dengue no Brasil

O número de exames realizados pelas empresas associadas cresceu mais de 77% em quatro semanas, segundo dados preliminares

Com o período de altas temperaturas e a temporada de chuvas, na maior parte do Brasil, aumenta a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, gerando uma grande preocupação, especialmente após o recorde histórico de 1.017 mortes em 2022 e um continuado aumento de casos em 2023. 

Além disso, as mudanças climáticas, incluindo fenômenos como o El Niño, têm contribuído para a expansão do vetor em regiões antes consideradas menos propensas à disseminação da dengue, como Centro-Oeste e Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) destaca a gravidade do risco de uma epidemia de dengue, a importância da conscientização da população sobre as medidas preventivas e a relevância dos serviços de diagnóstico médico na identificação e tratamento da doença. “Caso esse cenário se concretize, os laboratórios clínicos terão papel fundamental na avaliação do risco de hemorragias, o que é crucial para evitar mortes”, declara Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da entidade.

De acordo com dados preliminares fornecidos pelas associadas à Abramed, observou-se um alarmante aumento de mais de 77% no número de exames de dengue realizados na rede privada em um período de quatro semanas, compreendido entre 16 de dezembro de 2023 e 13 de janeiro de 2024.

Na semana de 16 a 22 de dezembro de 2023, foram realizados 8.606 exames de dengue, sendo 18% positivos, enquanto de 7 a 13 de janeiro de 2024 foram 15.246 exames, com 22% positivos. Em relação à positividade, a porcentagem variou entre 18% e 24% nas quatro semanas em questão, atingindo o maior valor na semana de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024 (24%). 

Os números mostram que as pessoas estão buscando a confirmação do diagnóstico ao sentirem sintomas associados à doença, como febre alta, dores musculares, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

A associação reitera seu compromisso em colaborar com as autoridades de saúde, profissionais do setor e a sociedade em geral, visando a implementação de estratégias eficazes para enfrentar essa questão de saúde pública e minimizar os impactos sobre a população brasileira.

Comparação anual

Comparando as duas primeiras semanas epidemiológicas de 2023 e 2024, o número de exames registrou crescimento, mas o número de infectados se manteve praticamente constante. Na primeira semana epidemiológica de 2023, foram realizados 9.744 exames, com 2.583 positivos, enquanto na primeira semana epidemiológica de 2024 foram 10.916 exames, com 2.666 positivos. A variação em exames realizados foi de 12%, enquanto na positividade foi de 3%.

Na segunda semana epidemiológica de 2023, foram realizados 11.002 exames, com 3.418 positivos, enquanto na segunda semana epidemiológica de 2024 foram 15.246 exames, com 3.365 positivos. A variação em exames realizados foi de 39%, enquanto na positividade foi de -2%.

Vale ressaltar que os laboratórios clínicos associados à Abramed enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública.